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FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES: AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) NA EDUCAÇÃO Karina Letícia Júlio Pinto1; Thamyres Cavalcante Rodrigues2; Josiane Carolina Soares Ramos1 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul- Campus Porto Alegre 2 Universidade Federal da Paraíba- UFPB Introdução Pode-se perceber que tanto a formação inicial como a formação continuada dos professores mantiveram relação direta com a realidade histórica de cada período, porém a base do discurso conservou-se até os dias atuais: a atualização e renovação do professor para enfrentar os desafios do ensino em meio as dificuldades cotidianas das escolas (PINTO, 2016). O professor é sem dúvida, um profissional muito importante para o desenvolvimento da Educação e a formação continuada gera benefícios para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Observa-se por meio da história da Informática na Educação no Brasil que desde o início surgiu propostas de formação para os professores, porém ainda é atual a discursão “o que” e “como” ensinar nos cursos de formação continuada voltados para as Tecnologias de Informação e Comunicação- TIC para os professores. Até mesmo a terminologia “Informática na Educação” possui diversos sentidos que são identificados por meio do discurso do interlocutor. Porém, é imprescindível que o conhecimento técnico (o saber manusear e trabalhar com as ferramentas hardware e software) e o conhecimento pedagógico (o saber utilizar as ferramentas de forma a fomentar o ensino- aprendizagem dos alunos) devem caminhar juntos e são saberes que demandam dos professores uma busca permanente pela formação, pois “é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática” (FREIRE, 2002, p. 18). Nas últimas décadas houveram avanços na democratização da educação, assim como o desenvolvimento de ações que deram ênfase a formação inicial e continuada dos professores, porém observa-se que a organização e a aplicação das políticas educacionais de formação continuada voltadas para a utilização das TIC criadas apresentam muitos impasses para atingir os objetivos para o qual foram elaboradas, como constata-se no relatório de atividades do ProInfo 1996/2002, que aponta dificuldades para implantar o processo de capacitação continuada. Dois pontos chaves evidenciam os desafios, o primeiro é a negação do contexto da prática na criação da política de formação continuada, ou seja não se adequar a política de formação continuada a realidade evidenciada pelo professor e a escola onde trabalha, assim como o contexto dos educandos, a disponibilidade de recursos (computadores, tablets, internet) e o segundo é não atentar-se para uma formação continuada que permita o profissional construir constantemente sua identidade docente. A (83) 3322.3222 contato@conedu.com.br www.conedu.com.br criação da identidade docente é “um processo de interpretação de si mesmo como pessoa dentro de um determinado contexto”, faz parte de um processo dinâmico influenciado por aspectos pessoais, sociais e cognitivos (GARCIA, 2009, p. 112). Diante desses dois pontos é interessante destacar que por mais que os discursos evidenciem a formação de um profissional crítico, que aprenda a inovar, por vezes a formação não passa de uma reprodução de conhecimentos. A pesquisa busca responder a pergunta: o que considerar na elaboração de um curso de formação continuada abordando as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para professores? Metodologia Para isso, optou-se pela pesquisa bibliográfica em artigos científicos dos projetos tablets educacionais (Rio Grande do Sul) e Escola Digital (Portugal) enfatizando a formação continuada abordando às TIC para os professores. Segundo Fonseca (2002), a pesquisa bibliográfica permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto, buscando ter um conhecimento prévio sobre o problema para o qual se procura a resposta. Resultados e discussão O projeto “Tablets Educacionais” em parceria do Núcleo de Tecnologia Educacional Estadual da Cidade Porto Alegre e da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, contou com a participação de mil seiscentos e sessenta professores de Ensino Médio do estado no período de 2013 a 2014 (TAVARES, REAL, 2015). Foram entrevistados professores que fizeram parte da proposta e os resultados advindos da formação, foram positivos para os professores de forma que ajudaram a incentivar a utilização do equipamento atrelado ao planejamento das aulas, porém alguns professores relataram que equipamentos sucateados e a falta ou baixa conectividade da internet são obstáculos para a realização de propostas. Em Portugal, no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, o professor Fernando Albuquerque Costa, juntamente com colaboradores elaborou o Projeto Escola Digital com a participação inicialmente de 53 professores, objetivando estimular e colaborar na utilização das TIC no dia-a-dia das escolas, enfatizando o professor como o agente transformador. O que chama a atenção no projeto é que as entrevistas realizadas aos educadores, permitiram identificar percepções dos professores sobre “o que pensam” e “o que fazem” com as tecnologias e a partir daí, elaborar uma proposta para se trabalhar na escola utilizando as TIC (COSTA et al., 2013). Outras pesquisas realizadas em cinco países europeus (Espanha, Grécia Holanda, Itália e Portugal) atribuiu a dimensão afetiva, um fator a considerar na elaboração da formação continuada (PERALTA, COSTA, 2007). A dimensão afetiva remete a “fatores relacionados com as percepções dos (83) 3322.3222 contato@conedu.com.br www.conedu.com.br professores sobre as TIC, em geral e, em particular, com a sua utilidade e eficácia para a própria aprendizagem” (COSTA et al., 2013, p. 451). São fatores identificados como desafios para a utilização das TIC nas escolas, a falta de confiança dos professores e a conotação negativa em relação a tecnologia, o fato dos professores não se sentirem preparados para lidarem com as mudanças que as TIC implicam, as limitações da escola quanto a organização e disponibilidade dos recursos, pouco tempo para planejamento, formação inadequada e insuficiente e falta de apoio (PERALTA, COSTA, 2007). Conclusões O envolvimento e a participação dos professores na formulação de atividades de formação, permitem uma mudança positiva na formação continuada e uma probabilidade de êxito muito maior do que a mera aplicação de atividades determinadas por entidades externas. Ao professor reconhecer a necessidade de formação e quais as necessidades de formação de acordo com a sua prática cotidiana, ele torna-se um sujeito ativo e autor de iniciativas de repensar sobre sua ação na sala de aula. Portanto, acredita-se que o professor como importante sujeito no processo educativo, deve ser o ponto de partida para a criação de ações de formação continuada voltadas para a utilização das TIC na escola. Palavras-Chave: Formação continuada; tecnologia educativa; docente. Referências COSTA, Fernando Albuquerque et al. A caminho de uma escola digital. In: VII Conferência Internacional de TIC na Educação, 2013, Braga, Portugal. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática pedagógica. São Paulo: Paz e Terra, p. 165, 2002. GARCIA, Carlos Marcelo. A identidade docente: constantes e desafios. Disponível em < http://formacaodocente.autenticaeditora.com.br/artigo/exibir/1/3/1>. Acesso em 20 de set. 2016. PERALTA, Helena; COSTA, Fernando Albuquerque. Competência e confiança dos professores no uso das TIC Síntese de um estudo internacional. Sísifo–Revista de Ciências da Educação, p. 77-86, 2007. PINTO, Karina Letícia Júlio. Formação continuada de professores abordando as tecnologias na educação: discursos. In: Anais do III Congresso Nacional da Educação (CONEDU), 2016. REAL, Luciane Corte; TAVARES, Mara Rosane Noble. Tablets Educacionais: formação de professores e mudanças na aprendizagem. In: Anais dos Workshops do Congresso Brasileiro de Informática na Educação. 2015. (83) 3322.3222 contato@conedu.com.br www.conedu.com.br