Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Academia.eduAcademia.edu
·~~~."."." .... , >r:»: L---'_-.:.u . Ficha CatalográficaUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA D722 Dos papéis Rio de Claro Maria Teresa Dotta, Plínio: para Contribuições a Historiografia de Arruda organizadores. Campos, - Rio do Arquivo Brasileira Renato Claro: Oca de / Alencar Editora, 2013. 240 p. ISBN 978-85-64366-03-9 Inclui bibliografia 1. Arquivo Teresa III. Público. de Arruda, org. 2. Rio 11. Título. Capa I Seleção de imagens: Hélia Maria de Fátima Gimenez Machado Maria Teresa de Arruda Campos Claro. Dotta, I. Campos, Renato Alencar, Maria org. 9 SUMÁRIO QPONMLKJIHGFEDCBA A p re s e n ta ç ã o 1 1 KJIHGFED M a ria T e re s a d e A rru d a Cam pos In tro d u ç ã o 15 R e n a to A le n c a r D o tta H is tó ria d a M in h a V id a (1 9 3 8 ): A im p o rtâ n c ia in te le c to -c u ltu ra l d e S ã o B e n to d o S a p u c a í n a fo rm a ç ã o e a m b ie n ta ç ã o d e P lín io S a lg a d o ............................................................................................................................. L e a n d ro o Fundo 23 P e re ira G o n ç a lv e s C a rm e la P a tti S a lg a d o : u m o u tro o lh a r s o b re o in te g ra lis m o 59 J o ã o F á b io B e rto n h a liA m u lh e r in te g ra l te rá : c é re b ro d e h o m e m , fís ic o d e m u lh e r e c o ra ç ã o d e c ria n ç a " C o n c e p ç õ e s s o b re a m ilitâ n c ia d a s b lu s a s -v e rd e s p e lo s in te le c tu a is s ig m a 73 J e ffe rs o n A e d u c a ç ã o d o c o rp o fe m in in o B ra s ile ira do R o d rig u e s B a rb o s a n a A ç ã o In te g ra lis ta 93 R e n a ta D u a rte S im õ e s 10 oQPONMLKJIHGFEDCBA E s ta d o N o v o e a c o n s tru ç ã o o in te g ra lis m o n o s liv ro s d id á tic o s d a m e m ó ria s o c ia l: MLKJIHGFEDCBA e n a g ra n d e im p re n s a 1 1 3 KJIH ........................................................................................................................... R o g é rio L u s to s a o A rq u iv o V ic to r d e R io C la ro , lo c u s d a m e m ó ria e h is tó ria d e P lín io S a lg a d o p o r s i e p o r o u tro s .......................................................................................................................... 137 G is e ld a B rito S ilv a M á rc ia Id io s s in c ra s ia s a tra je tó ria R e g in a C a rn e iro n o c a n to d a e s ta n te : d a E n c ic lo p é d ia d o In te g ra lis m o c o m o o b je to d e e s tu d o ......................................................................................................................... 1~ R o d rig o E x p e riê n c ia d e p e s q u is a n a te m á tic a C h ris to fo le tti d o in te g ra lis m o , n o C D -A IB /P R P e n o F u n d o P lín io S a lg a d o , e m R io C la ro .......................................................................................................................... A le x a n d re 173 B la n k l B a tis ta R e tra to s ........................................................................................................................... H é lia d e F á tim a G im e n e z M a ria M ilto n T e re s a d e A rru d a 195 M achado Cam pos José H ussni M achado Luz 23 HISTÓRIA DA MINHA VIDA (938): A importância de São Bento do Sapucaí na formação e ambientação intelecto-cultural de Plínio Salgado'ZYXWVUTSRQPONMLKJ L e a n d ro P e r e ir a G o n ç a lv e s aZYXWV utsrqpo 2 o Fundo Plínio Salgado do Arquivo Público e Histórico de Rio Claro (APHRC/FPS) é detentor de diversos m anuscritos não publicados do líder da Ação Integralista Brasileira (AIB) e, entre os m ais diversificados docum entos, destaca-se um texto intitulado: H i s t ó r i a d a m i n h a v id a ? Nele, vê-se um discurso criado pelo próprio autor que, em tom m em orialístico," buscou o desenvolvim ento da im agem de um herói detentor de um a sabedoria única e superior, apontando m om entos e passagens de sua vida que são caracterizados zyxwvut 1 Estudo Coordenação 2 realizado com auxílio de Aperfeiçoamento da (ICS-ULi. V is itin g F e //o w ) no ( J u n io r Investigador da Universidade estrangeiro Católica associado Portuguesa 3 SALGADO, 4 A análise do documento Plínio. de que o historiador escolhas transformada H is tó r ia (CEHR/UCP). e M e m ó r ia . documento d a m in h a V id a H is tó r ia entendida e análise da história. daí a necessidade sobre o período. V id a , Católica de São Paulo (PUC-SP) de Estudos Pesquisador como como de Lisboa de História Efetivo Religiosa do Laboratório de desenvolvida por Jacques monumento, ou seja, através uma herança do passado uma vez que os documentos Le Goff das pode ser são essenciais O autor ainda destaca que há a necessidade pois todo documento 5' ed. Campinas: d a m in h a e (APHRC/FPS-01.007.001). o documento a memória, de criar uma crítica documental, (Portugal) Federal de Juiz de Fora (LAHPS/UFJF). em uma análise historiográfica, para o desenvolvimento do Centro baseia-se na concepção deve criticar do historiador, Gulbenkian Instituto de Ciências Sociais da Universidade História Política e Social da Universidade mesmo, Calouste Doutor em História Social pela Pontifícia Universidade com estágio H is tó r ia Fundação de Pessoal de Nível Superior (Brasil). é tendencioso. Editora da UNICAMP, analisa-se a memória de criar um elemento 2003. LE GOFF, Jacques. No caso específico do Plínio Salgado escrita crítico capaz de desenvolver do por ele um estudo 25 24utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA com o essenciais para a criação de um a liderança Desde pequeno, de um a doutrina foi fortem ente cristã e autoritária. a fam ília do pai, coronel da m ãe, Senhora m em orialistico e cívicas"." sem pre Anna Francisca com o A im agem das Chagas Esteves Rennó "m odelos pela presença De ancestralidade Francisco Cortez, de honradez de defensor A pretensão politica e cristã." influenciado feita constantem ente Salgado, e m ilitantes e de virtudes cristãs do cristianism o foi a m arca central de Plinio Salgado, criada por ele próprio e pelos seguidores o biógrafo, da doutrina, da década levando os m ilitantes seria na verdade Os de 50, buscou a enxergarem não delim itando falsos da realidade, as ideias presente; do m odo pretensão convencer fam iliar de Plinio antes de saber o que diz escritura A pesquisa baseando-se desdobrada do historiador, a pesquisa de persuasão; na em três no -dono das fontes; não tem a pretensão m as sim desenvolver válida para o entendim ento de um a a existência um a com o Dessa forma, enxerga-se contido Desta forma, entende-se o documento à frente e exem plar. textos pessoa que redigia, e sem pre espaço todos deviam obediência. é politico do de "m em ória" Salgado evitava preocupação de salvador, apesar de deixar subentendido claro em São Paulo e e o pensam ento Plinio teve com o do seu tem po, Exem plo da Casa de Plinio Salgado, localizada e ex- do rotulado do utilizar a tirar a im agem ser ele o Chefe a quem O autor pouco escrevia sobre a sua fam ília e o seu cotidiano, m as quando o fazia, era de form a superficial ou sem detalhes. No entanto, no APHRCjFPS,12 foi localizado um do autor com m ais de cem páginas intitulado: aZYXWVUTSRQP H is tó r ia m anuscrito d a m i n h a v i d a ." O docum ento, de um a anotação m aterial O revisado feita pelo próprio não seria publicado m aterial com datação parte m anuscrito, não autor na prim eira Em alguns m om entos, em livro, 14 portanto falhas de organização íntim as. não foi são percebidas. ele fala em prim eira pessoa e, em outros, em terceira. Apenas um trecho, que representa m aterial, página, que o por se tratar de inform ações foi. transform ado e por isso algum as final de 1938, que foi é claro ao afirm ar, por m eio foi publicado um a pequena parcela do pelo autor, em 1936, em um a O b r a c o l e t i v a da E d i ç ã o d a R e v i s t a P a n o r a m a , periódico oficial da AIB, no item : do pensam ento ALBUOUEROUE, dos Municípios, Representação com grande importância, na obra é caracterizado mas vale ressaltar por uma auto-necessidade de exaltação. que pode ser utilizado para análise reflexiva da pesquisa, mas com certo teor crítico, no sentido de identificação Carlos de Faria. dos componentes CARNEIRO, Márcia Regina da Silva Ramos. 1951. p. 9. O biógrafo de Plínio Salgado era um correligionário do Partido de Roger. CHARTIER, Roger. 12 todos os documentos pessoais e políticos A h is tó r ia c u ltu r a l entre práticas e representações. A h is tó r ia o u a le itu r a d o te m p o . Belo Horizonte: Autêntica, Do s ig m a integralistas. Federal Fluminense, A cidade de Rio Claro no interior ao Salgado, ao mencionar Lisboa: 2007. 13 14 v e rd e s . - entre a anta, a Niterói, 2007. p, 9-10. em 1985, a doação de das mãos da viúva de Plínio Salgado, Carmela do Brasil. Segundo Plínio a cidade do interior de São Paulo: "A ideia integralista cidade, que é uma das mais importantes a o s c a m is a s s ig m a 2007. 415f. Tese (Doutorado de São Paulo recebeu da Província." - Escrito na Fazenda Palmeira, em Taquaritinga, Popular (PRP). Cf. CHARTIER, em História) - Universidade de memórias Parti Salgado. Rio Claro foi uma das principais cidades integralistas de idolatria do autor. ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA P lín io S a lg a d o : resumo biográfico. Salvador: Gazeta Difel, 1990. 8 a im agem de Plinio Salgado. que o discurso 7 única autor. Ela é vista com o um privilegiado m ovim ento integralista." 11 6 da figura do lider é do integralism o um hom em sabedoria águia, o leão e o galo - a construção 5 rem anescentes cujo objetivo é m anter vivos a m em ória Nos de Plinio Salgado, com o A elevação de form a irracional, enxergando-o parte datilografado, que já não está num discurso Obviam ente, no sentido análise interpretativa politico é um a as com petências o leitor".'? de convencer, as próprias de necessidade o seu funcionam ento." o passado, ou de sua trajetória. da história, seguir tais fundam entações, "convocar pelo à prática discursos de vida e do universo de que a história m ostrar analisados que vão construindo um a sociedade, é preciso conhecer elem entos: ou "Chefe", prim eira por Deus. ser social." Vê-se com o elem ento Para um a caracterização afirm ação na genealogia, pelos que cultuam , possuidor de Plinio Salgado não são apenas reflexos verdadeiros Salgado para a análise da estruturação tem com o explicações devem m as entidades do m undo a com preensão citada em que que o discurso com portam entais analítica.' As representações divisões na passagem um a espécie de m issão recebida gestos historiador, com o não é exaltar a im agem não é a de condená-Ia. espanhola, são vistas em tom dos valores tam bém SALGADO, em 2 de agosto de 1934. In: Rio de Janeiro: José Olympio, empolgou C a r ta s 1935. p. 22. SALGADO, Plínio, H is tó r ia d a .. op. cit. Pelo conteúdo, verifica-se que algumas das anotações foram utilizadas na biografia escrita pela filha Maria Amélia (Virgília) Salgado Loureiro em 2001: "Por isso nos alongaremos p.7. 9 10 CHARTIER, Roger, 1990, op. cít. na narrativa da infância de Plínio Salgado (decalcada CHARTIER, Roger, 1990, op. cít. p. 15. LOUREIRO, Maria Amélia Salgado. P I( n io S a lg a d o , m eu de notas pessoais p a i. a Plínio. Do sertão Paulista que ele deixou)." São Paulo: GRD, 2001. p. 36. 27 26aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 5 D a d o s b i o g r a p h i c o s utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA de P l í n i o S a l g a d o . 1ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA O objetivo das reflexões propostas não tem com o m ais poderosa m eta do que as estabelecidas pelos livros históricos."? Há diversos elem entos de convergências exaltar ou cultuar a im agem de qualquer pessoa, e sim realizar um estudo crítico, reflexivo e analítico sobre a cultura política em história torno objeto de estudo, portanto da intelectualidade das representações, de Plínio Salgado, um a vez que m uitas vindas em um m om ento tiveram com o nascedouro seguinte de sua vida, a sua infância. Essa questão não é m érito de Plínio Salgado; pois, ao analisar o com portam ento criança, é possível identificar determ inadas presentes da cultura que a m em ória política, de form ação, construção são vistos e através da vida privada fam iliar. Entende-se no sentido na representação de com preensão no é criada através da absorção, reprodução de absorção de um sentido em estágio que sua e interpretação. relativo à sua vida privada, verifica-se o de valores e apropriação e o discurso um a espécie de certificação entre história tem com o vida cotidiana da história. elem ento com o evolução Deixa-se Partindo na m em ória da referência ao relacional dessas reflexões, a proposta analisar elem entos tem porais nas m em órias da para o É fundam ental que haja a verificação do da pesquisa, social." foram claro que a contagem Para prom over levantados tem poral "vários nem sem pre É possível sistem atizar o tem po por m eio da cronologia. por m eio de m om entos pressuposto, e evidente de entendim ento teórica e divergências entre encontra de Plínio Salgado, inseridos entendim ento ocorre im ediata objetivo tem po tem pos". histórico verifica-se um a possibilidade e m em ória." investigativa um a configurada é válida; principalm ente Ao analisar esse período tem po explicações e raciocínios na vida adulta, já que ações e pensam ento consolidados de qualquer e m em ória, cotidianos que o estudo propõe e, é justam ente, partindo o desenvolvim ento desse do prim eiro tem po de Plínio Salgado: da m em ória infantil e fam iliar." de ideias, que serão Esta reflexão sobre o pensam ento de Plínio Salgado tem É preciso deixar explícito que, ao posteriorm ente. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA com o propósito desenvolver questões que servirão de base para o falar de cultura política, conceitua-se com o um : entendim ento da origem do tem po da form ação política do autor, reproduzidos assim com o Conjunto de valores, tradições, práticas e representações políticas partilhado por determinado grupo humano, que expressa uma identidade coletiva e fornece leituras comuns do passado, assim como fornece inspiração para projetos políticos direcionados ao futuro [...] Dessa maneira, com base em enfoque de sentido amplo, representações configuram um conjunto que inclui ideologia, linguagem, memória, imaginário e iconografia, e mobilizam, portanto, mitos, símbolos, discursos, vocabulários e uma rica cultura visual (cartazes, emblemas, caricaturas, cinema, fotografia, bandeiras, etc.)." Vê-se a m em ória com o um a representação política de Plínio Salgado sobre a infância. produção dos historiadores m odalidades podem da cultura O conhecim ento e a ser classificados com o um a das de relação social com o passado. A m em ória tam bém confere um a presença ao que passou; sendo, em alguns m om entos, interior da necessidade da sociedade da valorização de criação literária e catequizadora o desenvolvim ento da AIB do seio fam iliar. Durante e foi a base genealógica objetivo o período pós-infância Plínio. et aI. P lín io S a lg a d o . São Paulo: Edição da Revista Panorama. 1936. Patto Sá. Desafios e possibilidades In: __ (Org.). C u ltu r a s P o l/tic a s 8elo Horizonte: Argvmentvm. 2009. p. 21-22. na apropriação de cultura n a H is tó r ia novos estudos. (pós-São Bento claro: influenciar, por m eio do pensam ento cristão, a sociedade brasileira a lutar pelo m ovim ento suas ideias conservadoras CHARTIER. Roger. 2007, op.cit., p. 21. 18 CHARTIER, Roger, 2007, op.cit., p. 23-24. 19 CHARTIER. Roger, 2007, op.cit., p. 65-68. 20 Os demais "tempos" da trajetória analisados em: GONÇALVES, Leandro Pereira. política Pontifícia Universidade Entende-se e intelectual E n tr e B r a s il e P o r tu g a l de Plínio Salgado e a influência do conservadorismo em História)- Carlos português. principalmente "num contraditoriamente, devemos da Silva afirma momento alguns em afirmam de Plínio Salgado foram trajetória e pensamento 2012. 668f. Tese (Doutorado Católica de São Paulo, São Paulo, 2012. como conservadorismo Teixeira nacionalista integralista e de cunho radical." 17 Francisco SALGADO. para por m eio do discurso cristão, oriundo radical, os movimentos um forte teor político com um sólido fundo religioso. 16 MOITA. Rodrigo política pela historiografia. no no tem po do Sapucaí), verifica-se que as obras de Plínio Salgado tinham um 21 15 cristã e espiritual brasileira, o que esteve presente ser fundamental que presenciamos com ênfase e ideias que possuem Em relação à expressão o estudo a ressurgência a indiferenciação do fascismo dos campos voltar-nos com atenção para as fontes de um rico filão do pensamento Teixeira da Silva desenvolve um levantamento conservador, do pensamento, do termo - conservadorismo e, políticos, moderno." - e detecta que o 28utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 29 Filho de um coronel e de um a professora, Plínio Salgado qualidades de orador, o carisma pessoal do chefe fascista." nasceu em São Bento do Sapucaí, cidade do interior de São Paulo." A cidade e o pai eram vistos pelo autor com o: zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Com um teor de patriotism o e nacionalism o, Salgado identificou o pai de form a idêntica em relação à im agem que Um município onde não havia oposição, dado oZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA p o d e r e fa s c in a ç ã o criou em torno de sua pessoa, no decorrer do século XX. Em d a fig u r a d o c h e fe . P r o fu n d a m e n te n a c io n a lis ta , costumava reunir 1936, lançou um livreto: aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA H om enagem a C a x ia s e a o E x é r c ito d o os filhos à noite, narrando-Ihes as façanhas de Osório, de Caxias, B r a s i l com o objetivo único de exaltar a im agem de Luis Alves de os episódios das vidas dos grandes estadistas do Império. A mãe Lim a e Silva, aquele que, em 1962, transform ou-se em patrono do de Plínio Salgado era professora e e s tim u la v a o s filh o s a lu ta r exército brasileiro, Duque de Caxias. Plínio Salgado trouxe dos p o r D e u s e p e la P á tr ia , sendo ela própria que os ensinou a ler e relatos de infância, Caxias ao lado de M arechal Floriano Peixoto, Ihes deu as primeiras lições de História, Geografia, Aritmética e que era referência para o coronel Francisco das Chagas Esteves Francês." Salgado e serviu de parâm etro para o filho no desenvolvim ento de sua principal criação, o integralism o: ''A lição de Floriano Peixoto Neste trecho sobre a história da vida do autor, vanos está viva e presente no coração dos integralistas [...] e ensinou aos elem entos podem ser detectados com o sendo pertencentes à brasileiros, pela voz do M arechal de Ferro, o segredo da honra dos doutrina de Plínio Salgado, pois m ostram sua fascinação pelo poder povos e do prestígio das nacionalidades.v" Tam anha inspiração do chefe, justam ente o em que ele se transform ou com a fundação e referência influenciaram o pensam ento de Salgado, que chegou da AIB, o Chefe suprem o e absoluto." Plínio Salgado transform oua sugerir, em seus escritos, chegar a atos de extrem ada violência, se em um líder com a seguinte caracterização: com o a praticada pelo M arechal de Ferro, nas ações presidenciais do fim do século XIX: A organização integralista, inspirando-se nos modelos fascistas, é dirigida por um Chefe Nacional. Os estatutos lhe atribuem a direção total e indivisível do movimento, tornando seu poder c e n tr a liz a d o , to ta l e p e r m a n e n te . [. .. ] A fidelidade ao Chefe é o corolário de seu poder ilimitado. [...] A valorização da fidelidade ao Chefe teve como consequência o culto da sua personalidade. Além de dispor de um poder legal vinculando seus adeptos por um juramento de fidelidade, Salgado possuía, com suas conservadorismo é visto como uma forma de pensamento em uma contra proposta das ideias revolucionárias "ideologia definir reativa". expressáo uma posição militante cunhada de reação pelo político francês Sabrina Evangelista; p e n s a m e n to d a d ir e ita : 13-21. 22 Bento território "Quando Chateaubriand Alexander Redefinindo Martins e personagens. (Orq.). que buscou da Revoluçáo a Direita. In: __ D ic io n á r io c r ític o ; do Mauad, Rio de Janeiro: 2000. p. nasceu em 22 de janeiro de 1895, a cidade natal de Plínio Salgado, São do Sapucaí, pertencia paulista." VIANNA, idéias, instituições cuja base está centrada clerical e política às consequências Francesa. SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Introduçáo: MEDEIROS, moderno, de 1789. dessa forma, define como uma SALGADO, ao Estado de Minas Plínio. V id a d e Gerais, passando, Jesus. posteriormente, 19. ed. Belo Horizonte: Difusáo ao 24 Com uma liderança indiscutível, conseguiu angariar adeptos cultuado pelos adeptos do movimento conservador ultrapassar 25 TRINDADE, Hélgio. Alegre: Difel/UFRGS, o limite da vida e até hoje, para a causa integralista brasileiro. Inserida em um a sociedade autontana do final do século XIX, sua fam ília pertencia a um a elite cultural com im portância social e política na região. Ao lado de um típico discurso autoritário do pai e da educação concedida pela m ãe, dem onstrava com clareza e visibilidade que a presença do lem a integralista já estava presente na sua infância, pois D e u s , p á t r i a e f a m í l i a foram os sustentáculos do m ovim ento de extrem a-direita do século XX no Brasil, assim Pan Americana do Livro, 1964. Contracapa. 23 SALGADO, Plínio, H is tó r ia d a ... op. cit. (grifo nosso). em pleno século XXI, consegue 'A bala!' Essas palavras de Floriano Peixoto nos ensinaram que os brasileiros, na defesa de sua honra, não devem temer e, muito menos, colocar os interesses de outras nações acima dos de sua Pátria. A lição de Floriano Peixoto é digna de ser imitada por todos nós. Sempre que alguém pretender ameaçar os brasileiros, nosso dever é repetir as palavras de Floriano, dizendo: 'receberemos à bala os invasores! '27 e continua sendo 26 __ SALGADO, o 27 o fascismo brasileiro da década de 30. 2. ed. Porto Plínio. Aos c a m is a s op.cit., p. 104-105. v e rd e s Plínio. 4. ed. São Paulo: Voz do Oeste, 1981. p. 74-75. C a r ta s a o s ... SALGADO, In te g r a lis m o : 1979. p. 164-166. N osso B r s s il. da Amazõnia, dos Pampas e de Alagoas. In: 30utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 31 com o em outros m ovim entos políticos com o no salazarism o: aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA D eus, que passaram a .ser um dos principais sím bolos da política pliniana: a u to r id a d e e fa m ilia . no tuPI-guru: aru , q~e buscou o grito A n a u ê ! para sim bolizar o Criado em um a típica fam ília patriarcal do interior m ovim ento lntegralista na década de 1930.31 Por coincidência ou brasileiro, os prim eiros anos de vida de Plínio Salgado são vistos não, no exílio em Portugal, no ano de 1940, buscou a rezião dos ' V' 32 I:>' com o essenciais para a com preensão das m atrizes discursivas do avos paternos, Ise.u, para se tratar de um a hem optise na cidade pensam ento pliniano. O seguinte trecho faz parte de um anexo d~ M angualde. HaV1aum a verdadeira adoração pelos pais que eram do docum ento citado em que Plínio Salgado criou um a espécie de VIStoScom o espelho, o~ seja, referenciais a serem seguidos. diálogo-entrevista realizado consigo m esm o: zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA O au~~r preconiza um : superioridade ao pai com o algo exacerbado, Ja que a antecIpaçao, prom ovida pelo coronel Salgado - E seus avós? - do lado paterno, o português de Viseu, Manuel em relação à abolição da escravatura," pretendeu dem onstrar a Esteves da Costa e D. Mariana Salgado Cerqueira Cezar. Estudante im portância que conferia ao pai na História do Brasil: p á tr ia , na Universidade de Coimbra, Manuel Esteves veio para o Brasil por motivos políticos, pois era partidário de D. Miguel contra D. Pedro." Quanto a Mariana, ligava-se a uma família, pelo ramo Salgado, vinda para o Brasil no século XVIII e pelo lado Cerqueira/ Cezar se entrosa na linhagem dos Bandeirantes, oriundos do casamento da princesa Terebê, filha do cacique Tibiriçá, no século XVI. Do lado materno, Plínio descende de Antonio Leite Cortez, de origem espanhola e cujos membros da família foram varões notáveis no Vale do Paraíba; era amigo das letras latinas e político do Partido Conservador, na Monarquia. Sua avó, deste ramo era D. Mariode Sofia Renow, filha do médico alemão Johan Renow, capitão da cavalaria de Baden e nascido na Prússia e parece ter vindo para o Brasil em 1826, por motivos políticos, era rico, pois clinicava de graça. Em Curitiba conheceu D. Ana Joaquina Ferreira, filha do Governador, com quem se casou e o casal veio para o Sul de Minas, a cavalo, formar fazendas de café, deixando centenas de descendentes, pois a família Renow, que abrasileirou o nome para Rennó, é das mais numerosas naquela região. 29 Três mese_s antes do decreto da Princesa Isabel, extinguindo a _escravldao no Brasil, o presidente da Câmara Municipal de Sao Bento do Sapucaí, Francisco das Chagas Esteves Salgado, coadjuvado por uma comissão de pessoas gradas do município, convocou todos os fazendeiros do mesmo município, para que em ato solene, assinasse cartas de alforria de seus escravos. 34 No jornal Diário Paulista," há um a reportagem , do dia 21 de m arço de 1888, sobre o feito idealizado pelo coronel Francisco Salgado: Março 13 de 1888. Raiou enfim para nós aurora da liberdade! O dia 11 ?e março de 1888 deve ficar indelevelmente gravado na mernona de todos os sambentistas, pois nesta data comemorável foi proclamado livre o nosso município. Quando à 31 Art;54 - A ,!a u ê é um vocábulo Tupi que servia de saudação e de grito de guerra queles indíçenas. E uma palavra efetiva que quer dizer. - "você é meu parente" _ (dicionário Plínio Salgado buscou, na trajetória política e intelectual, elem entos contidos na sua origem , valorizando a árvore genealógica de sua fam ília form ada por portugueses e bandeirantes, m arcas de destaque na produção literária e política do autor;" e indígenas, ~ontoyal. Como o mteçransmo aClonall~ta de sentld? ;clamaçao é a Grande Família dos "Camisas-Verdes" herolco,. Anauê da saudaç~o Integrallsta. foi a palavra consagrada e um Movimento em louvor do Sigma. É a Serve ainda para exaltar, afirmar, consagrar e manifestar egrla. SALGADO,. Plínio. P r o to c o llo s e R itu e e s . regulamento. Niterói: Edição do núcleo rl)unlclpal de Niterói, 1937. p. 18. Segundo Plínio Salgado em estudo de 1931:"A língua tupi ~ve ser estudada sob novo critério. A contribuição dlclonár~os do idioma falado pelos nossos de todos os que escreveram selvagens é certamente gramáticas valiosa e serve-nos hole de rrucro ,para as nossas procuras." SALGADO, Plínio. A Irngua tupi. In: __ O b ra s C o m p le ta s . Criticas e PrefáCIOS. São Paulo: Américas, 1956. v. 19, p. 201. 3 bs Intelectuais da região o caracterizavam como "ilustríssimo descendente dos iroes . Cf. MATOS, Fernando de. viseu em Festa. J o r n a l d a B e ir a , Viseu, 11 ago. 1944. o 28 "De origem portuguesa e formação em Coimbra." emigrou CONHEÇA para o Brasil por razões políticas após estudar Salgado. Disponível em: <http://www2.camara.gov.br/deputados/pesquisa/ayouts_deputados_ biografia?pk=122697>. humanidades antiliberal, OS DEPUTADOS: Plínio Acesso em: 10 jun. 2011. 29 SALGADO, Plínio, 30 Maior exemplo 33 Documento datilografado, Psrtencente ao APHRC/FPS. ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA H is tó r ia d a ... op. cit. (anexo) está em: SALGADO, Plínio. época das Bandeiras. Rio de Janeiro: José Olympio, A voz do 1934. o e s te romance-poema ? .. da 34 SALGADO, ° Plínio. A b o liç ã o intitulado A b o liç ã o d a e s c r a v a tu r a da e s c r a v a tu r a . Sem datação é (APHRC/FPS-1 00.005.004). e 35 jornal circulava no fim do século XIX com noticias da região do norte de São Paulo Sul de Minas Gerais e era impresso na cidade paulista de Taubaté. 33 32zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA análise dos fatos. Plínio seguiu de form a clara e absoluta o trajeto completava-se justamente um mês que na Penha do Rio do Peixe político do pai, aliado à intelectualidade da m ãe. dera-se o assassinato de Joaquim Firmino o mártir da liberdade, Com o objetivo de construir a sua própria m em ória, eis que, como para levantar um protesto contra tão bárbaro acontecimento, ergue-se o município de S. Bento e tira de sobre partindo da reflexão do autor, é possível identificar elem entos que si a ignomínia da escravidão! [...] no dia 8 do corrente os Srs. Dr. influenciaram Plínio Salgado. Nos escritos, realizou um a análise da João da Silva Meirelles, tenente Francisco Esteves e o alferes cidade natal e buscou reflexões bem íntim as e particulares de sua José Maria Gomes Leite, tomaram a iniciativa de por circulares infância. Por m eio dos textos, pode-se verificar com veem ência o dirigirem-se aos lavradores convocando-os para uma reunião reflexo e influência que o garoto Plínio buscou no pai, que era um no dia 11 e que tinha por fim tratar-se da libertação imediata e hom em daquela geração, ou seja, não haveria excepcionalidade ou total do município. [...] De fato, ao arvorecer daquele dia, já a m esm o heroísm o no coronel; m as, no m em orialism o pliniano, a cidade tinha um aspecto todo festivo: de todos os lados subiam tônica de idolatria era a m arca central: foguetes aos ares; na frente do Paço Municipal tremulava o rico pavilhão auriverde; as ruas simetricamente ornadas de arbustos e Quando principiei a tomar conhecimento da vida, reconhecendo flores; por sobre as cabeças da descomunal multidão, agitavamas pessoas e as coisas que tinha em redor, meu pai era um se as bandeiras de diversas nações, e, o rumorejar do povo pelas homem de barbas pretas, vestindo sempre de preto, com camisa ruas atestava o entusiasmo de que se achava possuída a nossa branca, punhos e colarinhos de goma rebrilhantes, um relógio população. Em todos os semblantes notava-se uma indizível cujo tique-taque eu gostava de escutar, o qual estava preso a alegria e era geral a ansiedade com que se esperava pelo começo uma corrente de ouro que pensa do colete preto. Era um homem da festa de redenção de nossos irmãos escravizados."utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA de mediana estatura. Quando saia à rua, levava sempre uma bengala negra de castão de prata. Quando lia, punha um pinceNota-se que o pai de Plínio Salgado era relativam ente nez. Eu notava que ia muita gente a nossa casa e que todos im portante no cenário político local. Percebe-se a influência que o tratavam meu pai com imenso respeito, parecendo-me que ele pai exerceu sobre o filho, apesar do pouco tem po de convívio, um a mandava naquelas pessoas. l. ..] Eu não compreendia bem tudo vez que o coronel faleceu quando Plínio tinha 16 anos. Contudo, aquilo, mas tirava a conclusão de que meu pai deveria ser uma o convívio nesses anos foi o suficiente para criar em Salgado espécie de centro de mundo, tudo se movimentando em razão um a im agem de liderança e força. o artigo citado aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA A b o liç ã o da dele. Reparei que o chamavam de coronel. l...] Era chefe político e s c r a v a t u r a , o autor afirm a: "O êxito de m eu pai foi total. Sem da localidade. Era um dos senhores feudais que caracterizaram a vida social brasileira, de intenso municipalismo, através do II exceção, todos os fazendeiros libertaram seus escravos. [...] Foi só Império e dos primeiros tempos da República. 38 três m eses depois que a Princesa Isabel assinou o fam oso decreto da libertação dos escravos. Em São Bento do Sapucaí já não havia . d a m e c1ida governam ent al ."37 necessidade Não se tem a pretensão de realizar análises sobre o processo escravocrata ou abolicionista no Brasil, m uito m enos em relação ao interior de São Paulo, m as identificar Francisco Salgado, que tam bém assum ia a função de farm acêutico da região, representando, desde jovem , um a liderança. O pai de Plínio era responsável pela saúde e tinha um a dupla função entre a cura e a política no interior, típica referência nas pequenas cidades, assim com o o filho que, em pouco tem po de vida e estudo, m ostrou possuir um a form a perspicaz de 36 Norte de São Paulo: S. Bento do Sapucahy. 37 SALGADO, Plínio, A b o liç ã o ... op. cit. Percebe-se que a im pressão de Plínio Salgado, ainda na infância, colocava o pai em um a espécie de pedestal e superioridade, posição que alm ejava conquistar. Neste m om ento, o autor m ostrou um a entre as várias am biguidades estabelecidas. No final da citação anterior, ressalta que o chefe político, ou seja, o coronel, é a característica central dos prim eiros anos da República, e na sequência do texto afirm a: A palavra senhor feudal não a emprego aqui senão para designar ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA D iá r io P a u lis ta ,T a u b a té , 21 mar. 1888. 38 SALGADO, Pllnio, H is tó r ia d a ... op. cit. (anexo) 35 34 não corresponde ao rum o politico que defende nos escritos. É m ais um sistema mecânico das relações entre o Povo e o Estado, um a reflexão que pode ser tom ada para identificar com o o filho porque os chefes políticos do vasto interior brasileiro exprimiam o sentido mais poderoso da verdadeira democracia. [...] O assum iu perante o pai, nesse m om ento, um a espécie de "cegueira". papel que o chefe-político desempenhou no Brasil, elegendo os Francisco das Chagas Esteves Salgado era um típico politico à custa de seus sacrifícios deputados e senadores, que brilhavamutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA agente da Prim eira República brasileira, aquele que exercia todas as [...] A esse senhor-feudal democrático e humilde, cuja força funções e tinha controle social em diversos segm entos: consistia no bem que espalhavam não se fez nunca justiça." Salgado dem onstrava sucum biu não possuir se referia aos "coronéis" republicano, a não referências o autor aos às um a linha única ser quando diversas críticas, de raciocínio vigente Francisco afirm ações república quando buscava Esteves de depreciação Salgado, e intensa brasileira, via o Brasil com o o livro: O aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA T hem a da nossa Ao prefaciar g e r a ç ã o : e n s a i o p o l í t i c o de Cândido No tempo em que nasci meu pai exercia também a função de delegado de policia. [...] Era meu pai, porém, mais do que um delegado, porque desempenhava um papel de verdadeiro patriarca, solucionador de pendências, acomodador de situações entre querelantes e, principalmente, anjo tutelar dos pobrezinhos. Farmacêutico do lugar, onde não havia médico, chefe político, delegado de polícia, presidente da Câmara, compadre de meio mundo, intelectual da terra, possuindo uma regular biblioteca, homem de cultura variada, consistia o centro das atividades sociais da cidadezinha." pois no período falava do pai. Quando com o crítica ao sistem a da prim eira um país sem finalidade. próprias e ao sistem a politico "coronéis", prom ovia suas M otta Filho: Nós sentíamos todos os erros do Regime e denunciávamos um mal-estar que provinha, por certo, do contraste entre as realidades da Nação e o espírito que animava a sua Constituição e as suas leis. Sentíamos um país sem finalidade, sem nada a defender, sem a nada a aspirar. [...] A vida dos partidos se processava mediante um instinto de aventura, que se utilizava das desídias municipais e se concretizava nos cambalachos decorrentes da prática do sufrágio universal. 40 Pelo relato se que este pode coronelism o, fenôm eno (1889-1930), caracterizado ao presidente a necessidade ideias dissem inadas na nação, contra supere os interesses feudal": "Não da Nação. Nem existe nenhum os interesses estaduais, nem os interesses dos indivíduos. determ inadas em São Bento do Sapucaí e que transform avam seu pai em um "senhor os interesses de pensar de força do coronel, No "feudalism o", que não há descrita por Plinio Salgado, Inserido elitista que Them a p.II-111. 41 politica ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA FILHO, Cândido. O SALGADO, Plínio. de Janeiro: José Olympio, da nossa ° g e ra ç ã o : o D e s p e r te m o s conclui- presente na prim eira de república envolvendo reciprocidades politicas: Plinio daquela época, Salgado sob e dom inadora, desenvolvida a form ação ótica centralista, típica da fam ília brasileira, nessa relação exercidos verifica-se um a pelo um a busca pai que por Plínio foram Salgado de m odelo m arcas em que foi e valores essenciais da em toda a sua trajetória. MODA ensaio político. Rio de Janeiro: Schmidt. grande rythmo da Nação. In: __ 1935. p. 167. da nossa geração. do coronel, êxito na denom inação por ser um sistem a que liga o chefe local na geração teve controladora autoritários SALGADO, Plínio, H is tó r ia d a ... op. cit. (anexo) SALGADO, Plínio. Prefácio: Alberto Tôrres e o thema politico da república, criado. Verifica-se 39 40 acerca com nem das classes, nem o interesse Acim a de tudo, a Nação.?" nação e a presença interesse m unicipais, Salgado Nessa concepção, o coronelismo é, então, um sistema político nacional, baseado em barganhas entre o governo e os coronéis. O governo estadual garante, para baixo, o poder do coronel sobre seus dependentes e seus rivais, sobretudo cedendo-lhe o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. [...] O coronelismo é a fase do processo mais longo de relacionamento entre os fazendeiros e o qoverno.? N o m esm o ano, escreveu o artigo O g r a n d e r y t h m o d a N a ç ã o , buscando de Plinio ser enquadrado 1931, a N ação! Rio 42 SALGADO, 43 CARVALHO, José Murilo de. Horizonte: Plínio, H is tó r ia UFMG, 1999. p. 132. d a ... op. cit. P o n to s e b o rd a d o s . escritos de história e política. 8elo 37 36utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Esse nacionalism o autoritário, que foi característica devida aos m om entos de intensidade no discurso do autor, teve sua origem clara na sociedade do fim do século XIX e início do século XX, expressa na figura do coronel Bento Francisco citam a form ação com por Esteves Salgado. No ano de 1954, o autor escreveu no qual narra em tom m em orialístico, viagens para as aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA O b r a s c o m p l e t a s , um texto intitulado V i a g e n s p e l o B r a s i l , feitas pelo interior de analisar a im portância de form a do território das riquezas brasileiro, poética, al~n::as político cultural. Ao narrar um a visita à sua cidade natal e a lem brança pai, encontram -se aspectos criar sob a sua im agem predom inantes m eio superficial de um a do e iniciam SALGADO, cultural formação o debate brasileira. até o m om ento, Plínio. Viagens pelo Brasil. da escassez docum ental do pensam ento politico Em depoim ento ex-integralista trabalhos o ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA O b r a s c o m p le ta s . São Paulo: não analisou o período em questão, Plínio Salgado surgiu na intelectualidade de "gênio" por possuir, os seus prim eiros autor, traços 51 No entanto, anos de sua o afirm ou: sobre o Plínio Salgado com o um a espécie a percepção que havia um 46 SALGADO, Plínio, H is tó r ia 47 SALGADO, Plínio. G e o g r a fia SOLDADO de Deus. Direção: Sérgio Sanz. Argumento d a ... do am biente op. cit. s e n tim e n ta l. de parte da militância. op.cit. e Ricardo Benzaquen de ARAÚJO, Ricardo Benzaquen de. de Plínio Salgado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988. de celebrações sem valor científico realizadas Carlos de Faria. op.cit. e CÀPUA, Cláudio de. 2000, além da biografia P lín io escrita pela filha: Produções Artísticas, 2004 (87 rnin.). Gerardo Meio. espaço 1937. e roteiro: Sérgio Sanz e Luiz Alberto Sanz. Produção: Júlia Moraes. Rio de Janeiro: Videofilmes O discurso abriram 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, p.7. MOURÃO, 5. ed. São Paulo: EditorAção, da Grande S o l d a d o d e D e u s ." M elo M ourão verifica-se 50 Maria Amélia Salgado. op. cit.. p. 31. É a m inha im pressão através do autodidatism o," 49 "ilustrativa" sobre o tema no meio acadêmico. como: ALBUOUEROUE, biografia. com do próprio exaltar sua particularidade para a mais do tema: Hélgio, TRINDADE, o integralismo Gerardo até a fase adulta. Hélgio Trindade dedicou da página de forma p. 22-24. Ao tema restam livros provenientes LOUREIRO, para verificar essa relação A m aior parte das obras e depoim entos tem com o propósito trata o autodidatismo refere-se S a lg a d o : para a Sem ana O Plínio era um homem muito inquieto, um homem [s ic ] , era um autodidata, nunca se formou em nada, era um autodidata [s ic ] , escrevia [s ic l. escrevia jornais, escrevia conferências, vivia [s ic l, era um homem pobre e viveu com dificuldades, apesar de ser de uma família de origem antiga de São Paulo. 49 ou seja, não há estudos por militantes im ediata para o docum entário e escritor uma particularidade e r e v o lu ç ã o : de Salgado em relatos nele todo o m eu afeto pelo Brasil. Araújo apenas as páginas 22 e 23, sendo que este afirma ter tido como referência Trindade, T o ta lita r is m o quando de form a Pátria, çolhida, desde a infância.?" 48 acadêmicos pliniana desde o nascimento 35 a 42 ao desenvolvimento estudos, não dirigiu a im portância In: __ a partir dos anos 20 quando Alguns Os infância com o no livro que lançou em 1937: G e o g r a f i a S e n t i m e n t a l . de líder: zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Nesta obra afirm a: "Este livro foi escrito devagar e com am or ... Pus Américas, 1954. V. 4. p. 153-154. 45 A maior parte dos trabalhos pautando de form a Salgado. Apesar conhecim ento. 44 esplendente"." de Plinio Salgado, analisam reflexões de vida, é perceptível, que o autor pretendeu E eu me revia, entre os dez e os quinze anos, subindo a cavalo, em companhia de meu pai, a escadaria dos espigões, até atingir os pontos mais descortinantes do panorama. Naqueles patamares, parávamos e, de braço estendido, os olhos perdidos na distância, meu pai dizia-me simplesmente: 'Veja!' E eu olhava e via a vastidão das terras tumultuando em serranias e prolongando-se até às transparências azuis dos extremos perfis do horizonte. Os olhos do espírito continuavam, ultrapassavam as possibilidades visuais dos olhos do corpo; e eu via aquilo que talvez a voz paterna me insinuava na eloquência de uma palavra enunciada com o mesmo ardor com que à noite me narrava os trechos mais belos da História do Brasil; eu via toda a minha Pátria. Por isso, não alimentava sentimentos regionalistas; tudo era Brasil, a desdobrar-se, no peito do Continente. [...] Aquelas montanhas foram minhas mestras de nacionalisrno." A historiografia," natureza intelectual de Arte M oderna e a posterior form ação da AlB, portanto crêse que é preciso analisar de form a cuidadosa a infância de Plinio com o objetivo do país no discurso no iníciais de Plínio Salgado, na cidade de São do Sapucaí, vista pelo autor com o um local de "m elancolia, 51 fundamentações "estes de Plínio como algo excepcional, a não formação sem fundamentações Em vários momentos teóricas, apontamentos In: SOLDADO como acadêmica do Gerardo Meio Mourão, ou seja, enxergam a pesquisa nessa formação ao tratar o termo em torno de uma formação autodidata pessoal e de teóricas e científicas. Plínio Salgado afirmou em 1931, quando [...) não são orientados ordem rigorosa. São registrados, op. cit. como o depoimento genial do autor, no entanto unicamente livre interpretação D e p o im e n to . criar teorias sem concepções ao analisar a língua Tupi afirmou por nenhum apenas, de memória, método, nem seguem ou que: uma sem a presença dos livros e autores 38 39 cultural na vida do autor, pautado nom eadam ente na m ãe que era professora prim ária e transm itia conhecim ento e cultura ao filho. O clirecionam ento deste ensaio verifica que a cultura política de Plínio Salgado foi um elem ento de contribuição para a intelectualidade pliniana, vislum brada na década de 1920, no âm bito das agitações m odernistas, ou seja, o fato de ser autodidata não representou exatam ente um a particularidade de engrandecim ento de Plínio, que é caracterizado com o um hom em do seu tem po, com lim itações, m as que apresenta certo diálogo cultural. Vê-se que, através do pai, a gênese política foi cristalizada; já pela m ãe, a form ação é m ais intensa, um a vez que esteve a cargo dela toda a projeção intelectual e educacional: zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Nesse tempo, minha mãe residia em S. Paulo, onde frequentava a Escola Normal. Eram seus professores, Silva Jardim, Julio Ribeiro, João Pinheiro, todos positivistas, porém minha mãe não perdeu a fé católica. Ia a S. Bento nas férias. A casa de meus avós maternos era a mais alegre da cidade. Minhas tias e minha mãe, todas mocinhas, tocavam piano, flauta, violão, cantavam, declamava. Os intelectuais, os hóspedes da cidade, os doutores, e osaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA c o m e t a s (caixeiros-viajantes) eram para ali levados pelo vigário, pelo juiz municipal. [...] O fato é que minha mãe rejeitava todos os pedidos de casamento, tanto na cidade natal, como em S. Paulo. E meu pai também não se casava. [...] Foram, finalmente, encontrar-se os dois, em S. Bento. Ela professora, ele farmacêutico. Ela no salão festivo, polarizando as atenções da cidadezinha, nas noites de música e declaração; ele, na farmácia, centralizando o pequenino mundo local: o juiz, os professores, os comerciantes e tazendeiros.v do m eu m unicípio't.P A Professora Dona Anna Francisca Rennó Cortez foi a grande fundam entadora das concepções por ele defendidas. O autor não teve um a form ação intelectual regular, reforçando o fato de que a relação com a m ãe deve ser refletida com propriedade: A minha mãe devo a minha formação de moral, os meus sentimentos religiosos; devo-lhe também o amor às letras e perseverança na construção de minhas obras. A meu pai devo o meu conhecimento de moral pública, o desapego absoluto aos cargos e horárias, o entusiasmo nacionalista e o pendor para formar correntes de opiniâo.>' A form ação de Plínio Salgado ocorreu em um a ótica paternal centralizadora, dom inadora e de preceito nacionalista, aspectos que se refletiriam em sua vida pública e que, contrapondose ao m encionado na citação anterior, levá-lo-iam a passar décadas atrás do poder m áxim o do Brasil. Por sua vez, à influência m aternal, Salgado atribui a form ação m oral e religiosa, que, com a fundação do integralism o, tornar-seão alicerces da doutrina do m ovim ento. A relação com a m ãe é um ponto essencial para a com preensão da fam ília que tornou-se um efeito repetidor na vida de Plínio: Minha mãe praticou logo de inicio, um ato que a impôs à maior admiração de meu pai. Tinha este dois filhos naturais, Sineval e Alfredo. Fora um erro da mocidade, mas as crianças eram inocentes. Minha mãe tomou conta deles, maternalmente. 1. .. ] aquele gesto de minha mãe tomando os filhos naturais de meu pai revelava bem o duplo aspecto da sua personalidade: o amor profundo pelo marido e o senso caritativo, prático, realista, de uma moça capaz de compreender os dramas da existência e de encarar os fatos com superioridade. Outro aspecto do temperamento e da capacidade de longa previsão de minha mãe é o fato de haver conseguido, depois de instâncias e de argumentações inteligentes, que meu pai consentisse em que ela continuasse a lecionar, como professora pública. Alegava minha mãe que a vida dos chefes-políticos é sempre incerta e termina quase invariavelmente na desventura ou na pobreza e que, algum Apesar da relação pessoal dos pais de Plínio Salgado não ser o alvo da pesquisa, verifica-se na citação anterior um elem ento fundam ental que o autor deixa transparecer: a form ação intelectual da m ãe sob a ótica religiosa e cristã acim a de tudo. O nacionalism o, que foi a defesa central da doutrina idealizada por Plínio Salgado, é caracterizado com o um "nacionalism o im pregnado do espírito cristão haurido, desde o regaço m aterno, na atm osfera religiosa absorventes. próprias." 52 Têm eles SALGADO, SALGADO, caráter exclusivamente Plínio, A Ungua PUnio, pessoal, de observações e conclusões op. cit.. p. 212. ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA H is tó r ia d a op. cit. 53 54 SALGADO, SALGADO, PUnio, Viagens ... op. cit., p. 152. Plfnio, H is tó r ia d a ... op. cito 41 40zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA povinho de S. Bento, cuja estima por ele chegava às raias da adoração. Essa fascinação exercida pelo chefe situacionista chegou a tal ponto que o partido contrário, a oposição municipal, fechou as portas. Como era possível fazer oposição a um homem que os próprios adversários estimavam tanto? Quem conseguiria ser opositor do cidadão que jamais exonerou de um emprego o pai de família que lhe fosse contrário? Quem poderia dizer-se inimigo daquele que passava as noites à cabeceira dos enfermos e viajava léguas para acudir aos necessitados? E, dessa maneira, meu pai tornou-se o patriarca da localidade.v' dia, não seria impossível que, para sustentar os filhinhos, tivesse de recorrer novamente ao trabalho. [...] As previsões de minha mãe se verificaram 18 anos mais tarde, pois é com tamanha clarividência, que meu pai concordou. E minha mãe continuou a lecionar, na sua escola isolada, o que não a impedia de ser excelente dona de casa [...] Tinha minha mãe um caráter político muito acentuado. Sua família pertencera ao Partido Conservador, do Império enquanto meu pai pertencera ao Partido Liberal e, depois, ao Republicano. [...] Quando solteira, desempenhara minha mãe o papel de secretária do então deputado provincial Cônego Bento de Almeida.utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 55 No contexto de um a relação entre pais e filhos, a adm iração Um elem ento im agem vislum brada pelo pai, Francisco das Chagas Esteves Salgado, e pela m ãe, Anna utilizado para descrever o próprio Plínio Salgado no integralism o. Um Francisca concepção Rennó Cortez, era recorrente. desta H is tó r ia d a m in h a analítica, com base no m anuscrito aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA v i d a , há apenas am or e felicidade, m as, obviam ente, criar um a versão crítica para com ensurar presente Claro que, dentro em relação ao texto é oriundo por Plínio, em 1938, ou seja, um m om ento é preciso essa questão. O discurso exem plo claro de exaltação da im agem proferida pelos integralistas ao chefe é identificado por m eio da ex-m ílitante do m ovim ento, Augusta Garcia Rocha Dorea, autora do livro: P l i n i o S a l g a d o , u m a p ó s t o l o b r a s i l e i r o e m t e r r a s d e P o r t u g a l e E s p a n h a , obra dedicada criada ao pai: ''Antônio Prado Garcia, que m e ensinou a adm irar e venerar à experiência Plínio Salgado.?" A im agem de veneração e exaltação cega foi um a de um a im agem posterior política vivida no integralism o. Dessa form a, analisa-se que o autor característica criou um contexto corroborando sobre a fam ília de propagação de extrem a im portância, encontrado nessa do pai e da fascinação pelo chefe, pode ser da felicidade e do recorrente na relação do líder com seus seguidores, com a teoria desenvolvida por Etienne La Boétie, no na obra D i s c u r s o d a s e r v i d ã o v o l u n t á r i a em m odelo perfeito a ser seguido, im agem que tentou delinear sobre a século Xv], sua figura com o chefe do m ovim ento político. Estrategicam ente, o autor sem pre fez questão que afirm a: "são os próprios povos que se deixam , ou m elhor, se fazem dom inar",58 contribuindo, assim , para o poder do tirano, ou um a im agem rom ântica principalm ente e ao m esm o tem po de criar pura de sua história, quando envolvia os pais. Um dos objetivos de Plínio presente seja, Plínio Salgado utilizou de elem entos e m essiânicos de fundam entação discursivos salvacionistas cristã e nacionalista, para criar um na vida pública foi criar um a concepção política de unidade com base grupo social de seguidores que contribuísse no integralism o, Brasil. elem ento do autor. A pretensão chave do processo era form ar Integral e, um ponto im portante, de form ação o que denom inou nesse m om ento, política O elem ento cristão, herança que Salgado relata ter recebido por Estado é a inexistência para a sua liderança no de sua m ãe, foi um dos sustentáculos da política pliniana em todo de oposição na utopia integralista. Para Plínio Salgado, a sociedade o século XX e m ais um a vez no seio fam íliar pode-se una, integral e forte teria o controle efervescência natural ou pela força, qualquer social im pedindo, tipo de elem ento de form ~ oposicionista. E Do ponto de vista religioso, marido e mulher eram católicos, sendo esta mais fervorosa e aquele mais afastado dos deveres, aos quais se subordinou inteiramente, muito mais tarde, dois essa a visão que o autor tem do pai, coronel Francisco Esteves: o prestígio político de meu pai, no Norte do Estado, foi muito grande. Decidia da sorte de deputados e senadores e jamais pretendeu ser coisa alguma. Contentava-se em bem servir ao 56 SALGADO, 57 DOREA. Augusta P o r tu g a l 55 SALGADO, Plínio, ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA H is tó r ia d a ... op. cit. verificar a católica: 58 e E spanha. Plínio, H is tó r ia d a ... Garcia Rocha. op. cit. P lín io S a lg a d o . um a p ó s to lo b r a s ile ir o em te r r a s de São Paulo: GRD. 1999. p. )01. LA BOÉTIE. Etienne. D is c u r s o d a S e r v td ã o V o lu n tá r ia . São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 14. 43 42utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA anos antes do seu falecim ento. Quanto, porém , a virtude cristã da caridade, o fervor de sem pre foi igual em am bos." denom inada: aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA P o e m a s d o s é c u l o t e n e b r o s o = Essa obra foi poem as divulga da sob o pseudônim o Antigo Na narração um ato divino poético, em que chegou Salgado form a de seu próprio que se coloca à terra. Em teve um a preocupação subentendida, m essianism o, nascim ento, com o vários um a tratando-se verificar espécie m om entos de ser da vida, Plínio de se auto-divinizar, pois o discurso m esm o pode-se m as, de_ um a era de constante aversao ao Testam ento, para profetizar Por um a bela m anhã de terça-feira, de claro sol e céu azul, m inha m ãe sentiu qualquer coisa anorm al [...] M andou cham ar a parteira [...] M eu pai acorreu nervoso [...] Anunciam a m eu pai que nasceu um m enino. Vinha ele radiante por ver o seu segundo filho, vivo e forte, quando batem à porta. Era um dos m endigos habituais. M eu pai com espanto do pobre hom em leva-o para a sua m esa, coloca-o à cabeceira, m anda abrir um a garrafa de vinho e troca um a saúde com o pobre. Este estava cada vez m ais perplexo. Ao term inar o alm oço m eu pai entrega ao m endigo um a nota de cinquenta m il réis e diz-lhe: - Você foi o conviva que Deus m andou para festejar com igo o nascim ento de m eu filho; leve, pois esse presente e peça a Deus para que m eu filho seja am igo dos pobres e dos infelizes. 60 Por restando ser algo intim idade, não com o da referência é justam ente sua história. em determ inados concedida com o a um a Esta afirm ava; pois, após a m orte em Portugal o doutrinador enam orado durante católico, será recorrente colocou-se com o e, ele próprio, profeta, condutor dos povos, diversos outros No ano de 1961, Plínio adjetivos Salgado e rótulos lançou discurso de doutrinação da prim eira passaram sem pre leitura de poucas esposa, M aria Am élia, as a ser desenvolvidas. deveria existir, m as o docum ento: um a com posição além de não ter tido a preocupação particular; com a publicação, pessoas, um a vez que, segundo própria pois, à chegou anotação, não seria jam ais publicada, já que o rascunho é um a espécie de diário de vida, sem ter a pretensão de atingir um leitor específico. A im agem de profeta, presente na identidade prim eiro m om ento, líder e doutrinador que o discurso com o única pretensão, autor acreditava político atingir aos "inseguros" esteve em um analisado, não brasileiros, ou seja, o ser o líder dos povos, m as essa liderança tem , não teve hom ogêneo. A pesquisa vivida dos povos sem pre de Plínio Salgado. Isso dem onstra, não enxerga a história pois, em vários m om entos, e criações, ocorreram m udanças. dentro de acordo Todavia, de um a a presença do forte e autoritário recorrente em todo o processo nacionalism o noção com a situação a existência um a sólida base fam iliar é vista em todo o m om ento, de um a vez que na ótica católica foi da vida política do autor. Sonho! Essa fantasia, ilusão, desejo e aspiração é um elem ento constante nas explicações portador Salgado. M uitos sonhos um a coletânea judeu; lá obra doutrinária, com o fez dezenas de de atingir um leitor específico, ou seja, o rom eiro religiosos. do povo e em que ensinava a Lei. Segundo recebeu diversos sinais da ação de H i s t ó r i a d a m i n h a v i d a apresenta o exílio." local em que era tratado um de Cristo, cavaleiro do Verbo, um ilum inado, da Verdade, dentre definição e espirituais Ao escrever um a vezes, teve a preocupação form alista; criada aquele que foi cham ado babilônico Deus, com o a m orte da esposa, da m esm a form a que Plínio Salgado prova paternais. essa visão m em orialística im agem m om entos, há ao nascim ento, o relato da própria criança por m eio de m em órias M as, o que im porta sobre relativo de tais inform ações, que em um dos livros do com o o cativeiro fundou um a escola de profetas as escrituras sagradas, Ezequiel um discurso docum ental durante ações políticas com o tal: de Ezequiel, é denom inado 62 principalm ente de m aterialização quando de atitudes foram havia de um discurso e justificativas identificados por a necessidade da Plínio de Plínio Salgado, consolidação e cristão: Alguns dias depois do m eu nascim ento, estava ainda m inha m ãe deitada, tendo pedido que lhe pusessem o filho ao seu lado, na Plínio, ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA H is to r is d a op. cit. 59 SALGADO, 60 61 SALGADO, Plínio, H is tó r ia d a op. cit. Definição criada por Alberto de Monsaraz Integralismo Lusitano. 62 Cf. GONÇALVES, Leandro Pereira, op. cito (Conde de Monsaraz), um dos líderes do 63 SALGADO, Plínio (sob o pseudônimo Janeiro: Clássica brasileira, 1961. Ezequiel). Poemas do século tenebroso. Rio de 44zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA mesma cama, quando adormeceu profundamente. Em sonhos apareceu-lhe a velhinha sua protegida, que se acercou do leito e lhe disse: 'Vim contar à senhora que eu morri e vim lhe dizer que Deus atenderá ao pedido que a senhora me fizer'. Em seguida, a velha, olhando para mim, disse a minha mãe: 'A senhora vai perder esse filho, quando ele ficar moço; ele não viverá'. Minha mãe, desesperada, respondeu-lhe: 'pois se eu posso pedir uma graça por seu intermédio, peço que o meu filho viva'. A velhinha sorriu, atendendo, e minha mãe despertou. Mas o fato é que minha mãe, já desperta, mandou uma pessoa à casa da velhinha, que se chamava Maria Clara, a ver o que sucedia. Encontraram a choupana fechada e corvos pousadores na cumieira. Algumas pessoas resolveram arrombar a porta e deram com a velhinha morta e já em estado de adiantada putrefação. Minha mãe ficou horrorizada [...] Lembro-me das aflições de minha mãe quando atingi a puberdade e da alegria com que ela festejou os meus 21 anos.utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA É que o sonho de outrora atormentava o seu espírito." o Salgado; cotidiano religioso ele foi criado im agem de Jesus analisar o episódio, era algo rotineiro dessa form a, Cristo e adorar retrata-o com o 45 geraçõe~, que estão nascendo e às quais teremos um Brasil. Que Brasil? O futuro sorri nos berços." Alé~ ~a visão religiosa, observa-se um discurso paternal por par,te de Plínio Salgad.a ao proclam ar que o Brasil é um a criança que esta no berço, ~ecessItand~ de alguém para criar e educar a nação. Com o a educaçao Ideal terra que possuir o cam inho e a defesa dos dogm as para glorificar constantem ente um "m ilagre" a o Senhor. Ao e enxerga, de Deus, esse, a necessidade da Pátria, licito em pregar Defensor de: "praticar em da Fanúlia e da Hum anidade, m al o que Deus concedeu de um a pregação religioso, afirm ava: politica centenas de m ilhares de brasileiros.t''" profere pois não m e é aos que m e estim am .v'" de cunho cristão, "Fala, pela m inha voz, o sonho É um ritm o de m archa da juventude profético boas obras no serviço do Brasil. com apelo de um a Nação. É a com unhão de Na visão cristã, o m essianism o que: Deus me vê e só Ele sabe do meu grande sonho, que é despertar os meus patrícios para que eles construam a Nação que devem legar aos filhos e netos. [...] Meus patrícios! Vós sois a procissão dos desencontros. [...] O problema da ordem não é um problema de polícia: é um problema de cultura. [...] entrego à justiça da História. [...] E é um engano pensarmos que o futuro virá ao nosso encontro, porque ele vem detrás, é a nossa retaguarda, são as ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA H is tó r ia d a .. op. cit. 64 SALGADO, Pllnio. 65 SALGADO, Plínio, H is tó r ia d a .. op. cit. 66 SALGADO. Plínio, H is tó r ia d a .. op. cit. essa foi a base do desenvolvim ento politico do superior [...] um a diretriz de espiritual.f Sob o. signo espiritualista [...] entram na sua composição fatores modificativos, como sejam a bondade, a solidariedade humana o anseio de aperfeiçoamento moral, o predomínio do senso estético e religioso, os sentimentos de Pátria de Família de renúncias, de pequenos sacrifícios glorificadore~.69 ' Para Plinio Salgado, no Brasil, havia reflexos do sacrifício a ~vino. 70 .De~sa form a, é na lição de Cristo que se encontra verdadeira linha ?o estado, da sociedade, da fam ília e do hom em , segundo A atos com o cristãos, auto: que afirm ava ter no pensam ento finalidade hum ana de aperfeiçoam ento na vida de Plinio foi educado de entregar ." essencia'. suas finalidades 71 P ara o autor, próprias, seus lim ites próprios o "conceito cristão , sua própria da vida deve ser o dos eq~ô~ios perfeitos. É preciso conhecer o Hom em , a argila de que e feito, a sua finalidade superior [...] rum or de um a Nova Nacionalidade.v" A concepção cristã, presente na doutrinação de Plinio Salgado e oriunda da criação fam iliar, teve ponto alto no exilio em P?rtugal; m as, para prom over um a m elhor com preensão da reflexao, proposta, recorre-se a obra aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA V i d a d e J e s u s . A obra que foi um fenom eno eu: Portugal e, posteriorm ente, teve um a zm pressronanrpropagação, chegando .67 em outros países, a ter destaque em S_ALGADO, Plínio. Aos que soffrem a dor dos desencontros. 1935. p. 9-10. In: __ o A d o u tr in a do S i q m e . Sao Paulo: Hevista dos Tribunais, 68 SALGADO, op. crt., p. 170. Plínio, ° grande rythmo da Nação. In: __ o Despertemos a Nação ... =: te m p o s o in te g r a lis m o . 4. ed. Rio de Janeiro: Schmidt, 1937. p. 39. SALGADO, Plí~io. O SALGADO, Plínio. Oraçao de Natal da Patria-Creança. In:__ . P a la v r a n o v a d o s n o v o s . RIO de Janeiro: José Olympio, 1936. p. 93-94. 12:. 1 SALGADO, Plínio, Carta de Natal e fim de ano. In:__ . P a la v r a n o v a ... op. cit., p. 72 127. SALGADO, Plínio, Carta de Natal e fim de ano. ln: __ . P a la v r a n o v a ... op. cit., p. 69 70 46utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 47 diversas notícias, periódicos, conferências e leituras públicas. Em identificar o teor do relato: 1964, foi lançada um a edição especial, a 19" em língua portuguesa e, com o se tratava de um a aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA e d i ç ã o d e l u x o , o autor escreveu um texto Desde cedo, rejeitei as camisolinhas de seda, os vestidinhos introdutório denom inado: P e q u e n a h i s t ó r i a d a V i d a d e [ e s u s ." Ao que me davam aspectos de menina. Aquilo me revoltava porque explicar a origem do livro descreve: zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA desejava ser um homem. E quando algumas pessoas, achando A minha vida, entretanto, era a do homem comum dos rapazes na exuberância primaveral, quando nada mais se considera senão da própria vida. Certa noite tive um sonho que me foi decisivo. Encontrava-me em escura curva de estrada, em plena floresta. Ao me aproximar do local onde corria cristalina fonte a serpentear serra abaixo, eis que me surge alguém. A túnica branca, o sorriso paternal e amigo, os braços abertos, a caminhar na minha direção. Reconheci o Mestre e despertei. Acordado, perguntei-me: por que veio. Ele a mim, tão indigno? Respondi-me: Ele costuma às vezes escolher os piores para algum serviço. E me convenci de que o serviço deveria ser feito. 74 Com o pode ser observado, o autor fez uso de recursos religiosos para prom over e desenvolver determ inadas teorias. A influência fam iliar foi m arcante na criação e lem branças do jovem Plínio Salgado que delegou à fam ília a causa deste intenso cristianism o predom inante em seu discurso: Aquela igreja, de cuja comissão construtora fez parte meu avô, em 1849, e que abrigou, desde então, a imagem de São Bento trazida da Guarda Velha em 1828, lembrava-me que esta fé religiosa, este amor ao Cristo que vive em mim, foi certamente fruto do ambiente familiar em que respirei desde que abri os olhos à vida. 75 impossível a naturalidade do frescor rosado de meu rosto passavam o lenço úmido em minhas faces, para verificar se minha mãe me pintava, eu ficava indignado." . Há, no discurso de Plínio Salgado, um a visão de virilidade, p01S esse texto foi escrito em 1938, quando tinha 43 anos. Relatou sobre os seus quatro anos e expôs um a fala forte e intensa, não adm itindo, em hipótese algum a, ser taxado de m enina. A revolta era natural; pois, naquele m om ento, a criança buscava um a definição sexual para sua vida. Entretanto, a questão a ser notada, quando se escreve 1SS0aos 43 anos de idade, é que dificilm ente alguém tem um a visão racional e m aterializada de um a com posição tão natural com o essa. Torna-se necessário notar que as m em órias do autor correspondiam a um a necessidade da época de buscar elem entos profundos, tanto para o desenvolvim ento doutrinário na política, com o na busca e afirm ação da virilidade para o engrandecim ento de sua im agem . Quando escreveu H i s t ó r i a d a m i n h a v i d a , Plínio Salgado estava passando por um m om ento de definição em relação à carreira política; pois, com o golpe de novem bro de 1937, Getúlio Vargas fechou todas as agrem iações políticas, inclusive a AIB. Posteriorm ente, ocorreu o Levante Integralista em m aio de 1938 e as~i~ iniciou o período da ilegalidade do m ovim ento e o posterior exílio. Ao relatar este período na P e q u e n a h i s t ó r i a d a V i d a d e J e s u s disse o autor: ' Fazendo-se de vítim a, afirm ou que a infância foi um tanto quanto solitária e, os prim eiros anos de vida, m arcados por um a certa tristeza. Em H i s t ó r i a d a m i n h a v i d a , faz um a espécie de desabafo e, após escrever sobre sua infância, o autor riscou partes dos parágrafos, elim inando-as do texto, m as ainda assim é possível ° 73 de Jesus texto foi publicado em: SALGADO, originalmente Plínio. A im a g e m como apêndice d a q u e la n o ite : em 1946: ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA C o m o e s c r e v i a V id a e outros escritos. 1947. p. 85-99. Em 1964, sofreu uma ampliação para a edição citada da obra 74 SALGADO, op. cit., p. 10-11. 75 SALGADO, Plínio, Pequena história da Vida de Jesus. Plínio, Viagens ... op. cit., p. 152. In: Que me faltava agora, ao cabo de todos os longos anos? Apenas tempo e solidão. Os dois instrumentos me vieram. Em 1938, ocorreram acontecimentos políticos de estrema gravidade. Perdi os contatos numerosos, a complexidade dos convívios. Mergulhei em mim mesmo. E resolvi, finalmente, escrever o meu sonhado livro." Lisboa: Gama, V id a d e J e s u s V id a d e J e s u s ... 76 SALGADO, 77 SALGADO, oo. cit., p. 14. Plínio, H is tó r ia d a ... op. cit. (trecho riscado pelo autor). Plínio, Pequena história da Vida de Jesus. In: V id a d e J e s u s ... 49 48 com a correta, passou a ser o alvo de sua vida. O garoto solitário teve iniciava a escrita do livro aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA V i d a d e J e s u s , estava no Enquanto processo de desenvolvim ento v i d a . Verifica-se para Em do íntim o infantis e cotidianas seguida, iniciou por um estrondoso diversos debates existenciais o desenvolvim ento um a auxílio de paternidade cristã. em pleno período Guerra é verificada no relato realizado em 1938, um a vez com o algo conduzido "pelas exigências para as quais a presença do passado no e nacionalistas. questões aldeia próxim a, enxergar-se m inha a sua idade e ele não aceitava brincar m em orialístico, virilidade im portante com com as prim as. o objetivo com Observa-se de construção de um a para a força política do integralism o: não era do meu agrado porque meus brinquedos eram mais viris. Tive de criar todo mundo para me mover. Talvez isso, sem que meus pais percebessem, tivesse influído poderosamente no meu destino. Depois, meu pai falava-me, de vez em quando, em coisas qraves." Conta minha mãe que, meses após o meu nascimento, achava-me eu sentado na cama larga brincando com chocalhos, quando meu pai entrou e me disse, como se falasse a um homem feito: 'Ei meu rapaz: quero lhe dizer uma coisa: se você for um homem de bem, um brasileiro digno terá a amizade de seu pai, se, porém, você não andar correto, não serei seu amigo'Dizia minha mãe que eu não entendi naturalmente as palavras, mas parecia compreender o timbre da voz de meu pai, porque olhei-o muito espantado e pus-me a chorar." Visualiza-se essa passagem destino de sua vida: a necessidade com o um elem ento essencial no de criar um a história, vista por ele m ovim ento CHARTIER. Roger. 2007. op. cit., p. 24. A partir deste trecho as frases estão riscadas. 80 SALGADO. Plinio. ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA H is tó r ia d a ... op. cit. (trecho riscado pelo autor). nas concepções foi crescendo; m as, teve que prom over um a de form a im ediata, por sofrido isso na na m inha vida cheia de dores porque não é m á, m as não se entende ..." 81 Com o de utopia, integralista.F Esse fato o fez, m ais um a vez, não ocorreu naturalm ente, a saída vista por ele passava pois a ser o m arca central que esteve presente Plínio Salgado dizia que "quem jam ais saberá com andar e o integralism o Na perspectiva no não sabe é tam bém disciplinadora, um a elem ento oriundo da criação paterna, afirm ava: "Que a nossa disciplina rígida e o Chefe seja intransigente na sua m anutenção.?" Foi em Candelária organizações para foram políticas, o entendim ento dados à necessidade social. Os de m edo prim eiros da disciplina passos de Cândido Salgado; fam iliares, inclusive 81 SALGADO. 82 Vale destacar H is to r is assim , brigas d a ... não aponta Plínio. Palavras ao sol dos mortos. Plínio. H is tó r ta d a ... "Foi no m eio com o um exílio entre os ter visto um casal op. cit. que a investigação para a presença oo. cit. de concepções na infância auxiliaram SALGADO. Plínio, Sentido e rythmo da nossa revolução. op. cit., p. 29. SALGADO. M endes: constantes os pais. Dizia nunca na infância, mas que valores transmitidos 84 SALGADO. 195-196. 85 Plínio. causando, entre e form a educacionais que lá entrei, m uito pequenino, de tantos alunos.v'" A aldeia foi vista e identificada da fam ília seja que Plínio Salgado afirm ou ter as prim eiras devido em um a escola particular, com um pouco integralistas movimento a de autoridade fam iliar: "Tenho da hum anidade escola de com andantes.l''" 83 79 carreira, uso de um a força autoritária, S I9 m a ... 78 Candelária. a hum anidade era um elem ento obedecer o que cham ada atorm entada o entendim ento não regulavam saindo através do sofrim ento infelizm ente um a vez que os irm ãos form ado ideia, o garoto Francisco que, são levados durante políticas locais, de São Bento do Sapucaí, e indo para um a com um autor Nessa por volta de 1905, o coronel presente é um elem ento essencial da construção do seu coletivo"." Plínio Salgado relatou ser solitário na infância, dizia não ter brincar, nacionalistas de sua infância vida e entende-se que ele cam inhou com sentim entos devido ao seio fam iliar pelo qual foi criado. Com o passar dos anos foi sendo a que era o padrão discursos ou irracional, M undial. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA m udança com toda a fam ília, É possível identificar a causa de das com unidades quem forte e disciplinador, e que realizava de form a subentendida cristãs de guerra. em que se deflagrava da época capazes de m exer com a criança. Há aspectos m esm o vez que buscou da obra, que foi m arcada em 1942, m om ento valorizações que a m em ória é de grande na ótica fam iliar nacionalista sobre o cristianism o Grande determ inadas do autor, d a m in h a sucesso no m eio católico da época, prom ovendo O livro foi lançado Segunda H is tó r ia que essa fase de introspecção a com preensão lem branças do m anuscrito ao seu lado um pai autoritário, In: __ In: __ . C a r ta s a formação . A a o s ... d o u tr in a do do op. cit.. p. 51 50 discutir tanto, m as relata que o am or pela m ãe e a adm iração pai não deixaram nunca verificar os valores carregados por Plínio Salgado. Foi no "exílio", com a m ãe, que teve as prim eiras de História do Brasil e de poesias prom overam o desenvolvim ento com ponente central do discurso nacionalistas, para expressões que vez, estava presente e, Plínio Salgado se colocava com o aquele que tinha a m issão de salvar o povo m em órias e suprem a plinianas. Ao relem brar na sua doutrina os estudos infantis Esteves o garoto de para Salgado de voltar para S. em tram as partidárias'V'' Plínio na escola da fam ília e o Livro, quando estava inserido, avô m e pôs nas m ãos um a desenvolvim ento vez que havia um do intelecto. um Terceiro Livro/"" anos de atividade, alguns m om entos, o m enino. m ão à escola pública espaço de Antonio era quem Porphírio difundido na geográficas do Brasil com a intenção a cham ada chegou ao acom panhava, o com em da Silva, conhecido grandiosidade extrem o brasileira, em um projeto de história geraçã0 91 (principalm ente dos educadores na da cidade. O ufanism o, ao de sem pre inseridas m om entos para "Dias depois, m eu pai m e levava pela cidade por Tonico Elydio",?" um intelectual infância, propício O avô, que era m estre-escola m ais de quarenta criar ideias de ensino análises buscar explicações que estavam recorrente em um a da fam ília) dos prim eiros do século XX. Agora me sinto mais brasileiro. - S i m , diz-me o rio sagrado da Pátria - nosso patrício, o Amazonas, a mãe dele se chama Lagoa Titicaca e o pai dele se chama Solimões, porque o Amazonas nasce na Bolívia, depois é que se naturaliza brasileiro. Gostou tanto de ser brasileiro, que enqordou." nas A fam ília sem pre e valores com a form ação veio dos pais que foram os grandes m odelos de Plínio 88 SALGADO, Plínio, H is tó r ia da op. cít, 89 SALGADO, Plínio. H is tó r ia da op. cito 90 SALGADO, Plínio, H is tó r ia da op. cito 91 Neste sentido conferir a reflexão proposta por José Murilo de Carvalho, que analisa CARVALHO, ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA teve um a preocupação intelectual do garoto, m as sabe-se que grande parte do conhecim ento a necessidade Plínio, H is tó r ia d a ... op. cit. Plínio, G e o ç r e tie . .. op. cit., p. 15. m eu A figura do avô representou um com ponente de fortalecim ento no entendim ento do am biente cultural em que Plínio Salgado disse: outro. Felizmente, tínhamos o lquaçu." SALGADO, SALGADO, Francisco curado da política e em condições Bento, sem correr o risco de o envolverem político retom aram política. A do Brasil era recorrente Só mesmo o mapa, Brasil, posso apanhar-te inteiro. Quando menino, impressionavam-me teus rios e montanhas que eu fazia com lápis marrom como fileiras de carrapatos. [...] Ficava triste porque não podia espichar o Itatiaia até a altura do Everest. ou, pelo menos, dá-Io como uma montanha descente de seus quatro ou cinco mil metros ... Sentia não termos um vulcãozinho, e consolava-me com a hipótese de que, em outros tempos, já houve um ... A Niágara e o Mississipi ganharam minha grande antipatia, quando aprendi o volume de uma e a extensão do 86 87 o m olde do "exílio", do Sapucaí, já que o coronel "se considerava para o m essianism o constante depois de um a m em ória de am or à pátria, m enino continuou os estudos: "Causei, no entanto, m uita surpresa pliniano: zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA aos m eninos grandes, que ainda liam a Cartilha ou o Prim eiro brasileiro, sendo esse o discurso presente ideia de exaltação que geraram tem po O pai m atriculou morto para os lábios vivos!" um a ufanistas Plínio Salgado. Pouco São Bento lições Comecei a ter uma ideia do Brasil, minha Pátria. Meu pai falava de grandes homens, de acontecimentos que se tinham dado, de belas cidades e vastas extensões territoriais. E tudo para mim tinha o encanto das revelações e das descobertas [...] Certa manhã, estava eu ainda deitado, quando escutei um realejo tocando o Hino Nacional. Pulei da cama e corri a porta de nossa casa. Era um pobre cego l. ..] Toda a alegria da vida cantava em torno de mim. Toda a evocação dos heróis perpassava na minha memória [...] É também simbólico o Hino Nacional tocado por um cego e num realejo! Não era a própria imagem do povo brasileiro que me era milagrosamente revelada? O meu destino seria abrir os olhos desse povo transpor a música sagrada do instrumento M ais São m atrizes pelo de existir. Essa relação é im portante de obter um discurso José Murilo. Paulo: Companhia 92 SALGADO, A fo r m a ç ã o de grandiosidade das a lm a s . das Letras, 2005. Plínio, G e o g r a fia ... brasileira no princípio o imaginário op.cit., p. 124. da república da República: no Brasil. São 53 52 Salgado. Com o passar dos anos, Plinio foi se dese~volve~do até despertar os prim eiros efeitos jornalisticos em brincadeiras fam iliares em que ele redigia de form a m anuscrita "jornais de bolso". Com o desenvolvim ento intelectual do m enino, o coronel Francisco m atriculou-o na Escola Parochial e relatou que, nessa fase, o aprendizado da História do Brasil, aliado ao catecism o, foi m ais intenso. A escola, depois de um tem po, fechou e Plinio iniciou o estudo com a m ãe, em casa. Passou ainda por outras escolas, até que, depois da rem oção da escola do professor João Galvão, iniciou um período de "vagabundagem infantil"." Plínio Salgado relatou questões relacionadas aos estudos, principalm ente no que diz respeito à História do Brasil, pois foi justam ente nessa análise que ele desenvolveu sua doutrinação politica, m as em pouco tem po retom ou os estudos com início do curso secundário: zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Inicialmente no Externato São José, dirigido por José Maria Calazans Nogueira, que me deu sólida instrução, sobretudo de matemática, latim e os clássicos do nosso idioma. Estudei depois em Pouso Alegre, onde fiz o então chamado curso de humanidade que correspondia, globalmente, aos atuais secundário e científico." Em Pouso Alegre, estudou no Ginásio Diocesano e, até os 16 anos, sem pre foi ativo nas atividades culturais, religiosas e até m esm o esportivas, m om ento em que sofreu com a m orte do pai, no ano de 1911. 95 Com o falecim ento do coronel Francisco das Chagas Esteves Salgado, foi obrigado a abandonar os estudos, tornando-se autodidata e, posteriorm ente form ando-se professor secundário. Esse foi um período de incertezas para Plinio Salgado e, enxerga-se, no fator m orte, m arcas de transform ação e evolução do pensam ento pliniano. O autodidatism o fez com que iniciasse de form a rápida a carreira jornalistica, dirigindo o jornal aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA C o r r e i o d e S ã o B e n t o ." Fundado em 1916, o periódico - que se definia com o f o l h a e tinha o autor com o redator, ao lado do proprietário e cunhado Joaquim Cortez Rennó Pereira - realizava um a m escla editorial: a m arca do intelecto de Plinio Salgado, entre cultura e politica. Na edição de 02 de julho de 1916, o editorial teve com o título F i t a s o r ç s m c n t é i i s s " em que analisou e criticou determ inados rum os das finanças locais. Ao m esm o tem po, textos poéticos foram im pressos. essa edição, encontra-se um a das prim eiras publicações ficcionais com efeito realista do autor: U m e x p e d i e n t e d o X i c o R o m i i o '" Chico Rom ão era escrivão do júri em São Bento do Sapucaí e, em H i s t ó r i a d a m i n h a v i d a , foi definido com o o detentor de um a clarineta fam osa no fim das m issas e das rezas na igreja da m atriz. Era pai de Adaucto, colega de escola: "corria, logo que term inava a aula, para nossa casa, e brincávam os até a noite". 99 esse conto, podem -se observar algum as particularidades de sua obra. Com o era redator do jornal, criava pseudônim os e pequenas ficções em alguns textos. O conto citado foi indicado " p a r a c r i a n ç a s m a i o r e s d e 6 0 a n o s , t r a d u z i d o d o i n g l ê s " e a assinatura é designada ao "O T r a u t ó Z é M a c i é ( d o t á ) " . Eram form as particulares que criava para definir certas críticas a valores da sociedade: nesse caso a hegem onia inglesa, em um a crítica absoluta ao im perialism o e à influência de elem entos culturais exteriores. Dessa form a, escreveu o texto, m as, ficcionalm ente, delegou aos ingleses a origem textual para criar um a espécie de credibilidade junto ao leitor. Tais questões de críticas ao im perialism o foram alvo de análises do autor em m om entos seguintes, sendo transform adas em um dos pilares do m ovim ento integralista. o ano de fundação da AIB, afirm ou: "O im perialism o econôm ico não tem Pátria", 100 dessa form a não possuía ''Deus, que subordina o personalism o ao individualism o e este coletivism o, é hoje o grande im pulsionador das forças in d e p e n d e n te versos que fazia. Mas a minha vida de escritor, anos, quando redigi um jornalzinho SALGADO, na realidade, Plínio. O escritor que havia em mim empolgou ao microfone de Rádio-Renascença principiou talvez aos dezoito de província e realizei as minhas primeiras conferências." (transcrição o meu destino: disse Plínio Salgado, do programa radiofõnico). N o v ld a d e s ,L is b o a , 16 fev 1946. 93 Plínio. 94 SALGADO. Plínio, 95 96 TRINDADE. Hélgio. op. cit.. p. 36 No ano de 1946. concedeu entrevista H is tó r ia da op. cit. (anexo). período em São Bento do Sapucaí. afirmou: vida. vejo-me 97 Fitas orçamentárias. Sapucahv, 02 jul. 1916. ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA H is tó r ia d a op. cit. SALGADO. 98 Romão. ao jornal "Evocando N o v id a d e s de Lisboa. Ao relembrar o os mais remotos na infância, desde os sete anos, a deliciar-me tempos da minha com as composições e até os SALGADO, C o r r e io de C o r r e io de S. Pllnio. (sob o pseudõnimo S. 99 SALGADO, Pllnio, 100 SALGADO, Pllnio. Imperialismo H is tó r ia Rio de Janeiro: José Olympio, d a ... independente.São Bento O Tradutô Zé Macié) Um expediente folha independente,São B e n to : folha B e n to : do do Xico Bento do Sapucahy, 02 [ul. 1916. op. cit. e democracia. 1934. p. 108. In: O s o ffr im e n to u n iv e r s a l. 54 55 econôm icas predom inio universais no sentido m aterialista do em face do Estado, que ele pretende preceitos construídos seu absoluto ações futuras, tendo a corroboração aniquilar.?'?' São ainda em São Bento do Sapucaí, que fez parte da política pliniana no teor do integralism o do discurso da m ãe: "Quando [00'] m inha m ãe costum ava dizer-m e que de quatro eu era m enino m odos, um hom em se faz notável, engrandecendo sua pátria: pela ciencra, pela arte, pelas arm as e pela santidade."106 Foi nessa brasileiro. O conto publicado no aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA C o r r e i o d e S . B e n t o tem com o enredo concepção, por m eio desse quarteto que o político e escritor iniciou ,. d e um estu d ante c h am a d o ''A genor, po b zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA a hi stona re com o Jo b"102 um a sólida form ação nacionalista e conservadora-cristã. e crê-se falar dele próprio, um a vez que se colocou com o m uito A literatura, que foi a prim eira ação intelectual do autor, pobre após a m orte do pai, sendo, nesse m om ento, que iniciou a é aliSO que perm eia o cotidiano das sociedades e possui singular relação com aquela que viria a ser a prim eira esposa, M aria Am élia atividade em sua form ação e na sua relação com a cultura política: Pereira "filha de ilustre fam ília sarnbentista't.I'" No conto diz que o rapaz: A noção de cultura política ajuda o autor a configurar esse fenômeno unificador, na medida em que ela faz referência a uma matriz geral, a significados comuns compartilhados e a formas concretas de sociabilidade e comunicação, sendo que os Intelectuais, apesar das diferenças, são vistos como um único grupo, que existe em função dos interesses e valores da geração a qual pertence. A cultura política é interpretada, portanto, como algo que é constituído por um dado grupo, do qual é, ao mesmo tempo, constituidora.r" Apaixonou-se por uma jovem, filha do opulento negociante Bumbães [...] hesitava, o rapaz, em pedir a mão da donzela, temendo e com razão a recusa paterna. Resolveu, pois, consultar a tal respeito, o seu vizinho Xico Romão, procurador de partes, homem de grande senso prático, astuto como Ulysses e fertilíssimo em expediente. 104 Criou um a form a particular de escrever seus textos, m esclando ficção com aquilo que enxergava com o realidade e tendo, com o base de inspiração, o cotidiano e experiências pessoais. Dessa form a, percebe-se que é de utilidade do autor, um a vez que o processo avaliando sem pre a produção representação dos grupos com os quais dialogam , colocando-se em conflito ou partilhando seus anseios políticos-culturais. São questões com o essa, que estiveram presentes tanto nos sim ples textos do C o r r e i o d e S ã o B e n t o em docum entos e s t r a n g e i r o ,1 0 5 m ais rebuscados m arcando e intensos todo o processo ao seu íntim o para entender 101 Plínio, Imperialismo e democracia. 102 SALGADO, Plínio, Um expediente ...op.cit. 103 CÀPUA, Cláudio de, op. cit. 104 SALGADO, O do autor. Isso questões relacionadas o porquê de determ inadas SALGADO, quanto com o o rom ance político leva à necessidade de verificar e com preender In: e x tr a n g e ir o . a experiência com O de sua própria vida, sem pre a deixou a essência de realização de Plínio Salgado na literatura política e social. . Após a m orte do pai, em 1911, iniciou o período do autodidatlsm o e em seguida a carreira jornalística. O autor elegeu as m ortes com o fundam entação m arcos de para a m udança criação de um a m em ória com o de vida. Ele afirm ou que colocou em prática alguns ensinam entos estudos e da intelectualidade: da m ãe para a valorização dos atitudes ou Foi nesse tempo que li os filósofos do século XIX, franceses, alemães e ingleses, principalmente Spencer. Em 1918, li um livro de Almeida Magalhães sobre Farias Brito e conheci os livros de ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA s o ffr im e n to ... op. cit. Plínio, Um expediente ...op. cito Plínio. O função, seu tem po, de sua época, de seus costum es. Eles reproduzem sua realidade, seu cotidiano, seu jeito de ver o m undo. Foi essa a p.110. 105 Romance escrito em 1926. SALGADO, José Olímpio, 1936. principal para invenção em seus contextos, era voltado para a e interpretações com o textual-ficcional das relações sociais estabelecidas no tecido literário e para a percepção Utilizou, do seu discurso, a produção de construção . linguagem e, por m eio dela, inventou sua própria realidade. Essa literatura, em bora seja um a apropriação do autor do m undo real 3. ed. Rio de Janeiro: 106 SALGADO, 107 GONTIJO, Rebeca. História, cultura, política e sociabilidade Plínio, N o s s o ... op. cit., p.16 intelectual. In: BICALHO Maria Fernanda Baptista; GOUVÊA, Maria de Fátima Silva (Orq.). C u ltu r a s P o lític a s . ensaios de história cultura, história política e ensino de história. Mauad, 2005. p. 270. 57 56zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA C) Bibliografia (Plínio Salgado) Jackson de Figueiredo. Interessado pelo filósofo cearense, tomei conhecimento da sua obra: 'A verdade como regra das ações, A d o u tr in a d o S ig m a . São Paulo: Revista dos Tribunais, 1935. Base física do espírito, Mundo interior, Finalidade do mundo', A im a g e m d a q u e la n o ite : e outros escritos. Lisboa: Gama, 1947. sendo este o que mais me impressionou, pela crítica aos A língua tupi. In: __ O b r a s c o m p le ta s . Críticas e Prefácios. filósofos europeus que eu anteriormente lera e o renascimento Américas, 1956. V. 19. espiritualista que pregava e do qual me torneiutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA adepto.P" o A Essa pontos pliniano. As m ortes C a r ta s a o s c a m is a s dois estágios da evolução na juventude doutrinação do seu pensam ento: e o espiritualism o, v e rd e s . representam D e s p e r te m o s presente romance-poema central 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1937. G e o g r a fia s e n tim e n ta l. da sua N o s s o B r e s lt. política. Logo após o falecim ento do coronel Francisco 4. ed. São Paulo: Voz do Oeste, 1981. O e x tr a n g e ir o . O que é de dois anos, em 1913, quando iniciou a carreira no jornal C o r r e i o O s o ffr im e n to d e S ã o B e n t o . Esse m om ento P a la v r a n o v a d o s te m p o s Esteves Salgado, o autor foi obrigado Sem sucesso na capital, retom ou do pai foi fundam ental que, posteriorm ente, Com os a m udar-se para São Paulo. para São Bento do Sapucai, depois recluso em São Paulo, devido à m orte para determ inados contribuíram m anuscritos valores e concepções do APHRCjFPS 3. ed. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1936. 4. ed. Rio de Janeiro: Schmidt, 1937. in te g r a lis m o . u n iv e r s a l. T h e m a d a n o s s a g e ra ç ã o : o político Plínio Salgado. O pensam ento P r o to c o //o s central do chefe integralista teve com o base a criação de um a concepção de nacionalism o com o objetivo de atingir a construção de um a identidade nacional, que esteve presente e R itu a e s . regulamento. V id a d e J e s u s . et aI. o s é c u lo te n e b r o s o . Rio de Janeiro: FILHO, Cândido. O Niterói: Edição do núcleo municipal de Niterói, O b r a s c o m p le ta s . São Paulo: Américas, 1954. V. 4. 19. ed. Belo Horizonte: Difusão Pan Americana do Livro, 1964. P lín io S a lg a d o . São Paulo: Edição da Revista Panorama, 1936. D) Bibliografia pliniano. ALBUOUEROUE, Carlos de Faria. Gazeta dos Municípios, 1951. Bibliografia do ensaio político. Rio de Janeiro: Schmidt, 1931. Viagens pelo Brasil. In: __ até sua m orte em 1975, sendo único de identificação de um a do pensam ento Rio de Janeiro: José Olympio, 1936. Poem as 1937. H i s t ó r i a d a m i n h a v i d a um elem ento fase tem poral para o entendim ento novos. Prefácio: Alberto Tôrres e o thema da nossa geração. MODA é possível identificar m atrizes discursivas do líder da AIB, o escritor e expressão Rio de Janeiro: José Olympio, 1934. (sob o pseudônimo Ezequiel). Clássica brasileira, 1961. com a fundação da AIB. docum entais o Rio de Janeiro: José Olympio, 1935. Rio de Janeiro: José Olympio, 1935. a N ação! o m aterialism o, m arca da época das Bandeiras. Rio de Janeiro: José Olympio, 1934. de aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA H i s t ó r i a d a m i n h a v i d a dem arca dois passagem cruciais no pensam ento v o z d o o e s te : São Paulo: P lín io S a lg a d o : ARAÚJO, Ricardo Benzaquen de. T o ta lita r is m o Salgado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988. resumo e r e v o lu ç ã o : biográfico. Salvador: o integralismo de Plínio A) Arquivo Público e Histórico de Rio Claro/Fundo Plínio SalgadoZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA CÁPUA, Cláudio de. P lín io S a lg a d o : biografia. 5. ed. São Paulo: EditorAção, 2000. A b o liç ã o d a e s c r a v a tu r a (APHRC/FPS-l 00005.004). CARNEIRO, Márcia Regina da Silva Ramos. D o s ig m a a o s ig m a - entre a anta, a H is tó r ia d a m in h a V id a (APHRC/FPS-Ol.007.001). águia, o leão e o galo - a construção de memórias integralistas. 2007. 415f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2007. B) Periódicos CARVALHO, José Murilo de. P o n to s e b o r d a d o s . escritos de história e política. Belo C o r r e io d e S. B e n to : folha independente, São Bento do Sapucahy, 1916. Horizonte: UFMG, 1999. D iá r io P a u lis ta , Taubaté, 1888. __ J o m a l d a B e ir a , N O V id a d e s , SALGADO, Plínio, A fo r m a ç ã o CHARTIER, Roger. Difel, 1990. Lisboa, 1946. __ 108 o H is tó r ia d a s a lm a s . o imaginário da república no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. Viseu, 1944. d a ... op. Gil. o A h is tó r ia A h is tó r ia o u a le itu r a c u ltu r a l. d o te m p o . entre práticas e representações. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. Lisboa: 58 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA CONHEÇA OS DEPUTADOS: Plínio Salgado. Disponível em:<http://www2.camara. gov.br/deputados/pesquisa/layouts_deputados_biografia ?pk= 122697>. Acesso em: 10jun. 2011. DOREA, Augusta Garcia Rocha.ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA P lín io S a lg a d o , u m a p ó s to lo b r a s ile ir o e m te r r a s d e P o r tu g a l e E s p a n h a . São Paulo: GRD, 1999. GONÇALVES, Leandro Pereira. Entre B r a s il e P o r tu g a l. trajetória e pensamento de Plínio Salgado e a influência do conservadorismo português. 2012. 668f. Tese (Doutorado em História) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012. GONTIJO, Rebeca. História, cultura, política e sociabilidade intelectual.ln: BICALHO, Maria Fernanda Baptista; GOUVtA. Maria de Fátima Silva (Orç.). C u ltu r a s P o lític a s . ensaios de história cultura, história política e ensino de história. Mauad, 2005. LA BOÉTIE, Etienne. LE GOFF, Jacques. 2003. D is c u r s o H is tó r ia d a S e r v td ã o e M e m ó r ia . LOUREIRO, Maria Amélia Salgado. V o lu n tá r ia . São Paulo: Brasiliense, 1982. 5. ed. Campinas: Editora da UNICAMP, P lín io S a lg a d o , m e u p a i MODA, Rodrigo Patto Sá. Desafios e possibilidades política pela historiografia. In: __ (Orq.). C u ltu r a s estudos. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2009. São Paulo: GRD, 2001. na apropriação de cultura P o lític a s n a H is tó r ia : novos SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Introdução: Redefinindo a Direita. In: __ ; MEDEIROS, Sabrina Evangelista; VIANNA, Alexander Martins (Org) D ic io n á r io c r ític o d o p e n s a m e n to d a d ir e ita . idéias, instituições e personagens. Mauad, Rio de Janeiro: 2000. SOLDADO de Deus. Direção: Sérgio Sanz. Argumento e roteiro: Sérgio Sanz e Luiz Alberto Sanz. Produção: Júlia Moraes. Rio de Janeiro: Videofilmes Produções Artísticas, 2004 (87 rnin.). TRINDADE, Hélgio. In te g r a lis m o : o fascismo Porto Alegre: Difel/UFRGS, 1979. brasileiro da década de 30. 2. ed.