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A editar Cavalaria do Brasil

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[[Ficheiro:UEB Cavalaria 1914.png|miniaturadaimagem|Cavalaria em 1914|esquerda]]
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Os lanceiros ainda foram importantes na [[Revolução Federalista]] (1893–1895), mas naquela década já podiam ser facilmente atingidos a longa distância. O uso da lança foi mínimo nas décadas seguintes,{{Sfn|Castro|1994}} embora as armas de fogo só tenham sido formalmente adotadas para todos os soldados em 1917.{{Sfn|Castro, s/d}} Os regimentos de cavalaria neste conflito não eram não só do Exército, como também da [[Brigada Militar do Rio Grande do Sul]], pois o [[federalismo]] da [[Primeira República Brasileira|Primeira República]] (1889–1930) dava margem aos estados para constituir “[[Pequenos exércitos estaduais|pequenos exércitos]]” a partir de seus corpos policiais.{{Sfn|Karnikowski|2010|pp=101-102}} A Brigada Militar também tinha [[Corpos Auxiliares|Corpos Provisórios]], tropas irregulares compostas basicamente de cavalaria.{{Sfn|Karnikowski|2010|pp=125-126}} Na [[Força Pública de São Paulo]], o Regimento de Cavalaria era uma das unidades mais tradicionais.{{Sfn|Carvalho|2011|pp=188-189}}
Os lanceiros ainda foram importantes na [[Revolução Federalista]] (1893–1895), mas naquela década já podiam ser facilmente atingidos a longa distância. O uso da lança foi mínimo nas décadas seguintes.{{Sfn|Castro|1994}} Os regimentos de cavalaria neste conflito não eram não só do Exército, como também da [[Brigada Militar do Rio Grande do Sul]], pois o [[federalismo]] da [[Primeira República Brasileira|Primeira República]] (1889–1930) dava margem aos estados para constituir “[[Pequenos exércitos estaduais|pequenos exércitos]]” a partir de seus corpos policiais.{{Sfn|Karnikowski|2010|pp=101-102}} A Brigada Militar também tinha [[Corpos Auxiliares|Corpos Provisórios]], tropas irregulares compostas basicamente de cavalaria.{{Sfn|Karnikowski|2010|pp=125-126}} Na [[Força Pública de São Paulo]], o Regimento de Cavalaria era uma das unidades mais tradicionais.{{Sfn|Carvalho|2011|pp=188-189}}


No Exército, a preferência gaúcha pela cavalaria permanecia na Escola Militar do Realengo, antecessora da AMAN, onde os oficiais eram formados após 1913. Os cadetes com notas melhores escolhiam sua Arma ao final do 2.º ano. A Cavalaria era a terceira mais disputada, atrás da Artilharia e da Engenharia (em ordem crescente). A Infantaria tipicamente ficava com os alunos de nota menor.{{Sfn|Lira Neto|2004|loc="Cabeça de papel"}} Muitos cadetes nordestinos juntaram-se aos gaúchos durante a direção de [[José Pessoa]] (1930–1934), um cavalariano da [[Paraíba]].{{Sfn|Roesler|2021|p=395}}
No Exército, a preferência gaúcha pela cavalaria permanecia na Escola Militar do Realengo, antecessora da AMAN, onde os oficiais eram formados após 1913. Os cadetes com notas melhores escolhiam sua Arma ao final do 2.º ano. A Cavalaria era a terceira mais disputada, atrás da Artilharia e da Engenharia (em ordem crescente). A Infantaria tipicamente ficava com os alunos de nota menor.{{Sfn|Lira Neto|2004|loc="Cabeça de papel"}} Muitos cadetes nordestinos juntaram-se aos gaúchos durante a direção de [[José Pessoa]] (1930–1934), um cavalariano da [[Paraíba]].{{Sfn|Roesler|2021|p=395}}


Em 1910 um decreto presidencial previu uma Escola de [[Veterinária]] e um Quadro de Veterinários no Corpo de Saúde do Exército, respondendo assim à insalubridade observada nas campanhas ao longo do século anterior.{{Sfn|Camoleze|2019}} À época da gestão de [[Pandiá Calógeras]] no Ministério da Guerra (1919–1922), as deficiências materiais do Exército eram sentidas também na cavalaria. Muitos soldados eram ocupados com a criação, reprodução e tratamento dos equinos em detrimento da instrução, tornando os grandes exercícios em campo raríssimos. Com a alta taxa de perda de cavalos numa guerra, o ministro especulava que em quinze dias a cavalaria estaria combatendo a pé.{{Sfn|Pereira|Almeida|2022|pp=318-319}}
O Exército chegou a a adquirir a lança Ehrardt em 1908, e só adotou as armas de fogo para a tropa inteira em 1917.{{Sfn|Castro, s/d}} Em 1910 um decreto presidencial previu uma Escola de [[Veterinária]] e um Quadro de Veterinários no Corpo de Saúde do Exército, respondendo assim à insalubridade observada nas campanhas ao longo do século anterior.{{Sfn|Camoleze|2019}} À época da gestão de [[Pandiá Calógeras]] no Ministério da Guerra (1919–1922), as deficiências materiais do Exército eram sentidas também na cavalaria. Muitos soldados eram ocupados com a criação, reprodução e tratamento dos equinos em detrimento da instrução, tornando os grandes exercícios em campo raríssimos. Com a alta taxa de perda de cavalos numa guerra, o ministro especulava que em quinze dias a cavalaria estaria combatendo a pé.{{Sfn|Pereira|Almeida|2022|pp=318-319}}


O [[Coluna Relâmpago#O combate do Seival|Combate do Seival]], em 25 de novembro de 1926, teve algumas das últimas cargas de cavalaria na história brasileira. Sua derrota para posições defensivas com metralhadoras marcou o ocaso da “guerra à gaúcha”.{{Sfn|Cabeda|1992|p=87}} Ainda assim, nesse mesmo período a [[Coluna Prestes]] teve sucesso com este tipo de guerra.{{Sfn|Bento|1991|p=110}} Um dos momentos icônicos da [[Revolução de 1930]] foi quando os provisórios da Brigada Militar amarraram seus cavalos no [[Obelisco da Avenida Rio Branco (Rio de Janeiro) |obelisco da avenida Rio Branco]], no Rio de Janeiro, representando seu triunfo sobre o poder vigente na capital. O obelisco, ícone do poder central, foi reduzido a “mero palanque para amarrar os cavalos”, símbolos do Rio Grande do Sul.{{Sfn|Bruinelli|2012|pp=505-508}}{{Sfn|Karnikowski|2010|p=210}}
O [[Coluna Relâmpago#O combate do Seival|Combate do Seival]], em 25 de novembro de 1926, teve algumas das últimas cargas de cavalaria na história brasileira. Sua derrota para posições defensivas com metralhadoras marcou o ocaso da “guerra à gaúcha”.{{Sfn|Cabeda|1992|p=87}} Ainda assim, nesse mesmo período a [[Coluna Prestes]] teve sucesso com este tipo de guerra.{{Sfn|Bento|1991|p=110}} Um dos momentos icônicos da [[Revolução de 1930]] foi quando os provisórios da Brigada Militar amarraram seus cavalos no [[Obelisco da Avenida Rio Branco (Rio de Janeiro) |obelisco da avenida Rio Branco]], no Rio de Janeiro, representando seu triunfo sobre o poder vigente na capital. O obelisco, ícone do poder central, foi reduzido a “mero palanque para amarrar os cavalos”, símbolos do Rio Grande do Sul.{{Sfn|Bruinelli|2012|pp=505-508}}{{Sfn|Karnikowski|2010|p=210}}

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