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Language:
Português brasileiro
Stats:
Published:
2024-09-16
Updated:
2024-09-16
Words:
4,760
Chapters:
1/?
Comments:
1
Kudos:
5
Hits:
113

The Third Faction

Summary:

No começo de todo esse conflito entre os Autobots e os Decepticons, existia uma terceira facção, os Pacitrons, que tinham como objetivo impedir que uma guerra se iniciasse.
Por terem membros importantes para ambos os lados, foi feito um acordo que garantiria a paz, enquanto tal instituição ainda existisse. Durante uma revolta em uma mina de energon de Iacon, conhecida como A Grande Revolta Mineradora, ou como O Sepultamento da Paz, a líder dos Pacitrons foi morta por um dos oficiais chamados para conter o tumulto. Como aquele soldado apoiava os Autobots abertamente, e a femme que foi abatida tinha ligações notáveis com o líder Decepticon, o assassinato foi interpretado como uma declaração de guerra, e assim foi feito, Megatron declarou guerra aos Autobots.
Desde então, acreditam que os Pacitrons se dissolveram, e cada um seguiu seu caminho, dizem que alguns se juntaram aos Decepticons, até mesmo consideraram suicídio coletivo. Os mais jovens acham que eles eram apenas uma lenda urbana.
Mas tudo isso não são nada mais que boatos, fofocas infundadas.
A verdade é, eles continuam existindo, só estão separados, escondidos, sobrevivendo da maneira que podem, mas sem perder o contato uns com os outros.

Chapter 1: Primeiro dia de férias

Chapter Text

Sexta-feira, em torno das três e meia da tarde, em outras palavras, o último dia de aula antes das férias de verão.

As crianças e adolescentes saem alegres e saltitantes das escolas, agora que tinham 3 meses para fazerem o que quiserem.

Apesar de toda essa euforia, dois pré-adolescentes passavam despercebidos, caminhando tranquilamente em meio a tanta animação. Eles não estavam tristes, só não sentiam necessidade de correr e gritar, queriam apenas voltar às suas casas, e descansar.

Esses eram Rafael Esquivel e Angelynn Quantum, ou como se conheceram na internet, Raf-E e Lynn.

 

 

 

–E então, Raf? Tem algo planejado pras férias, além de ficar o dia todo mexendo no computador? -Perguntou a menina, sorrindo para seu amigo.

–Acho que não... -Respondeu, pensativo.

–Hehehe! Isso significa que eu vou poder te ligar a hora que eu quiser, pra gente jogar?

–Também não. Às vezes, o Jack e a Miko aparecem do nada lá em casa, falando que eu fico tempo demais na frente das telas, e me obrigam a sair um pouco. É meio chato, mas eles querem o meu bem, né?

–Ah, eu acho que sim, sei lá! Eu nunca cheguei a conhecer eles!

–Méh, tanto faz. Seu pai tá vindo te buscar?

–Ahãm! E você? Aquele seu amigo misterioso que dirige um Urbana 500 amarelo vem te buscar?

–Sim. Ele faz parte do clube de computação, e aproveita que a escola fica bem no meio do caminho, pra vir me buscar.

–Entendi. Eu queria poder me inscrever pra esse clube, mas meus pais são meio super protetores, principalmente o pai Sari! O pai Arian é bem mais flexível com os horários, mas eu acho que até ele não me deixaria participar!

–Uh... O clube tá meio cheio, não sei nem se tem vaga pra mais alguém!

–Minha situação só se complica mais...

–Hehehehe! Ah, olha alí! Seu pai chegou! –Falou o rapaz, apontando para um carro robusto, de cor azul petróleo com detalhes cinza.

–Certo, tchau Raf! Te ligo mais tarde, tá?

–Tá bem! Tchau Lynn!

 

 

 

Depois de se despedir de seu amigo, a jovem corre para o carro, e se senta no banco do passageiro, colocando sua mochila nos bancos de trás.

 

 

 

–E aí, pai! -Riu, fechando a porta do carro e colocando o cinto de segurança.

–Tudo bem, minha querida? Como foi seu dia hoje?

–Foi bem tranquilo! Eu acho que vou jogar com o Raf mais tarde, se ele estiver em casa!

–Quem?... AH! o menino hacker dos Autobots!

–Isso, ele mesmo!

–Eu ainda não acho uma boa ideia você ser amiga desse moleque. Vai arrastar eu e seu pai de volta pra essa guerra horrorosa!

–Eu não acho que os Autobots seriam irresponsáveis o suficiente para mandar crianças humanas de volta para o campo de batalha!

–Lynn, você não conhece os Autobots como eu conheço, meu bem. E mesmo assim, você sabe muito bem que o Sari odeia os Autobots mais do que tudo, não é?

–Sim...

–Por isso, tome cuidado com o que fala sobre esse menino, e com esse menino. E tem outra, vocês se conhecem há quanto tempo? 1 mês?

–1 ano.

–JÁ!? Nossa, como o tempo voa! Enfim, eu acho melhor parar de falar dele pro Sari, pelo menos até termos certeza de que ele não está se aproximando de você à pedido dos Autobots, tá? 

–Ahãm!

–Ótimo! Agora, mudando de assunto, o que você acha da minha nova holoforma?

 

 

 

A menina se virou para analisar o homem ao seu lado.

A pele dele era bronzeada, com um subtom alaranjado, com os cabelos cinza azulados, quase brancos.

Os olhos eram cor de mel, e quando o Sol batia, brilhavam como ouro.

As roupas eram simples, sendo apenas uma regata branca, calças jeans azuis escuras, botas pretas, e um casaco azul marinho amarrado na cintura.

Por toda a extensão de seus braços, em algumas partes do pescoço, e até mesmo no rosto, tinham diversas cicatrizes, a maioria sendo de cortes, mas algumas eram maiores, visto que se tratam de cicatrizes de tiros ou explosões.

Também tinham três furos em cada orelha, uma aliança de prata no dedo anelar, e um colar com plaquetas militares, e uma insígnia.

 

 

 

–Tá bem melhor que a outra, sendo bem sincera. Cabelo branco combina mais com você!

–Eu também acho, anjinha! Fico feliz que concordamos com isso! –Disse, com sua voz se modificando momentaneamente, como se estivesse com um efeito de reverberação robótica.

–Hehehe! Eu ainda não me acostumei com o jeito que vocês falam, às vezes! 

–Nós? Mas o Sari nem se quer tem uma caixa de voz! A guerra começou antes que pudessem instalar a caixa de voz dele!!

–Ele faz montagens com os áudios das rádios! É bem inteligente, para dizer o mínimo!

–Interessante, eu ainda não vi ele fazer isso!

Normalmente, ele usa a linguagem de sinais, por ser mais fácil.

–Faz sentido. 

 

 

 

A viagem a partir daí foi silenciosa, com a menina ouvindo suas músicas, e o homem prestando atenção, tanto na estrada, quanto aos arredores.

Eles estavam fora da área do campo de força, então seria fácil, tanto para os Autobots, quanto para os Decepticons, detectá-los.

As ordens eram claras: Camuflar, Observar, e, se necessário, Eliminar. 

 

No meio do caminho, eles precisaram passar por algumas montanhas. A estrada que usavam novamente estava tendo uma fiscalização, e o homem não tinha nenhum documento. A garota até tinha sua identidade, mas os nomes de seus pais eram completamente diferentes.

Mas, para a surpresa dos dois, estava acontecendo uma luta ali, levando em conta os disparos de armas de energon que viram pelos ares, e o Vehicon que foi lançado para cima.

O homem tentou desviar, mas foram pegos pelo fogo cruzado, fazendo o carro capotar.

Logo, o homem some, e o carro se transforma em um gigantesco mech, que segurou a menina próxima de seu peitoral, e saiu rolando por alguns metros.

 

 

 

–Tudo certo, meu bem? –Perguntou, preocupado.

–Uh... Sim, eu tô legal... –Respondeu ela, recuperando seus sentidos, e abraçando fortemente a sua mochila.

–Incrível, eu tento fugir dessa guerra, e ela vem até mim! –Reclamou, abrindo uma cavidade entre duas placas metálicas, localizadas em seu peito. –Entra aí, meu bem, e se segura. Eu vou nos tirar daqui à moda antiga!

–Tá bem, mas cuidado pra não me esmagar!

–Hehehe, relaxa!

 

 

 

Logo, o transformer começou a correr, e como estava sendo travada uma implacável batalha, sua presença passou quase despercebida.

Quase.

 

Um dos transformers que estava lutando notou o outro correndo por lá, e alertou seus aliados, que recuaram da batalha, e foram atrás do mech misterioso, que corria com ambas as mãos no peitoral.

 

De repente, tudo ficou quieto, para a infelicidade do pai e de sua filha, que logo notaram sombras vindas de cima dos cânions, perseguindo eles. Também ouviram sons vindo de trás, e até por cima.

 

 

 

–São os Decepticons! Nenhum Autobot voador veio para esse planeta! –Avisou para sua filha.

–E agora?! Provavelmente vão te deixar vivo, pai, mas e eu?! 

–Não se preocupe, anjinha! Eu te protejo! – Disse, levando uma de suas mãos até a lateral de sua cabeça. –Sari, tá me ouvindo? –Um bit foi ouvido. –Os Decepticons nos detectaram! Avise a comandante, e mantenha-nos no seu radar!

 

Outro bip foi ouvido, e a mão do mech voltou ao seu peito, uma proteção extra para a menina.

 

Não demorou muito para tentarem atingi-los, e então, vários disparos foram feitos contra os dois. 

O transformer desviou da maioria, exceto de um, que os acertou em cheio, fazendo eles caírem e rolarem poucos metros, até se encurralarem em um caminho sem saída.

Ele pegou sua filha, e a escondeu atrás de uma pedra ao seu lado.

 

 

 

–Fica aí, meu amor. Eu resolvo isso. –Pediu, depois de dar um beijo na cabeça dela.

–Cuidado, papai...

 

 

 

Assim que a pequena foi escondida, o mech virou para frente, e viu alguns dos Vehicons que os perseguiam se aproximarem, juntamente com um de seus comandantes.

 

 

 

–Identifique-se! –Ordenou o comandante.

–Que tal você primeiro? Meus pais me ensinaram a não falar com estranhos! –Debochou.

–Por que eu deveria? Você nem parece valer o meu tempo!

–Se eu não valesse o seu tempo, vocês não teriam abandonado os Autobots, para virem atrás de mim!

–Hum... Justo. Eu sou Starscream, comandante dos Seekers e vice comandante dos Decepticons. Você?

–Wildbreak. Eu sou um dos neutros.

–Hum. E o que você faz aqui, nesse fim de mundo, Wildbreak?

–Fugindo. Eu cheguei aqui nesse planeta há milhões de anos, mas como vocês e os Autobots chegaram aqui, estava pensando em deixar o planeta, e tentar ir para algum outro lugar!

–Sério? Então por que não saiu ainda? Nós estamos nesse planeta há quase 5 anos.

–Sabe quanto tempo demora para construir uma nave?

–A Nêmesis foi construída em 2 meses.

–Quantos Vehicons trabalharam para construir ela? Eu estou sozinho!

–Hum, justo. –Disse, fazendo o mech a sua frente sorrir vitorioso –Mesmo assim, você vem conosco.

–O que?! Por que?!

–Ainda não estou completamente confiante nessa sua história. Era filiado a qual partido?

–Eu fui um dos membros do Partido Pacitron.

–Interessante... Sabe dizer o que aconteceu com os outros Pacitrons?

–Não, sinto muito. A ordem que recebemos, assim que a guerra começou, dizia para fugirmos, e nós protegermos!

–É sério? A Presidenta de Honra do partido de vocês era filha do Megatron, mas a verdadeira presidenta, a idealizadora do Partido Pacitron, era a filha do Optimus Prime, a Cyber Pax, e todos conheciam ela por ser mentalmente instável! Os circuitos dela eram totalmente desconfigurados! Aquela femme era completamente maluca! Eu duvido muito que ela tenha mandado vocês fugirem, sem nem mesmo pensar em um plano de vingança. E, parando pra pensar um pouco, eu me lembro de você! Você era um dos Secretários-Gerais! Você era parte do círculo interno, e foi um dos últimos a ver o corpo da Starwreck! Parece de me enrolar, e abra o bico!

–Então você realmente tem um processador funcionando, Starscream! Eu achei que você fosse bem mais estúpido, para ser sincero! Lamento, mas eu não posso falar nada!

–Elabore.

–Não posso.

–Então você vem comigo.

–E se eu não quiser?

–Não lembro de ter te dado a escolha. 

 

 

 

Assim que o Seeker terminou de falar, um Vehicon acerta a cabeça dele com um bastão eletrizado, fazendo-o desmaiar.

 

Rapidamente, os outros Vehicons chegaram, juntamente com Soundwave.

O mech escuro vira para o Seeker, e mostra um ponto de interrogação em seu visor.

 

 

 

–Ele disse que se chama Wildbreak, e tentou me enrolar, mentido que era um neutro, mas eu me lembrei que ele era um dos Secretários-Gerais do Partido Pacitron. Disse que veio pra cá há milhões de anos, e agora que nós e os Autobots viemos pra cá, ele iria pra outro planeta. Só não foi ainda, por que demora pra construir uma nave interestelar sozinho. Ele provavelmente sabe o que houve com o corpo da Starwreck, assim como eu aposto que ele tem mais informações cruciais, mas ele se recusa a falar.

*O que faremos?* –Perguntou, com uma gravação de áudio do mesmo que está a sua frente.

–Mandei que o Topaz desmaiar ele, e vamos levá-lo para o Shockwave. Se quiser, vasculhe a área, pode ser que ache a base dele, fique à vontade. –Respondeu o vice comandante. –Poderia abrir uma ponte terrestre para a Nêmesis, por favor?

 

 

 

Como pedido, Soundwave abre a ponte para que Starscream e seu esquadrão voltassem à nave-mãe Decepticon, com seu prisioneiro.

O Oficial de Comunicações estava indo em direção ao canto onde o mech capturado estava, mas logo foi chamado por Megatron, chamando-o para alguma missão mais importante que essa.

Ele se vira para um Vehicon Aéreo um pouco menor que os outros, que estava ao seu lado.

 

 

 

*Você* –Apontou para o pequeno mech –*Vasculhe a área*, *ache a base dele* –Ordenou, com a voz do Líder dos Seekers.

–Sim senhor! –Respondeu, batendo continência.

 

 

 

Dada a ordem, Soundwave também entra na ponte terrestre, e deixa-o lá, sozinho.

Ele começou a vasculhar o lugar, indo justamente na direção da garota, que entrava em pânico à medida que o Vehicon se aproximava.

Logo, ele chega na pedra em que a menina se escondia.

Os dois ficam se encarando por alguns segundos.

 

 

 

–E quem seria você? –Perguntou, pegando ela com sua mão esquerda, e erguendo-a a altura de seu rosto.

–... –Ela estava apavorada, lacrimejando, sem fazer qualquer som, nem mesmo choramingar.

–E aí? Fala criatura, eu não vou te machucar!

–...

–Você estava com aquele cara grandão, não é?

–...

–Eu apostaria que vocês estavam vindo da sua escola, né? A mochila meio que entrega! Tínhamos algo parecido em Cybertron, mas como o nosso planeta foi quase completamente destruído, não acho que nenhuma delas restou. É uma pena, eu nem se quer cheguei a completar meus ensinos, acredita?

–... Ãn?...

–É! Eu devo ter entre 15 e 17 anos humanos! Não viu o quão menor eu sou, comparado aos outros? O próprio Topaz, que o Comandante Starscream mencionou, tem uns 3 metros a mais que eu! 

–Hum...

–Olha só, eu me chamo Emerald, sou natural de Vos, e minha mãe era Vehicon, enquanto minha outra mãe era Seeker! E você?

–... M-Meu... Meu nome é Angelynn... Sou imigrante da Coréia do Sul, filha de uma sul-coreana e um espanhol... Tenho 12 anos...

–Olha só! Temos quase a mesma idade! –Sorriu ele, erguendo mais ainda a menina. –Você estava com o Pacitron, né? O nome dele era Wildbreak?

–Ahãm... 

–Vai me dizer o que vocês realmente estavam fazendo aqui?

–... Voltando da escola...

–Eu acertei! Hehehe! –Riu, voltando a garota para a altura de seu rosto. –Me diz, ele ia realmente sair do planeta?

–... Não posso responder...

–Aaahh! Vai ser a mesma ladainha?

–...

–E voltamos à estaca zero... –Reclamou, olhando para cima, mas logo voltando o seu olhar para ela. –Pode me dizer, não vou contar pra ninguém!

–Mentira...

–Não é mentira!

–É mentira sim!

–Nuh-uh!

–Ãh-hãm!

–Prometo que não vou!

–Eu não confio!

–Então tá. Mudando de assunto, me diz, moram só vocês dois, ou tem mais alguém?

–...

–Nem isso você vai me dizer?

–Nuh-uh...

–AH! –Gritou. –Que raiva!

–...

–Fala alguma coisa, fedelha!

–... 

–Tá. Qual a sua relação com aquele mech que nós capturamos.

–Pai...

–O que isso?

–... Ele é meu sire!... –Respondeu ela, mas em outro idioma.

–WOW! Você sabe falar cybertrônico?! –Surpreendeu-se, aproximando a garota ao seu rosto. –Quem diria que você fosse tão inteligente, bolinha de carne?

–…Não me chame de bola de carne. Gostaria que eu te chamasse de pilha de sucata? –Brigou, no mesmo idioma de antes.

–Justo. –Terminou, ainda no dialeto alienígena.

–Hum!

–Olha, por você saber cybertrônico, eu vou ter que te levar sob custódia. Não acho que o Senhor Soundwave, o Comandante Starscream, ou o Lorde Megatron, gostariam de ter uma humana fluente no nosso idioma vagando por aí!

–Não tem como deixar passar, só dessa vez, Eme?

–Eme?

–Você não se chama Emerald? É um apelido!

–Eme… Eu até que gostei! Posso te chamar de Angel?

–Só se você me deixar ir embora!

–Não vai dar, fofa, sinto muito!

–Então você pode me entregar pro meu sire? Eu não vou estar por aí, e não corro risco de ser esmagada pelo Lorde Megatron.

–Hum… Tá, eu acho que posso fazer isso, mas você precisa ficar quietinha até que eu te entregue pro Wildbreak, ouviu?! Se qualquer um descobrir que eu estou te ajudando, eu viro peça de reposição!

–Fechado! Muito obrigada, Eme!

–Disponha, anãzinha!

 

 

 

O mech coloca a menina de volta no chão, e se transforma em seu ALT mode, um jato de espionagem.

Angelynn entra na cabine do piloto, e logo Emerald decola.

 

Pela Nêmesis estar por perto, a viagem foi curta.

Logo, ele pousa no hangar, e vai lentamente ao seu quarto compartilhado.

Assim que percebeu que estava vazio, ele se destransformou, e colocou a menina em sua cama, a parte de cima da beliche em que estavam.

Ela se senta, enquanto Emerald sai, dizendo que teria de preencher um relatório.

 

Enquanto isso, Angelynn olha aos seus arredores.

O cômodo era retangular, e cabiam 4 indivíduos, tendo em vista que tinham 4 camas, 2 beliches, que se localizam na parede contrária à porta.

As paredes eram de metal, e praticamente sem revestimento nenhum, com cabos soltos, luzes aleatórias que piscavam periodicamente, e acesso direto às ventilações.

Apesar disso, o chão era liso, sem nenhuma deformação, ou algo que atrapalhasse o caminho.

As beliches eram encostadas nos cantos do lugar, com aberturas na própria parede, como se fosse uma estante, e cada uma delas tinham itens diferentes, mas ou ela não reconhecia eles, ou estava em um ângulo impossível de ver.

A estante de Emerald, em específico, tinha 4 ou 5 livros bem grossos, assim como um porta lápis, com algo que se assemelhava a uma caneta, e um objeto que seu pai havia, anteriormente, explicador ser um data-pad.

Bem acima da cama em que ela estava, tinha a tal entrada para a ventilação.

 

A garota estava tão perdida em seus pensamentos, que não viu o mech voltar, e subir na cama, ficando frente a frente com ela.

 

 

 

–Tá legal, Angel, é o seguinte: eu vou te colocar na ventilação, e você vai me seguir até a área dos prisioneiros, onde seu sire provavelmente vai estar, certo?

–Ahãm! Mas como eu vou saber onde você tá?

–Simples: as ventilações tem alguns furos, porque já tivemos problemas com Autobots invadindo a nave por elas antes, então, o Lorde Megatron mandou os engenheiros abrirem essas aberturas. Mas como o Oficial Soundwave usa muito elas pra se movimentar, as aberturas tornaram muito difícil isso, então, além desses buracos, as tubulações também são revestidas com um material transparente e flexível quando aquecido! Você vai poder me ver pelas aberturas!

–Vocês revestem as tubulações da nave de guerra de vocês com acrílico?

–Não sei o que é isso

–É isso aqui! –Disse Angelynn, tirando sua régua da mochila.

–Ah, sim! Eu acho que é quase isso! 

–Eu acho que deve ser acrílico temperado, pra suportar o peso de vocês…

–Tá me chamando de gordo!?

–Não, eu tô falando que o acrílico é frágil! Bom, a minha régua é!

–Hum… Tá bom, tá bom… 

 

 

 

O mech ergue os dois braços, e puxa a abertura da ventilação para baixo.

Então, Emerald estende sua mão para a garota, que sobe nela, e é levada até a abertura.

 

 

 

–Por que tem ar respirável aqui? Vocês não precisam disso!

–O Comandante Soundwave também usa as tubulações para entrar e sair da Nêmesis despercebido, e o Comandante Shockwave usa as tubulações pra puxar ar, que é usado em uma máquina que comprime esse ar, e solta com uma pressão esmagadora, sendo um cortador tão eficiente quanto um a laser!

–E eu tenho que andar por aqui?

–Eu posso te carregar nos meus braços, pra todo mundo ver!

–...Eu vou pela tubulação...

–Hum! –Soltou, vitorioso –Antes de tudo, você tem como manter contato comigo? Tipo, tem algum comunicador contigo?

–Tenho. Quais frequências os Decepticons usam? Daí a gente pega uma que eles não usam!

–Tá, tenta uma frequência baixa. O oficial Soundwave pode ouvir diversas frequências ao mesmo tempo, mas ele tende a dar mais importância para as mais altas, que os Autobots usam normalmente.

–Tá bem.

 

 

 

Enquanto a jovem caminha pela gigantesca tabulação, Emerald sai de seu quarto.

Ele olha para cima, e confere se a humana estava o seguindo, e ela realmente estava.

 

 

 

–Emerald, tá me ouvindo?

–Tô. Eu acho que estamos seguros nessa linha. A frequência é muito baixa, então eu duvido um pouco que Oficial Soundwave ouça. Mas, como ele não é bobo e nem nada, vamos conversar o mínimo possível.

–Tudo bem.

 

Então, os dois caminham pelos corredores, ele no piso, e ela nos tubos. Uma vez ou outra, eles se deparam com alguém de escalão mais alto que o pequeno vehicon, e o mesmo tem de parar e cumprimentar o seu superior. Essa pequena pausa também servia para a garota recuperar seu fôlego, já que ela precisava correr se quisesse manter o mesmo ritmo que o mech. O plano estava correndo bem, até a dupla se deparar com o laboratório de Shockwave no meio do caminho. Lá dentro, Megatron, Soundwave e o próprio dono do laboratório, estavam rodeando alguém, e esse alguém estava deitado, preso em uma mesa com um dispositivo enorme atrás dele, e uma tela enorme na direção oposta da cabeça dele.

 

Tanto o mech, quanto a humana pararam para ver.

 

A curiosidade deles falou mais alto. Enquanto Emerald entra engatinhando, e se esconde atrás de algumas caixas que estavam pela porta, Angelynn vai por onde já estava, conseguindo ficar em um lugar que dava para ela ver quem estava na mesa, e o que estava sendo transmitido na tela.

 

 

 

–É o meu sire!

–Então lascou, não tem como tirar ele daí, sem chance!

–O que estão fazendo com ele!?

 

 

 

Os dois se calam, e prestam atenção no que está acontecendo lá.

 

 

 

–Me diga, Shockwave: por que não conseguimos extrair absolutamente nada dele? Essa sua máquina está quebrada, por acaso? –Disse o gladiador, olhando furioso para o cientista.

 

–Parece que ele está conseguindo burlar meu dispositivo. Enquanto nós tentamos entrar na mente dele, para realmente entender o que aconteceu com os Pacitrons e com o cadáver de sua femmeling, ele se recusa a se lembrar, e desvia seus pensamentos para essas... paisagens? –Respondeu.

 

–Se eu quisesse ver o pôr do Sol, eu voaria pelos céus neste exato momento! –Reclamou o mech cinza –Aumente a potência dessa coisa! Consiga alguma resposta, ao menos uma pista, pelo amor de Primus! 

 

–Se eu aumentar a potência, vamos queimar os processadores dele. 

 

–Então dê um jeito! Não é possível que esse demolidor tenha a mente tão forte quanto a do Soundwave, que foi o único que conseguiu resistir a essa máquina!

 

–Eu estou fazendo o possível, Lord Megatron.

 

 

 

Conforme os segundos se passavam, as projeções de paisagens foram sendo substituídas lentamente em flashes, por algumas memórias com falas, para a alegria de quase todos naquela sala.

 

 

 

–Finalmente temos algo! Aumente o som, Shockwave. Vamos ouvir.

 

 

 

O som fica cortado, com apenas alguns sons agudos saindo. Demoraram alguns segundos até a imagem aparecer e estar levemente visível, com o áudio minimamente audível.

 

 

 

*–Fale dessa reunião para qualquer um, e eu vou ESQUARTEJAR aquela humana! * –Gritou uma voz feminina, com apenas a silhueta da parte superior do tórax, mas a imagem estava muito escura.

 

 

 

Assim que ela terminou de falar, a imagem começou a piscar, e uma gravação do céu começou a rodar, com apenas sons de grilos e corujas.

 

 

 

–E quem seria ela? –Questionou Shockwave –Consegue reconhecer pela voz, Soundwave?

 

 

–*Negativo* –Respondeu, com uma gravação da voz do cientista a sua frente –*O áudio está* *muito* *distorcido*.

 

–Então, essa porcaria não nos ajuda em nada! –Gritou o maior dentre eles, chutando a pilha de caixas atrás de si. Algumas caixas caíram ao lado de Emerald, que desvia rapidamente dos cubos de metal, que poderiam ter caído em cima dele.

 

–Lorde Megatron! Essas caixas contém peças importantes e delicadas! Por favor, não chute elas! –Reclamou Shockwave, correndo para pegar as caixas que caíram. O pequeno seeker, que estava escondido, percebe a vinda do cientista, e se arrasta para o canto, ficando ainda mais dentro da pilha, longe da vista do meche roxo.

 

–Tanto faz! Eu compro outras peças, se você precisar! 

 

 

 

A máquina de Shockwave interrompe eles, mostrando mais memórias do Pacitron.

 

Dessa vez, ele estava correndo por um corredor branco, com vários cybertronianos encostados nas paredes, alguns chorando, escorados nas paredes, outros confortando seus amigos, mas ninguém parecia feliz.

Logo, ele chega em uma porta, ao fim do corredor, encerrando a corrida do demolidor.

Ele abre uma porta, e lá estava: Starwreck, em uma maca, com um buraco gigantesco no meio de seu peito, energon por toda a sala, inclusive no corpo dela, além de inúmeros cabos ligados ao tórax da femme, e um visor, que monitorava todos os sinais e frequências emitidas por ela. 

 

Nenhum dos sensores indicava nada.

Ela realmente havia morrido.

 

É possível ouvir a voz de Wildbreak, negando o que estava vendo.

Mas logo ele volta sua atenção para uma figura no canto do quarto.

Era iutra femme, que estava sentada com a cabeça encostada na parede. Ela não tinha nenhuma expressão facial, com rastros secos de lágrimas em seu rosto, que estava quase desfigurado, como se a mesma tivesse arranhado sua face.

 

*–Cyber…?

–...

–...

–Eu não consegui… Eu não salvei ela…

–...

–A Starwreck…* –Sua voz estava tão fria quanto sua expressão, e tão vazia quanto seus olhos.

*–... Eu… sinto muito… Quer que eu chame alguém?...* –Dava para perceber o medo na voz dele.

*–... Não…

–Quer… Alguma coisa?...

–... A medbay da Aldebarã está pronta?...

–Sim, terminamos há algumas horas…

–Ponha o corpo dela na maca principal.

–Como assim?

–Eu vou trazer ela de volta.

–...Como?...

–O Allspark.

–Mas ele não tinha… desaparecido… Cyber, não me diga que-

–Eu peguei. Imaginei que precisaríamos.* –Disse ela, se levantando, ainda sem qualquer expressão.

*–...Mas… E Cybertron? Nosso planeta não vai sobreviver sem ele!

–Cybertron não é minha prioridade. A Starwreck é.* –Interrompeu ela, se levantando, e encarando fixamente o mech. *–Se ela morrer, eu não vou mais ter um propósito! Eu não vou ter mais sentido pra existir! Sem ela, eu não sou nada! Ela não pode morrer. Ela NÃO VAI morrer. Não se depender de mim! Obedeça a minha ordem, e ponha a minha Conjunx na Aldebarã, Wildbreak.

–S-Sim senhora! P-Posso… desconectar os cabos?

–Pode. E não amasse o corpo dela. Eu não gostaria de precisar destruir a sua pintura.

–Afirmativo.*

 

–Ora, ora, ora! E não é que filha do Prime virou uma ditadora! Hehehe! 

 

–Não esperava isso, mas não estou surpreso. –Comenta Shockwave.

 

–Isso sim é uma informação útil! Essa femme foi treinada pelo Ratchet, o melhor médico dos Autobots! Eu odeio admitir, mas aquele rabugento sabe fazer um bom trabalho! Se ela tem o Allspark, pode ser que a minha femmeling esteja viva! Mantenham esse mech aí, e retirem o máximo de informações possíveis, mas o mantenham vivo, para garantir que teremos relações positivas com os Pacitrons! –Ordenou o gladiador.

 

–Sim senhor, Lord Megatron.

 

*Sim senhor, Lord Megatron.*

 

 

 

Assim, o Líder Decepticon sai da sala, juntamente com seu Oficial de Comunicações.

Shockwave apenas pegou um data-pad em sua mesa, e também saiu.

 

 

 

–Emerald, é a nossa chance! Solte ele, por favor!

–Tá maluca, garota? Não tem como! Se eu encostar nessas trancas, o próprio Oficial Shockwave vem atrás de mim! Você tem ideia do que ele faz com quem mexe nas coisas dele? –Cochichou o pequeno mech, se encolhendo ainda mais no canto que estava.

–Ah! Tá, deixa que eu faço! –Reclamou Angelynn, desligando o comunicador.

–Como assim? Pirralha, o que você vai fazer!? 

 

 

 

Enquanto tentava qualquer contato, Emerald ouve barulhos vindos do computador principal.

Mesmo relutante, ele se levanta de seu esconderijo, e vê várias abas se abrindo na gigantesca tela, que se encontrava próxima ao Pacitrons.

Por fim, uma última aba se abre, com uma barra de carregamento se preenchendo lentamente. Acima dela, estava escrito “Liberando Algemas”.

 

 

 

–Cê tá de sacanagem… –Disse, desacreditado.

 

 

 

Não demorou para que Wildbreak fosse solto e se levantasse, ainda recuperando a consciência.

 

 

 

–Pelo amor de Primus… Parece que eu fui atropelado por um Predacon… –Reclamou, apoiando sua cabeça com uma das mãos, enquanto a outra apoiava todo o seu corpo. Parecia que ele iria cair na maca novamente.

–SIRE! 

–Hum?! 

 

 

 

O mech olhou para cima, vendo sua filha na entrada da ventilação.

 

 

 

–Angelynn!? Como você chegou aqui!?

–Longa história! Pode me ajudar a descer?

–É claro, só… Ah, o que foi que eles fizeram com os meus circuitos!?

–Eu ajudo. –Falou Emerald, voando até a garota, e descendo ela até o pai dela.

–E quem seria você?...

–Me chamo Emerald, sou um híbrido de Seeker e Vehicon.

–Entendo… Espera, eu me lembro de você! Você estava junto do Starscream, e daqueles Vehicon!

–Hehehe… Pois é…

–Bem, eu consegui convencer ele a me trazer aqui, pra te tirar desse lugar!

–Calma lá, amiga! Eu disse que te traria aqui! Nunca concordei em tirar ninguém! Vocês que se virem!

–Você acha mesmo que o Soundwave já não sabe que vocês me soltaram? –Falou Wildbreak, com um tom irônico e levemente entediado, vendo a expressão de surpresa do jovem –Você pode vir com a gente, e ficar vivo, ou correr o risco de ser torturado até seus processadores fritarem!

–Ai meu Primus, onde eu fui me meter!?...

–Seja bem vindo a equipe, Emerald. Agora, me diga, pra que lado é a saída?