Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Academia.eduAcademia.edu

Desafios para os camponeses e tempos de globalização

2019, História do trabalho: entre debates, caminhos e encruzilhadas

Por volta de 2007, quando os empresários da SLC Agrícola começaram a expandir suas operações nas altas planícies do Brasil (o cerrado), os gerentes calcularam cuidadosamente o que deveriam gastar para desenvolver cada hectare de terra. Em suas plantações no norte do estado do Piauí, onde um processo tardio de desenvolvimento tornava a terra barata, eles podiam gastar entre US$ 700 a US$ 1300 por hectare, dependendo das condições físicas. Após 2 a 5 anos de desmatamento e cultivo do solo, eles plantaram culturas comerciais como algodão, milho ou soja. Deste valor, eles orçam US$ 15 por hectare para o trabalho manual. Seus negócios dependiam de manter os custos baixos, já que investidores de todo o mundo os pressionavam por retornos mais altos, embora os preços das commodities estivessem quase sempre em declínio. O equivalente a US$15 foi para os homens, mulheres e, as vezes, crianças que manualmente “limparam” cerca de um campo de futebol de árvores, embaixo do sol escaldante. Chamados de “catadores”, assim como os catadores de lixo urbanos, eles desenterraram o lixo de enormes raízes de árvores, arbustos, pedras e galhos. Eles moravam em barracas, cobertas com plástico preto, mas expostos ao tempo por todos os lados e, em lugares distantes de qualquer povoado ou loja, forneciam e pagavam pela própria comida e água. Em muitos casos, suas situações foram consideradas análogas à escravidão, dados processos de sequestro de documentos e o afastamento de seus locais de trabalho.

Loading...

Loading Preview

Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.