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Da internacionalização da literatura portuguesa: Pessoa, Saramago e Lobo Antunes

2020, História Global de Portugal

Convidado a escrever sobre a receção de Pessoa e Saramago no estrangeiro para um volume coletivo dedicado a uma leitura da história portuguesa no contexto da história global, pareceu incontornável acrescentar também o nome de António Lobo Antues. O texto tinha rigorosas limitações de espaço e por isso um resultado é apenas um trabalho de voo de pássaro.

HISTORIA GLOBAL DE PORTUGAL de revisao constitucional e de re- deria ter sido ganho se as op^oes de forma estrutural que contribmram aplica^ao de fundos estruturais e para a inser^ao de Portugal num de moderniza^ao das infraestruturas mundo crescentemente globalizado. tivessem sido outras (sobretudo na As boas noticias vindas da Europa rede viaria). Todavia, nenhum con- foram sendo assimiladas com oti- trafactual fara alterar a interpreta^ao mismo crescente e consenso alar- claramente positiva sobre o valor do gado, garantindo a Portugal um legado europeu na forma^ao do re- estatuto de na9ao europeia corn gime democratico em Portugal. elevados indices de satisfa^ao quanta Jose Luis Cardoso as consequencias do processo de in- da Universidade de Lisboa A inaugura^ao do Centro Cultural logo nesse ano, de palco a presidencia ^IBLIOGRAFIA BARRETO, Antonio, «Portugal, a Europa portuguesa da Comunidade Euro- e a democracia», Andlise Social, vol. 29, peia (designa^ao adotada apos o Tra- n.° 129, 1994, pp. 1051-1069. tado de Maastricht, de fevereiro de 1992), e outro registo simbolico que assinala a plena maturidade da cida- a SUQ ideologia marxista the fornece urn ideario copaz de dar MAGONE, Jose, «A integra^ao europeia e Os anos decisivos que se seguiram a resposta a esse tipo de inquietacao. PRIDHAM, Geoffrey, Encouraging Democracy. The International Context of Regime Aquilino Ribeiro tera dito que a lin- siadas, por exemplo, raramente apa- gua portuguesa e o mausoleu de uma recem mencionados entre as referen- TEIXEIRA, Nuno Severiano, «Portugal no rrande literatura. E te-lo-a sido ate ha cias mundiais no genera. Atualmente, mundo», in PINTO, Antonio Costa, decadas muito recentes, ja que o ce- tanto Camoes como E^a figuram na nario tem vindo a mudar. Corn serie de classicos da Penguin - outro Transition in Southern Europe, London, entre 1985 e 1992. de sentido, mas o seu universe esta demasiado circunscrito oo espaco portugues. Saramago nao partilha dessa problematica porque Penelope, n.° 18, 1997, pp. 123-163. trajeto de moderniza9ao percorrido para a existencia. Lobo Antunes tem algo que ver corn a ausencio EC Membership Evaluated, London, Pinter num tempo curto de mudan^as ace- Cultural de Belem, mas foi intense o do Homem modemo fragmentado e em busca de sentido Publishers, 1993. a constru^ao da democracia portuguesa», o Mosteiro dos Jeronimos e o Centro Pessoa emerge como alguem que encarna o grande drama LOPES, Jose da Silva (ed.), Portugal and the dania europeia que Portugal atingiu leradas. E pequena a distancia entre Da internacionaliza^ao da literatura portuguesa Pessoa, Saramago e Lobo Antunes Institute de Ciencias Sociais tegra^ao. de Belem cm 1992, o qual serviu, 1988 St. Martin's Press, 1991. MONTEIRO, Nuno Gon^alo (dir.), Historia Contempor^nea de Portugal, vol. 5, 1986 podem hoje ser criticamente Lisboa, Penguin Random House, 2015, efeito, as obras de duas das maiores sinal de mudan^a.. reavaliados quanta ao que mais po- pp. 57-78. figuras literarias da historia portu- So a partir do ultimo quartel do guesa, Camoes e E^a de Queiroz, seculo xx esta situa^ao se come^ou conhecidas embora entre os especia- a alterar, culminando corn a atribui- listas internacionais, nao surgem re- 9ao do Premio Nobel a Jose Sara- feridas entre os renomados autores da mago, cm 1998. A internacionaliza- Renascen9a ou do seculo xix. Os Lu- ^ao havia principiado a notar-se 645 EPOCA CONTEMPORANEA HISTORIA GLOBAL DE PORTUGAL primeiro em Fran^a, que, inespera- prensa daAcademia, «um admirado rosa e, no New York Times, chegou de Portugal. De qualquer modo, damente, despertou para as letras predecessor de grandes figuras lite- a ser pouco positiva, quando do Mensagem e a parte internacional- portuguesas a partir dos finals da rarias do mundo como Garcia Mar- lar^amento de algumas tradu^oes. mente menos apelativa da escrita de decada de 80. Um conjunto de acon- quez, Rushdie, Gordimer, Lobo Veja-se, por exemplo, a cntica de Pessoa, dados o tema, o contexto em tecimentos literarios desencadeou Antunes e Kenzaburo Oe». 0 facto Will Blythe a Quo Farei quando que foi premiada e a tresleitura cri- esse interesse, alimentado pela pu- de o New York Times ter revelado, Tudo Arde? ou a de Floyd Skloot, tica de que tem sido vitima. As tra- blica^ao de tradu^oes varias de au- num comentario nao assinado, um sobre uma coletanea de cronicas e du0es da obra pessoana come9a- tores, sobretudo contemporaneos. telefonema da reda^ao para Lobo outros escritos. 0 irlandes Oliver ram a surgir tardiamente e foram, Antonio Lobo Antunes, por exem- Antunes quando o Nobel foi conce- Farry levantou mesmo a questao na durante decadas, resultado do es- plo, tem gozado de um prestfgio dido a Saramago, e nao a ele, como revista literaria The Millions. for^o laborioso de entusiastas luso- antes nunca obtido por nenhum muitos esperavam, atesta a proje^ao Nao subsistem duvidas de que dois filos que as foram fazendo surgir em romancista pormgues traduzido cm internacional do primeiro, mas tam- autores Portugueses do seculo xx pequenas editoras estrangeiras. Frances. bem a aten^ao dada entao a literatura tem reunido consenso generalizado Pouco a pouco, porem, Pessoa foi Apublica^ao de 0 Canone Ocidental portuguesa. Ela e, de entre as litera- alem-frontdras. Um deles, Jose Sa- sendo projetado alem-fronteiras, e (1994), de Harold Bloom, simboli- turas lusofonas, a que mais reconhe- ramago, viu-se catapultado para o nao sera exagero dizer hoje que ele zou a viragem ocorrida no mundo cimento internacional vem rece- estatuto de estrela mundial ao rece- e o autor portugues corn maior res- anglofono, e nao so, visto que obteve bendo. Ainda nao existe nenhum ber o Nobel. Este reconhecimento sonancia e o mais universalmente impacte mundial. Sao estes os auto- Nobel brasileiro - uma grande in- acarreta sempre uma consagra^ao, se aceite, fora do espaiyO de lingua por- res Portugueses que figuram no ca- justi^a. Igualmente estranho, e grave bem que nao garanddamente dura- tuguesa. A afirma^ao e arrojada e, none de Bloom: Camoes, E(ya, Pes- mesmo, e a quase ausencia de escri- doura. Gra^as a ele, as tradu^oes na verdade, sem base empirica s6- soa e Saramago ocupam um lugar tores brasileiros - nem sequer Ma- para ingles, que eram relativamente lida, pois, para o caso de Saramago, preeminente, alem dejorge de Sena, chado de Assis - no canone de poucas nos anos que precederam a existem dados concretes, enquanto Sophia de Mello Breyner e Eugenio Bloom, em que Carlos Drummond atribui^ao do Nobel, transformaram em rela^ao a Pessoa se esta no pro- de Andrade, estranhando-se a au- de Andrade e o unico representante Saramago num autor conhecido e cesso de levantamento parcial de sencia de Lobo Antunes. Sao poste- daquele pais. Mas isso so diz da de- mencionado, corn tradu0es dispo- dados bibliograficos. Corn efeito, riores ao livro de Bloom as tradu^oes saten^ao de Bloom, ou da sua falta niveis nas livrarias, inclusive nas de a Funda^ao Saramago tem vindo a de Lobo Antunes por Gregory Ra- de acesso a boas tradu^oes em ingles aeroportos. recolher toda a informa^ao biblio- bassa, o celebrado tradutor de Ga- de autores brasileiros. 0 reconhecimento internacional de grafica sobre tradu9oes da obra do briel Garcia Marquez. Indigitado Sendo inegavel a reputa^ao interna- Fernando Pessoa tem sido mais Nobel. Cerca de 50 livros, pratica- varias vezes como potencial Nobel, cional de Lobo Antunes, particular- lento, menos mediatico e, natural- mente a obra completa do escritor, Lobo Antunes so conseguiu ver mente no mundo francofono, no mente, sem o impacte de premios, estao traduzidos e ha edi^oes em mencionado o seu nome na justifi- universo anglofono o seu reconheci- uma vez que em vida apenas publi- cerca de 60 paises. Para. o caso pes- ca^ao apresentada pda Academia mento nao tem, todavia, identico couMensagem, no ano que precedeu soano, a revista Pessoa Plural, dedi- Sueca ao premiar Giinther Grass. nivel. A rece^ao critica da sua obra a sua morte, nao tendo por isso che- cada exclusivamente a publica^ao Este era, segundo a nota de im- nao tem sido particularmente calo- gado a receber nenhum premio fora de estudos pessoanos bem como de 646 64^ HISTORIA GLOBAL DE PORTUGAL EPOCA CONTEMPORANEA ineditos do poeta, convidou Anto- fossem brasileiros e luso-americanos. Desassossego {Book of Disquiet), entre nada par Eugenio Lisboa, em cola- nio Saez Delgado, da Universidade 0 segundo, sobre Pessoa, cm 2005, outras. No mundo hispanico, onde bora^ao com L. C. Taylor, A Cente- de Evora, a coordenar um numero ocorreu cm Leipzig, na Alemanha, o trabalho pioneiro pertenceu a nary Pessoa, na Carcanet Press, nao especial sobre a rece^ao de Pessoa e contou corn a participa^ao de tres Angel Crespo, o grupo de Pizarro pode ser esquecida. fora do espa^o de lingua portuguesa. dezenas de academicos. Em ambos, tem vindo a promover um notavel Seria injusto nao referir o trabalho Contactado para fornecer o ponto foi a primeira vez que o autor destas mimero de tradiKyOes. Voltando a pioneiro do luso-americano George da situa^ao desse projeto, Saez Del- linhas testemunhou a superioridade lingua inglesa, o mesmo estudioso Monteiro na introdu^ao de Pessoa gado escreveu: «A obra literaria de numerica de estrangeiros em rela9ao coordenara, na prestigiosa editora no mundo anglofono corn as suas Fernando Pessoa tem vindo a atingir a Portugueses. 0 coloquio de Leip- noviorquina New Directions, a tra- duas preciosas coletaneas, The Pre- um nfvel de rece^ao internacional zig foi mesmo organizado por dois du^ao de cinco volumes da obra de sence of Pessoa. English, American realmente extraordinario no con- estrangeiros: o colombiano Je- Pessoa. and South African Literary Responses texto da Literatura Portuguesa. Sao ronimo Pizarro e o alemao StefFen 0 primeiro biografo nao portugues e Fernando Pessoa and Nineteenth- inumeras as tradu^oes das suas obras Dix. Alem disso, e o grupo de es- de Pessoa foi o sul-africano Hubert - Century Anglo-American Literature, nos mais variados contextos linguis- trangeiros que trabalha em colabo- Jennings. A edi^ao do livro gorou-se ambas publicadas pela University ticos e culturais, assim como os ra^ao corn Pizarro, ou sob alguma corn a morte do editor logo a seguir Press of Kentucky, em 1998 e 2000. ensaios produzidos sobre o escritor. influencia sua, quem hoje mais tem ao 25 de Abril. Saiu finalmente na Na Sussex Academic Press, George A presen^a dos seus tftulos aparece conmbufdo para divulgar a obra de Gavea-Brown, do Departamento de Monteiro publicou From Lisbon to nitidamente como uma das referen- Pessoa. A unica revista internacional Estudos Portugueses e Brasileiros da the World. Fernando Pessoas En- cias internaaonais mais importantes exclusivamente dedicada ao poeta Brown University, sob a coordena- during Literary Presence (2018). do seculo xx, em dialogo aberto por da Orpheu, Pessoa Plural, publicada ^ao de Carlos Pitella Leite. Patricia Monteiro e, alem disso, tradutor de todo o mundo corn a obra de um na Brown University (EUA), e diri- Ferrari, argentino a lecionar hoje em Pessoa para ingles, alem de ter orga- notavel conjunto de escritores- gida por Pizarro, em coopera^ao Rutgers (EUA), organizou corn Pi- nizado o primeiro simposio interna- -leitores de Pessoa. Neste contexto, corn dois outros academicos lusofo- zarro, na Brown, durante o penodo cional sobre Pessoa (Brown Univer- resulta extremamente necessario nos. Essa revista tornou acessfvel em que foi bolseiro e depois aluno sity, 1977), cujas atas coordenou: come^ar a sistematizar estes fenome- online o mais numeroso conjunto de de pos-gradua^ao nesta universi- Fernando Pessoa. The Man Who nos de rece9ao.» ineditos pessoanos disponfveis na dade, o primeiro coloquio interna- never Was (1982). Impossfvel nao Nas ultimas duas decadas, dots con- Internet. 0 maior numero de volu- cional sobre a escrita inglesa de evocar Edwin Honig (EUA) e Jon- gressos internacionais, um sobre mes de edi^oes cridcas de Pessoa e Pessoa. Os textos ali apresentados nathan Griffith (Reino Unido), bem Saramago e outro sobre Pessoa, igualmente da responsabilidade de estao publicados em Fernando Pessoa como Robert Brechon (Fran^a) e podem ser reveladores. 0 primeiro Pizarro. E justo referir tambem o as English Reader and Writer (Gavea- Octavio Paz, no mundo hispanico. realizou-se na University of Massa- papel que tem vindo a ser desempe- -Brown, 2018). A Tagus Press, da Todos eles foram importantes na chusetts, em Amherst, em 1996, e o nhado por Richard Zenith no University of Massachusetts Dart- internacionaliza^ao de Pessoa. programa constou de 15 comunica- mundo anglofono. Merecem parti- mouth, tambem tem editado tradu- Um caso simbolico e significativo da 9oes, grande parte delas de academi- cular destaque as tradu^oes hoje 9oes e estudos pessoanos. No Reino universalidade de Pessoa que, para- cos estrangeiros, se bem que varios disponiveis na Penguin do Livro do Unido, a antologia de textos coorde- doxalmente, reverte num exemplo 649 EPOCA CONTEMPORANEA de importancia para a lingua portu- vista The New Yorker de 8 de Janeiro emerge cada vez mais como alguem pela sua heteronimia, que levou mais guesa, podera ser o da revela^ao que de 1996, abrindo nos seguintes ter- que encarna o grande drama do longe do que ninguem o problema ao autor destas linhas foi feita no mos: «E raro um pats e uma Imgua Homem moderno fragmentado e em psicologico da fragmenta9ao do eu, o coloquio de Leipzig pela chinesa ganharem num. so dia quatro poetas busca de senddo para a existencia. seu Livro do Desassossego ecoa muita Christina Zhou, atualmente a lecio- maiores. Mas foi precisamente o que Lobo Antimes tem algo que ver corn da problematica fundamental do ser nar Chines na Universidade de se passou em Lisboa.» Steiner ter- a ausencia de sentido, mas o seu uni- humano pos-moderno. Coimbra: «Li a "Ode Mantima" em mina o seu texto aludindo a Sara- versa esta demasiado circunscrito ao mandarim e prometi a mim mesma mago (note-se que foi dois anos antes espa^o portugues. Saramago nao Onesimo Teotonio Almeida estudar portugues porque decidi de o Premio Nobel Ihe ser outor- partilha dessa problematica porque a Universidade de Brown que tinha de ler esse grande poema gado): «0 Ano da M.orte de Ricardo sua ideologia marxista Ihe fornece na sua Imgua original.» Reis, de Jose Saramago, que, em um ideario capaz de dar resposta a BlBLIOGRAFIA Saramago tem hoje um numero 1991, foi traduzido para ingles por esse tipo de inquieta^ao humana. BLOOM, Harold, 0 Cdnone Ocidental, largo de leitores em todo o mundo e Giovanni Pontiero, e um dos maio- Porque ele o transmite numa fic^ao uma forte presen^a pardcularmente res romances da literatura europeia brilhantemente apelativa, encontra na Espanha e nas Americas Central recente. Fala do regresso de Ricardo eco cm publicos variados, particular- Lisboa, Bertrand, 2000. BLYTHE, Will, «My father, the diva», Sunday Book Review. The New York Times, 21 nov. 2008. e do Sul. Nao tera sido tao marcante Reis do Brasil, de eros e fascismo em mente naqueles a quem esse ideario em Fran^a como Lobo Antunes, Lisboa e do encontro de Reis corn o toca especialmente. Dai talvez que curious obscurity of Antonio Lobo Antu- mas, no mundo de lingua inglesa, seu defunto progenitor. Nada de tao Saramago seja mais apreciado na nes», The Millions, 4 maio 2012. obras como Memorial do Convento apurado se escreveu sobre Pessoa e America Latina e Lobo Antunes, em {Baltazar and Blimunda), 0 Ano da seus tons contraditorios. Nas pala- Fran^a, por exemplo. Dos tres, Pes- Morte de Ricardo Reis {The Year of the vras de Fernando Pessoa: Se as coisas soa parece exercer um apelo mais FARRY, Oliver, «Lost in translation. The «Literature. Better luck next Nobel», Sunday M.agazine. The New York Times, 6 dez. 1998. SKLOOT, Floyd, «Chronicles», Sunday Death ofRicardo Reis) e Ensaio sobre sdo estilhagos I Do sober do universe, I universal e, se calhar, mais dura- Book Review. The New York Times, 25 fev. a. Cegueira {Blindness) constituiram Seja eu os meus peda^os, impreciso e douro. Alem do fasdnio exercido 2009. exitos editorials, gra^as, cm boa dwerso.v> parte, a dois eximios tradutores: Gio- 0 incremento da aten^ao a literatura vanni Pontieri e Margaret Jull Costa. portuguesa e das tradu^oes esta longe Uma novidade porque, ate ha pouco de se limitar a estes escritores. Seria tempo, os grandes autores estrangei- altura de nos debm^armos sobre as ros beneficiavam de serem traduzi- razoes do interesse internacional nos dos por grandes escritores portugue- dois autores, o que implicaria um ses, enquanto o mverso nao ocorna. escrito bem mais longo e uma analise Um importante sinal da universali- dos textos de rece^ao crftica, particu- za9ao de Saramago e de Pessoa acon- larmente nas linguas mais faladas no teceu quando o ensaista George globo. Isso, todavia, constituiria um Steiner escreveu sobre Pessoa na re- trabalho de muitas teses. Pessoa 650 651 SEJA ORIGINAL! DIGA NAO ACOPIA A copia Uegal viola os direitos dos autores. Os prejudicados somos todos nos. Introdu^ao geral Carlos Fiolhais, Jose Eduardo Franco e Jose Pedro Paiva I Pre-Historia e Proto-Historia Introdu^ao - Da humaniza^ao a aurora da escrita Copyright © 2020 Cfrculo de Leltores Cados Fiolhais, Jose Eduardo Franco e Jose Pedro Paiva (IECCPMA) Projeto grafico: Carla Batista e Sofia Silva 13 23 Joao Luis Cardoso 240 000-10 000 a.C. - Dos neandertais ao Homo sapiens 27 Joao Cascalheira e Nuno Bicho Design e paginai;ao: inPrintout Carla Batista e Sofia Silva 5500-4500 a.C. - A difusao da agriculfura e dos animais ctomesficos Revisao: Joao Pedro Tapada, Ana Rita Araujo, Antonio Faustino Carvalho 35 Cristiana Lucas Silva, Milene Alves e Paula Carreira 2700-1800 a.C. - A questao campaniforme: origem e difusao no decurso Execu^ao grafica: Bloco Grafico Unida-de Industrial da Maia do ferceiro miienio a.C. 41 Joao Luis Cardoso I.1 edifw. abril de 2020 Numero de ediyao: 8215 Deposito legal: 467 775/20 2000-800 a.C. - Comercio a longa distancia na Idade do Bronze Ra.qu.el Vildfa Seculos ix-v a.C. - Fenfcios em Portugal 978-972-42-5262-9 47 53 Ana Margarida Arruda If Antiguiaade Ilustra^oes da capa: Rede em fun.do, foto: Freepik.com. Nas letras do titulo, pormenores de: Planisferio de Cantino, Biblioteca Estense Universitaria, Modena (foto: IAM/AGE/ /Fotobanco.pt, ver p. 290); iluminura do casamento de D. Joao I e D. Filipa de Lencastre, British Library (foto: British Library/Album/Fotobanco.pt, ver p. 154); Mosaico Oceanus, Museu Municipal de Faro (foto: Danilo Paolo Pavone, ver p. 60). Esta edi^a.o segue a grafia do novo Acordo Ortografico da Lmgua Porruguesa. Reservados todos os direiios. Nos termos do Codigo do Direlto de Autor, e expressamente proibida a reprodu^ao toia.1 ou lntrodu(:ao - A Antiguidade: continuidade e perenidade 218-19 a.C. - Os romanos na Peninsula Iberica: de terra de conquista a espa?o provincial do imperio 69 Carlos Fabiao 155-139 a.C. - As guerras lusitanas e o verdadeiro Viriato parcial desta obra par qualquer meio, incluindo a fotocopia e o tratamento informitico, sem a autoriza^ao expressa dos tkulares dos direkos. 63 Carlos Fabiao Amilcar Guerra 75 HISTORIA DE DIRE(;AO Carlos Fiolhais Jose Eduardo Franco Jose Pedro Paiva COORDENAQAO Jodo Luis Cardoso Carlos Fabido Bernardo Vasconcelos e Sousa Cdtia Antunes Antonio Costa Pinto Circulo^Ldtofes