A resiliência do Sistema Único de Saúde não está (somente) nas respostas aos desastres
DOI:
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2024058005731Palavras-chave:
Gestão em Saúde, Políticas de Saúde, Sistemas de SaúdeResumo
O enfrentamento da recente pandemia da covid-19 mostrou que o Sistema Único de Saúde (SUS) precisa aprimorar sua resiliência para lidar com o rápido alastramento de enfermidades transmissíveis sem deixar de garantir o cuidado necessário a uma população envelhecida, com comorbidades e em situação vulnerável. Este artigo identifica, analisa e discute aspectos críticos da resiliência do SUS, colocando em xeque o foco prevalente sobre a robustez e o volume dos recursos mobilizados emergencialmente na deflagração de grandes desastres. Recentes estudos demonstram que as habilidades que favorecem a adaptação a situações inesperadas emergem a partir do funcionamento cotidiano das organizações. Restringir a discussão ao simples dimensionamento das estruturas para reagir aos eventos adversos tem o efeito de engessar o seu potencial, inibindo o afloramento de habilidades transformadoras, adaptativas, de antecipação e de aprendizado necessárias para o desenvolvimento sustentável da resiliência.
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