corretor e da sua comparação do 2 + 2 = 4. Fingi que era minha a imagem e arrisquei :
— Dois mais dois egual a quatro.
O professor Benson entreparou, com a physionomia radiante. Em seguida estendeu-me a mão.
— Meus parabens! Vejo que o senhor Ayrton é muito mais intelligente do que suppuz a principio. Nessa imagem está toda a minha philosophia. 2+2 significa o presente ; 4 significa o futuro. Mas, desde que escrevemos o presente 2+2, o futuro 4 já está predeterminado antes que a mão o transforme em presente, lançando-o ao papel. Aqui porém, são tão simples os elementos que o cerebro humano, por si mesmo, ao escrever o 2 + 2, vê immediatamente o futuro 4. Já num caso, mais complexo, onde em vez de 2 + 2 temos, por exemplo, a Bastilha, Luiz 16, Danton, Robespierre, Marat, o clima de França, o odio da Inglaterra alem Mancha, a herança gauleza combinada com a herança romana, bilhão de factores, em summa, que faziam a França de 89, embora tudo isso predeterminasse o quatro Napoleão, esse futuro não poderia ser previsto por nenhum cerebro em virtude da fraqueza do cerebro humano. Pois bem : eu descobri o meio de predeterminar esse futuro — e vel-o!
— Mas é assombroso, professor ! E' a mais espantosa descoberta de todos os tempos !