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Gestão De Estoque Em Uma Distribuidora De Aço

2018

XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. GESTÃO DE ESTOQUE EM UMA DISTRIBUIDORA DE AÇO Jailson dos Santos Silva jdss159@gmail.com Adailton Gomes Pereira adailton.goh@gmail.com rute gadelha guimarães ruteguimaaraes@hotmail.com thais cadete da silva cadete.thais@hotmail.com Ângela Patrícia Linard Carneiro angelapatricialinard@gmail.com Com o advento da globalização as empresas viram necessidade de implantar alternativas que viabilizassem a redução de custos e agilidade dos processos. Sendo assim, os estoques permitem economias na produção já que financeiramente eles são parte do capital da empresa. Nesse sentido a administração de estoques revela-se uma atividade de suma importância para o equilíbrio econômico da companhia. Com isso, o alinhamento entre a demanda e o estoque é um desafio que muitas empresas enfrentam. Diante dessa realidade, este trabalho tem como objetivo propor um modelo de gestão de estoques para uma distribuidora de aço que seja compatível com a realidade da mesma. O estudo fez uso de ferramentas tais como classificação ABC, métodos de ressuprimento de materiais e controle de estoque, bem como o estoque de segurança. Por meio de análises realizadas na empresa verificou-se que o modelo de gestão proposto está dando resultados que viabilizam a melhoria do controle de estoque, porém, como ainda existem falhas é sugerido que o gestor utilize as sugestões apresentadas nesse trabalho como base para tomadas de decisões futuras no que se refere ao controle de estoque. Palavras-chave: gestão de estoques, distribuidora de aço, Programa 5s XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. . 1. Introdução Hoje há um desejo de expandir ao máximo o mercado seja pela busca de insumos ou pela colocação de seus produtos, desejando diluir os custos fixos e aumentar a produção e a venda rompendo as barreiras físicas entre os países. Para isso as empresas buscam os consumidores onde estiverem, forçando a competitividade entre as mesmas, gerando um preço no mercado para produtos e serviços obrigando-as a adaptarem-se à suas estruturas de custos ou simplesmente saem do mercado. No passado as decisões eram localizadas e específicas de cada mercado, hoje há um fluxo de informações e globalização de produtos e consumidores tornando um produto desejado e consumido por vários outros países (TUBINO, 2000). Seguindo a linha de raciocínio de Tubino (2000), os sistemas produtivos das empresas têm que se adaptar à melhoria contínua da produtividade para conseguirem o seu espaço nessa globalização, não valendo mais a estratégia de produção em massa, já que o que se objetiva são empresas com sistema flexível capazes de se adaptarem à implantação de novos produtos com baixo tempo de produção e estoques para atender as necessidades dos clientes. A forma como as empresas planejam, programam e controlam sua produção tem função primordial nesse contexto. SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON (2009) enfatiza que a administração da produção pode contribuir de forma positiva para o sucesso de qualquer organização, satisfazendo os seus consumidores através da utilização de seus recursos de maneira eficaz. Para isso é preciso ter características tais como inovação, criatividade, vigor de forma a aperfeiçoar seus produtos, processos e serviços de maneira a obter redução de custos, satisfação do consumidor para o aumento da receita, reduzir o investimento a partir de estratégias de melhor utilização dos recursos, além de inovações futuras por base no conhecimento da organização. Com as demandas estabelecidas pelos clientes a administração da produção conta com auxílio do armazenamento de materiais como forma de absorver as variações sujeitas no mercado, garantindo a entrega rápida dos produtos e a satisfação dos clientes. Mas, para isso, os estoques têm que ser bem planejados e controlados para que ele contribua de maneira positiva para a empresa, caso contrário ele pode ser apenas investimento parado gerando custos. Afirma Martins (2009) que administração de estoque sendo eficaz, ela é uma forma de 2 XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. . garantir uma vantagem competitiva garantindo assim o atendimento dos clientes prontamente, no momento e na quantidade certa. Nesse sentido esse trabalho tem como objetivo propor um modelo de gestão de estoque reduzindo-o ao máximo, porém, garantindo o suprimento de materiais de maneira eficiente buscando a satisfação dos clientes. 2. Referencial teórico 2.1. Administração de estoque A administração de estoque é a forma com o qual uma empresa pode gerenciar os recursos materiais em qualquer empresa, como uma forma de aperfeiçoar o sistema produtivo. A função da administração de estoque é maximizar o efeito lubrificante do feedback de vendas e o ajuste do planejamento e programação da produção. Deve minimizar o capital investido em estoque, pois ele é de alto custo, e aumenta de acordo com o custo financeiro. Sem estoque é impossível uma empresa trabalhar, pois ele é o amortecedor entre os vários estágios da produção até a venda final do produto (DIAS, 2010, p. 15). Na administração de hoje e do futuro a gestão de estoque é um componente gerencial indispensável. Ela já foi mais difícil de ser entendida, já que nas décadas de 80 tinha-se a ideia de “zero estoque”, quando na verdade hoje o que se busca é o dimensionamento estratégico do estoque (CORRÊA; CORRÊA, 2009). 2.2. Classificação ABC dos estoques Uma maneira de distinguir diferentes itens de estoque é fazer uma relação deles, de acordo com as movimentações de valor obtidas através da multiplicação da sua taxa de uso pelo valor individual (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). Nota-se que os itens são classificados de acordo com seus investimentos, classe A são de maiores investimentos, mas em poucas quantidades, classe C de menor investimento e grande quantidade e classe B, intermediários. Dessa foram os itens classificados como classe A devem receber mais atenção e controle, classe C não compensa o controle rígido, e classe B controle médio em relação às outras classes (TUBINO, 2000). 2.3. Lotes de reposição 3 XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. . Quando se fala em gestão de estoque quanto e quando ressuprir são os principais objetivos a ser determinado. Segundo Tubino (2000), para estabelecer o tamanho do lote de reposição são estudados os custos envolvidos no sistema de reposição e assim determinar o lote de reposição mais adequado, conhecido como “lote econômico”, onde este tem como finalidade minimizar os custos totais. 2.3.1. Lote econômico básico Nomeado como Lote Econômico de Compra (LEC) é a opção de reposição que mais equilibra as vantagens e desvantagens de se manter estoque (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). Nessa primeira opção de reposição, o custo do item é fixo e a entrega do lote é feita de uma única vez. (TUBINO, 2007). 2.3.2 Lote econômico com entrega parcelada ou de fabricação Martins (2009) compara Lote Econômico de Fabricação (LEF) com o Lote Econômico de Compra (LEC), diferenciando apenas pelo fato de que no LEC é admitido que o todo o lote fosse entregue de uma só vez, ou seja, não há nada sendo consumido no processo de entrega. Sendo assim o custo unitário do item não muda, mas a entrega é feita apenas de uma única vez e segue uma taxa de entrega (TUBINO, 2007). 2.3.3. Lote econômico com desconto No processo de compra há situações que se consegue obter descontos na compra de itens. Também existem ocasiões onde o fornecedor oferece desconto no preço unitário de acordo com a quantidade comprada. Assim deve-se optar pela compra em que seja mais econômica: adquirindo uma quantidade maior do que a determinada pelo lote por um valor menor, ou comprar a quantidade estabelecida sujeita a qualquer desconto (DIAS, 2010). Ao adquirir um maior volume de estoque o comprador ganha no custo alusivo ao pedido e no custo de aquisição, porém os custos de manutenção aumentam, ou seja, é preciso ser feita uma análise mais complexa do problema dos descontos por quantidade (MOREIRA, 1993). 2.4. Modelos de controle de estoque 2.4.1. Modelo baseado no ponto de pedido 4 XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. . Também chamado de sistema de duas gavetas, Dias (2010) considera esse o método mais simples de controlar o estoque utilizado para itens de classe C, sendo utilizado por grande parte dos revendedores de autopeças e no comércio varejista de pequeno porte. Esse modelo consiste em estabelecer uma quantidade de itens, que quando é atingida começa o processo de reposição dos itens em uma quantidade já determinada. É importante também determinar mais um nível de estoque de segurança, para que seja amortecida as variações de demanda. 2.4.2. Modelo baseado nas revisões periódicas O nível de estoque é analisado periodicamente e de acordo com o nível encontrado de certo item é então determinado à quantidade a ser ressuprida de forma que o nível pré-estabelecido seja atingido (CORRÊA; CORRÊA, 2007). Moreira (1973) cita algumas variantes que existe nesse sistema entre elas: o que se assume em relação ao comportamento da taxa de consumo, como é feita a entrega, o tempo de espera. Sendo que o tempo de espera nesse modelo é constante, a entrega é feita de uma vez só e não há interação do item com os outros. 2.4.3. Modelo baseado no MRP O Materials Requerement Planning (MRP) é uma técnica capaz de determinar a necessidade de compra dos materiais que serão utilizados para fabricação de um produto (MARTINS, 2009). O MRP é um sistema proativo, pois ele evita a manutenção de estoque a não ser, aqueles para amortecer as eventualidades. A quantidade dos produtos necessários à produção é comprada, montada ou fabricada apenas quando estiverem disponíveis no momento certo para serem usadas (MOREIRA, 1973). Através da árvore do produto ou explosão do produto é obtida uma lista de materiais que em função da demanda dada, o sistema computacional calcula o quanto de material será necessário verificando se há estoque disponível para atender a demanda. Para os itens comprados ele emite uma ordem de compra caso não houver no estoque a quantidade necessária, enquanto que para os itens fabricados internamente é emitido uma ordem de fabricação (MARTINS, 2009). Quando os itens apresentam demanda dependente e também independente, como por exemplo, os itens que são vendidos como reposição, a parte da demanda que é independente deve ser calculada com base no modelo de previsão de demanda que será somada com a 5 XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. . demanda independente estabelecida pelo MRP e assim conseguirmos as necessidades brutas do item (TUBINO, 2000). 2.5. Estoque de Segurança Estoque de segurança refere-se ao mínimo de estoque que deve existir para que este possa suprir as necessidades em caso de atraso no ressuprimento gerando assim um funcionamento constante e eficiente do processo produtivo (DIAS, 2010). Os estoques de segurança diminuem os riscos do não atendimento dos pedidos externos e internos. No modelo do lote padrão esse risco inicia após ocorrer o pedido de compras, no modelo do intervalo padrão o risco apresenta entre o período de intervalo dos pedidos (MARTINS, 2009). A elaboração de um estoque de segurança é a chave para o estabelecimento de um ponto de pedido. O nível de serviço é estabelecido de acordo com o risco da falta de item durante o período de planejamento que se pretende correr (TUBINO, 2007). 2.6. Qualidade e o programa 5S Para gerir um estoque de uma organização empresarial é importante o fazer tendo como base princípios da qualidade. Para tanto, as ferramentas da gestão da qualidade se mostram muito eficientes na manutenção dos estoques, dais quais se destaca o programa 5S. Este é denominado das iniciais de cinco palavras japonesas: SEIRI, SEITON, SEISO, SEIKETSU e SHITSUKE, sendo adaptadas para o português como cinco sensos de: utilização, ordenação, limpeza, asseio e autodisciplina. A metodologia de aplicação dessa ferramenta segue o significado e ação destes cinco sensos da qualidade, detalhados por Santos et al. (2006):  SEIRI (senso de utilização): Fundamentado em selecionar e eliminar o que é desnecessário ao local de trabalho;  SEITON (senso de ordenação): Este consiste em especificar os locais apropriados, e estabelecer critérios para estocar, guardar ou ordenar os materiais, ferramentas, equipamentos e utensílios; 6 XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. .  SEISO (senso de limpeza): Visa descartar sujeiras, ou objetos estranhos para condicionar o ambiente de trabalho limpo, como também manter informações atualizadas;  SEIKETSU (senso de asseio): Exibe suas respectivas particularidades como saúde, higiene e integridade.  SHITSUKE (autodisciplina): Caracteriza-se pelo compromisso e educação. Desenvolve a prática de observar e seguir as normas e procedimentos já estabelecidos. 3. Método Essa pesquisa caracteriza-se como estudo de caso com propósito exploratório, que de acordo com Yin (2001), é um novo estudo empírico de uma realidade já existente onde apenas as bases do conhecimento mostram-se deficientes. Quanto à natureza, se classifica como aplicada já que se procura gerar conhecimentos para aplicação prática, para resolução de problemas específicos. A abordagem do problema em questão é quantitativa e qualitativa. Quantitativa já que a pesquisa tem como objetivo quantificar e fazer confirmação dos dados, através de estatísticas estabelecendo uma relação entre a causa e o efeito que acontece entre as variâncias da pesquisa para identificar os fatores que influenciaram um determinado fenômeno e, de forma qualitativa desenvolvendo ideias e questões sobre o problema em análise aplicando entrevistas não estruturadas e observações (GANGA, 2012). Utilizou-se de pesquisa bibliográfica buscando conhecer e analisar as contribuições científicas ou culturais realizadas no passado sobre gestão de estoque e todos os temas englobados a ele. Para coleta de dados foram realizadas visitas à empresa, entrevista com o gestor, observação participante na organização dos itens, assim como uma pesquisa documental com informações referentes à aquisição dos produtos fazendo uso do banco de dados organizacional. 4. Resultados e discussões A empresa de estudo foi uma Distribuidora de Aço que entrou no mercado recentemente, no ano de 2015. Localizada em Tabuleiro do Norte, no Vale do Jaguaribe, a empresa distribui produtos derivados do aço para outros comerciantes como também para o consumidor final da própria cidade e cidades vizinhas. Ela possui uma área de 1107 m² para o armazenamento das 7 XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. . mercadorias e o estacionamento dos caminhões e ainda um escritório. Conta com cinco funcionários polivalentes que desempenham funções de motorista, gerente, soldador, carregador, descarregador, vendedor, entre outras. Os setores da empresa trabalham em conjunto. O processo inicia quando o cliente realiza o pedido aos vendedores que logo passam para o setor administrativo, muitas vezes os pedidos já são feitos diretamente à administração da empresa. Logo depois de recebido o pedido analisa-se a cidade a qual vai ser entregue a mercadoria. Caso seja na cidade local, o pedido já é imediatamente lançado para o setor de transporte e a entrega é feita, se for para cidades vizinhas o pedido é arquivado até a carga ficar completa e a mercadoria ser entregue aos seus destinatários. Se houver necessidade de troca ou retorno, ela é feita no mesmo transporte de entrega, respeitando os prazos de acordo com o endereço de entrega. O processo ocorre conforme a figura abaixo: Figura 1 - Fluxograma do processo de entrega de mercadoria Fonte: Os autores 8 XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. . 4.1. Aplicação da classificação ABC A distribuidora faz uso de um software para registrar as entradas e saídas de produtos, bem como a emissão de notas fiscais e relatórios gerenciais. Porém não utiliza o mesmo para o gerenciamento do estoque ou previsão de demanda. De forma a conhecer melhor a empresa e tornar conhecidos os itens que trazem maior rentabilidade, foi estabelecida a classificação ABC para os itens em estoque da distribuidora de aço. A empresa conta com mais de 200 itens, muitos, diferenciados apenas por sua espessura, altura ou comprimento. No entanto, como forma de otimizar o estudo, foi realizada uma classificação prévia dos produtos de acordo com suas características. Elementos como barra chata, metalon, vergalhões, pregos, arames, entre outros, que apresentam a mesma estrutura mudando apenas as dimensões, foram unidos e representados em um só grupo. Através da classificação ABC pode-se elaborar um gráfico da curva ABC, como está destacado na figura 2. Figura 2 – Gráfico da curva ABC 9 XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. . Fonte: Os autores Como mostra a figura 2, os itens classificados como A, foram: Vergalhão CA-50, barra chata, cantoneira, metalon, chapa plana, prego quadrado galvanizado, prego polido com cabeça, tubo industrial, treliça, barra redonda, lambri ondulado e eletrodo revestido. Esses apresentam maior representatividade dentro do estoque diante os outros produtos. A tabela abaixo mostra a relação de volume e investimento dos produtos. Observando-a, pode-se notar que os produtos classificados como A, representam 81% do investimento da empresa, assim como B e C representam respectivamente 14% e 5% do total. Em contrapartida a representatividade dos produtos de classificação A em relação ao volume de itens chega a ser 27%, seguidos de B com 32% e por último os produtos C com 41%. Tabela 1 – Relação de volume e investimento dos produtos Classe Relação de volume Relação de Investimento A 27% 81% B 32% 14% C 41% 5% 10 XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. . Fonte: Os autores 4.2. Implantação do 5S Visto como o quão importante é a aplicação do 5S como uma ferramenta auxiliar na gestão de estoques, esta foi aplicada na empresa em estudo onde a metodologia inicial foi fazer uso do senso de utilização. Os produtos que não apresentavam nenhuma utilidade para o sistema produtivo foram recolhidos a um ambiente apropriado, distante da movimentação produtiva. Os itens antes estocados no fim do galpão foram posicionados próximo ao portão de entrada e saída da empresa com o intuito de melhorar a utilização dessa mercadoria tornando o carrego e descarrego mais fácil e prático. Aplicando o senso de ordenação, cada item recebeu seu devido local de estocagem. Dispostos no tendal, os itens foram ordenados por grupos, dimensões e do maior para o menor. Os itens mais pesados e que ocupam maior espaço foram colocados sobre o chão como e os mais leves foram posicionados em cima da estante, também seguindo do menor para o maior, logo após foram etiquetados de acordo com suas características. O senso de limpeza foi utilizado junto ao de ordenação e utilização, quando o material estava sendo ordenado já era feito a limpeza do mesmo e o no local onde ele pertencia. Vale ressaltar foi feita a conscientização dos funcionários da importância de manter o ambiente de trabalho sempre limpo e organizado. O senso de asseio foi aplicado de maneira a se fazer continuo assim como foi realizado com o de limpeza que através de conversas para conscientização dos os funcionários foram discutidos as melhores condições de trabalho, métodos e propostas de mudanças comportamentais para estabelecer a harmonia e saúde tanto física como mental dos funcionários. O último foi o senso da autodisciplina, que por exigir de um tempo maior para ser aplicado de maneira completa, é difícil de aplicar. O hábito de boas práticas foi de fundamental importância para que houvesse uma harmonia entre todos os sensos, mesmo que esses hábitos ainda são sejam completamente incorporados a todos os envolvidos no processo, a mudança foi significativa e os resultados foram obtidos. Além de que os funcionários se mostraram dispostos a continuarem fazendo uso dessa ferramenta. 11 XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. . 4.3. Lote de reposição Depois de coletados os dados, foi sugerido que adotassem lote econômico de compra como técnica de ressuprimento, assim como já era usada, pois ao ser realizado o pedido a empresa não arca com nenhum custo. E não importando a quantidade, o preço do item é inalterado, assim optou-se por continuar a fazer uso da mesma técnica. Porém, a partir de agora, antes de ser realizado o pedido se fez necessário atentar-se para a demanda prevista dos próximos períodos para assim ser possível quantificar corretamente a reposição. 4.4. Modelo de controle de estoque A empresa realizava o controle de estoque através de revisões periódicas, mas essas revisões eram feitas de maneira arbitrária sem quaisquer padrões. Fazendo a análise e o estudo com relação ao preço, ao prazo de entrega, fornecedores, foi possível tomar decisão de qual modelo de controle de estoque será melhor aplicado de acordo com as particularidades da empresa, sendo ele: ponto de pedido. Um dos seus fornecedores detém os melhores preços, porém a entrega demanda um tempo em média de 20 a 30 dias, apesar disso, é mais vantajoso adquirir os produtos através desse fornecedor. Entretanto é importante salientar que o prazo de entrega pode aumentar em até o dobro, pois muitas vezes o fornecedor não tem estoque. Então, como futuramente a empresa terá os dados referentes à demanda será possível dimensionar um ponto de pedido onde o estoque presente será capaz de suprir a demanda até que a mercadoria chegue. Só assim garantirá a aquisição de uma mercadoria com menor custo e com uma qualidade similar ao fornecedor localizado na cidade de Fortaleza. 4.5. Estoque de segurança Assim como os tópicos anteriores, o estoque de segurança também não pode ser dimensionado por falta de informações. Mas sabe-se que esse estoque não é quantificado e na empresa não é conhecido nenhuma técnica para que seja possível mensurar o tamanho desse estoque de segurança. 12 XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. . A importância de se estimar esse estoque foi esclarecida para o setor responsável, onde foi enfatizada a importância desse estoque para amortecer qualquer variância que venha a acorrer no mercado, garantindo também que a demanda seja suprida. 5. Considerações finais O objetivo desse trabalho foi propor um modelo para o planejamento e controle de estoque para uma distribuidora de aço através de uma gestão de estoque e ferramentas da qualidade como suporte para realização do estudo. Através da gestão de estoque foi definido o modelo que melhor se adequava a realidade da empresa, que infelizmente não apresentou informações necessárias à adequada implantação. Com o estudo foi possível perceber que a partir de algumas intervenções básicas já houve uma melhora significativa nos resultados. Pelo fato da empresa apresentar uma enorme quantidade de itens e os dados da mesma pertencerem apenas ao proprietário de maneira empírica, o estudo tornou-se desafiador, fazendo com que as decisões fossem tomadas de acordo com a análise da realidade da empresa impossibilitando o dimensionamento real. A classificação ABC foi uma ferramenta de extrema importância quando se mostrou necessário que os itens fossem classificados. Só assim foi possível conhecer a rentabilidade dos produtos tornando possível um posicionamento adequado dos itens. Além disso, identificar quais itens poderiam ser eliminados do processo produtivo possibilitou um melhor fluxo das atividades. Tendo em vista que a empresa não possuía nenhum conhecimento quanto à gestão de estoque, nenhum dado era arquivado, foi sugerido que todos os dados da empresa fossem registrados e a partir daí, fosse escolhido o método de lote econômico de compra como forma de repor os produtos e modelo de controle de estoque por ponto de pedido a fim de melhor controlar o estoque, garantindo desta forma a satisfação dos clientes, reduzindo custos de estocagem, criando vantagens competitivas diante de possíveis concorrentes. Ademais, com esse registro de dados, também foi orientado para o dimensionamento do estoque de segurança. De recomendações futuras propõe-se que a empresa adote as medidas apresentadas no intuito de gerar um dinamismo melhor em suas atividades possibilitando um crescimento comercial e credibilidade no mercado através de um controle de estoque contínuo. 6. Referências bibliográficas 13 XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018. . CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. DIAS, M. A. P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. São Paulo: 5. ed. Atlas, 2010. GANGA, G. M. D. Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) na Engenharia de Produção: Um guia prático de conteúdo e forma. São Paulo: Atlas S.A, 2012. MARTINS, P. G.; ALT, Paulo José dos Campos. Administração de materiais e recursos patrimoniais. 3. ed. rev. e atualizada. São Paulo: Saraiva, 2009. MOREIRA, D. A. 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