Alsácia: diferenças entre revisões
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Após a Primeira Guerra Mundial, os habitantes que tinham vindo de outras partes da Alemanha foram expulsos. A identidade germânica foi reprimida com uma política sistemática de proibição do uso do alemão e de seus dialetos, e a obrigação do uso do francês como língua vernacular. Isso humilhou os alemães, trazendo o revanchismo da II Guerra Mundial. Curiosamente, a região não foi obrigada e reconhecer as leis promulgadas na França entre [[1870]] e [[1918]], tais como a lei de separação entre a Igreja e o Estado. |
Após a Primeira Guerra Mundial, os habitantes que tinham vindo de outras partes da Alemanha foram expulsos. A identidade germânica foi reprimida com uma política sistemática de proibição do uso do alemão e de seus dialetos, e a obrigação do uso do francês como língua vernacular. Isso humilhou os alemães, trazendo o revanchismo da II Guerra Mundial. Curiosamente, a região não foi obrigada e reconhecer as leis promulgadas na França entre [[1870]] e [[1918]], tais como a lei de separação entre a Igreja e o Estado. |
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A região foi anexada pela Alemanha durante a [[Segunda Guerra Mundial]]. A Alsácia foi absorvida pela região alemã do [[Baden]], e a Lorena pela do [[Saarland]] (''Sarre''). Note-se o estatuto diferente da situação do resto da França, que foi ocupada pela Alemanha. Com isso, os alsacianos foram obrigados a se alistar nas forças armadas alemãs, como qualquer cidadão alemão. Muitos alsacianos foram enviados à [[Frente russa]], a fim de distanciá-los da região natal e coibir as tentativas de deserção. Muitos desertaram, e suas famílias sofreram as consequências. |
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A região trocou de mãos novamente em [[1944]], voltando ao domínio francês, que restaurou a velha política de repressão do período entre-guerras. Por exemplo, de [[1945]] a [[1984]] o uso da língua alemã em jornais era restrito a um máximo de 25%. Nos últimos anos, com a diluição da consciência nacionalista, a liberdade cultural foi gradualmente restabelecida. |
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Os [[dialeto]]s [[Língua alemã|alemães]] locais são o [[Língua alsaciana|alsaciano]] e o [[frâncico]]. Apesar de que ambos possam ser distinguidos em francês (''"alsacien"'' e ''"francique"''), tende-se a se referir a ambos como alsaciano. Nenhum dos dois tem um estatuto oficial, apesar de ambos serem reconhecidos como [[línguas da França]]. |
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Quando a Alsácia estava sob controle alemão de [[378]] a [[1648]], de [[1871]] a [[1919]] e de [[1940]] a [[1944]], o uso da [[língua alemã]] era obrigatório. |
Revisão das 19h35min de 29 de maio de 2014
Alsace Alsácia | |
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Bandeira | |
Brasão | |
Informações | |
Capital | Estrasburgo |
Arrondissements | 13 |
Cantões | 75 |
Comunas | 903 |
Dados Estatísticos | |
Área | 8 280 km² |
População | 1 734 145 hab. |
Densidade populacional | 209,4 hab./km² |
Dados políticos | |
Presidente do conselho regional | Philippe Richert (UMP) |
Departamentos | |
Bas-Rhin (Baixo Reno) (67) Haut-Rhin (Alto Reno) (68) | |
Localização da Região de Alsácia na França | |
A Alsácia (em francês: Alsace, em alemão: Elsass) é uma região administrativa da França, localizada a leste do país, junto às fronteiras alemã e suíça. Sua capital e maior cidade é Estrasburgo[1].
Geografia
A Alsácia tem uma superfície de 8 280 km², sendo a menor região da França metropolitana. Seu comprimento é de aproximadamente quatro vezes sua largura, estendendo-se sobre uma planície entre o rio Reno a leste e as montanhas dos Vosges a oeste.
Ela engloba os departamentos (départements) do Haut-Rhin (Alto Reno), ao sul, e Bas-Rhin (Baixo Reno), ao norte . Tem fronteiras com a Alemanha ao norte e ao leste, com a Suíça e a região francesa de Franche-Comté ao sul e com a região francesa da Lorena (Lorraine) ao oeste.
Possui diversas florestas, principalmente nos Vosges e no Bas-Rhin (floresta de Haguenau). Diversos vales também embelezam a região. Seu ponto culminante é o Grand Ballon, ou Ballon de Guebwiller no Haut-Rhin, que culmina a 1424 m.
A Alsácia tem um clima subcontinental com invernos frios e secos e verões quentes. Há pouca precipitação pluviométrica devido à proteção dos Vosges a oeste. A cidade de Colmar tem um microclima ensolarado: é a segunda cidade mais seca da França (depois de Perpignan), com uma precipitação anual de somente 550 mm, tornando-a ideal para o vinho da Alsácia (vin d'Alsace).
Principais cidades
As maiores cidades são (> 20 000 habitantes (1999)):
- Estrasburgo (264 115)
- Mulhouse (110 359)
- Colmar (65 136)
- Haguenau (32 242)
- Schiltigheim (30 841)
- Illkirch-Graffenstaden (23 815)
História
Em tempos pré-históricos, a Alsácia era habitada por tribos nômades de caçadores, mas por volta de 1500 a.C. os Celtas começaram a se estabelecer na região, desmatando e cultivando a terra. Por volta de 58 a.C., os romanos invadiram e estabeleceram a Alsácia como um centro de viticultura. Para proteger esta atividade valiosa, os romanos construíram fortificações e campos militares que se transformaram em diversas comunidades que têm sido habitadas sem interrupção até hoje.
Com o declínio do Império Romano, a Alsácia tornou-se um território controlado pelos Alamanos, um povo agrícola cuja língua formou as bases do moderno dialeto alsaciano. Os Francos expulsaram os Alamanos da região durante o século V, e a Alsácia tornou-se então parte do Reino da Austrásia. A Alsácia permaneceu sob controle franco até que o reino franco fosse dissolvido oficialmente em 843, com o Tratado de Verdun.
A Alsácia tornou-se então parte do Sacro Império Romano-Germânico e ficou sob a administração dos Habsburgos da Áustria até que fosse cedida à França no término da Guerra dos Trinta Anos em 1648. Enquanto isso, a Alsácia usufruiu de uma grande prosperidade durante o século XII e o século XIII, sob a administração dos Hohenstaufen, mas essa prosperidade teve fim no século XIV com uma série de invernos rigorosos, péssimas colheitas e a Peste bubônica. As dificuldades foram atribuídas aos judeus, levando aos pogroms terríveis de 1336 e 1339. Durante o Renascimento, a prosperidade retornou à Alsácia sob a administração dos Habsburgos.
A Alsácia, junto com a Lorena, foi durante séculos objeto de disputas e guerras entre a Alemanha e a França. A Alsácia e a Lorena foram anexadas pela França sob a administração de Louis XIV de França. Desde 500, a área foi povoada principalmente por uma população de origem e língua germânicas, que lutou contra a imposição da língua e costumes franceses (mostrando que esse território é essencialmente germânico). As duas regiões foram reunificadas à Alemanha após a Guerra Franco-Prussiana de 1870, causando a emigração (estimada) de 50000 pessoas (de um total de 1 milhão) para a França, e a Alsácia permaneceu parte da Alemanha até o final da Primeira Guerra Mundial, quando a Alemanha a cedeu de volta à França no Tratado de Versalhes. Alguns, no entanto, como o presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson, acreditavam que a região deveria ser independente e autônoma, pois sua Constituição definia que estava sujeita unicamente à autoridade do Kaiser, e não do Estado Alemão (muitos alsacianos defendiam a anexação ao Império Alemão que na época havia se tornado uma república).
Após a Primeira Guerra Mundial, os habitantes que tinham vindo de outras partes da Alemanha foram expulsos. A identidade germânica foi reprimida com uma política sistemática de proibição do uso do alemão e de seus dialetos, e a obrigação do uso do francês como língua vernacular. Isso humilhou os alemães, trazendo o revanchismo da II Guerra Mundial. Curiosamente, a região não foi obrigada e reconhecer as leis promulgadas na França entre 1870 e 1918, tais como a lei de separação entre a Igreja e o Estado.
A região foi anexada pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. A Alsácia foi absorvida pela região alemã do Baden, e a Lorena pela do Saarland (Sarre). Note-se o estatuto diferente da situação do resto da França, que foi ocupada pela Alemanha. Com isso, os alsacianos foram obrigados a se alistar nas forças armadas alemãs, como qualquer cidadão alemão. Muitos alsacianos foram enviados à Frente russa, a fim de distanciá-los da região natal e coibir as tentativas de deserção. Muitos desertaram, e suas famílias sofreram as consequências.
A região trocou de mãos novamente em 1944, voltando ao domínio francês, que restaurou a velha política de repressão do período entre-guerras. Por exemplo, de 1945 a 1984 o uso da língua alemã em jornais era restrito a um máximo de 25%. Nos últimos anos, com a diluição da consciência nacionalista, a liberdade cultural foi gradualmente restabelecida.
Datas importantes
- 842 : os Juramentos de Estrasburgo, pronunciados por Carlos o Calvo (Charles le Chauve) e Luís o Germânico (Louis le Germanique) contra o irmão mais velho deles, Lotário (Lothaire).
- 855 : A Alsácia faz parte do Sacro Império Romano-Germânico.
- 1354 : Fundação da Decápole, uma liga de dez cidades livres da Alsácia.
- 1648 : o Tratado de Vestfália (ou Westfalen) dá a Alsácia ao reino da França.
- 1790 : a Alsácia é dividida em dois départements : Bas-Rhin e Haut-Rhin.
- 1871 : pelo Tratado de Frankfurt, o Império Alemão anexa a Alsácia, com exceção dos arredores de Belfort, assim como uma parte da Lorena.
- 1911 (31 de maio) : adoção da constituição alsaciana.
- 1918 (22 de novembro) : as tropas francesas tomam Estrasburgo.
- 1919 : o Tratado de Versalhes restitui a Alsácia à França.
- 1940-1944 : durante a ocupação alemã, a Alsácia é anexada ao Reich alemão.
- 1944 (23 de novembro): as tropas francesas do general Leclerc liberam Estrasburgo.
Política
A Alsácia é uma das regiões mais conservadoras da França. Foi uma das duas regiões da França metropolitana onde a direita ganhou as eleições regionais de 2004, controlando assim o Conselho Regional da Alsácia (conseil régional d'Alsace). O presidente do Conselho Regional é Philippe Richert, membro do partido governamental Union pour un mouvement populaire (União para um Movimento Popular), ou UMP.
Economia
Segundo o Institut National de la Statistique et des Études Économiques (INSEE), a Alsácia teve um PIB de 44,3 bilhões de Euros em 2002 (3% do PIB francês). Com um PIB per capita de 24 804 Euros, é a segunda região mais rica da França, com a Île-de-France em primeiro lugar. 68% dos empregos são no setor de serviços (terciário) e 25% na indústria (secundário), fazendo da Alsácia uma das regiões francesas mais industrializadas.
Demografia
A população alsaciana era de 1 734 145 habitantes em 1999. Tem crescido regularmente ao longo dos anos, exceto em tempos de guerra, tanto por crescimento natural como pela imigração. Este crescimento acelerou-se no final do século XX. O INSEE estima que a população alsaciana crescerá de 12,9% a 19,5% entre 1999 e 2030.
Com uma densidade de 209 hab./km², a Alsácia é a terceira região mais densamente povoada na França metropolitana. A população tem, na maior parte, origem germânica (a língua alemã foi proibida depois da I Guerra Mundial e o dialeto alemão da Alsácia possui poucos falantes).
Cultura
Historicamente, a região passou da França para a Alemanha diversas vezes, resultando em uma rica mistura cultural. Além disso, era ponto de passagem para os deslocamentos humanos desde antes da Idade Média, tendo recebido inúmeras contribuições culturais.
Língua
Os dialetos alemães locais são o alsaciano e o frâncico. Apesar de que ambos possam ser distinguidos em francês ("alsacien" e "francique"), tende-se a se referir a ambos como alsaciano. Nenhum dos dois tem um estatuto oficial, apesar de ambos serem reconhecidos como línguas da França.
Quando a Alsácia estava sob controle alemão de 378 a 1648, de 1871 a 1919 e de 1940 a 1944, o uso da língua alemã era obrigatório.
Desde 1992, com o intuito de preservar a língua alsaciana, existem classes bilíngues paritárias na Alsácia, onde o ensino é dado em língua alemã (50%) e em língua francesa (50%). Atualmente, elas representam aproximadamente 5 % dos estudantes. No segundo grau (colegial), os alunos podem passar um diploma chamado Abibac, mistura do Abitur alemão e do Baccalauréat francês. O alsaciano pode ser falado no jardim de infância e pode ser ensinado ou falado na escola primária. No entanto, a parte escrita é feita em língua alemã, considerando que esta é a versão escrita comum do conjunto de dialetos alsacianos.
Também são comuns apresentações teatrais em alsaciano.
Culinária
A cozinha alsaciana, fortemente influenciada pela tradição culinária alemã, caracteriza-se pelo uso do porco em vários pratos. A lista de pratos tradicionais inclui baeckeoffe, tartes flambées (flammekueche), choucroute, e fleischnacka. O sul da Alsácia, também chamado Sundgau, é famoso pela sua carpe frite (carpa frita).
As festividades de fim de ano, contrariamente ao resto da França, envolvem a produção de uma grande variedade de biscoitos e pequenos bolos chamados brédalas, assim como de pain d'épice (algo parecido com o pão de mel brasileiro), que são distribuídos às crianças desde a festa de Saint Nicolas (São Nicolau).
Região vinícola por excelência, seus vinhos são principalmente brancos (a exceção é o Pinot Noir), tendo uma grande influência germânica e sendo chamados vins d'Alsace. A Alsácia produz alguns dos mais notáveis Rieslings secos do mundo, e é a única região da França a dar o nome da cepagem ao vinho.
A Alsácia é também a maior produtora de cerveja da França, graças principalmente às cervejarias na região de Estrasburgo. Entre elas, podemos citar as de Kronenbourg, Fischer, Heineken, Météor e Kanterbräu. O Schnapps (aguardente) também é produzido na Alsácia, mas está em declínio porque as destilarias domésticas são menos comuns hoje em dia, e também porque o consumo de bebidas tradicionais, a forte teor alcoólico, diminui drasticamente.
Além disso, a Alsácia também é conhecida por seus sucos de fruta e suas águas minerais.
Veja também: Vinho da Alsácia
Símbolo
O símbolo da Alsácia é a cegonha, pássaro que, segundo as histórias contadas às crianças, trazia os bebês às famílias. Quase extinta na região há vinte anos, ela foi reintroduzida e começa a repovoar os telhados das igrejas e o céu da Alsácia. As cegonhas reintroduzidas sedentarizaram-se e não migram mais.
Turismo
Principais pontos turísticos
- Estrasburgo
- Colmar
- Ribeauvillé
- Riquewihr
- Kaysersberg
- Eguisheim
- Convento do Monte Sainte Odile, perto de Obernai
- Castelo de Haut-Königsbourg, perto de Sélestat
- Museu Nacional do Automóvel, em Mulhouse
Alsacianos Célebres
Nativos
- Bruno d'Éguisheim-Dagsbourg, tornou-se papa Leão IX (1002-1054)
- Johann Geiler von Kaysersberg (1445-1511)
- Sébastien Brant (1458-1521)
- Martin Bucer (1491-1551)
- Robert de Cotte (1656-1735)
- Charles François Hannong (1669-1739)
- François-Christophe Kellermann (1735-1820), marechal
- Frédéric de Dietrich (1748-1793)
- Jean-Baptiste Kléber (1753-1800), marechal
- Jacques Sturm (1803-1855)
- Théodore Deck (1823-1891)
- Gustave Doré (1832-1883), pintor
- Frédéric Auguste Bartholdi (1834-1904)
- Émile Durkhein (1858 - 1917)
- Alfred Dreyfus (1859-1935)
- Gustave Stoskopf (1869-1944)
- Jean-Jacques Waltz, mais conhecido como Hansi (1873-1951), artista
- Albert Schweitzer (1875-1965), Prêmio Nobel da Paz em 1952
- Jean Arp (1887-1966), artista
- Alfred Kastler (1902-1984), físico, Prêmio Nobel de Física em 1966
- William Wyler (1902-1981), cineasta
- Pierre Pflimlin (1907-2000), presidente do Conselho e do Parlamento europeu
- Tomi Ungerer (1931-), artista
- Thomas Voeckler (1979-), corredor ciclista
- Jean-Marc Savelli (1955-), pianista virtuoso da Música clássica
- Bernard Genghini (1958 -), ex-futebolista da Seleção Francesa
- Raymond Kaelbel (1932-2007), ex-futebolista da Seleção Francesa
- Arsène Wenger (1949-), ex-futebolista e célebre técnico do Arsenal, da Inglaterra
"Adotados"
- Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)
- Johannes Gutenberg (1400-1468) (de 1439 a 1444)
- Joseph Massol (1757-1833)
- Rohan de Soubise (1717-1756)
- Maréchal de Saxe (1696-1750)
- Sébastien Le Prestre de Vauban (1633-1707)
- Rouget de l'Isle (1760-1836)
- Ettore Bugatti (1881-1947)
Ligações externas
- Site oficial da Alsácia (em Inglês, Francês e Alemão)
- Alsace.net: Diretório de Websites alsacianos (em Francês)