Envolvimento estrangeiro na Guerra Civil Síria: diferenças entre revisões
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Em 15 de janeiro de 2013, a agência de noticias ''The Cable'' reportou que o governo sírio teria usado armas químicas em contra áreas controladas por combatentes rebeldes em Homs em dezembro de 2012. Segundo informações, as vítimas nos hospitais da região mostravam sintomas de exposição a um gás denominado [[Agente 15]], um incapacitador level CX.<ref>[http://thecable.foreignpolicy.com/posts/2013/01/15/secret_state_department_cable_chemical_weapons_used_in_syria#.UPXqUZ6rvQ4.twitter Exclusive: Secret State Department cable: Chemical weapons used in Syria | The Cable]. ''Foreign Policy''. 15 de janeiro de 2013.</ref> Contudo, a [[Casa Branca]], sede do governo americano, teria dito que "as informações que receberam as armas químicas usadas nesses ataques reportados pela imprensa não seriam consistentes com o inventário que eles tinha dos estoques atualmente ativos na Síria".<ref>[http://www.nytimes.com/2013/01/16/world/middleeast/consulate-said-to-support-claim-of-syrian-gas-attack.html?_r=0 "Consulate Supported Claim of Syria Gas Attack, Report Says"]. Página acessada em 7 de abril de 2013.</ref> |
Em 15 de janeiro de 2013, a agência de noticias ''The Cable'' reportou que o governo sírio teria usado armas químicas em contra áreas controladas por combatentes rebeldes em Homs em dezembro de 2012. Segundo informações, as vítimas nos hospitais da região mostravam sintomas de exposição a um gás denominado [[Agente 15]], um incapacitador level CX.<ref>[http://thecable.foreignpolicy.com/posts/2013/01/15/secret_state_department_cable_chemical_weapons_used_in_syria#.UPXqUZ6rvQ4.twitter Exclusive: Secret State Department cable: Chemical weapons used in Syria | The Cable]. ''Foreign Policy''. 15 de janeiro de 2013.</ref> Contudo, a [[Casa Branca]], sede do governo americano, teria dito que "as informações que receberam as armas químicas usadas nesses ataques reportados pela imprensa não seriam consistentes com o inventário que eles tinha dos estoques atualmente ativos na Síria".<ref>[http://www.nytimes.com/2013/01/16/world/middleeast/consulate-said-to-support-claim-of-syrian-gas-attack.html?_r=0 "Consulate Supported Claim of Syria Gas Attack, Report Says"]. Página acessada em 7 de abril de 2013.</ref> |
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Em 19 de março de 2013, o governo sírio e as forças rebeldes acusaram um ao outro de usarem armas químicas pesadas durante um confronto no centro de Alepo, onde uma [[Batalha de Alepo|grande batalha]] esta sendo travada.<ref name="Chem Attack 19 March">{{cite web|last=Oliver Holmes|first=Oliver Holmes|title=Alleged chemical attack kills 25 in northern Syria|url=http://news.yahoo.com/syria-accuses-rebels-using-chemical-weapons-094328867.html|publisher=Reuters|accessdate=19 de março de 2013|author=Oliver Holmes}}</ref><ref name=nytbarnard>{{cite news|last=Barnard|first=Anne|title=Syria and Activists Trade Charges on Chemical Weapons|url=http://www.nytimes.com/2013/03/20/world/middleeast/syria-developments.html|accessdate=19 de março de 2013|newspaper=The New York Times}}</ref> A televisão estatal síria e o governo russo acusaram veementemente as forças da oposição pelo ocorrido.<ref name="Chem Attack 19 March"/><ref name="nytbarnard"/> Segundo informações locais, entre 15 e 40 pessoas morreram no suposto ataque, dentre elas 16 soldados do Exército Sírio.<ref>{{cite web|last=|first=|title=At least 26 reportedly killed in alleged Syrian chemical weapons attack|url=http://www.foxnews.com/world/2013/03/19/syria-says-rebels-kill-16-in-chemical-weapon-attack/|publisher=Fox News|accessdate=19 de março de 2013|author=}}</ref><ref name="Chem Attack 19 March"/> Um fotógrafo da agência de notícias ''Reuters'' disse que o gás usado no ataque tinha "forte cheiro de cloro" e que as vítimas teriam morrido sufocadas.<ref name="Chem Attack 19 March"/> Já os rebeldes disseram que o agente químico foi liberado por um míssel [[Scud]], lançado por uma posição controlada pelo exército sírio.<ref name="Chem Attack 19 March"/><ref>[http://www.npr.org/blogs/thetwo-way/2013/03/19/174717836/dueling-claims-in-syria-after-unconfirmed-reports-about-chemical-weapons "Dueling Claims In Syria After Unconfirmed Reports About Chemical Weapons March 19, 2013"]. Página acessada em 7 de abril de 2013.</ref> De acordo com um porta-voz do [[Exército Livre da Síria]], o ataque aconteceu em uma área sob controle de forças da oposição.<ref>[http://edition.cnn.com/2013/03/19/world/meast/syria-civil-war/index.html?hpt=hp_t1 "Game-changer: Syria's 'probability' of using chemical warfare"]. Página acessada em 7 de abril de 2013.</ref><ref name=nytbarnard /> Porém, segundo autoridades americanas, não haveria provas que o ataque químico de fato aconteceu e que era provavel que o incidente foi inventado, por algum dos lados, para fins de propaganda.<ref name=nytbarnard /> A [[Central Intelligence Agency|CIA]] também falou que os rebeldes ainda não tem a capacidade técnica e logística de lançar um ataque químico daquela magnitude.<ref name=nytbarnard /> |
Em 19 de março de 2013, o governo sírio e as forças rebeldes acusaram um ao outro de usarem armas químicas pesadas durante um confronto no centro de Alepo, onde uma [[Batalha de Alepo|grande batalha]] esta sendo travada.<ref name="Chem Attack 19 March">{{cite web|last=Oliver Holmes|first=Oliver Holmes|title=Alleged chemical attack kills 25 in northern Syria|url=http://news.yahoo.com/syria-accuses-rebels-using-chemical-weapons-094328867.html|publisher=Reuters|accessdate=19 de março de 2013|author=Oliver Holmes}}</ref><ref name=nytbarnard>{{cite news|last=Barnard|first=Anne|title=Syria and Activists Trade Charges on Chemical Weapons|url=http://www.nytimes.com/2013/03/20/world/middleeast/syria-developments.html|accessdate=19 de março de 2013|newspaper=The New York Times}}</ref> A televisão estatal síria e o governo russo acusaram veementemente as forças da oposição pelo ocorrido.<ref name="Chem Attack 19 March"/><ref name="nytbarnard"/> Segundo informações locais, entre 15 e 40 pessoas morreram no suposto ataque, dentre elas 16 soldados do Exército Sírio.<ref>{{cite web|last=|first=|title=At least 26 reportedly killed in alleged Syrian chemical weapons attack|url=http://www.foxnews.com/world/2013/03/19/syria-says-rebels-kill-16-in-chemical-weapon-attack/|publisher=Fox News|accessdate=19 de março de 2013|author=}}</ref><ref name="Chem Attack 19 March"/> Um fotógrafo da agência de notícias ''Reuters'' disse que o gás usado no ataque tinha "forte cheiro de cloro" e que as vítimas teriam morrido sufocadas.<ref name="Chem Attack 19 March"/> Já os rebeldes disseram que o agente químico foi liberado por um míssel [[Scud]], lançado por uma posição controlada pelo exército sírio.<ref name="Chem Attack 19 March"/><ref>[http://www.npr.org/blogs/thetwo-way/2013/03/19/174717836/dueling-claims-in-syria-after-unconfirmed-reports-about-chemical-weapons "Dueling Claims In Syria After Unconfirmed Reports About Chemical Weapons March 19, 2013"]. Página acessada em 7 de abril de 2013.</ref> De acordo com um porta-voz do [[Exército Livre da Síria]], o ataque aconteceu em uma área sob controle de forças da oposição.<ref>[http://edition.cnn.com/2013/03/19/world/meast/syria-civil-war/index.html?hpt=hp_t1 "Game-changer: Syria's 'probability' of using chemical warfare"]. Página acessada em 7 de abril de 2013.</ref><ref name=nytbarnard /> Porém, segundo autoridades americanas, não haveria provas que o ataque químico de fato aconteceu e que era provavel que o incidente foi inventado, por algum dos lados, para fins de propaganda.<ref name=nytbarnard /> A [[Central Intelligence Agency|CIA]] também falou que os rebeldes ainda não tem a capacidade técnica e logística de lançar um ataque químico daquela magnitude.<ref name=nytbarnard /><ref>[http://security.blogs.cnn.com/2012/12/09/sources-defense-contractors-training-syrian-rebels-in-chemical-weapons/?hpt=hp_t1 Sources: U.S. helping underwrite Syrian rebel training on securing chemical weapons]. Página acessada em 9 de fevereiro de 2012.</ref><ref name=nytbarnard /> |
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Revisão das 13h55min de 11 de abril de 2013
A Guerra Civil Síria tem atraido grande atenção da comunidade internacional, e tanto o governo do presidente Bashar al-Assad, quanto a oposição síria vêm recebendo apoio de várias organizações e países pelo mundo.
Alguns analistas interpretam o conflito na síria como uma "guerra por procuração" em nível regional, entre Estados Sunitas, como a Turquia, Arábia Saudita e Qatar, que apoia a oposição, que é de maioria sunita, e países como o Irã, grupos no Iraque e no Líbano, apoiam o governo sírio de maioria Alauita.[1][2]
Apoio à oposição
Organizações e coalizões
Em 1 de novembro de 2011, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) disse que tinha nenhuma intenção de intervir militarmente na Síria, após o término de uma campanha de sete meses na Líbia.[3] No mesmo mês, o novo governo líbio passou a oferecer armas, dinheiro e até voluntários para a Síria,[4] sendo que foi reportado que pelo menos 600 guerrilheiros daquele país foram lutar em solo sírio em apoio a oposição.[5]
Em junho de 2012, a agência de notícias Reuters sugeriu que forças especiais britânicas teriam entrado na Síria para ajudar a oposição. Supostamente, membros do Serviço Aéreo Especial britânico também estariam fazendo operações em território sírio.[6]
Em julho de 2012, o governo dos Estados Unidos passou a apoiar financeiramente o chamado "Grupo de Apoio sírio", que ajuda a financiar o Exército Livre da Síria.[7] A Agência de Inteligência americana, a CIA, teria agentes trabalhando na região, facilitando o contrabando de rifles, armas anti-tanque e e munição para fuzis, além de outros equipamentos, para a oposição síria.[8] O Departamento de Estado americano também reportou ter dado uma ajuda financeira no valor de US$15 milhões de dólares a grupos de oposição síria.[9] Segundo relatórios divulgados, as forças armadas dos Estados Unidos manteriam até 150 soldados em solo jordâniano para ajudar no treinamento das organizações de guerrilheiros sírios.[10]
Em uma conferência em Paris, França, em julho de 2012, países ocidentais e de árabes sunitas anunciaram que estariam "aumentando consideravelmente" o auxilio dado a oposição síria.[11]
A partir de 2012, os Estados Unidos,[12] o Reino Unido[13] e a França[14] passaram a prover a oposição enormes quantidades de armamentos não letais, incluindo equipamentos de comunicação e suprimentos médicos. A Inglaterra também dá apoio com inteligência a partir de sua base no Chipre, em cooperação com militares turcos e com rebeldes anti-Assad.[15] A CIA também apoia a oposição, tendo supostamente feito operações clandestinas na fronteira entre a Síria e a Jordânia, ajudando rebeldes, contrabandeando armas e fornecendo outros tipos de apoio logistico. Os agentes de inteligência ocidental também ajudariam em formar novas rotas de suprimentos e treinamento no uso de equipamentos eletrônicos e de comunicação.[16] Além disso, o Serviço Federal de Inteligência alemão (BND) monitora movimentos do exército sírio, grampeia ligações telefonicas de membros do governo de Damasco e intercepta ligações de rádio a partir da Base Aérea de İncirlik, na Turquia, e também a partir de navios de reconhecimento da classe Alster próximos a costa síria. De acordo com reportagens feitas pelo jornal Bild, o BND tem uma rede de informantes dentro do Partido Baath.[17] Em meados de 2013, o governo britânico e o francês anunciaram suas intenções de começar a enviar armamento pesado para os rebeldes, apesar do embargo de armas imposto da União Européia.[18] Já autoridades americanas alertaram que não pretendem enviar armas pesadas para a oposição no momento, com medo de que esses equipamentos possam cair em grupos jihadistas.[19]
Uma importante linha de suprimentos foi aberta na primavera de 2012, quando a Arábia Saudita e o Qatar anunciaram que estariam armando e financiando a oposição mais abertamente.[20][21][22] A Líbia, em apoio a luta armada da oposição, teria enviado um navio carregado de armas para a Síria.[23]
Em 11 de agosto de 2012, a então secretária de estado americana, Hillary Clinton, disse que tanto os Estados Unidos, quanto a Turquia, estavam interessados em aumentar seu apoio operacional as forças rebeldes na Síria para ajuda-los a derrubar o presidente do país, Bashar al-Assad. Entre as idéias consideradas, estava criar uma zona de exclusão aérea sobre todo o território sírio.[24]
Arábia Saudita
O governo da Arábia Saudita, supostamente, é uma das principais fontes de financiamento e armas para a oposição síria, auxiliando também no contrabando de armamento pesado, muitos destes vindos da Croácia, através de rotas clandestinas na fronteira jordaniana.[25] As armas começaram a chegar aos rebeldes em dezembro de 2012, o que teria permitido aos rebeldes passar para a ofensiva em várias localidades contra as forças leais ao regime de Damasco.[25] Essas ações seriam uma resposta aos maciços envios de armamentos e suprimentos feitos pelo Irã para abastecer as forças do presidente Assad.[25]
No começo de 2013, armas antigas da extinta Iugoslávia foram vistas sendo usadas por forças rebeldes em combate nas regiões de Dara, Hama, Idlib e Alepo.[25]
O ministério de relações exteriores da Croácia negou o envio de armas a Síria, e autoridades saudítas não comentaram sobre as recentes descobertas.[25] Rifles de assalto oriundos da Ucrânia, granas feitas na Suíça e fuzis e rifles de origem belga também teriam ido parar nas mãos da oposição, por meio da Arábia Saudita.[25] O governo dos Emirados Árabes Unidos também foram acuasadas de enviar, ilegalmente, vários carregamentos de armas oriundas da Europa.[26]
Estados árabes sunitas estariam preocupados que os envios de armas do Irã para o governo sírio estejam mudando o "balanço de poder" na região, botando de um lado os governos sunitas contra o governo de Assad e Hezbollah, apoiados pelos irânianos.[25][27]
Turquia
A Turquia, outrora aliada da Síria, condenou a violência da repressão do regime da família Assad e passara a pedir a renúncia do líder sírio. Os turcos estariam abrigando e treinando membros das guerrilhas anti-Assad e, em território turco, em julho de 2011, foi criado o chamado Exército Livre da Síria, unificando os grupos de oposição armados.[28] Eles passaram a receber vasto apoio dos serviços de inteligência turco.[28] Junto com a Arábia Saudita e o Qatar, a Turquia vem fornecendo aos rebeldes armamentos pesados e outros equipamentos militares. Isso levou a grandes tensões entre os governos sírio e turco.[29][30]
O governo de Ancara, liderado pelo primeiro-ministro do país, Recep Tayyip Erdoğan, também vem dando auxilio a dissidentes politicos sírios. Ativistas da oposição tem usado Istambul como um ponto de encontro de opositores do regime do ditador Bashar al-Assad,[31] e o comandante do Exército Livre da Síria, o principal grupo de oposição armada da Siria, o coronel Riad al-Asaad, toma refúgio em território do país.[32] A Turquia tem, com o passar do conflito, tornado-se cada vez mais hostil ao governo de Assad.[33] Desde maio de 2012, opositores sírios tem sido, supostamente, armados e treinados em larga escala pelos serviços de inteligência turcos.[34]
A Turquia mantém um pequeno enclave dentro da prórpia Síria, a Tumba de Suleyman Shah, na banda direita do rio eufrates na província de Alepo, próximo do vilarejo de Qarah Qawzak (Karakozak). A tumba é guardada por uma pequena guarnição de militares turcos. Até o momento, não houve disturbios na região.[35] Até a derrubada de um caça turco por forças sírias em junho de 2012, a guarnição no local contava com um total de 15 homens. Após o incidente, a Turquia dobrou número de soldados fazendo a proteção do local, enquanto o primeirio-ministro Erdoğan alertou que "a tumba de Suleyman Shah e os arredores são território turco. Qualquer agressão contra aquela região seria o mesmo que um ataque ao nosso território ou ao território da OTAN".[36]
Incidente com um caça F-4
Em 22 de junho de 2012, um caça turco F-4 Phantom foi abatido por forças do governo sírio e ambos os pilotos a bordo morreram.[37][38] O governo de Damasco afirmou que derrubou a aeronave enquanto esta voava perto do vilarejo costeiro de Om al-Tuyour, enquanto sobrevoava águas sírias.[39] O ministro de relações exteriores da Turquia, por sua vez, alegou que o caça sobrevoava espaço aéreo internacional e acidentalmente entrou em território sírio durante um treinamento.[40] O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, pediu uma retaliação dizendo que "as regras de combate das forças armadas turcas mudaram [...] a Turquia irá apoiar o povo sírio até que se livrem do seu ditador e de sua gangue".[41] O presidente sírio, Bashar al-Assad mais tarde expressou pesar pelo incidente.[42] Em agosto de 2012, relatórios vazados por jornais turnocs alertou que o alto comando das forças armadas da Turquia, deliberadamente enganaram seu governo sobre onde o caça voava quando foi abatido. Um dos relatórios dizia que um posto de comando da OTAN em Izmir e uma base de radar do Reino Unido no Chipre, teriam confirmado que o F-4 turco foi, de fato, abatido em águas turcas e que sua tragetória de voou foi "dificilmente acidental". Os militares turcos negaram esta ifnormação.[43]
Mujahidins
Existem vários guerrilheiros estrangeiros lutando em nome da opisção na guerra civil síria para tentar derrubar o regime Assad.[44] Enquanto alguns são jihadistas, outros, como os Mahdi al-Harati, se uniram para se juntar a revolução síria.[45] Alguns combatentes vieram de locais longínquos, como a Chechênia e Tajiquistão.[46] Um dos principais grupos de jihadistas atuando na Síria é a chamada Frente Al-Nusra, liderada por Abu Muhammad al-Julani.[47] Este grupo tem alguns dos veteranos de combate mais testados e capacitados entre os guerrilheiros da oposição síria. Contudo, os Estados Unidos já declararam a Jabhat al-Nusra como uma organização terrorista.[48][49]
A Al-Qaeda e outros grupos de fundamentalistas islâmicos já se declararam abertamente anti-Assad.[50] Segundo fontes da inteligência americana, grupos ligados a Al-Qaeda no Iraque tem conduzido ataques a bomba contra alvos do governo sírio,[51] e que o lider da organização, Ayman al-Zawahiri, condenou o regime do presidente Bashar al-Assad.[52] Várias organizações de fundamentalistas islâmicos, como a Fatah al-Islam, tem conduzido ataques na Síria.[53] Em maio de 2012, o enviado da Síria na ONU, Bashar Ja'afari, declarou que centenas de guerrilheiros vindos da Líbia, Tunínisa, Egito, Reino Unido, França e de alguns Estados árabes, estavam entrando na Síria e pediu para que a Arábia Saudita, o Qatar e a Turquia para que "parassem de patrocinar a rebelião" no país.[54] Frente ao avanço dos jihadistas na Síria, a então secretária de estado americana, Hillary Clinton, disse que o governo americano não iria fornecer armamento pesado a oposição, temendo que tais armas caissem em mãos da al-Qaeda ou do Hamas.[55]
Em uma entrevista para a agência de noticias Anna, da Abecásia, um oficial do governo sírio alegou que ex-membros do Exército de Libertação do Kosovo estariam na Síria lutando pela oposição.[56] A agência Reuters entrevistou um médico francês que trabalhava clandestinamente na cidade de Alepo e ele afirmou que metade dos combatentes rebeldes feridos que vinham até ele eram estrangeiros, diferente do que ele viu nas cidades de Homs e Idlib.[57]
- Exército Livre do Iraque
De acordo com relatórios de inteligência ocidentais, a parte oeste do Iraque, de maioria sunita, seria um ponto de passagem de suprimentos e guerrilheiros para o território sírio, a fim de apoiar a oposição daquele país.[58] Grupos armados dentro do Iraque formaram o chamado "Exército livre iraquiano"[59][60] e tem apoiado a oposição, militarmente, contra o regime da família Assad.[58][61]
Outros apoios
Alguns países cortaram relações com o regime de Assad: os Estados do Golfo, a Líbia, Tunísia,[62] Reino Unido, Espanha, Turquia, Canadá, os Estados Unidos, Bélgica, entre outros.[63]
O ministro do desenvolvimento de Israel, Ayoob Kara, disse que seu governo estava facilitando a ajuda para refugiados sírios e também estava em contato com vários oficiais do governo sírio que tinham desertado.[64] Mas Kara alertou que, apesar da ajuda a oposição, Israel não tem planos de interfirir militarmente na guerra civil síria.[65] Segundo informações, o governo israelense também estaria ajudando a oposição síria com armas, equipamentos e informações de inteligência.[66][67][68] Segundo um jornal iraniano, forças especiais dos militares de Israel também estariam em território sírio para ajudar os rebeldes anti-Assad.[69]
O ramo da Irmandade Muçulmana na Síria também já fez declarações de que está ajudando ativamente a oposição em seu levante para derrubar o governo do país.[9]
Em 16 de agosto, a Organização da Conferência Islâmica (OCI) suspendeu a Síria como Estado membro do grupo, apesar da oposição do presidente do Irã. A atitude foi tomada devido a "extrema violência por parte das forças do Presidente Assad em reprimir o levante".[70]
O grupo Aliança de 14 de março e outras organizações dentro do Líbano também estariam ajudando abertamente a oposição síria.[71]
O Qatar é um dos maiores fornecedores de armas e de apoio político a opoisção na Síria.[72][73] Segundo informações de jornais árabes, o governo deste país tem focado sua ajuda no auxilio e aparelhamento de grupos guerrilheiros sírios, muitos ditos como terroristas, como a Jabhat al-Nusra.[74]
O novo governo que emergiu na Líbia logo se tornou um dos principais aliados da oposição na Síria, oferecendo-lhes armas e informações de inteligência.[75]
Até a rede de noticiais árabe Al Jazeera chegou a ser acusada de contrabandear equipamentos de comunicação no valor de US$50 mil dólares, em especial telefones via satélite, para os grupos opositores. A agência de noticias negou a acusação.[76]
Apoio ao Governo Sírio
Rússia
A Rússia, que opera uma base naval em Tartus, na Síria, que é a única base militar russa pós-soviética no exterior, tem sido uma das maiores fontes de apoio do governo do presidente Bashar al-Assad, os auxiliando com armas e suprimentos desde antes da guerra civil começar. Os russos tem enviado apoio militar e técnico para os militares sírios.[77] Países ocidentais frequentemente critíca o comportamento da Rùssia com relação ao conflito mas o governo de Moscou nega que viola a lei internacional enviando armas para um país sob embargo. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que seu país não apoia qualquer um dos lados.[78] Investigações independentes teriam descoberto que a Rússia estaria ajudando a fraca economia do regime Assad com créditos e dinheiro vivo.[79] O governo russo também é considerado como um dos maiores fornecedores de armas para as forças armadas sírias durante o conflito.[80]
Em janeiro de 2012, a organização Human Rights Watch criticou a Rússia por "repetir os mesmos erros que as nações ocidentais" em seu apoio "inconseqüente" a Assad.[81] A Anistia Internacional, notando que o governo sírio havia usado helicópteros de combate e aviões para atacar rebeldes da oposição, criticou as autoridades russas "um desrespeito devasso pela humanidade".[82] A Human Rights Watch também condenou empresa russa Rosoboronexport por vender equipamentos pesados para os militares sírios, violando a lei internacional, ao "vender armas a um país que está sendo acusado de cometer crimes contra a humanidade".[83]
Um dos interesses da Rússia na Síria é a manutenção de sua única base militar fora do seu território, que fica na cidade de Tartus, que é chave para a manutenção da influência do país na região do mediterrâneo.[84] O Centro de Análises de Estratégias e Tecnologias, uma empresa ligada ao governo russo, disse que o valor da base em Tartus era superestimado e disse que o apoio do governo a Síria era "irracional".[85] Em julho de 2012, contudo, Vyacheslav Dzirkaln, vice-diretor do Serviço Federal Militar Técnico, anunciou que manteria suas exportações de armas para o governo de Bashar al-Assad.[86]
Em dezembro de 2012, foi relatado que "conselheiros militares russos" estariam dentro da Síria, ajudando as forças do governo, em especial na manutenção e uso de equipamentos de defesa anti-aérea enviados pela própria Rússia.[87]
Iraque
O governo iraquiano, dominado por xiitas, tem apoiado o regime Assad na Síria. O Iraque se absteve da decisão da Liga Árabe de 2011 que suspendeu a Síria como membro ativo da organização e se opôs a deposição do regime sírio pela via armada.[58] Autoridades iraquianas abriram o espaço aéreo do país para aviões iranianos poderem voar livrimente até a Síria carregando equipamentos e suprimentos para as forças de Bashar al-Assad e permitiram que caminhões com provisões da Guarda Revolucionária Iraniana cruzasse a fronteira síria.[58] Os iraquianos também fornecem combustível diesel para o governo sírio.[58] De acordo com autoridades americanas, o corredor aéreo do Iraque aberto para que os iranianos voem suprimentos para a Síria levam principalmente foguetes, mísseis anti-tanque, granas, morteiros e muniçãos. Esses aviões recebem informações vindas de funcionários simpatizantes do serviço de inteligência e da polícia federal iraquiana.[88] A guerra civil na Síria também tem aumentado a tensão na fronteira do país. Em 3 de março de 2013, um soldado iraquiano foi morto num tiroteio entre forças de segurança local e rebeldes sírios.[89] Dois dias depois, ao menos 13 militares iraquianos foram mortos em um confronto com tropas sírias que haviam cruzado a fronteira em busca de rebeldes.[90]
O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, disse estar preocupado que o Irã esteja "intensificando seus esforços para dominar o Iraque, que iria minar suas politicas internas" e a subida do poder por um governo sunita em Damasco iria "fortalecer os sunitas no Iraque."[58]
Nas províncias ocidentais do Iraque, de maioria sunita, soldados e suprimentos de guerra entraram na Síria por passagens na província de Anbar para apoiar os rebeldes.[58]
Irã
O Irã, um grande aliado do regime Assad, foi, até o momento, o único país a enviar oficialmente tropas para lutar na guerra civil na Síria.[91] A maioria desses soldados pertencem a Guarda Revolucionária Iraniana.[91] Há informações que o Irã também treina, arma e financia os guerrilheiros do Hezbollah, uma milícia xiita libanesa.[92] O Iraque, localizado entre a Síria e o Irã, foi criticado pelo governo americano por permitir que aviões iranianos sobrevooem o país carregando suprimentos para os militares da família Assad.[93]
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, já deu declarações de apoio ao governo sírio.[94] O jornal britânico The Guardian reportou que o governo iraniano vêm ajudando o regime sírio a reprimir o levante no país desde 2011.[95] O The Economist relatou que o Irã, em fevereiro de 2012, tinha enviado cerca de US$9 bilhões de dólares a Síria para ajudar o país a suportar o impacto das sanções impostas pelos países ocidentais.[96] Em um momento, a marinha iraniana enviou dois navios de guerra para a costa síria para dar apoio técnico e militar ao regime de Assad.[97]
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o embaixador americano na ONU, Susan Rice, acusou o Irã de estar secretamente ajudando a Síria a reprimir o levante popular no país, enviando equipamentos militares,[98] e outros relatórios indicariam que manifestantes sírios teriam ouvido membros das forças de segurança berrando palavras em persa, a língua oficial do Irã.[99] A cidade de Zabadani, é considerada vital pra as forças de Assad e do Irã, pois serve, desde junho de 2011, como quartel-general da Guarda Revolucionária Iraniana e central de logística para o Hezbollah e outras milícias pró-governo.[100]
De acordo com um relatório da ONU, em maio de 2012, o Irã começou a fornecer enormes quantidades de armas ao governo sírio, apesar de ambos os países estarem sob um embargo internacional de venda e compra de armas.[101] Autoridades turcas capturaram na fronteira vários caminhões oriundos do Irã, em fevereiro de 2012, contendo diversos fuzis de assalta, metralhadoras, explosivos e munição de armas pesadas. Essas armas teriam como destina uma base militar síria, leal ao presidente Bashar al-Assad.[102] Em resposta, os países do golfo pérsico passaram a suprir a oposição síria com melhores armamentos.[103]
Em março de 2012, fontes de inteligência dos Estados Unidos alegaram ter descoberto que surprimentos de armas iranianas estavam entrando em larga escala na Síria. Oficiais de segurança do Irã também estariam em Damasco e em outras cidades para ajudar na preparação dos soldados sírios. A CIA também denúnciou a presença de membros do serviço de inteligência iraniano ajudando o governo sírio.[104] Essas denúncias de transferência de armas para a Síria foi o motivo alegado para vários países árabes aumentarem seu apoio em armas para a oposição.[9] Em 24 de julho, o comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, Massoud Jazayeri, disse que o seu governo não permitiria uma mudança politica de regime na Síria.[105]
Em agosto de 2012, Leon Panetta, então secretário de defesa dos Estados Unidos, acusou o Irã de armar as milícias pró-governo Assad. Panetta disse que havia evidências que a Guarda Revolucionária Iraniana estava "treinando grupos armados dentro da Síria, para lutar pelo regime baathista".[106] Cerca de 48 iranianos foram capturados em Damasco pelo Exército Livre da Síria, o principal grupo armado da oposição, e autoridades americanas confirmou que pelo menos dois deles eram "membros ativos do Exército iraniano".[107] Em setembro, agências de inteligência ocidentias afirmaram que o Irã mantinha pelo menos 150 membros de sua Guarda de elite para trabalhar com o governo Assad e também enviaram no fim daquele ano toneladas de equipamentos militares (como fuzis, foguetes e munição).[108]
De acordo com soldados rebeldes, veículos aéreos não tripulados iranianos eram usados para guiar ataques aéreos e terrestre das forças do exército sírio.[109]
Em janeiro de 2013, uma troca de prisioneiros aconteceu entre rebeldes sírias e autoridades do governo de Damasco. De acordo com relatórios, 48 iranianos foram libertados pela oposição em troca de 2 130 prisioneiros que estavam sendo detidos em prisões do regime sírio. Os rebeldes alegaram que os iranianos eram ligados a Guarda Revolucionária.[110] Victoria Nuland, representante do Departamento de Estado americano, disse que havia provas concretas de que militares iranianos estavam ajudando o regime sírio com armas, equipamentos, conselhos e pessoal especializado.[111]
Hezbollah
O Hezbollah tem sido um aliado do Partido Baath sírio, liderado pela família al-Assad.[112] O grupo tem apoiado o governo sírio na luta armada contra a oposição. Em agosto de 2012, os Estados Unidos adotou novas sanções contra o Hezbollah devido ao seu papel na guerra.[113] O líder da organização, Hassan Nasrallah, negou que o Hezbollah esteja lutando ao lado do governo sírio, porém assumiu que alguns de seus combatentes assumiram seu "dever jihadista" e foram lutar na Síria.[114] Segundo a oposição, o Hezbollah tem 3 000 guerrilheiros na Síria.[115] O Hezbollah diz que apoia as mudanças politicas no mundo árabe e é contra o que chamou de "complô americano para desestabilizar a região".[116]
Entre janeiro e fevereiro de 2012, guerrilheiros do Hezbollah ajudaram o governo nos combates em Damasco e na batalha de Zabadani.[117] No término do mesmo ano, membros da milícia Hezbollah cruzaram a fronteira com o Líbano e tomaram oito vilarejos no distrito de Al-Qusayr, na Síria.[118] De acordo com o jornal libanês Daily Star, Nasrallah disse que combatentes do Hezbollah ajudaram o govenro sírio a "retomar o controle de 23 vilarejos [na Síria] habitado por xiitas de cidadania libanesa".[114] Em setembro de 2012, o comandante da milícia na Síria, Ali Hussein Nassif, foi morto numa emboscada, junto com outros militantes do Hezbollah, feita por combates do Exército Livre da Síria (ELS) perto de Al-Qusayr.[119]
Entre 16 e 17 de fevereiro de 2013, a oposição síria alegou que o Hezbollah, apoiado pelo exército sírio, atacou os vilarejos sunitas de Al-Qusayr. Um porta-voz do Exército livre disse que a "invasão do Hezbollah a região foi coordenada com apoio da Força Aérea Síria".[118][120] Em resposta, o ELS atacou dois postos de controle do Hezbollah em 21 de fevereiro, perto da fronteira com o Líbano. Cinco dias depois, um comboio de soldados sírios e do Hezbollah foi emboscado e todos os passageiros foram mortos.[121] Líderes de movimentos politicos libaneses, como a Aliança de 14 de Março, pediram que o Hezbollah encerre todo o seu envolvimento com a guerra na Síria.[122] O ex-líder da milícia, Subhi al-Tufayli, disse que o "Hezbollah não deveria estar defendendo um regime que assassina o próprio povo e que nunca disparou um único tiro em defesa dos Palestinos". Ele disse que os guerrilheiros de sua milícia "que estão matando e aterrorizando pessoas na Síria irão para o inferno".[123] Walid Jumblatt, líder do Partido Socialista Progressista libanês, pediu para o Hezbollah encerrar seu apoio ao governo sírio e disse que a milícia "está lutando na Síria por ordens do Irã".[124]
O jornal The Jerusalem Post fez uma reportagem dizendo que os manifestantes da oposição na Sìria estavam "enfurecidos com o apoio do Hezbollah ao governo Assad, e, durante as manifestações, queimaram bandeiras do grupo e fotos do líder deles, Nasrallah,[125] enquanto manifestantes pró-governmo carregavam fotos de Nasrallah.[126]
De acordo com autoridades americanas, uma milícia leal a al-Assad, conhecida como Jaysh al-Sha'bi, foi criada e mantida pelo Hezbollah e pela Guarda Revolucionária do Irã, recebendo dinheiro, armas e treinamento destes.[127] Além disso, de acordo com fontes do serviço de inteligência de Israel, o Hizbullah estaria trabalhando pra formar uma nova miliícia pró-governo, formado por até 100 mil combatentes, para lutar pelo governo.[128]
Outros
- Venezuela
Em fevereiro de 2012, foi reportado que o então presidente venezuelano, Hugo Chávez, enviou centenas de milhões de dólares em combustivel para a Síria, que seria usado para abastecer taques e outros veículos de combate.[129] No mês seguinte, enquanto preparava um terceiro carregamento, a Venezuela confirmou que continuaria a fornecer combustível diesel para o governo sírio.[130] O The Wall Street Journal obteu documentos que provariam um quarto carregamento de diesel enviado em julho de 2012.[131] Enquanto estava vivo, Chávez já havia expressado abertamente apoio ao regime Assad.[132]
- Coréia do Norte
Em 21 de setembro de 2012, autoridades iraquianas reportaram que eles recusaram um pedido da Coréia do Norte de usar o espaço aéreo do país como rota para carregamentos aéreos de armas para a Síria.[133] No começo daquele ano, a ONU condenou a venda der armas norte-coreanas para a Síria e para Myanmar, que violava sanções internacionais de vendas de armas.[134] O relatório das nações unidas confirmava que a Coréia do Norte mantinha rotas regulares de suprimentos de armas para o governo sírio, apesar das sanções impostas em 2006 e em 2009.[135] Novos carregamentos de armamentos foram feitos durante o decorrer da guerra civil síria.[136][136][137]
- China
A China vetou, no começo de 2012, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU com sanções contra a Síria.[138] Em setembro, o governo chinês declarou que adotaria uma postura "imparcial" na guerra civil síria, se distanciando do regime sírio. Depois de um encontro com a então secretária de estado americana, Hillary Clinton, os chineses anunciaram que estariam dispostos a apoiar um novo governo de transição na Síria, apesar do país ainda dizer que não apoiaria uma intervenção estrangeira no conflito.[139]
- Algéria
O governo da Algéria tem sido um dos poucos países árabes ou islâmicos a se opor a qualquer tipo de sanção contra o regime de Bashar al-Assad. O país (junto com o Irã), se opôs a suspenção da Síria na Organização da Conferência Islâmica em 2012. Eles também se opusarem a decisão da Liga Árabe que encorajava apoio militar e logístico a oposição e ainda se recusaram a apoiar a decisão da comunidade de reconhecer a Coalizão Nacional Síria da Oposição e das Forças Revolucionárias como legítimos representantes do povo sírio, decisões estas tomadas em 2013. A posição da Algéria foi apoiada apenas por Iraque e Líbano. Não há informações concretas que o governo argelino está enviando armas ao regime de Assad, mas rumores dizem que aviões militares do país foram enviados a Síria carregando equipamentos. O governo da Argélia já se declarou contra uma mudança de regime na Síria.[140]
- Companhias
Uma empresa grega, a Naftomar, teria enviado a Síria enormes quantidades de petróleo.[141]
Arquivos liberados pelo WikiLeaks em julho de 2012 alertaram que empresas italianas estariam vendendo ilegalmente armas e equipamentos de comunicação para militares sírios desde maio de 2011 e em fevereiro de 2012, engenheiros dessas empresas passaram a fornecer treinamento para oficiais governo sírio para manutenção de helicópteros.[142] As empresas se defenderam falando que o equipamento era apenas para uso civil.[143]
Lutas
Incidentes na fronteira turca-síria
Em junho de 2012, forças de defesa anti-aérea derrubaram um caça turco F-4 Phantom e ambos os pilotos foram mortos. O acidente levantou tensões entre os governos turco e sírio.[30] A tensão cresceu quando morteiros disparados por militares da Síria atingiram território da Turquia. Em 3 de outubro, a cidade turca de Akçakale foi bombardeada por artilharia síria e 5 civis morreram.[144] A Turquia respondeu bombardeando posições do exército sírio na fronteira entre os dois países.[145] Durante o mês de outubro, tiros de morteiros sírios voltaram a cair no lado turco da fronteira e o governo da Turquia respondeu disparando contra o vizinho, em pelo menos 87 ocasiões diferentes. Estes ataques mataram ao menos 12 soldados sírios e destruiram vários veículos militares destes.[146]
Incidentes na fronteira israelense-síria
No final de 2012, as relações entre Israel e a Síria foram severamente comprometida. Em 25 de setembro, vários tiros de morteiros cairam sobre as Colinas de Golã ocupadas, sem causar mortes ou danos.[147] Entre outubro e novembro, tiros de artilharia vindos da Síria voltaram a atingir as Colinas de forma frequente. Em 3 de novembro, três tanques sírios entraram na zona desmilitarizada na fronteira.[148] No dia 5 de novembro, um veículo militar israelense foi danificado por tiros disparados por militares sírios na fronteira entre os dois países.[149] Em 11 de novembro, disparos de um morteiro de 120mm voltaram a atingir as Colinas de Golã e, em resposta, combatentes do exército israelense abriram fogo contra posições de artilharia sírias próxias da fronteira.[150] Em 2013, ambos os países fortificaram as posições na fronteira entre as nações.[151]
No dia 30 de janeiro de 2013, caças israelenses atacaram um comboio de veículos na fronteira síria-libanesa, acreditando que seria um carregamento de armas feito pela milícia Hezbollah, que luta do lado de Assad. Dentro dos veículos estariam vários mísseis SA-17, de fabricação russa, lançadores de foguetes e outros equipamentos militares que poderiam ser supostamente usados contra Israel.[152][153]
Diferentes apoios
Em fevereiro de 2012, ministro de relações exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, alertou que uma "guerra por procuração" na Síria poderia "causar um confronto maior na região que poderia envolver até Moscou e Pequim".[154] Antes da Reunião do G8 de 2012, o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, salientou que essas ações "que minam a soberania dos Estados" podem terminar com "uma guerra total na região" com, talvez, "o uso de armas nucleares".[155] As instituições estatais na Síria são muito ligadas ao regime,[156] com muitos especialistas em geopolitica da região dizendo que o país pode virar como um Iraque pós-invasão de 2003, com um conflito sectário com o objetivo de expulsar todos os baathistas.[157]
Em julho de 2012, a Suíça suspendeu todas as exportações de armas para o Emirados Árabes Unidos após ter sido descoberto que boa parte desses armamentos era desviado pelo governo deste país e enviado para a Síria para serem usadas pela guerrilha da oposição.[158] A decisão suiça veio após a chefe das comissão de direitos humanos da ONU, Navi Pillay, exigiu que os países parassem de armar o regime sírio ou a oposição para evitar "mais militarização" do conflito.[159] O diretor do Centro Saban para Politicas do Oriente Médio tinha argumentado que uma "militarização descontrolada da guerra na Síria faria do país um celeiro para jihadistas e extremistas do mundo muçulmano".[160]
Em setembro de 2012, a UNICEF deu a empresa Israel Chemicals autorização especial para eles venderem tabletes de purificação de água para a organização, para serem usados com refugiados da Síria. Na ocasião, a UNICEF comandava um projeto para reabilitar e melhorar as fontes de água na Síria, o que caiu drasticamente devido a guerra civil.[161] Outros programas de assistência social que estavam em vigor no país também foram afetados pelo conflito que, segundo a ONU, deixou a situação humanitária na Síria em "estado deplorável.[161]
Armas químicas
Em julho de 2012, o ministro de relações exteriores da Síria, Jihad Makdissi, disse que as forças armadas de seu país jamais usaria armas químicas contra o seu próprio povo, mas salientou que poderia usar estas armas contra "agressores externos".[162] Foi reportado que a Síria tinha o terceiro maior estoque de armas químicas do mundo e a oposição teme que o governo as use caso fique sem opções na guerra.[163] Em agosto, os Estados unidos alertou que se o regime baathista usasse armas químicas seria "o limite" e se ele fosse cruzado haveria "enormes conseqüências".[164] Similarmente, a França e o Reino Unido alertou as conseqüências do uso desse tipo de armamento, com o governo francês alertando que havaria uma "maciça e fervorosa".[165]
Em setembro de 2012, os militares sírios começaram a mover seu arsenal químico de Damasco para a cidade de Tartus.[166] No mesmo mês, foi reportado que as forças de segurança do regime haviam voltado a realizar testes em uma base militar na periferia de Alepo.[167] No dia 28 de setembro, o secretário de defesa americano, Leon Panetta, disse que o governo sírio mudou o local de estoque de suar armas químicas e biológicas para um "lugar mais seguro", já que as principais bases e cidades do país já estavam sob ataque das forças da oposição.[168] Em 8 de dezembro, foi relatado que o grupo jihadista, a frente al-Nusra, capturou vários estoques de armas químicas em um depósito em Alepo.[169] Este fato veio acompanhado de informações de que agentes da CIA, a agência de inteligência americana, estaria treinando os rebeldes a lidarem com armas químicas, mas o fato não foi confirmado.[170]
Em 15 de janeiro de 2013, a agência de noticias The Cable reportou que o governo sírio teria usado armas químicas em contra áreas controladas por combatentes rebeldes em Homs em dezembro de 2012. Segundo informações, as vítimas nos hospitais da região mostravam sintomas de exposição a um gás denominado Agente 15, um incapacitador level CX.[171] Contudo, a Casa Branca, sede do governo americano, teria dito que "as informações que receberam as armas químicas usadas nesses ataques reportados pela imprensa não seriam consistentes com o inventário que eles tinha dos estoques atualmente ativos na Síria".[172]
Em 19 de março de 2013, o governo sírio e as forças rebeldes acusaram um ao outro de usarem armas químicas pesadas durante um confronto no centro de Alepo, onde uma grande batalha esta sendo travada.[173][174] A televisão estatal síria e o governo russo acusaram veementemente as forças da oposição pelo ocorrido.[173][174] Segundo informações locais, entre 15 e 40 pessoas morreram no suposto ataque, dentre elas 16 soldados do Exército Sírio.[175][173] Um fotógrafo da agência de notícias Reuters disse que o gás usado no ataque tinha "forte cheiro de cloro" e que as vítimas teriam morrido sufocadas.[173] Já os rebeldes disseram que o agente químico foi liberado por um míssel Scud, lançado por uma posição controlada pelo exército sírio.[173][176] De acordo com um porta-voz do Exército Livre da Síria, o ataque aconteceu em uma área sob controle de forças da oposição.[177][174] Porém, segundo autoridades americanas, não haveria provas que o ataque químico de fato aconteceu e que era provavel que o incidente foi inventado, por algum dos lados, para fins de propaganda.[174] A CIA também falou que os rebeldes ainda não tem a capacidade técnica e logística de lançar um ataque químico daquela magnitude.[174][178][174]
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