David Bowie (álbum de 1967)
David Bowie | |||||
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Álbum de estúdio de David Bowie | |||||
Lançamento | 1 de junho de 1967 | ||||
Gravação | Decca Studios,Londres de 11 de Novembro de 1966 até 25 de fevereiro de 1967 | ||||
Gênero(s) | Pop psicodélico | ||||
Duração | 37:07 | ||||
Gravadora(s) | Deram | ||||
Produção | Mike Vernon | ||||
Cronologia de David Bowie | |||||
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David Bowie é o álbum de estreia de David Bowie, lançado pela Deram Records em 1 de junho de 1967. O conteúdo do disco tem pouca semelhança óbvia com o tipo de música que acabaria tornando o cantor famoso, como o folk rock de Space Oddity ou o glam rock de The Rise and Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders from Mars. Roy Carr e Charles Shaar Murray, críticos da NME, disseram: "um ouvinte estritamente acostumado às variadas sonoridades de Bowie nos anos 70 provavelmente acharia esse álbum ou chocante, ou simplesmente estranho",[1] enquanto o biógrafo David Buckley descreve o status do disco como "o equivalente em vinil de The Madwoman in the Attic".[2]
Influências
[editar | editar código-fonte]As influências de David Bowie nesse estágio de sua carreira incluíam as melodias teatrais de Anthony Newley, números de music hall como os atos de Tommy Steele, um pouco do material mais extravagante e "britânico" de Ray Davies, do The Kinks, as rimas infantilizadas e quebradas de Syd Barrett no início do Pink Floyd, e a batida eduardiana compartilhada, por exemplo, com canções contemporâneas como "Being for the Benefit of Mr. Kite!", dos Beatles.[2] O desejo de Ken Pitt, então manager de Bowie, de transformar o cantor num "artista completo" ao invés de um "rock star" também é citado como um impacto no estilo de composição de Bowie na época, que praticamente evitava qualquer aparato de rock'n'roll.[3] O próprio Bowie disse que seu álbum de estreia "parecia ter raízes por toda parte, no rock e no vaudeville e no music hall. Eu não sabia se eu era Max Miller ou Elvis Presley".[4]
Estilos e temas
[editar | editar código-fonte]O álbum foi inteiramente escrito por Bowie, que também trabalhou com Dek Fearnley, sendo que ambos aprenderam o ofício usando o Observer Book of Music.[2] "Rubber Band" é uma faixa de marcha que emprega a tuba como instrumento principal. "Little Bombardier" e "Maid of Bond Street" estão em compasso de valsa, e há o uso extensivo de metais e de cordas. "Love You till Tuesday" e "Come and Buy My Toys" estão entre as poucas canções do álbum com um violão principal, sendo que a primeira tem um forte aumento do som das cordas. "Join the Gang" é uma rara excursão pela cultura jovem da época, uma observação mordaz sobre a pressão dos pares e o uso de drogas, com o uso de sitar na instrumentação e uma citação do hit "Gimme Some Lovin'", do The Spencer Davis Group. A faixa final, "Please Mr. Gravedigger", é "um dueto macabro de voz e efeitos sonoros",[1] e foi descrita como "um dos momentos genuinamente loucos da música pop".[2]
Apesar da incompatibilidade do álbum com o resto da discografia de Bowie, alguns especialistas discerniram temas embrionários que demonstram o que seria o trabalho mais amadurecido do artista.[1][2] "We Are Hungry Men" é narrada por um suposto "messias" cuja persona reaparece de diferentes formas nas faixas "Cygnet Committee" (do álbum Space Oddity), "Saviour Machine" (de The Man Who Sold the World) e "Oh! You Pretty Things" (de Hunky Dory), assim como no protagonista de The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars. A faixa também faz referência explícita a assuntos como aborto, infanticídio e canibalismo. "There Is a Happy Land" é uma manifestação inicial da visão de Bowie de que o filho é uma espécie diferente de seus pais, tema revisitado em The Man Who Sold the World, Hunky Dory e Ziggy Stardust. "She's Got Medals" é um conto gender-bending com conotações homossexuais que precedem a "capa do vestido" de The Man Who Sold the World e o caráter bissexual/andrógino de Ziggy Stardust.
Singles
[editar | editar código-fonte]Antes do lançamento do álbum, a Deram já havia lançado dois singles com os mesmos músicos, "Rubber Band"/"London Boys", em dezembro de 1966, e "The Laughing Gnome"/"The Gospel According to Tony Day", em abril de 1967. O single "Rubber Band" era uma versão diferente da faixa do álbum. "London Boys" é considerada a primeira "mini-obra-prima" de Bowie,[1][5] uma análise melancólica da cena Mod de Londres na época. "The Laughing Gnome" era uma faixa inovadora com vocais de alto alcance, e a técnica de pitch shift usada para criar esse efeito também seria usada por Bowie em "After All", "The Bewlay Brothers", "Fame" e "Scream Like a Baby". A canção se tornou um hit quando foi relançada em 1973, seguindo o avanço comercial de Bowie com The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars. Apesar de ser radicalmente diferente do seu material na época, o single atingiu o n°6 nas paradas britânicas. Uma versão regravada de "Love You till Tuesday" (com "Did You Ever Have a Dream") foi lançada como single em julho de 1967.
Lançamento e recepção
[editar | editar código-fonte]Críticas profissionais | |
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Avaliações da crítica | |
Fonte | Avaliação |
Allmusic | link |
Blender | link |
The Encyclopedia of Popular Music | |
Rolling Stone | [1] |
The Rolling Stone Album Guide |
David Bowie foi lançado no Reino Unido, tanto em mono como em stereo, em 1 de junho de 1967, a mesma data que Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. Foi lançado nos Estados Unidos em agosto de 1967, sem "We Are Hungry Men" e "Maid of Bond Street". O álbum - atingindo somente o n°125 nas paradas britânicas - e seus singles foram, na época, completos fracassos comerciais, e Bowie não lançou outro trabalho até David Bowie, de 1969 - dois anos depois. O fracasso do álbum custou a Bowie seu contrato com a Deram Records, que o abandonou em abril de 1968. Bowie, em 1969, fez um vídeo chamado "Love You Till Tuesday" para se vender a um selo. O vídeo reciclava várias faixas do seu álbum de estreia, assim como a recém-escrita "Space Oddity". Muitas canções recicladas usavam novos arranjos orquestrais e adicionavam vocais de dois amigos hippies de Bowie. O vídeo foi oficialmente lançado para o público em 1984. As canções do álbum de estreia e seus singles, com outros trabalhos na Deram, foram lançados em várias compilações, como The World of David Bowie (1970),[6] Images 1966–1967 (1973),[7] Another Face (1981),[8] Rock Reflections (1990),[9] e The Deram Anthology 1966–1968 (1997).[10]
O álbum foi relançado pela Deram em CD em 1988. O encarte traz uma reimpressão da imagem original de Kenneth Pitt e um ensaio de John Tracy escrito em 1988. Além disso, as notas de encarte mostram as diferentes versões no disco - "Rubber Band" (Versão 2), "When I Live My Dream" (Versão 1) e "Please Mr. Gravedigger" (Versão 2).
Em 2010, o álbum foi lançado em edição de luxo pela Deram no Reino Unido e pela Universal Music em todo o planeta. Há as mixagens stereo e mono do álbum, assim como mixagens stereo inéditas de canções originalmente não presentes no álbum e, pela primeira vez como lançamento oficial, a primeira sessão de rádio da BBC. (Top Gear, 18 de dezembro de 1967).[11]
Faixas
[editar | editar código-fonte]Todas as faixas escritas e compostas por David Bowie.
Lado A | ||||||||||
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N.º | Título | Duração | ||||||||
1. | "Uncle Arthur" | 2:07 | ||||||||
2. | "Sell Me a Coat" | 2:58 | ||||||||
3. | "Rubber Band" | 2:17 | ||||||||
4. | "Love You till Tuesday" | 3:09 | ||||||||
5. | "There Is a Happy Land" | 3:11 | ||||||||
6. | "We Are Hungry Men" | 2:59 | ||||||||
7. | "When I Live My Dream" | 3:22 |
Lado B | ||||||||||
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N.º | Título | Duração | ||||||||
8. | "Little Bombardier" | 3:23 | ||||||||
9. | "Silly Boy Blue" | 4:36 | ||||||||
10. | "Come and Buy My Toys" | 2:07 | ||||||||
11. | "Join the Gang" | 2:17 | ||||||||
12. | "She's Got Medals" | 2:23 | ||||||||
13. | "Maid of Bond Street" | 1:43 | ||||||||
14. | "Please Mr. Gravedigger" | 2:35 | ||||||||
Duração total: |
37:07 |
- ↑ a b c d Roy Carr & Charles Shaar Murray (1981). Bowie: An Illustrated Record: pp.21–25
- ↑ a b c d e David Buckley (1999). Strange Fascination – David Bowie: The Definitive Story: pp.35–45
- ↑ Nicholas Pegg (2000). The Complete David Bowie: p.253
- ↑ Andy Neill (2007). "The First Album", MOJO 60 Years of Bowie: p.15
- ↑ Kris Needs (1983). Bowie: A Celebration: p.15
- ↑ «David Bowie - The World Of David Bowie». Discogs. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ «David Bowie - Images 1966 - 1967». Discogs. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ «David Bowie - Another Face». Discogs. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ «Rock Reflections - David Bowie | Release Info | AllMusic». AllMusic. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ «The Deram Anthology 1966-1968 - David Bowie | Songs, Reviews, Credits | AllMusic». AllMusic. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ Nicholas Pegg (2011). The Complete David Bowie: pp.456–457
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Buckley, David (2005) [1999]. Strange Fascination – David Bowie: The Definitive Story. London: Virgin Books. ISBN 978-0-7535-1002-5
- Cann, Kevin (2010). Any Day Now – David Bowie: The London Years: 1947–1974. Croydon, Surrey: Adelita. ISBN 978-0-9552017-7-6
- Carr, Roy; Murray, Charles Shaar (1981). Bowie: An Illustrated Record. London: Eel Pie Publishing. ISBN 978-0-380-77966-6
- Doggett, Peter (2012). The Man Who Sold the World: David Bowie and the 1970s. New York City: HarperCollins Publishers. ISBN 978-0-06-202466-4
- O'Leary, Chris (2015). Rebel Rebel: All the Songs of David Bowie from '64 to '76. Winchester: Zero Books. ISBN 978-1-78099-244-0
- Pegg, Nicholas (2016). The Complete David Bowie Revis and Updat ed. London: Titan Books. ISBN 978-1-78565-365-0
- Perone, James E. (2007). The Words and Music of David Bowie. Westport, Connecticut: Greenwood Publishing Group. ISBN 978-0-275-99245-3
- Spitz, Marc (2009). Bowie: A Biography. New York City: Crown Publishing Group. ISBN 978-0-307-71699-6
- Trynka, Paul (2011). David Bowie – Starman: The Definitive Biography. New York City: Little, Brown and Company. ISBN 978-0-316-03225-4