Recebido em: 10 dez. 2021 – Aprovado em: 22 fev. 2023
Processo de Avaliação: Double Blind Review
e-ISSN: 2525-3514
Editores: Elaine Teresinha Dal Mas Dias,
Carlos Bauer de Souza e Patricia Aparecida Bioto
https://doi.org/10.5585/cpg.v22n2.21272
Artigos
ANÁLISE DO USO DA METODOLOGIA DA MEDIAÇÃO DIALÉTICA E
METODOLOGIAS ATIVAS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-191
ANALYSIS OF THE USE OF DIALECTICAL MEDIATION METHODOLOGY
AND ACTIVE METHODOLOGIES DURING THE COVID-19 PANDEMIC
Edilson Moreira de Oliveira
Prof. Doutor
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP
São José do Rio Preto, São Paulo - Brasil
edilson.oliveira@unesp.br
Dawson Tadeu Izola
Prof. Doutor
Centro Universitário Herminio Ometto de Araras - UNIARARAS
Araras, São Paulo - Brasil
dawson@fho.edu.br
Giuseppe Ricardo Passarini
Mestrando
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP
São José do Rio Preto, São Paulo - Brasil
g.passarini@unesp.br
Resumo: Com a pandemia da COVID-19, houve mudanças radicais na dinâmica social, com a restrição de acesso presencial às instituições de
ensino. As atividades passaram a ser remotas, surgindo oportunidades para ampliação de novas formas de trabalho, com características da
Metodologia da Mediação Dialética (MMD), bem como das Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem (MAEs). Buscando entender melhor
o impacto deste cenário durante o primeiro semestre de 2021, realizou-se um estudo quanti-qualitativo para verificar como a forma de
organização e desenvolvimento do plano de ensino influenciou o trabalho do professor e a aprendizagem dos alunos. Os resultados mostraram
que o docente procurou adequar suas atividades à nova realidade, introduzindo muitas das características das MAEs e das fases da MMD em
seu planejamento e práticas. Os alunos surpreenderam quando o assunto foi o desenvolvimento de atividades diferenciadas para a prática de
projetos longe dos laboratórios.
Palavras-chave: mediação; dialética; ensino; aprendizagem.
Abstract: The covid 19 pandemic has brought radical changes in the social dynamics like the access restriction to educational institution. The
activities became remote giving rise to opportunities to expand new forms of work bearing characteristics of the Dialectical Mediation
Methodology (MMD) as well as the Active Teaching-Learning Methodologies (MAEs). In the search for a better understanding of the impact
in this scenario during the first half of 2021, a quantitative-qualitative study was carried out to verify how the form of organization and the
development of a syllabus which influenced the teacher’s work and the student’s learning. The results showed that the teacher tried to adapt
their activities to the new reality, presenting many characteristics of MAEs and the phases of MMD in their planning and practice. The students
were surprising when it comes to developing different activities and the practicing projects away from the laboratories.
Keywords: mediation; dialectic; teaching; learning.
Para citar – ABNT NBR 6023:2018
OLIVEIRA Edilson Moreira de; IZOLA, Dawson Tadeu; PASSARINI, Giuseppe Ricardo. Análise do uso da metodologia da mediação dialética e metodologias
ativas durante a pandemia da COVID-19. Cadernos de Pós-graduação, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 299-306, jul./dez. 2023. Disponível em:
https://doi.org/10.5585/cpg.v22n2.21272
1
Todo o procedimento de coleta de dados obedeceu a princípios éticos estabelecidos para pesquisas científicas em Ciências Sociais e Humanas.
Esse artigo baseou-se no relato do professor e da coleta de dados por meio da aplicação do questionário ao término das atividades do semestre.
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OLIVEIRA Edilson Moreira de; IZOLA, Dawson Tadeu; PASSARINI, Giuseppe
Ricardo. Análise do uso da metodologia da mediação dialética e metodologias ativas durante a pandemia da COVID-19
Introdução
A pandemia da COVID-19 teve início em março de 2020, provocando mudanças radicais
nos hábitos e rotinas da população, com o isolamento social, quarentena e lockdown, oriundos das
exigências dos órgãos de saúde. O fechamento do comércio, das unidades industriais e instituições
governamentais foram ferramentas poderosas para controlar e diminuir o avanço deste terrível
cenário. No âmbito escolar não foi diferente.
Como consequência, os conteúdos e a forma na qual as aulas foram ministradas sofreram
ajustes severos. Do ensino, quase que exclusivamente presencial, para aulas remotas e algumas vezes
o ensino a distância, baseado em atividades híbridas (síncronas e/ou assíncronas). Muitas instituições disponibilizaram plataformas, materiais e profissionais visando a atender esta nova demanda,
de forma urgente. Foi um golpe duro no universo escolar, com professores e estruturas pouco ou
nada adaptadas. No entanto, abriram-se oportunidades para ampliação de novas formas de trabalho, com o uso mais constante das tecnologias de comunicação. Atividades interativas mesclando
leituras, vídeos e diversos tipos de mídias foram alguns exemplos. As redes sociais e plataformas
de contato por videoconferência atuaram como ferramentas importantes nesta nova realidade.
Presenciamos, nos cursos superiores de Engenharia Mecânica e de Produção em uma universidade particular no interior de São Paulo, que algumas disciplinas as aulas foram ministradas
por meio do desenvolvimento de projetos práticos de forma remota, com atividades planejadas
para estimular no aluno o envolvimento neste novo formato. Buscou-se, portanto, contornar a falta
de acesso à estrutura física da universidade devido ao isolamento social. A seguir são apresentados
os resumos da organização e desenvolvimento do plano de ensino de cada disciplina:
1. Curso de Engenharia Mecânica – disciplina de Automação Industrial: a disciplina foi
planejada de forma que os alunos, divididos em grupos, obtivessem um projeto aplicado, utilizando
softwares de modelagem e simulação, que envolvesse os temas de automação industrial. Os resultados geraram um artigo científico dentro das normas ABNT. Esse artigo foi trabalhado a cada
aula, desde o título até a bibliografia com devolutivas semanais. As aulas remotas apresentaram os
princípios de automação industrial, originando 12 artigos científicos completos em uma publicação
de 77 páginas;
2. Curso de Engenharia Mecânica – disciplina de Hidráulica (noturno): a disciplina foi planejada de forma que os alunos, divididos em grupos, construíssem os experimentos básicos sobre
hidráulica em suas residências, utilizando-se de materiais simples e do cotidiano. O professor foi
responsável pela demonstração dos mesmos experimentos em um laboratório montado em sua
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casa, seguindo um roteiro preestabelecido. Nos experimentos realizados pelo professor foram obtidos dados para a resolução de um exercício utilizado como atividade diagnóstica. O trabalho
produziu 16 artigos científicos reunidos em uma publicação de cerca de 90 páginas;
3. Curso de Engenharia Mecânica – disciplina de Máquinas Elétricas: a disciplina foi planejada de forma que os alunos, divididos em grupos, obtivessem um projeto aplicado que envolvesse
os temas da matéria e fosse desenvolvido por meio de simulações em softwares disponíveis gratuitamente. O trabalho produziu 14 artigos científicos completos;
4. Curso de Engenharia de Produção – disciplina de Introdução ao Projeto de Máquinas:
os alunos projetaram e o professor construiu um barco de propulsão elétrica, utilizando-se de materiais comuns reaproveitados (tais como secadores de cabelo, bateria automotiva, canos de PVC
etc.). A turma foi dividida em grupos, cada um responsável por um subsistema do barco. O trabalho
produziu um manual de 50 páginas em forma de artigo científico.
Neste ponto surgem os dois questionamentos: analisando o planejamento realizado pelo
professor, como também os resultados obtidos, podem-se identificar as premissas que embasaram
estas atividades? Dentro da perspectiva de aulas remotas e restrição de acesso às oficinas e laboratórios, o trabalho desenvolvido conseguiu sensibilizar os alunos, envolvê-los, estimulando-os e efetivando seu aprendizado?
Metodologia
O presente estudo analisou a opinião dos alunos1 quanto à aplicação do formato de aula
apresentado pelo professor. Sendo uma pesquisa empírica, baseada na revisão da bibliografia a
respeito dos fundamentos norteadores da Metodologia da Mediação Dialética, bem como das Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem, primeiramente foi realizada uma leitura e fichamento
dos artigos de referência. Posteriormente elaborou-se um resumo apresentando os principais pontos de cada uma das metodologias, buscando identificar seus fundamentos. Após a revisão da bibliografia, partiu-se para a coleta e análise dos dados. Nesta fase, inicialmente o trabalho se caracterizou como quantitativo, ou seja, foram realizados os procedimentos para o levantamento, tabulação e apresentação dos dados.
Optou-se por uma amostragem não probabilística, do tipo por conveniência. A decisão
baseou-se no fato de que com esse trabalho buscou-se conclusões gerais, com um perfil exploratório. O cenário estudado foram os alunos de graduação dos cursos de Engenharia Mecânica (6°,
7° e 10° semestre) e de Produção (5° semestre) de uma fundação educacional do interior do estado
de São Paulo, ao final do primeiro semestre letivo do ano de 2021. Essa amostra foi determinada
em função da disponibilidade do material previamente organizado pelo professor durante o semestre letivo, ou seja, os registros de aulas. Sobre esses registros, utilizando a ferramenta “Formulários”,
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disponibilizada na plataforma Google, elaborou-se um questionário estruturado com uma pergunta
ou uma afirmação, seguida de múltiplas escolhas para sua resposta. Esee questionário foi aplicado
ao término do semestre letivo, com o envio do link para o acesso pelo Google Docs, para todas as
quatro turmas participantes. A tabulação dos dados deu-se pela utilização do software Excel da
Microsoft. Basicamente foram reunidas as frequências absolutas e relativas referentes a 189 respostas.
Após essa fase, partiu-se para uma análise qualitativa dos dados, ou seja, a revisão do planejamento realizado pelo professor e dos resultados obtidos, buscando identificar as premissas que
embasaram tais atividades. Outro ponto observado foi se o professor conseguiu sensibilizar os
alunos, envolvê-los, estimulá-los e efetivar seu aprendizado dentro da perspectiva de aulas remotas
e restrição de acesso às oficinas e laboratórios.
Revisão bibliográfica
Na apresentação da Metodologia da Mediação Dialética (MMD), Arnoni (2012) indica a
necessidade de fazer com que o professor não trabalhe apenas com aulas baseadas em materiais
padronizados e previamente elaborados (apostilas, manuais, livros didáticos). Neste sentido o professor deve planejar sua aula visando a sensibilizar o indivíduo, buscando sua emancipação para o
humano pela práxis educativa. Segundo a autora, a práxis educativa pode ser uma ferramenta de
organização social, de cunho emancipatório humano, que leva o indivíduo a se apropriar do patrimônio material e espiritual acumulado até sua época, conseguindo prosperar no mundo que o cerca,
provocando a compreensão tanto do aluno quanto do professor como seres sociais que se relacionam dialeticamente, por intermédio de uma tensão natural existente entre ambos, pois se encontram em patamares diferentes em relação ao que está sendo estudado.
Para a práxis educativa, a autora divide o trabalho em três fases. Na primeira fase, a préviaideação, o professor deve se posicionar objetivando a emancipação humana, visualizando o ponto
de chegada de todo o processo. Em um segundo momento, temos a objetivação, a transformação
da ideia em objeto pela aplicação da Metodologia da Mediação Dialética (MMD), por meio do
resgate (momento em que é registrado o saber do aluno em relação ao que ele observa), da problematização (contradição entre o entendimento subjetivo do aluno e o saber científico desenvolvido),
da sistematização (discussão do saber científico envolvido no problema estudado) e da produção
(expressão do saber aprendido). Partindo do contexto inicial apresentado, em função do que estiver
disponível, o planejado será executado. A terceira e última fase é a exteriorização, que apresenta o
conhecimento apropriado, demonstrando o novo patamar em que os indivíduos se encontram.
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Ricardo. Análise do uso da metodologia da mediação dialética e metodologias ativas durante a pandemia da COVID-19
As Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem (MAE) são ferramentas que fundamentam uma pedagogia problematizadora, estimulando os alunos a assumirem uma postura ativa e
autônoma no aprendizado, onde o professor deve “levar o aluno a aprender”. Para Paiva et al.
(2016), o ensino terá significado dependendo do sentido da aprendizagem e a aprendizagem terá
sentido dependendo das atividades geradas pelo ensino. Os autores sugerem a educação problematizadora com a introdução da resolução de problemas buscando o saber significado, desenvolvendo
o conhecimento de forma dinâmica e construtiva, extrapolando os conteúdos na busca por soluções de problemas advindos de contextos relacionados à área do conhecimento, ao entorno social,
às questões cotidianas. São possibilidades de desenvolvimento de metodologias ativas: aprendizagem por projetos e em equipes; confecção de relatos críticos de experiências e simulações; participação em debates, mesas redondas e participação de oficinas etc.
Morán (2015), sugere uma mudança estrutural no ambiente escolar com o conceito de salas
multifuncionais, do redesenho dos espaços físicos até a abolição das aulas expositivas, aproveitando
as oportunidades das tecnologias digitais, redes sociais e acesso à informação. Para ele, os materiais
de referência sobre o assunto a ser estudado devem ser disponibilizados em plataformas virtuais.
Para o autor, nas etapas presenciais é que serão desenvolvidas as atividades criativas supervisionadas
buscando o aprofundamento (o conceito de aula invertida).
Desenvolvimento
Os resultados da pesquisa quantitativa são apresentados a seguir:
Tabela 1 – Respostas dadas às questões apresentadas para os alunos – Araras – SP – 2021
Questões e alternativas
1. Dentre as formas de estudo listados abaixo, marque aquelas que você reconhece como mais efetivas para seu
aprendizado (essa questão possibilitou mais de uma escolha):
a) Aulas expositivas e dialogadas;
(n)
(%)
156
31
g) Construção de modelos e protótipos;
102
20
d) Debates;
79
16
c) Videoaulas;
61
12
f) Apresentação de seminários;
46
9
b) Leituras e fichamentos;
37
7
e) Produção de textos;
16
3
1
0
h) Outro.
2. A proposta da disciplina foi baseada na ideia de o aluno desenvolver um projeto a distância, onde o professor
seria o executor deste. Marque apenas uma alternativa.
b) Essa metodologia despertou seu interesse parcialmente;
98
52
a) Essa metodologia despertou seu interesse completamente;
72
38
c) Essa metodologia não despertou seu interesse;
18
10
d) Essa metodologia foi irrelevante.
1
1
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Ricardo. Análise do uso da metodologia da mediação dialética e metodologias ativas durante a pandemia da COVID-19
Questões e alternativas
(n)
3. No desenvolvimento da disciplina foi aplicado o conceito de "aprender fazendo", ou seja, basicamente todas
as atividades tiveram, em algum momento um cunho teórico e uma aplicação prática. Você considera que aprendeu mais:
c) Nos momentos em que ambas aconteciam juntas;
84
(%)
44
b) Nos momentos de atividades práticas;
45
24
d) Na alternância entre atividades teóricas e práticas;
43
23
a) Nos momentos de atividades teóricas.
17
9
c) Em ambos os momentos;
75
40
a) Nos momentos de atividades em grupo;
67
35
d) Na alternância entre atividades em grupo e individuais;
25
13
b) Nos momentos de atividades individuais.
22
12
a) O artigo científico é importante para a minha formação acadêmica;
111
59
d) A organização em formato de artigo científico facilita o desenvolvimento de projetos;
49
26
b) O artigo científico é relevante para o meu currículo;
21
11
c) Não gosto de fazer Artigo Científico;
7
4
e) Outro.
1
1
b) As atividades foram as necessárias e o tempo suficiente para a execução;
161
85
a) As Atividades foram demasiadamente grandes e desproporcionais ao tempo de execução;
23
12
5
3
4. O "aprender fazendo", nessa disciplina, ocorreu em grupos. Você considera que aprendeu mais:
5. Na conclusão do estudo tem-se um projeto tecnológico com documentação acadêmica. Em sua opinião:
6. Esse modelo de ação exige grande dedicação e esforço do aluno:
c) Outro.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Análise dos resultados
Analisando o planejamento, os resumos do desenvolvimento do plano de ensino de cada
disciplina, bem como os resultados alcançados, notam-se que, estimulado pela crise sanitária, o
professor procurou romper com o modelo de aulas expositivas e dialogadas. No material observam-se as fases da MMD.
O planejamento das atividades foi realizado a partir do resgate da prévia-ideação dos alunos.
A observação foi realizada em duas de suas quatro etapas2: a problematização (quando se estabeleceu a intencionalidade de cada disciplina) e a produção/síntese (na demonstração do conhecimento
pelos produtos das pesquisas realizadas). Em relação às MAE, identificam-se claramente a educação problematizadora, a mudança do ambiente escolar e o uso do conceito de aula invertida.
Com a aplicação dos instrumentos de coleta de dados, nos resultados gerais observaram-se
pontos interessantes que estimulam um aprofundamento. Na questão 1, ainda há a tendência de
opção pelas aulas expositivas dialogadas, seguida pela construção de modelos e projetos. Na questão 2, vê-se que a metodologia adotada despertou o interesse da maioria dos alunos. A questão 3,
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Ricardo. Análise do uso da metodologia da mediação dialética e metodologias ativas durante a pandemia da COVID-19
mostrou que grande parte dos alunos considera que aprendeu mais com atividades práticas mescladas com teóricas, ou puramente práticas. Quanto à questão 4, a maioria dos alunos afirmou que
aprendeu mais nas atividades em grupo ou alternadas em grupo e individuais. Já na questão 5,
grande parte dos alunos afirmou que escrever o artigo é importante para sua formação. O tempo
de execução foi suficiente para a realização das atividades para uma parcela expressiva dos alunos.
Todos os números mantiveram-se próximos destes resultados quando estratificados por disciplina.
Conclusão
A pesquisa mostrou que, frente ao cenário determinado pelo isolamento social, existem
possibilidades de trabalhar o ensino de uma forma desafiadora e que possa mudar o conceito estabelecido para o desenvolvimento do aprender. A MMD, juntamente com as MAEs direcionaram o
planejamento e execução das atividades que apoiaram o trabalho do professor. As ferramentas
disponíveis na internet, a dinâmica invertida da aula, softwares de simulações são alguns dos instrumentos que o docente incluiu no planejamento de seu trabalho. Difundir mais estes conceitos,
debatendo com os educadores formas de torná-los mais presentes no trabalho de ensino-aprendizagem, pode ser uma possibilidade de mudança no modo em que este processo acontece.
Quanto ao impacto no desenvolvimento do aluno frente ao cenário da pandemia de COVID-19, os números mostraram-se expressivos quanto a adotar atividades práticas desafiadoras,
bem como o trabalho em grupo e a confecção de relatos críticos, sugerindo uma melhor aceitação
deste modelo. Sendo assim, a adoção destas metodologias torna-se um cenário promissor para os
profissionais que buscam inovar na execução das atividades no processo de ensino-aprendizagem,
ainda que talvez o aprender fazendo ainda não esteja muito entendido e difundido nos grupos de
alunos. Provavelmente um estudo em outras áreas de ensino, com uma delimitação mais abrangente, bem como uma amostragem mais significativa, possa trazer mais informações que colaborem com mudanças no modo com que o ensino se desenvolve e pode evoluir.
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Ricardo. Análise do uso da metodologia da mediação dialética e metodologias ativas durante a pandemia da COVID-19
Referencias
ARNONI, M. E. B. Mediação dialético-pedagógica e práxis educativa: o aspecto ontológico da aula. Revista
Educação e Emancipação. Maranhão: São Luís, v.5, n.2, jul./dez. 2012.
MORÁN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. Coleção Mídias Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. v. II Carlos Alberto de Souza e
Ofelia Elisa Torres Morales (orgs.). PG: Foca Foto-PROEX/UEPG, 2015.
PAIVA, M. R. F. et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem: revisão integrativa. SANARE, Sobral V.15 n.02, p.145-153, jun./dez. 2016.
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