Resiliência comunitária em contextos de pandemias e epidemias:
uma revisão integrativa
Aline Ribeiro da Silva1
Universidade Salgado de Oliveira, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5503-9306
Maria Angela Mattar Yunes 2
Universidade Salgado de Oliveira, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4653-3895
Ana Maria Nunes El Achkar3
Universidade Salgado de Oliveira, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1628-1006
Resumo: O estudo teve como objetivo apresentar uma revisão integrativa para identificar aspectos conceituais,
metodológicos e da aplicabilidade dos resultados das pesquisas sobre o construto resiliência comunitária em
situações de pandemias e epidemias. As bases utilizadas para a coleta dos dados foram: BVS (Biblioteca Virtual
em Saúde), PubMed, SciELO, PsycNet em Português, Inglês e Espanhol. A partir dos critérios de inclusão e
exclusão chegou-se a uma amostra final de 13 artigos. Os resultados identificaram que o tema central da
maioria dos artigos estava relacionado à pandemia da Covid-19. Os elementos que contribuíram para que as
comunidades lidassem com as consequências da Covid-19 foram: a atuação das lideranças locais, o
engajamento da comunidade e a comunicação com informação de qualidade. Espera-se que essa revisão possa
gerar novas pesquisas sobre saúde comunitária em populações que enfrentam problemas psicossociais
provocados por endemias, pandemias e outras formas de problemas na saúde global em seus territórios.
Palavras -chave: resiliência comunitária, pandemia, epidemia, Covid 19.
Resiliencia comunitaria en contextos de pandemia y epidemia:
una revisión
1
Programa de Pós-graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) na Universidade Salgado de Oliveira –
UNIVERSO. E-mail: green.alinee@gmail.com
2
Professora Associada no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira –
UNIVERSO.E-mail: mamyunes@gmail.com
3
Professora Adjunta do Programa de Pós-graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) na Universidade
Salgado de Oliveira – UNIVERSO. E-mail: anaelachkar@yahoo.com.br
317
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
Resumen: El estudio tuvo como objetivo presentar una revisión integradora para identificar aspectos
conceptuales, metodológicos y de aplicabilidad de los resultados de la investigación sobre el constructo de
resiliencia comunitaria en situaciones de pandemia y epidemia. Las bases utilizadas para la recolección de
datos fueron: BVS (Biblioteca Virtual en Salud), PubMed, SciELO, PsycNet en portugués, inglés y español. En
base a los criterios de inclusión y exclusión se llegó a una muestra final de 13 artículos. Los resultados
identificaron que el tema central de la mayoría de los artículos estaba relacionado con la pandemia de Covid19. Los elementos que ayudaron a las comunidades a enfrentar las consecuencias del Covid-19 fueron: el
accionar de los líderes locales, la participación comunitaria y la comunicación con información de calidad. Se
espera que esta revisión pueda generar nuevas investigaciones sobre salud comunitaria en poblaciones que
enfrentan problemas psicosociales causados por endemias, pandemias y otras formas de problemas de salud
global en sus territorios.
Palabras clave: resiliencia comunitaria, pandemia, epidemia, Covid 19
Community resilience in pandemic and epidemic contexts:
an integrative review
Abstract: This study aimed to present an integrative review to identify conceptual, methodological and
applicability aspects of the results obtained in research on the community resilience construct in situations of
pandemics and epidemics to date. The bases used for data collection were: VHL (Virtual Health Library),
PubMed, SciELO, PsycNet in Portuguese, English and Spanish. Based on the inclusion and exclusion criteria, a
final sample of 13 articles was obtained. The results identified that the central theme of most articles was
related to the Covid-19 pandemic. The action of local leaders, community engagement, communication and
secure information are elements that contributed to communities being able to deal with the consequences of
Covid-19. It is hoped that this review can generate new research on the topic of community health in
populations that face psychosocial problems with endemic diseases, pandemics and other adversities in their
territories.
Keywords: community resilience, pandemic, epidemic, Covid 19.
Introdução
Pandemias, epidemias ou desastres naturais, provocam imenso sofrimento em um
grande número de pessoas. Estes e outros eventos inesperados estão presentes na história
da humanidade desde os primórdios. Por exemplo, no século XIV, a peste negra e no século
XX, a gripe espanhola foram acontecimentos devastadores em muitas culturas. Agora, em
pleno século XXI fomos surpreendidos com a pandemia da Covid -19 e seus desdobramentos
na saúde pública. A pandemia da Covid-19 trouxe impactos na vida de pessoas ao redor do
mundo com consequências e reflexos não apenas nas áreas da saúde, mas também na
educação e economia (BLANCO; SACRAMENTO, 2021). Detectada na China no primeiro
semestre de 2020, como toda catástrofe social trouxe consigo a exacerbação de problemas
já enfrentados há décadas por comunidades vulneráveis em muitos países e continentes
318
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
(BAMBRA et al., 2020; QIU et al., 2020). No Brasil, em particular, não foi diferente e ficou
explícito que a pandemia da Covid-19 transcendia a área da saúde e trazia novas questões
sociais decorrentes das inegáveis desigualdades estruturais que afetam o Brasil e a grande
maioria
das
famílias
brasileiras
(BLANCO;
SACRAMENTO,
2021).
Sabe-se
que
independentemente de pandemias ou catástrofes da natureza, grande parte da população
brasileira é excluída do “acesso aos bens públicos socialmente produzidos e ausente de
participação legítima em processos decisórios no que se refere a políticas públicas que
interferem na qualidade do ambiente em que se vive” (LOUREIRO, 2003, p.48). Isso vale para
questões de segurança alimentar, educação e saúde em especial.
Pandemias são definidas como doenças que possuem características similares com
manifestações em alto nível de contágio, explosão dos números de casos em curto período
de tempo e a transmissão ultrapassa barreiras geográficas (HENRIQUES, 2020; MORENS;
FOLKERS; FAUCI, 2009). As notícias sobre a pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo
foram divulgadas inicialmente por veículos de comunicação e seguida de pavor e angústia
das populações. Por isso, veículos que transmitiam informações alarmistas e negativas
mantiveram um papel positivo levando informações necessárias e mensagens de
solidariedade e esperança para a sociedade (BUSS; ALCÁZAR; GALVÃO, 2020).
Em situações desafiadoras como estas pode-se notar padrões de comportamentos
nas comunidades que se adaptam e enfrentam as dificuldades (LOUREIRO, 2004; ZAPPE;
YUNES; DELL´AGLIO, 2015). Para Loureiro (2004), este enfrentamento é crucial para a
compreensão e reconhecimento das diferentes necessidades, interesses e relações entre os
grupos sociais e a natureza na sua concepção mais abrangente. Este enfrentamento que leva
ao bem estar coletivo é o que define o constructo de resiliência comunitária (NORRIS et al.,
2008; OJEDA, 2005).
Os primeiros estudos sobre resiliência comunitária surgiram relacionados com a
psicologia comunitária. Suas investigações com grupos de minorias sociais trazem a luta por
direitos sociais dos afro-americanos (SONN; FISHER, 1998). A partir desse período, os
estudos de resiliência comunitária foram ganhando mais espaço na área de saúde pública
319
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
(BROWN; KULING, 1996,1997; NORRIS et al., 2008) com estudos que abordam formas da
comunidade lidar com situações delicadas e perturbadoras. No ano de 1995, o pesquisador
Nestor Suarez Ojeda apresentou o conceito de resiliência comunitária em seus estudos
conduzidos na América do Sul. A partir daí, tornou-se reconhecido internacionalmente como
um dos pioneiros do tema (OJEDA, 2005, p.49). A partir dos anos 2000 houve uma notável
expansão nos estudos acerca da resiliência comunitária vinculados às situações de desastres
de todos os tipos como terremotos, incêndios, secas e outros eventos. Nos dias atuais os
estudos mais frequentes ainda versam sobre o constructo relacionado aos desastres naturais
(BAUMANN et al., 2021; PATIN, 2020) e apresenta uma multiplicidade de definições.
É fato que o tema é de grande complexidade e não se pode estancar o assunto em
uma ou duas definições. Todavia, são duas as referências de conceitos que se destacam com
frequência na literatura sobre o assunto. São elas: a referência latino-americana (OJEDA,
2005) e a referência norte americana (NORRIS et al., 2008), que traduz resiliência
comunitária como capacidades, adaptação e estratégias das comunidades para enfrentar
situações de desastres. Mais recentemente uma nova referência norte-americana foi
publicada por Patel et al. (2017), que apresenta uma integração de elementos de estudos
em resiliência comunitária também em cenários de desastres.
Segundo Norris et al. (2008), para que se constate resiliência comunitária numa
comunidade é necessário haver processos que garantam que as capacidades adaptativas
proporcionem o enfretamento dos acontecimentos adversos com resultado de bem-estar e
qualidade de vida da comunidade. Para que as capacidades adaptativas se desenvolvam é
importante que os atributos dinâmicos também estejam presentes. Esses atributos são
recursos que a comunidade tem acesso e pode acionar quando necessário. Os recursos são
caracterizados como robustez, redundância e rapidez. Robustez refere-se a recursos
resistentes e em abundância; redundância refere-se a recursos que podem ser trocados por
outros; e, rapidez como o próprio nome sugere significa a velocidade com a qual esses
recursos podem ser acionados. Segundo Norris et al. (2008) as capacidades adaptativas são:
desenvolvimento econômico, capital social, informação/comunicação e competência
320
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
comunitária. Segundo a definição apresentada por Norris et al. (2008) o desenvolvimento
econômico refere-se a recursos econômicos disponíveis e acessíveis para as comunidades.
Os autores entendem que, capital social se configura pelos laços e relações na comunidade
que proporcionam outros aspectos como a comunicação. Para os autores, comunicação e
informação são meios de informações eficientes para a comunidade (NORRIS et al., 2008).
Competência comunitária é compreendida por Norris et al. (2008) enquanto competência da
comunidade em lidar e enfrentar coletivamente a situação com decisões e estratégias
conjuntas.
No âmbito latino americano, o autor Nestor Ojeda e seu grupo de pesquisadores se
aproximam dos conceitos desenvolvidos por Norris et al. (2008). A partir de estudos em
comunidades vulneráveis em uma região da América Latina, Ojeda (2005) identificou que
essas comunidades apresentavam maneiras próprias de lidar com adversidades. Desde
então, Ojeda (2005) passa a considerar estas formas de manejo de situações adversas como
expressões de resiliência comunitária. O autor organiza os pilares fundamentais para
manifestação do fenômeno da seguinte maneira: autoestima coletiva, identidade cultural,
humor social e honestidade estatal. Autoestima coletiva é a percepção positiva que os
indivíduos têm de sua comunidade e retrata como as pessoas da comunidade se sentem
como parte daquele local. Já a identidade cultural são as características ligadas à cultura e
aos valores existentes expressos por seus indivíduos e que distingue aquele ambiente de
outros ambientes. Quanto ao humor social, Ojeda (2005) registra que são manifestações de
humor diante da própria situação de dificuldade, ou seja, estratégias emocionais positivas
para lidar com a adversidade. Em relação à honestidade estatal, o autor vai nos dizer que
nada mais é do que o comportamento honesto dos responsáveis e líderes eficientes e
comprometidos com lutas anticorrupção. A solidariedade é a adesão e disposição coletiva
dos membros da comunidade para lidar com a situação de dificuldade e atender a todos
indistintamente (OJEDA; LA JARA; MARQUES, 2007).
Um estudo latino americano realizado no México em uma comunidade que sofria
com a doença de Chagas (RANGEL; MONREAL; RAMSEY, 2016) identificou alguns dos pilares
321
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
referidos no modelo de Ojeda (2005) conforme mencionado acima. Os resultados
encontrados pelos pesquisadores discutem que os pilares de autoestima coletiva, identidade
cultural e honestidade estatal auxiliaram na criação de um grupo comunitário para enfrentar
a doença de forma coletiva. Tais manifestações foram categorizadas como resiliência
comunitária com destaque atribuído ao pilar da autoestima coletiva.
Outro estudo importante tem como base as pesquisas norte americanas de Norris
et al., (2008) e Patel et al., (2017) nas quais os autores enfatizam elementos da resiliência
comunitária encontrados em situações de desastres e que podem ser utilizados em outros
contextos quando for aplicável. Os referidos pesquisadores complementaram as pesquisas
sobre resiliência comunitária identificando nove elementos e dezenove subelementos em
situações de desastres. Segundo Patel et al. (2017), os elementos são: (i)Conhecimento
local, conhecimento da comunidade relacionado à situação do desastre, local e preparação
para lidar com o problema. (ii) Amizades e redes comunitárias, voltadas à relação e
comunicação entre os membros e redes de amizades. (iii) Comunicação efetiva, diz respeito
à comunicação eficaz e à compreensão entre os membros sobre a situação de crise. (iv)
Saúde, relacionada aos recursos da saúde disponíveis para os membros da comunidade. (v)
Governança e liderança, que se refere à eficácia dos líderes governamentais diante da
situação do desastre local. (vi) Recursos, são todos os suprimentos disponíveis para a
comunidade, como alimentação, água e outros essenciais para a manutenção. (vii)
Investimento econômico, são os recursos referentes aos financiamentos econômicos para a
comunidade. (viii) Preparação, refere-se às atividades que auxiliam na prevenção de um
desastre. (ix) Outlook mental, diz respeito à percepção positiva da comunidade em relação
ao desastre, esperança mesmo em situações de incertezas.
Cabe ressaltar que a concepção de resiliência comunitária como um conjunto de
processos coletivos e resultados de mudanças sociais e ambientais em situações de crise,
pode ser acoplada a diferentes áreas do conhecimento, dentre as quais ressaltamos a
Educação Ambiental. As pesquisadoras Juliano e Yunes (2014, p. 147) argumentam que “as
causas da degradação ambiental e das crises nas relações sociais que repercutem nas vidas
322
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
de indivíduos, famílias, comunidades e meio ambientes possuem um conjunto de variáveis
inegavelmente interconectadas”. As autoras sustentam que uma compreensão de resiliência
comunitária sob escopo de preceitos da Educação Ambiental pode explicar as questões
ecológicas de forma mais complexa e completa, pois incorpora os atores sociais
participantes e ilumina as causas e consequências de desigualdades e injustiças
socioambientais estruturais.
Como dito anteriormente, resiliência comunitária é um constructo plural e
conceituado a partir de uma variedade de definições indicadas por pesquisas nacionais e
internacionais (JULIANO; YUNES, 2014; OLIVEIRA; MORAIS, 2017; PATEL et. al., 2017). A
escassez de publicações nesse campo em território nacional motivou a busca para investigar
estudos que abordassem esta temática não apenas no Brasil, mas em outros países.
Portanto, a relevância do presente estudo está na realização de uma revisão
integrativa que objetiva identificar aspectos conceituais, metodológicos e da aplicabilidade
do construto resiliência comunitária em situações de pandemias e epidemias, bem como
apontar os resultados obtidos em pesquisas realizadas até a atualidade.
Método
A revisão integrativa consiste em um estudo aprofundado, pois permite a inclusão
de estudos experimentais e teóricos (POMPEO; ROSSI; GALVÃO, 2008). Esta revisão
integrativa teve como base o protocolo de Souza, Silva e Carvalho (2010). As etapas seguidas
foram: (1) elaboração da pergunta norteadora; (2) busca ou amostragem na literatura; (3)
coleta de dados; (4) análise crítica dos estudos incluídos; (5) discussão dos resultados; (6)
apresentação da revisão (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). Como questão norteadora
indagamos: quais são os aspectos conceituais, metodológicos e os resultados encontrados
nos estudos de resiliência comunitária em situações de pandemias e epidemias?
Para a coleta dos dados, os artigos foram pesquisados nos seguintes bancos e bases
de dados: BVS, PubMed, SciELO, PsycNet.
Para a busca nas bases selecionadas os
descritores foram: Resiliência Comunitária, Pandemia, Epidemias e Covid- 19. As seguintes
323
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
combinações foram realizadas: “Resiliência Comunitária” AND Pandemia, Resiliência
Comunitária AND Epidemias, Resiliência Comunitária AND Covid 19 em português, inglês e
espanhol com os termos no singular e no plural. Na PubMed e Psynet utilizou-se apenas
vocábulos em inglês. O termo Covid 19 foi incluído na busca por representar a Pandemia
mais recente ocorrida no mundo no ano de 2020.
Não foi delimitado um período de tempo para a busca dos artigos, pois o objetivo
era identificar todos os artigos que tratavam de resiliência comunitária em situações de
pandemias e epidemias até o ano do estudo (2021). A busca nos bancos e bases de dados
ocorreu entre Abril e Junho de 2021 e os estudos foram selecionados a partir dos seguintes
critérios de inclusão: (1) artigos publicados nos idiomas, inglês, português e espanhol; (2)
sobre resiliência comunitária em situações de pandemia, epidemias e Covid- 19; (3) com os
termos resiliência comunitária, pandemias, epidemias e Covid -19 no título/resumo/palavras
chaves; (4) disponível na integra nos bancos e bases de dados; (5) definições explícitas do
conceito de resiliência comunitária nos artigos. Nesse contexto, os critérios de exclusão
adotados foram: (1) artigos duplicados; (2) artigos que apresentaram resiliência comunitária
com outros assuntos que não fossem pandemias, epidemias e covid- 19; (3) artigos que
abordavam o tema de resiliência comunitária sem apresentar definições do constructo; (6)
artigos indisponíveis para leitura e download; (7) artigos em idiomas que não fossem inglês,
português e espanhol; (8) artigos que tratavam do tema de forma tangencial.
Após a eliminação dos estudos duplicados foram feitas as leituras dos títulos e
resumos. Esta etapa teve a participação de juízes do programa de pós-graduação que, de
forma consensual excluíram os artigos que não tratavam de resiliência comunitária em
situações de pandemias, epidemias e Covid -19. Após esta etapa, os artigos restantes foram
lidos na íntegra e sequencialmente a leitura foram excluídos os artigos que não
apresentavam as definições do constructo de resiliência comunitária e que não
contribuiriam para os objetivos desta revisão. Esta etapa também contou com a participação
dos juízes. Os artigos recuperados foram lidos na íntegra mais uma vez e os dados extraídos
324
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
foram organizados em uma planilha Excel. Tais etapas da revisão podem ser verificadas na
figura 1.
Fluxograma 1. Etapas de inclusão e exclusão dos artigos.
Fonte: Coleção particular
Análise dos dados
Para que os resultados fossem apresentados de forma compreensiva, utilizou-se
dois tipos de análise: uma análise quantitativa e outra qualitativa. A análise quantitativa
abrangeu os seguintes assuntos: bases de dados; idioma; país; tipo de estudo;
delineamento; instrumentos; tamanho das amostras. Para a análise dos dados qualitativos,
utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin (1977) para organização e sintetização dos
dados. Foram elaboradas as seguintes categorias a partir dos eixos pesquisados: EIXO 1:
Foco conceitual: a) Resiliência comunitária em situação de desastres e emergências; b)
Resiliência comunitária focada na coletividade; c) Resiliência comunitária a partir da
percepção dos integrantes da comunidade. EIXO 2: Metodologias utilizadas: a) Natureza dos
325
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
estudos e dos métodos; b) Instrumentos utilizados. Eixo 3: Resultados obtidos nas pesquisas
a) O papel dos Representantes locais; b) A importância de recursos acessíveis e voltados
para a demanda da comunidade; c) O engajamento da comunidade; d) A relevância de
informação e comunicação segura.
Resultados
No que tange à descrição quantitativa dos dados pesquisados, observa-se que dos
13 artigos selecionados 12 foram identificados na PubMed e na BVS e apenas 1 na APA
(Psyinfo). A Tabela 1 sintetiza as informações. Em relação ao idioma de publicação 100% dos
artigos encontrados foram publicações no idioma inglês. Quanto aos países de realização das
pesquisas, os estudos estavam distribuídos em 8 países, sendo 3 nos EUA, 3 em Israel e 2 na
China. Os outros 5 artigos distribuíram-se entre Libéria, Cingapura, Canadá, Filipinas e
Taiwan. Sobre o tipo de estudo, 85% dos artigos eram empíricos e 15% de revisão
bibliográfica. Quanto à metodologia, 6 artigos utilizaram delineamentos qualitativos, 6
quantitativos, 1 aplicou metodologias mistas. Acerca dos instrumentos, constatou-se 46%
utilizando escalas e questionários, 23% entrevistas, 23% revisão de literatura e 8%
multimétodos (estudo bibliográfico e análises estatísticas). Dentre os artigos, 5
apresentaram escalas desenvolvidas para mensurar a resiliência comunitária. Quanto ao
tamanho da amostra, desconsiderando os artigos de revisão bibliográfica, identificou-se
desde estudos de natureza qualitativa com 13 participantes, até estudos com delineamento
quantitativo com 12.000 participantes. Os estudos qualitativos apresentaram amostras que
variaram de 13 a 36 participantes, enquanto os quantitativos exibiram amostras variando de
300 a 12.000 participantes.
326
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
Tabela 1. Informações dos Artigos Selecionados para a Revisão
Tipo de pesquisa Ano
País
Título
Metodologia/ Instrumentos
Autor
Understanding the role of community resilience in
Alonge, O., Sonkarlay, S.,
addressing the Ebola virus disease epidemic in Liberia: a Entrevista semi-estruturada com os seguintes Gwaikolo,
W., Fahim, C.,
p
qualitative study (community resilience in Liberia)
Cooper, J. L., & Peters, D. H.
Recovering from an Epidemic of Teen Pregnancy: The
Taylor, B., Croff, J. M., Story,
Entrevistas semi-estruturada com líderes religio
Role of Rural Faith Leaders in Building Community
C. R., &Hubach, R. D.
Resilience
Qualitativa
2019 Libéria
Qualitativa
2019 EUA
Qualitativa
2020 EUA
What is essential?: Understanding community resilience
Entrevistas com bibliotecários
and public libraries in the United States during disasters
Qualitativa
2021 China
CommunityDisaster Resilience in the COVID-19
Documentos, observações
Quantitativa
2021 China
The Influence of COVID-19 on Community Disaster
Resilience
Método Delphi(quantitativo)
Quantitativa
2020 Israel
Health-Care Services as a Platform for Building
Community
Odeya Cohen , AlaaMahagna ,
Questionário sociodemográfico; Escala de aval
AsmaaShamia , OrtalSlobodin
Quantitativa
Quantitativa
Quantitativa
Quantitativa
Bibliográfico
Bibliográfica
Bibliográfica
Beth Patin
Liwei Zhang , Ji Zhao , Jixin
Wenping Xu , Lingli
Xiang , David Proverbs , Shu
Xiong
Exploring state-level variabilities between perceived
community resilience and posttraumatic stress
2021 EUA
Questionários sociodemográfico;Instrumento dShigemoto, Yuki
symptoms during the COVID-19 pandemic: Multilevel
modeling approach.
Socio-ecological determinants of distress in Filipino
2021 Filipinas
Questionário e instrumentos
John JamirBenzon R. Aruta
adults during COVID-19 crisis
Recovery from the COVID-19 pandemic: Distress and
ShaulKimhi, Hadas Marciano ,
2020 Israel
Questionários
resilience
YohananEshel , BruriaAdinia
Resilience and demographic characteristics predicting
ShaulKimhi , Hadas Marciano ,
Questionários e entrevistas
2020 Israel
distress during the COVID-19 crisis
YohananEshel , BruriaAdinib
Mental health in biological disasters: From SARS to
2021 Taiwan
Revisão bibliográfica
Kuan Ying et al., 2021
COVID-19
Social Cohesion and Community Resilience During
Rae L Jewett , Sarah M
COVID-19 and Pandemics: A Rapid Scoping Review to
Mah , Nicholas
2021 Canadá
Revisão bibliográfica
Inform the United Nations Research Roadmap for COVIDHowell , Mandi M Larsen
19 Recovery
Wanfen Yip , Lixia Ge , Andy
Building community resilience beyond COVID-19: The
HauYan
2021 Cingapura
Revisão bibliográfica
Singapore way
Ho , BeeHoonHeng , WoanShi
n Tan
Amostra
Colunas1
36
17
13
12000
392
548
401
300
1346
Fonte: Coleção particular
Referente à análise qualitativa dos artigos selecionados identificamos eixos
temáticos compatíveis com a pergunta de pesquisa: 1) Foco conceitual; 2) Metodologias
utilizadas e; 3) Resultados obtidos nas pesquisas. Cada eixo é representado e explicado por
categorias detalhadas abaixo.
Eixo 1: Foco Conceitual
Eixo delineado com base no foco das definições, noções e conceitos de resiliência
comunitária apresentados em cada artigo. Detectou-se a ênfase em situações de desastres,
em expressões coletivas e percepções de membros da comunidade.
a) Resiliência Comunitária em Situação de Desastres e Emergências
327
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
A análise dos estudos evidenciou a predominância dos conceitos de resiliência
comunitária relacionada aos eventos caracterizados como desastres e emergências. Assim, a
resiliência comunitária foi definida como capacidade da comunidade responder a uma
situação de desastre/emergências. Podendo ser naturais, como terremotos e inundações ou
não naturais como conflito armado. Dois artigos (XU et al., 2021; ZHANG et al., 2021)
utilizaram resiliência comunitária voltados exclusivamente para desastres que trazem
exatamente essa nomeação para descrever o tema que possui semelhança com as demais
definições com destaque ao termo “resiliência comunitária em/voltada a situação de
desastre”.
No entanto a maioria dos artigos apresenta os conceitos e definições de
resiliência comunitária incluindo situações de emergências/desastres de forma geral. Os
autores não explicitam uma definição do significado de desastres e emergências, mas
equiparam a eventos e fenômenos que impactam e exemplificam como furacões,
terremotos, incêndio entre outros.
b) Resiliência Comunitária Focada na Coletividade
Apesar da variedade conceitual na forma de definir resiliência comunitária
encontramos semelhanças na perspectiva que foi categorizada enquanto “foco na
coletividade”. Para alguns autores resiliência comunitária seria a capacidade da própria
comunidade recuperar-se ou retornar ao estado anterior a adversidade (ALONGE et al.,
2019; TAYLOR et al., 2019 online). Identificou-se artigos que apresentam como capacidade
de adaptar-se ao desastre ou emergência (JEWETT et al., 2021; ZHANG et al., 2021), adaptar
ou lidar com a situação focando na ação comunitária coletiva. Além disso, as definições
destacam capacidades e recursos acessíveis para que a resiliência comunitária aconteça, a
exemplo do suporte social (KIMHI et al., 2020b). Essas definições apresentam semelhanças
com Norris et al. (2008) que explica ser fundamental a presença de atributos dinâmicos e
capacidades adaptativas que são recursos e elementos que compõe a resiliência
comunitária.
Na Libéria, com a epidemia do vírus ebola, as ações governamentais e
comunitárias contribuíram para reduzir os impactos da epidemia nas comunidades (ALONGE
et al., 2019). O relacionamento com as autoridades governamentais e da saúde
328
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
possibilitaram compreender melhor as necessidades da comunidade e a participação desta
para auxiliar uns aos outros.
c) Resiliência Comunitária a Partir da Percepção dos Integrantes da Comunidade
A visão dos sujeitos sobre o contexto em que vivem e interagem com seus pares
permite compreender como ocorrem as relações e ações coletivas. A definição de resiliência
comunitária, através da percepção dos próprios indivíduos, refere-se ao quanto os sujeitos
identificavam o desenvolvimento da comunidade em estratégias para enfrentar as
dificuldades e o quanto os indivíduos são próximos uns dos outros para se organizarem e
lidarem frente à adversidade. Ademais, apresenta a percepção dos indivíduos sobre a
capacidade de sua comunidade enfrentar um problema. Dois artigos (ARUTA, 2021;
SHIGEMOTO, 2021) destacaram a resiliência comunitária a partir da percepção dos próprios
indivíduos da comunidade e a partir de estudos quantitativos responderam suas percepções
sobre resiliência comunitária e se ela contribui para lidar com efeitos pandêmicos.
Eixo 2: Metodologias utilizadas
a) Natureza dos Estudos e dos Métodos
Em relação à natureza dos estudos alguns artigos foram bibliográficos (JEWETT et
al., 2021; YIP et al., 2021), pois traziam uma visão ampliada sobre o tema, como no caso do
estudo de Cingapura que apresentou um panorama sobre pandemia da Covid19 e resiliência
comunitária. Outros artigos (ALONGE et al., 2019; PATIN, 2020) foram de natureza
qualitativa abordando assuntos complexos e pouco investigados, a exemplo da epidemia da
gravidez nos EUA (TAYLOR et al., 2019). Os estudos quantitativos (COHEN et al., 2020; KIMHI
et al., 2020a,2020b) investigaram a resiliência comunitária atrelada a outras variáveis como
a resiliência individual e a nacional, averiguando a relação entre as variáveis e seus efeitos
durante a pandemia.
b) Natureza dos Instrumentos
Os estudos qualitativos utilizaram entrevistas semiestruturadas. Os instrumentos
utilizados foram as escalas Conjoint Community Resilience Assessment Measure (CCRAM-10)
(LEYKIN et al., 2013) e Communities Advancing Resilience Toolkit (CART) (PFEFFERBAUM, et
329
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
al., 2015). A CCRAM é composta por cinco domínios: liderança, eficácia coletiva, preparação,
confiança social e apego ao território. A escala CART quatro domínios: conexão e cuidado,
recursos, potencial transformador e gestão de desastres. Ambas foram utilizadas em estudos
conduzidos no contexto da Pandemia da Covid- 19.
Eixo 3: Resultados obtidos nas pesquisas
a) O papel dos Representantes locais
Os estudos referentes aos eventos de pandemias e epidemias apresentam a ação e
o movimento proativo de pessoas ou instituições que auxiliaram a lidar e enfrentar as
consequências destes acontecimentos ameaçadores na saúde de pessoas. Tais
representantes
são
conhecidos
como
líderes,
representantes
de
organizações
governamentais que estão na mesma área geográfica dos moradores e que conseguem
melhor identificar suas principais necessidades, pois suas relações proximais parecem
possibilitar. Na epidemia do vírus ebola na África os líderes e representantes locais
desempenharam ações importantes, em especial na área de compreensão da situação e
comunicação certeira com vistas a reduzir a propagação do vírus (ALONGE et al., 2019).
b) A importância de Recursos Acessíveis e Voltados para a Demanda da Comunidade
Cada comunidade possui suas especificidades e suas necessidades. Os estudos
apresentaram ações que auxiliaram a comunidade nas suas principais demandas durante o
período pandêmico/epidêmico. Em Cingapura, as autoridades desenvolveram estratégias
para evitar a contaminação de grupos vulneráveis como idosos e pessoas com doenças
crônicas (YIP et al., 2021). As autoridades de saúde adotaram a telemedicina para atender
idosos sem que estes precisassem sair de casa e mantiveram as consultas para os pacientes
com doenças crônicas para que não interrompessem o tratamento. Outros estudos também
apresentaram ações governamentais de prevenção de acordo com as demandas da
comunidade. A exemplo da África que no período da epidemia disponibilizaram profissionais
com conhecimento local para atender as necessidades daquela população (ALONGE et al.,
2019).
c) O Engajamento da Comunidade
330
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
Moradores e lideranças comunitárias proativos resultaram com destaque em
grande parte das pesquisas. O trabalho dos próprios moradores em auxiliar e enfrentar as
demandas coletivamente contribuiu para reduzir as consequências de contaminação pelo
Coronavírus. Em Cingapura (YIP et al., 2020), moradores se mobilizaram para criar máscaras
e distribuir às pessoas que não tinham recursos para comprar. Na China, voluntários se
mobilizaram para levar informação a comunidades mais afastadas que tinham dialeto
próprio para levar informações de prevenção sobre a doença (ZHANG et al., 2021).
d) A Relevância da Informação e Comunicação Segura
A comunicação e a informação foram das estratégias mais utilizadas para minimizar
os efeitos pandêmicos. Estudos demonstraram a importância e a eficácia da comunicação
segura e com veracidade para a comunidade. Verificar se a informação era verdadeira ou
falsa foi uma das ações do governo Chinês adotadas para checar as informações, e depois
repassadas para a população (ZHANG et al.,2021). Outros estudos também destacaram o
apoio das lideranças representantes locais para levar informações seguras à comunidade
(ALONGE et al., 2019; YIP et al., 2021). Por exemplo, durante a epidemia do ebola na África
– os chefes locais recebiam informação das autoridades e trabalhadores da saúde e
repassavam aos moradores da comunidade que compreendiam o recado e aderiam as
instruções. Essa comunicação com pessoas que possuem uma forte relação e uma grande
representação entre moradores pode ser considerada uma estratégia para chegar aos
moradores que vivem em áreas distantes do centro e que não possuem, em alguns casos,
informações suficientes para saber da situação problema. Levar informações de prevenção
sobre a doença da COVID-19 no dialeto e/ou idioma das comunidades é algo imprescindível
como já foi apontando na categoria do engajamento (ZHANG et al., 2021).
Discussão
Apesar dos impactos e consequências de epidemias e pandemias, pode-se observar
que estratégias coletivas em comunidades contribuíram para minimizar a gravidade das
sequelas causadas por essa catástrofe na saúde global. O objetivo dessa revisão foi
331
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
identificar aspectos conceituais, metodológicos e da aplicabilidade do construto resiliência
comunitária em situações de pandemias e epidemias, bem como apontar os resultados
obtidos nas pesquisas realizadas até a atualidade.
A revisão identificou uma diversidade de definições e autores que pesquisam
resiliência comunitária. No entanto, este resultado já era esperado, pois estudos recentes
(JULIANO; YUNES, 2014; PATEL et al., 2017; OLIVEIRA; MORAIS, 2018) já apontavam para a
variedade de conceitos acerca do tema. Ainda que os resultados demonstrem a variedade
das definições, pode-se destacar as similaridades. Grande parte dos artigos utiliza o conceito
de resiliência comunitária como capacidade da comunidade enfrentar, lidar ou adaptar-se a
condições de desastres ecológicos. Esses conceitos apresentam proximidades com as ideias
de Norris et al., (2008), que por sua vez é um dos autores mais utilizados nos estudos de
resiliência comunitária. É importante destacar que o conceito latino americano de Ojeda
(2005) cuja definição enfoca ações coletivas dos moradores para lidar e enfrentar os
desastres não foi encontrado nos artigos pesquisados nesta revisão, bem como nenhum
autor da Educação Ambiental conservadora ou crítica foi mencionado.
Em relação aos métodos e instrumentos utilizados, constatou-se que parte
considerável dos estudos sobre resiliência comunitária utiliza desenhos de natureza
qualitativa (ALONGE et al., 2019). Para tanto, são realizadas entrevistas semiestruturadas
que visam aprofundar as complexidades desse fenômeno menos exploradas. No que se
refere à pandemia e seus impactos coletivos cada comunidade expressou dificuldades
específicas em seus territórios de acordo com sua cultura e suas condições climáticas e
geográficas. As singularidades regionais puderam ser verificadas no caso da epidemia do
vírus ebola na África (ALONGE et al., 2019). Todavia, estudos que utilizaram métodos
quantitativos também trouxeram resultados importantes associando a resiliência
comunitária a outras variáveis com elementos de resiliência individual e resiliência nacional.
Os estudos bibliográficos trouxeram evidências de um mapeamento com resultados mais
abrangentes sobre os temas investigado.
332
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
Em relação aos resultados encontrados com mais frequência sobre resiliência
comunitária, argumentamos que as capacidades adaptativas de Norris et al. (2008) como:
capital social, interação e proatividade dos moradores (ALONGE et al., 2019; YIP et al., 2021)
por meio de comunicação e informação (ZHANG et al., 2020) são apontadas como
facilitadores para que a comunidade seja conscientizada da situação de crise ou desastre.
Deve-se ressaltar que não se propõe que haja um volume exagerado de informações, visto
que o excesso torna a maior parte delas “endemicamente desperdiçada, e de fato
natimorta” (BAUMAN, 2008, p.55).
Os resultados da maioria das pesquisas analisadas sublinharam os elementos de
liderança e comunicação (ALONGE et al., 2019; NORRIS et al., 2008; PATEL et al., 2017;
TAYLOR et al., 2019; YIP et al., 2021). Sendo assim, fica evidente que a comunicação é um
dos elementos mais importantes para promoção de resiliência comunitária, pois formas
eficazes de interações contribuem para levar informação com veracidade e geram segurança
em moradores de comunidades que vivem situações adversas. No caso da epidemia do Vírus
Ebola na Libéria, a comunicação foi central (ALONGE et al., 2019). O estudo identificou que
líderes comunitários transmitiram informações eficazes, acessíveis e compreensíveis para as
comunidades, principalmente para as mais afastadas do centro. Essa comunicação foi vital
para os moradores e o resultado foi a adesão às estratégias de enfrentamento no combate à
epidemia (ALONGE et al., 2019). Dessa mesma forma, a comunicação competente foi
identificada em estudos realizados na China e Cingapura durante a pandemia da Covid-19.
Isto porque, estratégias para avaliar a origem e a veracidade das informações foram
adotadas pelos governos para repassar aos moradores (YIP et al., 2021). O estudo explica
que esta ação permitiu que as comunidades aderissem às informações de medidas sanitárias
e as aplicassem no cotidiano com o objetivo de reduzir os impactos e a propagação mais
rápida do vírus (ZHANG et al., 2021).
Um dos artigos mapeados versou sobre a epidemia de gravidez na adolescência
(TAYLOR et al., 2019). Este evidenciou que a falta de interação e comunicação entre líderes
evangélicos impactou de forma negativa no desenvolvimento de processos de resiliência
333
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
comunitária na comunidade e contribuiu para a permanência de um problema de saúde
pública. Tal desconexão manifestada pela falta de aproximação desses líderes teve como
consequência a falta de ação coletiva para promover estratégias para lidar com a saúde dos
seus membros. Outro aspecto destacado na referida pesquisa foi a baixa percepção e
compreensão dos líderes acerca da importância de discutir a temática da gravidez na
adolescência com os membros da comunidade. A carência desses espaços comunitários de
discussão e a escassez de comunicação na comunidade não combateram a epidemia de
gravidez na adolescência (TAYLOR et. al, 2019). Sobre esse aspecto, Norris et al. (2008)
afirmam que a comunicação é um elemento essencial em qualquer situação de crise
coletiva. Para se atingir manifestações de resiliência comunitária, é preciso criar estratégias
eficazes de propagação e diálogo.
Outro aspecto importante detectado nessa revisão refere-se ao exercício das
lideranças comunitárias e gestoras em situações de adversidade. O elemento de liderança foi
identificado como relevante em dois estudos realizados antes e durante a pandemia da
Covid- 19 (PATEL et al., 2017; ZHANG et al., 2020). A participação de organizações não
governamentais é enquadrada como liderança nos achados de Patel et al. (2017). Na China,
o fortalecimento do governo em organizações sociais demonstrou que a ação dessas
lideranças na representação e luta pela comunidade gerou melhores resultados no
enfrentamento da pandemia (ZHANG et al., 2021).
O trabalho de voluntários também foi um dos elementos relacionados à resiliência
comunitária e abordado com destaque em um dos artigos (ZHANG et al., 2021). Além da
comunicação eficaz e das estratégias do governo no fortalecimento das organizações sociais,
os voluntários são demonstrados como aqueles que auxiliaram no enfrentamento da Covid19 numa comunidade em Shangai. Os voluntários faziam a tradução das informações para o
dialeto do grupo social (ZHANG et al., 2021) e, portanto, atuavam na área da Educação
Ambiental e divulgação de forma eficaz.
Outras dimensões essenciais na resiliência comunitária foram referidas nessa
revisão como a coesão social (JEWETT et al., 2021) formada por relacionamentos de
334
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
cooperação, engajamento e apoio entre os membros. De acordo com Carvalho (2004) o
papel da Educação Ambiental é também de fomentar princípios de coletividade que
implementam o capital social e oferecem suporte para o envolvimento das pessoas no
enfrentamento de conflitos e crises socioambientais de diferentes ordens.
Considerações finais
Os estudos de resiliência comunitária em situações de epidemias e pandemias
analisados nessa revisão evidenciaram os seguintes elementos de proteção das
comunidades: comunicação eficaz, o papel ativo das lideranças e engajamento da
comunidade como minimizadores dos impactos sociais e das consequências das doenças. Foi
constatada a importância de um Estado presente e responsável por ações governamentais
que podem atuar na promoção de resiliência comunitária por meio de políticas sociais de
educação, saúde e desenvolvimento humano individual e fortalecimento de movimentos
sociais.
Espera-se
que
os
resultados
obtidos
nessa
revisão
possam
motivar
o
desenvolvimento de novas pesquisas não apenas na área da Saúde Comunitária, mas
integradas aos investigadores da Educação Ambiental. Essa associação de saberes pode
despertar a consciência para a relevância da resiliência comunitária. Assim, poder-se-á
construir e executar políticas públicas para promoção de forças coletivas em comunidades
vulneráveis que enfrentam riscos socioambientais no cotidiano de suas vidas ou quando
estas são atravessadas por pandemias e/ou epidemias.
Referências
ALONGE, Olakunle et al. Understanding the role of community resilience in addressing the
Ebola virus disease epidemic in Liberia: a qualitative study (community resilience in Liberia).
Global Health Action, v. 12, n. 1, p. 1662682, 2019.
https://doi.org/10.1080/16549716.2019.1662682
335
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
ARUTA, John Jamir Benzon R. Socio-ecological determinants of distress in Filipino adults
during COVID-19 crisis. Current Psychology, p. 1-11, 2021.
https://doi.org/10.1007/s12144-020-01322-x
BAMBRA, Clare et al. The COVID-19 pandemic and health inequalities. J Epidemiol
Community Health, v. 74, n. 11, p. 964-968, 2020.
https://doi.org/10.1136/jech-2020-214401
BARDIN, Lawrence. Análise de conteúdo. Lisboa: edições, v. 70, p. 225, 1977.
BAUMAN, Z. Vida para o consumo. In: ______. A transformação das pessoas em
mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. P. 37-69.
BAUMANN, Sara E. et al. Exploring community art and its role in promoting health, social
cohesion, and community resilience in the aftermath of the 2015 Nepal Earthquake. Health
Promotion Practice, v. 22, n. 1_suppl, p. 111S-121S, 2021.
https://doi.org/10.1177/1524839921996083
BLANCO, Lis Furlani; SACRAMENTO, Jonatan. Pós-pandemia ou a “endemização do (extra)
ordinário”? Uma análise comparativa entre as experiências com a fome, Zika vírus e Covid19 no Brasil. Horizontes Antropológicos, v. 27, p. 183-206, 2021.
https://doi.org/10.1590/s0104-71832021000100010
BROWN, David D.; KULIG, Judith Celene. The concepts of resiliency: Theoretical lessons from
community research. HCS/SSC, v. 4 n. 1, p. 29 – 52, 1996.
https://opus.uleth.ca/server/api/core/bitstreams/38c2ec67-62f1-498a-bcdf72ec4e11b2e0/content
BUSS, Paulo M.; ALCÁZAR, Santiago; GALVÃO, Luiz Augusto. Pandemia pela Covid-19 e
multilateralismo: reflexões a meio do caminho. Estudos Avançados, v. 34, p. 45-64, 2020.
https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2020.3499.004
CARVALHO, I. C. M. Educação ambiental crítica: nomes e endereçamentos da educação. In:
LAYRARGUES, P.P. (Org). Identidades da Educação Ambiental Brasileira, Brasília: Ministério
do Meio Ambiente, 2004, p. 13-24.
https://smastr16.blob.core.windows.net/cea/cea/ident_eabras.pdf
CHANDRA, Anita et al. Building community resilience to disasters: A way forward to enhance
national health security. Rand health quarterly, v. 1, n. 1, 2011.
https://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/technical_reports/2011/RAND_TR915.pdf
336
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
COHEN, Odeya et al. Health-care services as a platform for building community resilience
among minority communities: An Israeli pilot study during the COVID-19 Outbreak.
International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 17, n. 20, p. 7523,
2020. https://doi.org/10.3390/ijerph17207523
FLEURY, Sonia; MENEZES, Palloma. Pandemia nas favelas: entre carências e potências. Saúde
em Debate, v. 44, p. 267-280, 2021. https://doi.org/10.1590/0103-11042020e418
HENRIQUES, Cláudio; PESSANHA, Maierovitch; VASCONCELOS, Wagner. Crises dentro da
crise: respostas, incertezas e desencontros no combate à pandemia da Covid-19 no Brasil.
Estudos avançados, v. 34, p. 25-44, 2020. https://doi.org/10.1590/s01034014.2020.3499.003
JULIANO, Maria Cristina Carvalho; YUNES, Maria Angela Mattar. Reflexões sobre rede de
apoio social como mecanismo de proteção e promoção de resiliência. Ambiente &
Sociedade, v. 17, n. 3, p. 135-154, 2014. https://doi.org/10.1590/S1414753X2014000300009
JUSTO-HENRIQUES, Susana. Contributo da psicologia da saúde na promoção de
comportamentos salutogénicos em pandemia. Psicologia, saúde & doenças, v. 21, n. 2, p.
297-310, 2020. http://dx.doi.org/10.15309/20psd210206.
HSIEH, Kuan-Ying et al. Mental health in biological disasters: from SARS to COVID-19.
International journal of social psychiatry, v. 67, n. 5, p. 576-586, 2021.
https://doi.org/10.1177/0020764020944200
JEWETT, Rae L. et al. Social cohesion and community resilience during COVID-19 and
pandemics: A rapid scoping review to inform the United Nations research roadmap for
COVID-19 recovery. International Journal of Health Services, v. 51, n. 3, p. 325-336, 2021.
https://doi.org/10.1177/0020731421997092
KIMHI, Shaul et al. Recovery from the COVID-19 pandemic: Distress and resilience.
International Journal of Disaster Risk Reduction, v. 50, p. 101843, 2020a.50, 101843.
https://doi.org/10.1016/j.ijdrr.2020.101843
KIMHI, Shaul et al. Resilience and demographic characteristics predicting distress during the
COVID-19 crisis. Social Science & Medicine, v. 265, p. 113389, 2020b.
https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2020.113389
LEYKIN, Dmitry et al. Conjoint community resiliency assessment measure-28/10 items
(CCRAM28 and CCRAM10): A self-report tool for assessing community resilience. American
337
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
journal of community psychology, v. 52, n. 3, p. 313-323, 2013.
https://doi.org/10.1007/s10464-013-9596-0
LOUREIRO, Carlos Frederico Brandão. Premissas Teóricas para uma Educação Ambiental
transformadora. Ambiente e Educação, Rio Grande, v.8, p. 37 – 54, 2003.
file:///C:/Users/Particular/Downloads/897-Texto%20do%20artigo-1852-1-10-20090510.pdf
LOUREIRO, Carlos Frederico Brandão. Educação Ambiental Transformadora. In:
LAYRARGUES, P.P. (Org). Identidades da Educação Ambiental Brasileira, Brasília: Ministério
do Meio Ambiente, 2004, p. 65-84.
https://smastr16.blob.core.windows.net/cea/cea/ident_eabras.pdf
MORENS, David M.; FOLKERS, Gregory K.; FAUCI, Anthony S. What is a pandemic?. The
Journal of infectious diseases, v. 200, n. 7, p. 1018-1021, 2009.
https://doi.org/10.1086/644537
NORRIS, Fran H. et al. Community Resilience as a Metaphor, tTheory, set of Capacities, and
Strategy for Disaster Readiness. American Journal of Community psychology, v. 41, n. 1, p.
127-150, 2008. https://doi.org/10.1007/s10464-007-9156-6
OJEDA, Elbio Nestor Suarez. Uma concepção latino-americana: a resiliência comunitária. In
Aldo Melillo, Elbio Nestor Suarez Ojeda (Cols), Resiliência descobrindo as próprias fortalezas.
Artmed. 2005. p 47-58.
OJEDA, Elbio Nèstor Suares; LA JARA, Ana; MARQUES. Cláudia. Resiliência Comunitária. In:
HOCH, Carlos; ROCCA, Susana. Sofrimento, Resiliência e Fé – Implicações para as relações
de cuidado. São Leopoldo: Editora Sinodal, 2007, P 33-59.
OLIVEIRA, Ana Tercila Campos; MORAIS, Normanda Araujo de. Resiliência comunitária: um
estudo de revisão integrativa da literatura. Trends in Psychology, v. 26, p. 1731-1745, 2018.
https://doi.org/10.9788/TP2018.4-02Pt
OLIVEIRA, Ana Tercila Campos; MORAIS, Normanda Araujo de. Resiliencia Comunitaria:
Unstudio de caso de una comunidad de Fortaleza, CE. Trends in Psychology, v. 27, n. 3, p.
779-793, 2019.https://doi.org/10.9788/TP2019.3-13.
PATEL, Sonny S. et al. What do we mean by'community resilience'? A systematic literature
review of how it is defined in the literature. PLoS currents, v. 9, 2017. https:// doi:
10.1371/currents.dis.db775aff25efc5ac4f0660ad9c9f7db2.
338
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
PATIN, Beth. What is essential?: Understanding community resilience and public libraries in
the United States during disasters. Proceedings of the Association for Information Science
and Technology, v. 57, n. 1, p. e269, 2020. https://doi.org/10.1002/pra2.269
PFEFFERBAUM, Rose L. et al. Assessing community resilience: An application of the
expanded CART survey instrument with affiliated volunteer responders. American
BehavioralScientist, v. 59, n. 2, p. 181-199, 2015
https://doi.org/10.1177/0002764214550295
POMPEO, Daniele Alcalá; ROSSI, Lídia Aparecida; GALVÃO, Cristina Maria. Revisão
integrativa: etapa inicial do processo de validação de diagnóstico de enfermagem. Acta
paulista de enfermagem, v. 22, p. 434-438, 2009. https://doi.org/10.1590/S010321002009000400014
QIU, Jianyin et al. A nationwide survey of psychological distress among Chinese people in the
COVID-19 epidemic: implications and policy recommendations. General psychiatry, v. 33, n.
2, 2020. http://dx.doi.org/10.1136/gpsych-2020-100213
RANGEL, José Antonio Santana; MONREAL, Luz Arenas; RAMSEY, Janine M. Community
resilience and Chagas disease in a rural region of Mexico. Revista de saude publica, v. 50,
2016.. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050005911
SAKURAI, Mihoko; CHUGHTAI, Hameed. Resilience against crises: COVID-19 and lessons from
natural disasters. European Journal of Information Systems, v. 29, n. 5, p. 585-594,
2020.https://doi.org/10.1080/0960085X.2020.1814171,
SHIGEMOTO, Yuki. Exploring state-level variabilities between perceived community
resilience and posttraumatic stress symptoms during the COVID-19 pandemic: Multilevel
modeling approach.Traumatology, v. 27, n. 1, p. 98,
2021.https://doi.org/10.1037/trm0000303
SONN, Christopher C.; FISHER, Adrian T. Sense of community: Community resilient responses
to oppression and change. Journal of community psychology, v. 26, n. 5, p. 457-472, 1998 .
https://doi.org/10.1002/(SICI)1520-6629(199809)26:5<457::AID-JCOP5>3.0.CO;2-O
SOUZA, Marcela Tavares de; SILVA, Michelly Dias da; CARVALHO, Rachel de. Revisão
integrativa: o que é e como fazer. Einstein (São Paulo), v. 8, p. 102-106,
2010.https://doi.org/10.1590/S1679-45082010RW1134
339
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256
TAYLOR, Becky et al. Recovering from an epidemic of teen pregnancy: The role of rural faith
leaders in building community resilience. Journal of religion and health, v. 60, n. 1, p. 311325, 2021.https://doi.org/10.1007/s10943-019-00863-1
XU, Wenping et al.The influence of COVID-19 on community disaster resilience.International
journal of environmental research and public health, v. 18, n. 1, p. 88, 2021.
https://doi.org/10.3390/ijerph18010088
YIP, Wanfen et al. Building community resilience beyond COVID-19: The Singapore way. The
Lancet Regional Health–Western Pacific, v. 7,
2021.https://doi.org/10.1016/j.lanwpc.2020.100091
ZAPPE, Joana Gonçalves; YUNES, Maria Angela Mattar; & DELL´AGLIO, Débora Dalbosco.
Psicologia dos desastres e resiliência: reflexões sobre o incêndio da Boate Kiss em Santa
Maria. In Renata Maria Coimbra & Normanda Araujo de Morais (Eds.), A resiliência em
questões: perspectivas teóricas, pesquisa e intervenção. Artmed, 2015 (p. 215-229).
ZHANG, Liwei et al. Community disaster resilience in the COVID-19 outbreak: insights from
Shanghai’s experience in China. Risk Management and Healthcare Policy, v. 13, p. 3259,
2020. https://doi.org/10.2147/RMHP.S283447
XU, Wenping et al.The influence of COVID-19 on community disaster resilience.International
journal of environmental research and public health, v. 18, n. 1, p. 88, 2021..
https://doi.org/10.3390/ijerph18010088
Submetido em: 17-03-2023
Publicado em: 15-04-2024
340
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - FURG
v. 41, n. 1, p. 317-340, jan./abr. 2024. E-ISSN: 1517-1256