View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk
brought to you by
CORE
provided by Repositório Comum
ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA
CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM
ÁREA DE ESPECIALIZAÇÃO DE ENFERMAGEM COMUNITÁRIA
UNIDADE CURRICULAR ESTÁGIO COM RELATÓRIO
CONSUMO DE ÁLCOOL NOS ADOLESCENTES
CAPACITAÇÃO DE UM GRUPO DE PROMOTORES DA SAÚDE
Ana Margarida Mostardinha Alves Murteiro
Relatório de estágio orientado por:
Professora Cláudia Mariana Julião Bacatum
Lisboa
2012
0
ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA
CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM
ÁREA DE ESPECIALIZAÇÃO DE ENFERMAGEM COMUNITÁRIA
UNIDADE CURRICULAR ESTÁGIO COM RELATÓRIO
CONSUMO DE ÁLCOOL NOS ADOLESCENTES
CAPACITAÇÃO DE UM GRUPO DE PROMOTORES DA SAÚDE
Ana Margarida Mostardinha Alves Murteiro
Relatório de estágio orientado por:
Professora Cláudia Mariana Julião Bacatum
Lisboa
2012
1
AGRADECIMENTOS
Um sincero OBRIGADO a todas as pessoas que contribuíram para a realização
deste trabalho.
Em primeiro lugar à minha orientadora, Professora Cláudia Bacatum, pela
disponibilidade e apoio, bem como pelo incentivo e confiança nos meus interesses e
realizações pessoais.
Um reconhecido agradecimento à equipa da UCSP pela forma como me acolheram
e apoiaram ao longo de todo este percurso, por acreditarem e proporcionarem todas as
condições para a realização da minha intervenção e pelo constante incentivo e partilha.
Às pessoas que participaram na intervenção pela sua disponibilidade e motivação,
pela sua entrega à intervenção e à comunidade, e pela sua capacidade de compromisso e
intenção de assumir um papel activo como promotores da saúde no seio da sua
comunidade.
A todos os parceiros que contribuíram para a concretização da intervenção
comunitária. Aos profissionais pelo suporte que proporcionaram longo de todas as etapas
do processo, pela sua disponibilidade e pela objectividade e partilha. Às associações
comunitárias pela forma como acolheram e acreditaram na intervenção e nas estratégias
seleccionadas, e por disponibilizarem os meios necessários para a sua consecução.
Não poderia deixar de agradecer aos que me estão próximos, família e amigos,
pelo estímulo e compreensão das ausências e falhas de quem se divide por entusiasmo e
vontade de saber.
2
RESUMO
O consumo de álcool acarreta significantes problemas, colocando em perigo a
saúde e bem-estar individual, familiar e social, pelo que se assume como um grave
problema de Saúde Pública. Na adolescência o consumo de álcool é preocupante pois
para além de provocar danos cerebrais, existe a evidência de que o início precoce de
consumo de álcool está associado a comportamentos de risco.
Tendo em conta a magnitude e complexidade do fenómeno do consumo de álcool,
a intervenção nesta problemática deve considerar o individuo, pares, família e
comunidade. Neste contexto é urgente que o enfermeiro comunitário desenvolva
estratégias de intervenção direccionadas à educação para o consumo de álcool nos
adolescentes, com especial foco na promoção da saúde.
A intervenção comunitária teve por objectivo promover a capacidade de um grupo
de promotores da saúde desenvolver actividades de educação pelos pares no âmbito do
consumo de álcool nos adolescentes, tendo sido realizada no território da Alta de Lisboa
junto de 16 participantes. Como metodologia foi seguido o Planeamento em Saúde, de
acordo com Tavares, e como referencial teórico optou-se pelo Modelo de Promoção da
Saúde, de Nola Pender. No diagnóstico de situação recorreu-se ao Questionário de
Conhecimentos acerca do Álcool, de Barroso, Mendes e Barbosa, e a um Questionário de
Caracterização.
Os resultados obtidos evidenciam a ausência de conhecimentos de estratégias de
intervenção da educação pelos pares no âmbito do consumo de álcool nos adolescentes,
bem como défices de conhecimentos relativos ao álcool e bebidas alcoólicas e às
repercussões individuais dos problemas ligados ao álcool. O processo de capacitação
teve por base a Educação pelos Pares como estratégia de promoção da saúde e
prevenção dos consumos, e o estabelecimento de parcerias comunitárias.
A intervenção comunitária desenvolvida atingiu os objectivos a que se propôs, e
permitiu o desenvolvimento de competências especializadas em enfermagem comunitária.
Palavras-chave: adolescentes, consumo de álcool, promoção da saúde, educação pelos
pares, enfermagem comunitária.
3
ABSTRACT
Alcohol consumption causes significant problems, endangering the health and wellbeing of individuals, families and society, emerging as a serious public health problem. In
adolescence alcohol consumption is worrying because, besides causing brain damage,
there is evidence that early initiation of alcohol consumption is associated with risky
behaviors.
Taking into account the magnitude and complexity of the phenomenon of alcohol
consumption, the intervention on this matter should consider the individual, peers, family
and community. In this context it is urgent that the community nurse develops intervention
strategies directed to alcohol consumption education in adolescents, with special focus on
health promotion.
The community intervention aimed to promote the ability of a group of health
promoters to develop peer education activities on alcohol consumption among
adolescents, and was conducted in Alta de Lisboa territory, with 16 participants. The
methodology followed was the Health Planning, according to Tavares, and as theoretical
framework it was chosen the Nola Pender’s Health Promotion Model. In the diagnosis of
the situation were used both, the Questionário de Conhecimentos acerca do Álcool
(Questionnaire of Knowledge on Alcohol), of Barroso, Barbosa and Mendes, and a
Characterization Questionnaire.
The results show the absence of knowledge of peer education intervention
strategies in the context of alcohol consumption in adolescents, as well as deficits in
knowledge about alcohol and alcoholic beverages, and the effects of individual alcoholrelated problems. The empowerment process was based on Peer Education as a strategy
of health promotion and prevention of consumption, and on the establishment of
community partnerships.
The developed community intervention achieved the objectives that were
established, and allowed the development of specialized skills in community nursing.
Keywords: adolescents, alcohol consumption, health promotion, peer education,
community nursing.
4
ÍNDICE
LISTA DE SIGLAS
INTRODUÇÃO............................................................................................................... 8
1. ENQUADRAMENTO TEÓRICO ................................................................................. 10
1.1. A Adolescência........................................................................................................ 10
1.1.1. Adolescência e Comportamentos de Saúde ..................................................... 11
1.1.2. Adolescência e o grupo de pares...................................................................... 12
1.2. O Consumo de Álcool na Adolescência .................................................................. 13
1.3. A Enfermagem Comunitária e a Promoção da Saúde dos Adolescentes ............... 15
1.3.1. Prevenção do Consumo de Álcool na Adolescência - Educação pelos Pares .. 17
1.3.2. Modelo de Promoção da Saúde de Nola Pender .............................................. 20
2. METODOLOGIA ......................................................................................................... 23
2.1. Diagnóstico de Situação .......................................................................................... 23
2.1.1. Contexto ............................................................................................................ 24
2.1.2. População ......................................................................................................... 25
2.1.3. Instrumentos e procedimentos de colheita de dados ........................................ 26
2.1.4. Questões éticas ................................................................................................. 27
2.1.5. Apresentação e análise dos dados.................................................................... 28
2.2. Determinação de Prioridades .................................................................................. 32
2.2.1. Diagnósticos de Enfermagem............................................................................ 33
2.3. Fixação de Objectivos ............................................................................................. 34
2.4. Selecção de Estratégias .......................................................................................... 36
2.5. Preparação Operacional - Programação ................................................................. 38
2.6. Avaliação ................................................................................................................. 42
3. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 45
3.1. Reflexão sobre as Competências Adquiridas .......................................................... 45
3.2. Considerações Finais .............................................................................................. 47
5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 49
ANEXOS……………………………………………………………………….…………………….. 54
Anexo I - Factores de Risco e Factores de Protecção do consumo de álcool
Anexo II - Questionário de Conhecimentos Acerca do Álcool
Anexo III - Autorização para utilização do Questionário de Conhecimentos Acerca
do Álcool
Anexo IV - Cartaz de divulgação da "Semana do Álcool"
Anexo V - Plano de orientação do Peddy-Paper
Anexo VI - Materais de exposição na "Semana do Álcool"
APÊNDICES…………………………………………………………………………………………73
Apêndice I - Questionário de Caracterização da população
Apêndice II - Consentimento livre e esclarecido
Apêndice III - Caracterização da população
Apêndice IV - Resultados do Questionário de Conhecimentos Acerca do Álcool
Apêndice V - Aplicação de técnica de determinação de prioridades
Apêndice VI - Inter-relação actividades/objectivos
Apêndice VII - Cronograma de Gantt
Apêndice VIII - Plano Operacional
Apêndice IX - Plano de Sessão Educatica: O que precisas de saber sobre bebidas
alcoolicas
Apêndice X - Plano de Sessão Educativa: Beber pode parecer divertido, mas para
decidires é preciso conhecer os riscos
Apêndice XI - Plano de Sessão Educativa: O educador sou eu, e agora?
Apêndice XII - Questionário de avaliação das Sessões Educativas
Apêndice XIII - Plano de Sessão Informativa dirigida aos profissionais da UCSP e
ACES
6
LISTA DE SIGLAS
ACES – Agrupamento de Centros de Saúde
CIPE – Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem
DGS – Direcção Geral de Saúde
EEECSP – Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública
ESEL – Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
IDT – Instituto da Droga a da Toxicodependência
INS – Inquérito Nacional de Saúde
INSA – Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
OE – Ordem dos Enfermeiros
OMS – Organização Mundial de Saúde
PLA – Problemas Ligados ao Álcool
PNRPLA – Plano Nacional de Redução dos Problemas Ligados ao Álcool
PNS – Plano Nacional de Saúde
QCAA – Questionário de Conhecimentos Acerca do Álcool
UCSP – Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados
WHO – World Health Organization
7
INTRODUÇÃO
A realização do presente relatório de estágio de enfermagem comunitária e da
família insere-se no âmbito do 2º Curso de Mestrado em Enfermagem na Área de
Especialização em Enfermagem Comunitária. A intervenção de enfermagem comunitária
decorreu de Outubro de 2011 a Fevereiro de 2012, assumindo a temática do Consumo de
Álcool nos Adolescentes - Capacitação de um Grupo de Promotores da Saúde.
A pertinência do desenvolvimento desta temática tem por base a magnitude do
consumo de álcool como grave problema de Saúde Pública, e a consciencialização de
que consumo de álcool é actualmente um dos factores de risco com maior impacto nas
doenças crónicas não transmissíveis relacionadas com os estilos de vida (Direcção Geral
de Saúde, 2003). De facto, apesar da sua ampla aceitação social, o álcool, como
substância psicoactiva, apresenta critérios de perigosidade, quer pela grave dependência
física e psicológica que provoca, quer pelos efeitos negativos sobre a saúde em geral,
quando consumido em excesso (Edwards, Marshall, & Cook, 1999).
A revisão de literatura revela diversas definições de adolescência, que em comum
têm o facto de a considerarem como um período de grandes mudanças, em que o
adolescente começa a definir a sua identidade, os seus valores e a tomar as suas
decisões. De acordo com Carvalho e Leal (2006) esta é também uma fase de
vulnerabilidade marcada por um processo de construção pessoal, e de emancipação da
família, com crescente importância do grupo de pares, sendo frequente a adopção de
comportamentos de risco para a saúde, nomeadamente o consumo de álcool. O
reconhecimento desta realidade revela que é urgente encontrar estratégias de
intervenção direccionadas á educação para o consumo de álcool nos adolescentes, com
especial foco na promoção da saúde.
Nesta linha de pensamento o Modelo de Promoção da Saúde, de Nola Pender,
surge como o referencial teórico de Enfermagem que suporta o projecto de intervenção
comunitária. É um modelo de enfermagem que apresenta uma estrutura simples e clara,
possibilitando ao enfermeiro um cuidar ao individuo e/ou grupo, articulando três aspectos
básicos que condicionam o comportamento de promoção da saúde: as características e
experiencias individuais, os sentimentos e conhecimentos do comportamento e o
resultado do comportamento (Pender, Murdaugh, & Parsons, 2011). No âmbito da
presente intervenção comunitária, é de considerar que o Modelo de Promoção da Saúde
8
integra na sua construção as bases teóricas da Teoria Social Cognitiva, de Albert
Bandura, salientando as influências interpessoais (família, pares) nos sentimentos e
conhecimento associados ao comportamento de saúde, o que serve de suporte para a
metodologia de intervenção com promotores da saúde.
O reconhecimento da influência do ambiente social dos adolescentes na adopção
de comportamentos de saúde, com destaque para o grupo de pares pela sua importância
nesta fase do ciclo de vida, enquadra a Educação pelos Pares. Esta assume-se assim
com uma estratégia de promoção da saúde e prevenção de comportamentos de risco,
sendo particularmente importante pelo seu caracter de “duplo empowerment”, isto é,
permite simultaneamente a promoção de comportamentos promotores da saúde nos
educadores de pares e no grupo-alvo das suas intervenções, por meio da intervenção do
profissional de enfermagem (Brito, 2009).
Face ao referido, a intervenção comunitária desenvolvida teve por finalidade a
capacitação de um grupo de promotores da saúde para a prevenção do consumo e dos
problemas ligados ao álcool na adolescência. A consecução da finalidade assentou na
implementação do projecto de intervenção comunitária, numa Unidade de Cuidados de
Saúde Personalizados, e em parceria com associações comunitárias do território da Alta
de Lisboa.
Para melhor compreensão do presente relatório, este encontra-se organizado em
três capítulos. No primeiro será realizado um enquadramento teórico, onde será
contextualizada a adolescência, comportamentos de saúde, grupo de pares, a realidade
do consumo de álcool nos adolescentes, bem como o papel da enfermagem comunitária
na promoção da saúde nesta problemática. O segundo capítulo centra-se na metodologia,
neste caso no Planeamento em Saúde, com referência a todos os procedimentos
efectuado em cada uma das suas seis etapas. No terceiro capítulo, referente às
conclusões da intervenção, será efectua uma reflexão sobre as competências adquiridas
e desenvolvidas na área de espacialização de enfermagem comunitária, bem como às
considerações finais, com referência às limitações do planeamento e intervenção
comunitária e às implicações para a prática.
A redacção do relatório obedece ao guia orientador para a elaboração de trabalhos
escritos, de acordo com a Norma Portuguesa (405-1, 2, 3 e 4) (Escola Superior de
Enfermagem de Lisboa, 2011). Para as citações e referências bibliográficas optou-se
pelas normas da American Psychological Association, na sua 5ª edição (Association,
2001).
9
1. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
O consumo de álcool e os problemas a ele associados constituem-se como um
fenómeno: universal, porque afecta a população mundial independentemente das suas
diferenciações individuais e sociais; significativo, porque é responsável, em termos de
saúde global, por um número cada vez maior de mortes e incapacidades, assumindo-se
como um importante problema de Saúde Pública; complexo porque estão envolvidos
diversos factores de ordem individual, familiar e social.
Os prejuízos de saúde individuais, familiares e sociais associados ao consumo de
álcool, requerem do enfermeiro uma preparação que lhe permita responder às
necessidades de saúde da população, enraizadas em aspectos sociais. Assim, a
intervenção do enfermeiro especialista em enfermagem comunitária e de saúde pública
(EEECSP) pode ser encarada como um recurso essencial nos cuidados aos indivíduos,
famílias e comunidade com problemas relacionados com o consumo de álcool.
1.1. A Adolescência
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência foi
delimitada, por conveniência estatística, ao período do desenvolvimento humano
compreendido entre os 10 e os 19 anos de idade (World Health Organization [WHO],
1977). A delimitação da faixa etária a que corresponde esta fase da vida varia entre os
diferentes autores, contudo existe unanimidade no que se refere à adolescência se iniciar
com as alterações psicobiológicas da puberdade, terminando com inserção social e
profissional do indivíduo (Palacios, 1995).
O desenvolvimento na adolescência é assim acompanhado por grandes
transformações corporais, denotando-se uma necessidade do adolescente se fechar
sobre si próprio para enfrentar todas as mudanças e, simultaneamente, manifestar
movimentos afectivos cada vez mais afirmativos, mas igualmente contraditórios em
relação aos outros e em particular aos pais. Esta fase do desenvolvimento humano
assume-se como um período de grandes mudanças, em que o adolescente começa a
definir a sua identidade e a tomar as suas decisões, mostrando-se paralelamente
inseguro e vulnerável, sendo facilmente influenciado pelos meios de comunicação social,
pelo grupo de amigos, bem como pelo ambiente familiar (Braconnier & Marcelli, 2000).
Neste processo de maturação, marcado por profundas alterações a nível físico, cognitivo
10
e sócio emocional, é de destacar a importância do desenvolvimento de autonomia e
independência
e
a
aquisição
de
competências
necessárias
para
funcionarem
efectivamente no mundo adulto (Moreira, 2001).
Apesar da existência de regularidades, é de ressalvar que os adolescentes não são
todos iguais, possuem diferentes tempos, respondendo às solicitações da vida de um
modo único e pessoal. Neste sentido, Palacios (1995) defende que é melhor falar de
adolescentes do que de adolescência, devendo cada caso ser avaliado na perspectiva da
história evolutiva do individuo e das suas características.
1.1.1. Adolescência e Comportamentos de Saúde
Quando o adolescente tenta emancipar-se na construção de uma identidade
própria, adopta comportamentos que visam atingir a sua autonomia e a independência
dos pais, caracterizados pela inovação e diferença, dando origem a condutas por vezes
perigosas. De acordo com Moreira (2001) a adolescência assume-se como um período de
desenvolvimento muito importante caracterizado por um progressivo declínio do impacto
dos pais e um correspondente aumento da influência da rede de pares, das pressões
directas e indirectas várias para assumir determinadas condutas, e de uma percepção de
invulnerabilidade face a comportamentos comprometedores da saúde, o que pode resultar
na adopção de comportamentos de risco.
Na mesma linha de pensamento, e de acordo com a Direcção Geral de Saúde
(DGS), nos adolescentes os principais problemas de saúde identificam-se com as
repercussões dos comportamentos de risco: sedentarismo, desequilíbrios alimentares,
condutas violentas, morbilidade e mortalidade por acidentes, maternidade precoce, e
comportamentos potencialmente aditivos (DGS, 2002). Também Morais e Viana (2004,
citando Frasquilho, 1996) salienta que os comportamentos de risco estão entre as
principais causas de morte nos adolescentes, com revelo para o consumo de álcool e
outras substâncias.
Na compreensão dos comportamentos de saúde nos adolescentes é também
importante entender o significado das condutas dos adolescentes. Assim, são de
considerar como principais determinantes dos comportamentos de saúde do adolescente
os factores cognitivos e sociais, tais como atitudes face aos comportamentos, crenças,
expectativas e influência dos grupos de referência dos indivíduos, a família e grupo de
pares. Neste âmbito, Matos et al. (2003) defende que para atingirem o seu pleno
11
potencial, os adolescentes necessitam de suporte adequado, acessibilidade à informação
e aos serviços de saúde. Através do reconhecimento da sua diversidade, das suas
potencialidades, dos seus hábitos de vida e do seu contexto social e cultural, é possível
adequar estratégias de intervenção, sendo fundamental promover a participação dos
adolescentes como parceiros na procura de soluções para os diferentes problemas.
1.1.2. Adolescência e o grupo de pares
Os adolescentes manifestam uma tendência para o envolvimento em actividades
de experimentação social no contexto de grupos regidos por normas e condutas não
convencionais,
resultando
num
processo
de
autonomização
caracterizado
pela
substituição dos modelos parentais por grupos de pares, com quem os adolescentes
passam mais tempo, procurando nestes respostas às suas dúvidas e incertezas (Farate,
2000). Os pares são extremamente importantes para o desenvolvimento normal do
adolescente, na medida em que estabelece relações entre indivíduos e um sentido de
pertença a um grupo, contribuindo para a capacidade de estabelecer relações
interpessoais, de controlo social e aquisição de valores (Sprinthall & Collins, 2003).
De acordo com Dias (2006), os adolescentes recebem e aprendem grande parte da
informação através dos pares, sendo a influência destes extremamente importante nas
expectativas, atitudes e comportamentos dos indivíduos. Fazer parte de um grupo de
pares proporciona a oportunidade de desenvolver as competências para a resolução de
conflitos; a aceitação e o respeito pela diversidade; aumento da auto-estima; maior
conhecimento e consciência das questões relacionadas com a saúde; tolerância;
comunicação com o público e liderança (McDonald, Roche, Durbridge, & Skinner, 2003).
É de salientar que é no grupo de pares que o adolescente afirma as suas
diferenças geracionais, obrigando a exigências identificativas muito fortes, no entanto, se
o grupo é importante para a integração social do adolescente, pode também ser incitador
a experiencias de consumo de substâncias ou comportamentos desviantes (Morais &
Viana, 2004). Também Farate (2000) e Matos (2008) referem que a influência dos pares é
uma das principais causas do consumo de substâncias na adolescência. Fazendo
referência a investigação epidemiológica, Farate (2000) citando T. Ong, salienta um
estudo que aponta que 80% dos consumidores tiveram o seu primeiro contacto com
substâncias psicoactivas no seio do grupo de pares e que 54% fizeram a sua primeira
experiência de consumo com um amigo.
12
Assim, o grupo de pares tanto pode influenciar o comportamento responsável, a
maturidade e o desenvolvimento saudável, como pode promover a adopção de
comportamentos de risco, representando como tal um importante foco de intervenção
junto de adolescentes.
1.2. O Consumo de Álcool na Adolescência
O consumo de substâncias só é possível com a participação do indivíduo, a partir
da relação triangular entre o sujeito, a substância e o contexto dos consumos (Olivenstein
1985, citado por Sommer, 2004). Entendendo o álcool como um agente patogénico, Mello,
Barrias e Breda (2001), avançam conceitos e definições centrando-se no álcool e nas
bebidas alcoólicas, bem como nos Problemas Ligados ao Álcool (PLA) que classificam em
quatro tipos: no individuo, na família, no trabalho e comunidade. Os PLA foram definidos
em 1982, no decorrer da 35ª Assembleia Mundial de Saúde como,
“uma expressão imprecisa (…) para designar as consequências que atingem não só o
bebedor mas também a família e a colectividade em geral. As perturbações causadas
podem ser físicas, mentais ou sociais e resultarem de episódios agudos de um consumo
excessivo ou de um consumo prolongado.” (idem, p.15).
Nesta perspectiva de risco associado ao consumo de álcool e da doença alcoólica,
evidenciam-se as repercussões do consumo de álcool, que os mesmos autores
classificam em repercussões individuais dos PLA, e repercussões sociais dos PLA (que
engloba as consequências na família, no trabalho e na comunidade).
Uma análise epidemiológica do consumo de álcool mostra que entre os paísesmembros da União Europeia, Portugal se assume como um dos maiores consumidores de
bebidas alcoólicas e de prevalência de PLA. De acordo com estimativas de 2002 da OMS,
na região europeia, o álcool foi responsável por 6,1% de todas as mortes, 12,3% de todos
os anos de vida perdidos e 10,7% de todos os anos de vida perdidos ajustados à
incapacidade, afectando sobretudo os homens e jovens dos 15 aos 29 anos (McCarthy,
Aarons, & Brown, 2002).
A nível nacional, o Inquérito Nacional de Saúde (INS) assume-se como uma
referência na avaliação do estado de saúde da população portuguesa. Relativamente ao
consumo de álcool nos últimos 12 meses, e numa comparação dos dois últimos INS,
1998/1999 (Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge [INSA], 2000) e 2005/2006
(INSA, 2009) regista-se um aumento de 50,4% para 53,8 % de consumidores. No INS
13
2005/2006 assiste-se a um aumento mais relevante no género feminino, nas faixas etárias
dos 15-24 e 45-64 anos, continuando os homens a ser os maiores consumidores (idem).
Dados do Inquérito Nacional em Meio Escolar, de 2006 (Feijão, 2010) relativos à
prevalência de alunos do 3º Ciclo que já consumiram álcool ao longo da vida evidenciam
um decréscimo relativamente a 2001, passando dos 67 para os 60%, contudo assiste-se
a um aumento das prevalências de consumos actuais (últimos 30 dias).
Em 2007, foi realizado o II Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias
Psicoactivas na População Portuguesa, no qual a prevalência de consumo de álcool
surge como mais elevada que as outras substâncias, destacando um aumento dos
consumos de bebidas alcoólicas entre os 15 e os 17 anos, e 11,2% de adolescentes dos
15 aos 19 anos que referem ter-se embriagado no último mês (Balsa, 2008).
O projecto European School Survey Project on Alcohol and Other Drugs (ESPAD),
de 2007, divulga que 60% dos alunos portugueses, entre os 15 e16 anos, consumiu álcool
nos últimos 30 dias, 26% refere ter-se embriagado nos últimos 12 meses e 11% refere terse embriagado nos últimos 30 dias. Mais recentemente foram divulgados alguns dados do
mesmo estudo, realizado em 2011 (Instituto da Droga e da Toxicodependência [IDT],
2011), que revelam um decréscimo na percentagem de alunos portugueses que
experimentaram e que consomem actualmente álcool (últimos 30 dias), verificando-se
contudo um aumento da frequência dos episódios de embriaguez, em todos os grupos
etários e em ambos os sexos, sendo mais acentuada a partir dos 15 anos e nas
raparigas. É ainda destacada a manutenção de elevadas percentagens de consumidores
com idades entre os 13 e 15 anos.
Os dados nacionais de 2010 do Health Behaviour in School-aged Children (Matos,
2011), no que ao consumo de álcool diz respeito, revelam uma diminuição do consumo
regular de álcool, mas não do seu abuso episódico. No que se refere à idade de
experimentação do consumo de álcool esta é muito precoce, cerca de 40% dos
adolescentes consumiu pela primeira vez aos 12-13 anos e 50% referem ter-se
embriagado pela primeira vez aos 14 anos.
A par com estes dados epidemiológicos, a OMS vem alertar para o aumento de um
padrão de consumo de álcool nos adolescentes, o binge drinking (WHO, 2011), ou
consumo esporádico excessivo, que se caracteriza como o consumo que excede 5 a 6
bebidas no homem e 4 a 5 bebidas na mulher, numa mesma ocasião e num espaço de
tempo limitado (IDT, 2010). Esta não é uma realidade recente, já em 2001 a OMS, no
Global Status Report Alcohol and Young People, se centrava sobre este padrão de
14
consumo enraizado no aumento do consumo de bebidas destiladas nos adolescentes,
bebidas energéticas com álcool e alcopops (bebidas alcoólicas açucaradas) que se
tornam mais apelativas (WHO, 2001). Em Portugal, apesar de o consumo tipo binge
ocorrer em todas as idades, é muito evidente na classe etária dos 15-24 anos, registandose um consumo de 4 a 6 bebidas numa só ocasião pelo menos uma vez no último ano em
48,3% dos jovens nesta faixa etária (Balsa, 2008).
Neste ponto é de salientar que em Portugal a percepção do risco associado ao
consumo de álcool por parte dos adolescentes é menor que na maioria dos países
europeus, sendo que 44% dos adolescentes portugueses discorda da nocividade dos
consumos ocasionais, e só 11% considera o álcool uma substância perigosa (Oliveira
(2008). Quanto à percepção dos jovens sobre o consumo esporádico excessivo, 19,7%
destes atribui pouco ou nenhum risco ao consumo de 5 ou mais bebidas alcoólicas num
fim-de-semana (Balsa, 2008).
Na análise destes dados é importante ter presente que o consumo excessivo de
álcool acarreta consequências nefastas tanto ao nível da saúde do adolescente, como na
sua interacção sociocultural. Na realidade, o consumo de álcool em idades precoces é
duplamente preocupante: por um lado é de considerar que o sistema biológico do
adolescente não está maturo, diminuindo a capacidade de degradação do álcool, e
provocando danos cerebrais e deficits neurocognitivos com impacto na aprendizagem e
desenvolvimento intelectual; e por outro lado, existe a evidência de que o início precoce
de consumo de álcool está associado a comportamentos de risco como a violência,
acidentes, absentismo escolar e o risco para o uso de outras drogas (Barroso, Barbosa, &
Mendes, 2006; Matos, 2008). De acordo com Trindade e Correia (1999), o consumo de
álcool na adolescência, num curto prazo, pode acarretar consequências como a
diminuição do rendimento escolar e a adopção de comportamentos de risco para a saúde.
1.3. A Enfermagem Comunitária e a Promoção da Saúde dos
Adolescentes
Face ao anteriormente exposto, urge uma consciencialização para a problemática
do consumo de álcool nos adolescentes e para a necessidade de uma intervenção
integrada, devendo o enfermeiro assumir um papel activo.
Para uma abordagem nacional integrada e concertada, é importante ter presente a
consecução dos objectivos do Plano Nacional de Saúde (PNS). No PNS 2004/2010 são
15
de considerar que o Programa Nacional de Prevenção dos Problemas Ligados ao Álcool e
o Programa Nacional de Intervenção Integrada sobre os Determinantes de Saúde
Relacionados com os Estilos de Vida que considera o consumo de álcool como um
determinante sobre o qual urge intervir (DGS, 2004). No entanto, uma avaliação externa
ao PNS, realizada pela OMS, defende que é improvável que o indicador “consumo de
álcool” se aproxime das metas do PNS, apesar de os PLA se revelarem um importante
problema de Saúde Pública em Portugal (WHO, 2010).
No PNS 2011/2016, em discussão, no âmbito das estratégias para a saúde, é
defendido que o Sistema de Saúde deve assumir a responsabilidade de promover,
potenciar e preservar a saúde ao longo do ciclo da vida destacando, no âmbito de “Uma
Juventude à Procura de um Futuro Saudável”, a necessidade de intervir nos
determinantes de saúde, nomeadamente na redução do consumo de álcool (Alto
Comissariado da Saúde, 2011). O mesmo plano remete para o actualmente em vigor,
Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool (PNRPLA) 2010/2012,
da responsabilidade do IDT, que tem por finalidade reduzir o consumo nocivo de álcool
entre a população e diminuir os seus efeitos nefastos em termos sociais e de saúde (IDT,
2010). Como uma das áreas prioritárias de intervenção do referido PNRPLA surgem os
jovens, sendo apresentadas como metas: baixar a prevalência de embriaguez no último
ano em jovens entre os 15 e os 19 anos; e baixar a prevalência de consumo binge pelo
menos uma vez no ultimo ano, nos jovens entre os 15 e os 24 anos.
Neste quadro, a intervenção do EEECSP deve ser encarada como um recurso
essencial nos cuidados aos indivíduos, grupos e comunidade, com problemas
relacionados com o consumo de álcool,
“o enfermeiro especialista em enfermagem comunitária e de saúde pública, fruto do seu
conhecimento e experiência clínica, assume um entendimento profundo sobre as respostas
humanas aos processos de vida e aos problemas de saúde e uma elevada capacidade para
responder de forma adequada às necessidades dos diferentes clientes (pessoas, grupos ou
comunidade), proporcionando efectivos ganhos em saúde.” (Ordem dos Enfermeiros [OE],
2010, p.1)
Assim, é fundamental que o enfermeiro reconheça as suas potencialidades para
responder às necessidades da população, explorar novas alternativas, fazer adaptações
nos projectos de intervenção e promover a saúde das pessoas com problemas
decorrentes do consumo de álcool (Naegle, 1994). No mesmo sentido, Mathre (2011)
salienta que o enfermeiro, ao reconhecer a problemática do consumo de álcool pode
16
utilizar os seus conhecimentos e capacidades para dar resposta a indivíduos, famílias e
comunidade. Para alcançar um estado de saúde óptimo o enfermeiro deverá reconhecer o
conjunto de intervenções alternativas ou complementares ao consumo de álcool, o ensino
e o reforço de competências e de tomada de decisão ajudará os adolescentes a aumentar
a responsabilidade pela sua saúde e dirigir a sua atenção para outras opções disponíveis.
Entender esta problemática, bem como as estratégias de intervenção a
implementar não pode desligar-se dos factores que determinam e favorecem o consumo
de álcool nos adolescentes. Assim, é de considerar uma vulnerabilidade, perante um
conjunto de factores individuais, em jogo com parâmetros situacionais e sociais,
conferindo ao álcool o papel de agente patogénico (Mello et al., 2001). Neste processo é
fundamental compreender a interacção entre factores de risco e de protecção (FerreiraBorges & Filho, 2004), apresentados em anexo (Anexo I).
Na intervenção no consumo de álcool nos adolescentes o EEECSP deve
desenvolver estratégias que contribuam para a promoção dos factores de protecção e
para a diminuição de factores de risco associados aos consumos. A revisão de literatura
revela uma maior eficácia na adopção de medidas de promoção da saúde na intervenção
dirigida à problemática do consumo excessivo de álcool nos adolescentes, devendo ter
em conta uma visão positiva da saúde como algo que se deseja alcançar, e não uma
intervenção orientada para o acto de “evitar”.
1.3.1. Prevenção do Consumo de Álcool na Adolescência - Educação pelos Pares
De acordo com Mello et al. (2001) o objectivo primordial da prevenção do consumo
e dos PLA é a diminuição, quantitativa e qualitativa, destes problemas, através de acções
que antecipem a iniciação, o desenvolvimento e os posteriores efeitos do consumo. Para
(Morel, Boulanger, Hervé, & Tonnelet, 2001) a finalidade da prevenção é melhorar a
saúde das pessoas, o seu-bem-estar e as suas condições de existência, através do
aumento dos níveis de saber e competência, da promoção da responsabilidade individual
e do desenvolvimento de laços socais e comunitários.
Tendo em conta a especificidade e complexidade do fenómeno dos PLA, torna-se
compreensível a dificuldade no desenvolvimento de estratégias efectivas de intervenção.
Assim, e face à diversidade de programas preventivos o National Institute of Drug Abuse,
em 1997, sugere 13 princípios que devem ser considerados na prática preventiva, dos
quais se destaca o imperativo de que os programas de prevenção devem incluir
17
estratégias que permitam aos sujeitos resistir à oferta, reforçar o compromisso pessoal e
as atitudes contra o abuso de substâncias, e aumentar a competência social, como a
relação com os pares (Moreira, 2001). Também Ferreira-Borges e Filho (2004) e Mello et
al. (2001), numa sistematização das intervenções dos profissionais de saúde ao nível da
prevenção e promoção da saúde no âmbito do consumo de álcool, definem 3 áreas de
intervenção: limitação da oferta, redução das condições sociais associadas ao uso de
álcool e redução da procura.
De acordo com os dados epidemiológicos anteriormente apresentados, o consumo
de álcool tem o seu começo no início da adolescência, sendo como tal uma fase do
desenvolvimento humano que merece a atenção dos profissionais de saúde. Nesta
perspectiva, e de acordo com diversas abordagens teóricas, existe uma ligação potencial
entre os períodos críticos do desenvolvimento comportamental dos adolescentes e a
eficácia das intervenções preventivas, sendo fundamental que as intervenções se
desenvolvam antes dos padrões comportamentais estarem estáveis e resistentes à
mudança (Barroso et al., 2006).
Noutra perspectiva, Moreira (2001, citando Tobler, 1986) destaca que os
programas mais efectivos são os multimodais, isto é, devem ser dirigidos ao individuo
como ser total, tendo em conta as várias dimensões que interagem no processo de
desenvolvimento. No mesmo sentido, para Hoffman e Heineman (1987) a intervenção
comunitária parece uma boa alternativa, contemplando intervenções directas tanto ao
indivíduo, como à família e grupos específicos da comunidade, dos quais se destaca o
grupo de pares pela importante influência que assume na adopção de comportamentos
dos adolescentes.
A influência dos pares é um aspecto complexo, estas relações são referidas como
potencialmente perigosas, no entanto, a ausência deste tipo de interacções pessoais
pode também colocar o adolescente em risco. Desta forma a presença de pares nem
sempre representa o envolvimento em comportamentos de risco, podendo agir antes
como um factor de protecção (Matos, 2008; Morel et al., 2001). De acordo com Morel et
al. (2001) este aspecto justifica que cada vez mais seja preconizada a procura de apoio
na influência dos pares no sentido preventivo quando se intervém junto de população
adolescente.
No âmbito da intervenção por meio de pares emerge o conceito de Promotores da
Saúde, definido implicitamente através da compreensão do conceito de Promoção da
Saúde. De acordo com a Carta de Ottawa, (WHO, 1986) a promoção da saúde pode ser
18
encarada como um processo que visa criar condições que permitam aos indivíduos e aos
grupos controlar a sua saúde, e dos grupos em que se inserem, agindo sobre os factores
que a influenciam. A promoção da saúde tem por base um pensamento centrado na
saúde que coloca a tónica no aumento das capacidades e resistências dos indivíduos e
grupos, para lidar de forma positiva com os factores adversos da vida (Loureiro &
Miranda, 2010). Neste contexto, é de ressalvar que a promoção da saúde não é apenas
responsabilidade do sector da saúde, mas sim de todos os indivíduos, grupos e
comunidades. Para Green (1979, citado por Loureiro & Miranda, 2010) a promoção da
saúde deve ser entendida como uma combinação de educação para a saúde e
respectivas intervenções destinadas a facilitar mudanças de comportamento e do
ambiente conducente à saúde.
Como estratégia de promoção da saúde e prevenção de comportamentos de risco
destaca-se a Educação pelos Pares, que envolve membros experientes e de apoio num
grupo específico [os Promotores da Saúde], a fim de incentivar uma mudança
comportamental desejável entre membros do mesmo grupo (Turner & Sheperd, 1999). É
uma forma de educação social em que uma minoria representativa de um grupo influencia
os valores, crenças e mesmo comportamentos, por vezes radicalmente, nos membros
integrantes desse grupo (Brito, 2009). Após uma análise a diferentes conceitos de
Educação pelos Pares, McDonald et al. (2003) define a educação pelos pares, no domínio
do consumo de álcool e outras drogas, como o fornecimento e partilha de informação
sobre a problemática, através de uma mensagem adequada ao grupo alvo, ao ser
transmita por indivíduos similares em termos de características (idade, cultura,
experiências prévias) e com uma posição social suficientemente reconhecida no grupo e
como tal capaz de exercer influência.
Os mesmos autores avançam que o educador de pares, ou promotor da saúde, é a
pessoa que reúne as condições necessárias para ser um par (mesmas características,
mesmas experiencias prévias e pertença ao grupo), credível, com capacidade de exercer
influência social, e que tenha recebido formação para assumir o papel de educador. O
educador de pares deve estar capacitado com informações relacionada com a
problemática do consumo de álcool e PLA, e competências ao nível da providenciar
informação, educar, facilitar o acesso e discussão, e influenciar as normas sociais.
Face ao exposto, a Educação pelos Pares assume-se como estratégia preferencial
no âmbito da promoção da saúde das populações, sendo amplamente utilizada a nível
19
mundial (Brito, 2009), no entanto as vantagens da opção por esta estratégia de
intervenção nem sempre são claras (Turner & Shepherd, 1999).
Neste sentido, os referidos autores, bem como McDonald et al. (2003), avançam
com as justificações que se revelam mais frequentes na revisão teórica sobre o tema:
maior relação custo-eficiência quando comparada com outras estratégias; credibilidade da
informação transmitida pelos pares, a evidência científica revela maior sucesso na
transmissão de informação pelos pares do que pelos profissionais na medida em que o
grupo alvo se identifica com estes; reduz o cariz interventivo, por meio de profissionais, da
promoção da saúde, possibilitando uma maior aceitabilidade da informação transmitida
pelos pares; permite chegar mais facilmente a população ocultas, de difícil acesso pelos
métodos convencionais; oportunidade de capacitar todos os envolvidos no processo de
educação pelos pares, sendo considerada uma metodologia de duplo empowerment,
permitindo promover a aprendizagem e desenvolvimento do outro e si mesmo, em
simultâneo; utiliza formas de partilha de informação e aconselhamento já estabelecidas no
seio de um grupo; os educadores de pares podem funcionar como modelos positivos e
possibilitar o reforço das aprendizagens através de um contacto permanente.
A formação de jovens promotores da saúde é também defendida pela United
Nations Children Found (2011) que refere que o incentivo ao protagonismo juvenil deve
ser encarado como uma força transformadora, sendo o investimento em adolescentes e a
valorização das suas potencialidades, criatividade e dinamismo, elementos chave para a
promoção da saúde e cidadania.
1.3.2.
Modelo de Promoção da Saúde de Nola Pender
No âmbito da Enfermagem, o Modelo de Promoção da Saúde, de Nola Pender,
defende uma abordagem biopsicosocial no contacto contínuo com a pessoa,
representando o enfermeiro uma classe profissional que tem uma oportunidade única de
assumir a liderança na promoção de uma melhor saúde para a comunidade. Os
enfermeiros como maior grupo profissional nos cuidados de saúde representam um papel
vital ao desenvolver cuidados de promoção da saúde e prevenção da doença acessíveis a
toda a população. Assim, na promoção de mudanças de comportamentos relacionados
com a saúde, aumentar comportamentos saudáveis e reduzir comportamentos de risco
para a saúde, são o grande desafio do Enfermeiro (Pender et al., 2011).
20
Este é um modelo em que a pessoa assume uma posição central e expressa-se de
forma única e pessoal de acordo com os seus esquemas cognitivos e perceptivos e de
acordo com os factores modificadores a que é exposta, provenientes do ambiente na
medida em que as influências interpessoais têm implicação nos sentimentos e
conhecimento associados aos comportamentos. As pessoas têm o poder e a capacidade
para mudar os comportamentos de saúde ou modificar os estilos de vida relacionados
com a sua saúde, sendo o papel da Enfermagem: promover um ambiente positivo para a
mudança, servir de catalisador dessa mudança assistindo nas diferentes etapas do
processo, e ainda aumentar a capacidade individual para manter a mudança.
Relativamente ao conceito de saúde, este modelo tem por base uma visão que inclui o
bem-estar mental, social e espiritual, defendendo uma abordagem proactiva que inclui a
construção de forças, fortalecimento de recursos e promoção da resiliência (idem).
Em termos operacionais este modelo teórico de Enfermagem é bastante
organizador na medida em que considera e articula três aspectos básicos que
condicionam o comportamento de promoção da saúde: as características e experiencias
individuais; os sentimentos e conhecimentos específicos do comportamento; e o resultado
do comportamento, o comportamento promotor da saúde
De ressalvar que os sentimentos e conhecimentos face ao comportamento são
considerados, neste modelo, o centro da intervenção na medida em que são susceptíveis
de ser alterados através das acções de enfermagem ao considerar a percepção dos
benefícios e barreiras à acção, a percepção de auto-eficácia, os sentimentos associados
à acção e a influência interpessoal e situacional. Ainda a este nível, as autoras salientam
que os prestadores de cuidados de saúde, a família e o grupo de pares podem influenciar
positiva ou negativamente a adopção de comportamentos de promoção da saúde (idem).
Centrando a população alvo da intervenção comunitária, e à luz das mesmas
autoras, os adolescentes são considerados um grupo de alto risco na adopção de
comportamentos de risco com danos para a saúde, como o consumo de álcool. O
ambiente social dos adolescentes exerce uma influência significativa nos comportamentos
de saúde, sendo o grupo de pares destacado pelo importante papel que desempenha na
modelação dos estilos de vida destes, podendo assim assumir-se como um importante
suporte na mudança de comportamentos, enquadrando a Educação pelos Pares.
O Modelo de Promoção da Saúde integrou na sua construção bases teóricas da
Teoria Social Cognitiva, de Albert Bandura (idem), também a Educação pelos Pares utiliza
21
esta teoria para explicar e suportar a sua metodologia (McDonald et al. 2003; Turner &
Shepherd, 1999), pelo que se revela importante explanar os seus fundamentos.
A Teoria Social Cognitiva emerge da Teoria da Aprendizagem Social, tendo o seu
autor optado por mudar o nome para enfatizar o papel que a cognição desempenha na
construção da realidade, auto-regulação e execução do comportamento (Pajares & Olaz,
2008). Na sua teoria, Bandura centra-se no estudo do comportamento humano quando
inserido no contexto social (Bandura, 2008), dando valor aos processos cognitivos dos
indivíduos, sendo que as pessoas influenciam as situações através dos seus
comportamentos, que por sua vez irão influenciar os seus pensamentos e afectos e,
subsequentemente, o seu comportamento, numa interacção bidireccional entre a pessoa,
o ambiente e o comportamento (Bandura, 2004). Focando os determinantes do
comportamento de saúde, é destacado o conhecimento dos riscos e benefícios de saúde,
caracterizado como a pré-condição para a mudança de hábitos de vida. A percepção de
auto-eficácia, entendida como o julgamento da capacidade pessoal, é igualmente
destacada visto estar na base da motivação para o comportamento (Bandura, 2004;
Pajares & Olaz, 2008).
Adaptando a Teoria Social Cognitiva à Educação pelos Pares, o conceito de
modelação social reveste-se de importância. De acordo com Bandura (2008), o
conhecimento de processos de modelação oferece orientações informativas sobre como
proporcionar que as pessoas efectuem mudanças pessoais, organizacionais e sociais. No
contexto do consumo de álcool em adolescentes, é sustentado que as decisões tomadas
por estes em relação aos consumos são semelhantes a outros comportamentos sociais,
que se moldam pela observação do grupo social, sendo o grande desafio de um grupo de
pares promotores da saúde o proporcionar oportunidades para um modelo de
comportamentos desejados (McDonald et al., 2003).
Face ao exposto, o Modelo de Promoção da Saúde, de Nola Pender, ao integrar a
Teoria Social Cognitiva, e fundamentando a metodologia de Educação pelos Pares
revela-se o referencial teórico de excelência para a intervenção
comunitária.
Adicionalmente, este modelo ao procurar descrever a natureza multidimensional do ser
humano na procura de saúde, numa perspectiva de Enfermagem, revela-se muito
organizador na clarificação das condicionantes do comportamento promotor da saúde e
de estratégias de intervenção com vista à promoção da saúde.
22
2. METODOLOGIA
Os prejuízos de saúde individuais, familiares e sociais associados ao consumo de
álcool, anteriormente explicitados, requerem do enfermeiro uma preparação que lhe
permita responder às necessidades de saúde da população. Decorrendo da sua formação
especializada em Enfermagem Comunitária e de Saúde Publica, o enfermeiro adquire
competências que lhe permite participar na avaliação multicausal dos problemas de saúde
publica e no desenvolvimento de programas e projectos de intervenção (OE, 2010).
Neste contexto, a metodologia do Planeamento em Saúde revela-se crucial em
termos de administração da saúde, na medida em que possibilita a racionalização de
recursos com vista a atingir objectivos fixados, dirigidos à redução de problemas de saúde
prioritários, implicando uma intervenção multisectorial (Imperatori & Giraldes, 1993),
permitindo a escolha das melhores soluções entre as várias alternativas, tendo em
consideração os constrangimentos actuais ou previsiveis no futuro (Tavares, 1990). No
mesmo sentido, Durán (1989) salienta a participação da população no processo de
planeamento, com o objectivo de alcançar, em áreas e prazos estabelecidos, os melhores
níveis de saúde das populações, utilizando de forma racional e eficaz os recursos à sua
disposição, “é o processo pelo qual se decide conseguir um futuro melhor do que o
presente, mudando o que é necessário para lá chegar” (idem, p.19).
De seguida será apresentado o planeamento da intervenção comunitária no âmbito
da prevenção dos consumos de álcool nos adolescentes, com base a metodologia do
Planeamento da Saúde. Neste processo continuo e dinâmico, foram seguidas as etapas
do Planeamento em Saúde definidas por Tavares (1990). Assim, neste capítulo será
apresentada a descrição de cada etapa do desenvolvimento e execução da intervenção
comunitária: diagnóstico de situação, determinação de prioridades, fixação de objectivos,
selecção de estratégias, preparação operacional – programação, e avaliação.
2.1. Diagnóstico de Situação
O diagnóstico de situação é a primeira etapa do planeamento, assumindo
importância central na medida em que, é nesta etapa que são identificados os problemas
e necessidades de saúde da população e, consequentemente, desta depende
directamente a definição de prioridades e a avaliação (Imperatori & Giraldes, 1993;
Tavares, 1990). Os mesmos autores defendem que a qualidade do diagnóstico depende
23
da qualidade e quantidade da informação colhida. Também Durán (1989) defende que os
dados colhidos devem ser recentes, objectivos, verídicos e fiáveis, devendo reflectir a
realidade presente.
Para a consecução do diagnóstico de situação, e de acordo com as orientações de
Tavares (1990), de seguida será apresentado o contexto em que foi desenvolvida a
intervenção comunitária e a população-alvo, os instrumentos e procedimentos de colheita
de dados utilizados bem como uma reflexão sobre as questões éticas tidas em
consideração, e finalmente a apresentação e análise dos dados.
2.1.1. Contexto
A intervenção comunitária foi desenvolvida num Agrupamento de Centros de
Saúde (ACES) da cidade de Lisboa, numa Unidade de Cuidados de Saúde
Personalizados (UCSP), e integrado no programa de Saúde Escolar. A UCSP garante a
prestação de cuidados de saúde primários à população residente na área geográfica de
três freguesias da cidade de Lisboa, numa área de aproximadamente 10 Km2.
Através
de
uma
análise
baseada
na
experiência
e
conhecimento
das
características e problemas de saúde da população abrangida pela UCSP, a Enfermeira
Coordenadora da UCSP e a Enfermeira da Saúde Escolar, evidenciaram o problema do
consumo excessivo de álcool na adolescência como uma realidade no território da Alta de
Lisboa. Esta análise vem reforçada num projecto de Formação de Mediadores Juvenis,
em 2010, com apoio do K’CIDADE - Programa de Desenvolvimento Comunitário Urbano,
onde numa análise inicial o grupo de mediadores em formação identificou o “consumo
excessivo de álcool nos jovens”, como um dos problemas presentes na Alta de Lisboa.
Neste contexto, optou-se por desenvolver o projecto de intervenção comunitária no
âmbito da prevenção do consumo de álcool nos adolescentes na Alta de Lisboa.
O território da Alta de Lisboa abrange geograficamente parte de duas freguesias da
cidade de Lisboa, e caracteriza-se por uma heterogeneidade social e pela reincidência de
problemáticas sociais, na medida em que resultada de uma operação urbana que, por um
lado, contempla o realojamento da população residente em habitação precária e, por
outro, a construção de prédios de venda livre (K’CIDADE, 2009).
De acordo com dados de 2009, a Alta de Lisboa apresenta uma população
estimada de 16.994, sendo que a população jovem, 22,5%, tem um peso mais expressivo
que a população idosa, 13,2%. O nível de instrução da população do bairro é considerada
24
um factor crítico, na medida em que 9,5% da população é analfabeta, e apenas 2,9% e
11% frequentou o ensino superior e ensino secundário, respectivamente (idem).
Apesar das características particulares deste bairro, marcado por problemas
socioeconómicos importantes como uma elevada taxa de desemprego, uma baixa
capacidade de aforro e um sentimento de insegurança, cerca de 61,6% da população
revela-se satisfeita com a vivência do bairro, 23,2% mais ou menos e 15,3% insatisfeitos.
O consumo de substância apresenta-se associado tanto à insatisfação com o bairro,
como ao sentimento de insegurança (idem).
No seu diagnóstico de famílias na comunidade, o K’CIDADE (2010) identifica, no
âmbito da saúde, as dependências de álcool e outras drogas como um problema major da
comunidade, revelando que esta é uma realidade muito presente na Alta de Lisboa. Neste
contexto, como uma das respostas possíveis aos problemas de saúde são identificados o
que designam por “jovens mediadores”, reforçando a pertinência da presente intervenção
de enfermagem comunitária, e o seu desenvolvimento neste contexto específico.
2.1.2. População
De acordo com Imperatori e Giraldes (1993) a descrição da população é um
elemento fundamental da caracterização do diagnóstico de situação. A população é assim
definida com o conjunto de elementos de um grupo bem definido, que tenham em comum
uma ou várias características semelhantes, e sobre o qual se desenvolve a intervenção
(Fortin, 1999; Glick & Stanhope, 2011).
Partindo da finalidade e foco de intervenção de enfermagem, a população-alvo é
constituída por adolescentes e jovens promotores da saúde. De clarificar que, apesar do
foco de intervenção de enfermagem se centrar nos adolescentes, a inclusão de
participantes com idades superiores aos 19 anos (limite etário da definição de
adolescência) é justificada na medida em que a evidência científica sugere que a
mensagem transmitida por educadores de pares ligeiramente mais velhos é reconhecida
como mais credível (McDonald et al., 2003)
Na identificação deste grupo, no contexto da sua comunidade, partiu-se um grupo
de “jovens mediadores” já constituído no âmbito de um Programa de Desenvolvimento
Comunitário, na Alta de Lisboa, com o qual a UCSP mantém uma cooperação activa. No
contacto com este grupo, que entretanto se constituiu como associação, foram
identificados outros adolescentes e jovens que desempenham um papel semelhante a
25
nível comunitário e que desenvolvem a sua acção no âmbito de outras duas associações
comunitárias da Alta de Lisboa.
Assim, foram identificados 16 participantes, que têm em comum o facto de
residirem na Alta de Lisboa, e desenvolverem acções dirigidas preferencialmente a
adolescentes, com o fim de promover a saúde da sua comunidade. A problemática do
consumo de álcool foi identificada como uma realidade proeminente na Alta de Lisboa, e
sobre a qual o grupo sentia incapacidade para intervir, revelando-se do interesse destes
participar na intervenção comunitária desenvolvida.
2.1.3. Instrumentos e procedimentos de colheita de dados
O diagnóstico de situação envolve a definição de problemas e necessidades de
saúde na área em análise, neste caso o consumo de álcool, sendo imprescindível
proceder a um levantamento destes e assim obter um conhecimento efectivo da
população (Imperatori & Giraldes, 1993; Tavares, 1990). Também Shuster e Goeppinger
(2011) defendem que o primeiro objectivo da colheita de dados é recolher informação útil
acerca da comunidade e da sua saúde.
Neste sentido, após uma extensa pesquisa bibliográfica, tendo em conta: a
finalidade da intervenção, capacitação de um grupo de promotores da saúde; o horizonte
temporal da intervenção; e o referencial teórico de suporte, o Modelo de Promoção da
Saúde, de Nola Pender, que identifica a cognição e a percepção como os principais
determinantes do comportamento promotor da saúde (Pender et al., 2011), o Questionário
de Conhecimentos acerca do Álcool (QCAA) de Barroso, Mendes e Barbosa (2009, citado
em Barroso, 2009), apresentou-se como a opção mais adequada (Anexo II)
O QCAA, é um questionário de autopreenchimento constituído por 40 itens com
possibilidade de resposta dicotómica, verdadeiro ou falso, e avalia os conhecimentos úteis
acerca do álcool, existindo 21 afirmações verdadeiras (1,2,3,7,8,10,12,13,17,19,21,25,26,
27,30,33,35,37,38,39 e 40) e 19 falsas (4,5,6,9,11,14,15,16,18,20,22,23,24,28,29,31,32,
34 e 36). A pontuação varia de 0 a 40 pontos, atribuindo às respostas verdadeiras 1
ponto, e às falsas 0 pontos. Este questionário foi validado quanto à legibilidade e
compreensibilidade pelos autores (Barroso, 2009).
Tendo em conta que o objectivo primordial do diagnóstico de situação é
identificação de necessidades, a pontuação final do QCAA não se revelou suficiente.
Assim, e tendo presente o prestigiado trabalho desenvolvido por Mello et al. (2001) no
26
âmbito do consumo de álcool e dos PLA em Portugal, já apresentado no capítulo anterior
do relatório, foram analisados os 40 itens do questionário com o objectivo de criar
dimensões e permitir uma segunda abordagem de análise dos dados. No seguimento,
uma exaustiva comparação entre os itens do QCAA e os fundamentos teóricos referidos
foram criadas 5 dimensões de análise: álcool e bebidas alcoólicas (6 itens), álcool no
organismo (11 itens), aspectos clínicos do consumo de álcool (13 itens), falsos conceitos
(6 itens) e repercussões sociais dos PLA (4 itens). De ressalvar que o processo de
definição das dimensões do QCAA foi validado por 2 peritos que desenvolvem a sua
actividade profissional no âmbito da intervenção no consumo de álcool e PLA.
O QCAA foi precedido de um Questionário de Caracterização (Apêndice I)
construído para o efeito, que inclui as características sociodemográficas, bem como as
experiências anteriores e actuais relativas ao consumo de álcool, e o conhecimento de
estratégias de intervenção na educação pelos pares no âmbito do consumo de álcool em
adolescentes, em concordância com os fundamentos do Modelo de Promoção da Saúde
no domínio das características e experiências pessoais, bem como dos sentimentos e
conhecimentos específicos do comportamento.
Em termos de procedimentos, foi agendada uma reunião com os elementos do
grupo de promotores da saúde na qual foram explicitados os objectivos do projecto, o
período de intervenção e o teor da sua participação. A reunião decorreu em espaço
angariado pelo grupo, uma associação comunitária da Alta de Lisboa que cedeu o espaço
durante todo o período de desenvolvimento da intervenção comunitária (Outubro de 2011
a Fevereiro de 2012), com a duração de cerca de 45 minutos. Após os esclarecimentos e
o consentimento de todos os participantes em participar no projecto de intervenção
comunitária (no respeito pelos princípios éticos que são apresentados de seguida) foram
aplicados, os dois questionários de autopreenchimento anteriormente explicitados, num
único momento. A aplicação dos questionários foi efectuada por administração directa,
isto é, os questionários foram preenchidos pelos próprios participantes (Quivy &
Campenhoudt, 2005).
2.1.4. Questões éticas
Na prática de enfermagem é fundamental ter em atenção os direitos das pessoas,
centro de todas as acções de enfermagem (Silva, Fletcher & Sorrell, 2011). No mesmo
sentido, a OE reforça que as intervenções de enfermagem devem ser realizadas com a
27
preocupação da defesa da liberdade e da dignidade da pessoa humana e do enfermeiro
(OE, 2009a). Reconhecendo a importância das questões éticas na prática dos cuidados
de enfermagem, foi preocupação garantir a sua aplicação em todas as etapas do presente
projecto de intervenção comunitária.
Na observância dos princípios éticos e morais aceites pela comunidade científica,
tal como apresentados por Fortin (1999), foram tidos em conta os direitos fundamentais
da pessoa, como sendo: o direito à autodeterminação; direito à intimidade; direito ao
anonimato e à confidencialidade; direito à protecção contra o desconforto e prejuízo e
direito a um tratamento justo e equitativo. Em resposta aos direitos da pessoa, Fry (1999)
reforçam os deveres e responsabilidade dos profissionais de saúde, neste caso do
enfermeiro, como sendo: os deveres de código (actuar de acordo com o Código
Deontológico), o dever de veracidade, o dever de defesa, a regra de confidencialidade, o
cuidar e a responsabilidade moral.
No seguimento, a integração dos participantes no projecto de intervenção
comunitária, bem como a aplicação dos instrumentos de colheita de dados foi precedido
da solicitação do consentimento livre e esclarecido, por escrito (Apêndice II). A
elaboração do formulário de consentimento livre e esclarecido teve em conta as
orientações de Fortin (1999), apresentando uma informação clara e precisa, numa
linguagem compreensível, simples e comum. A mesma autora ressalva que antes da
assinatura do consentimento é fundamental oferecer informações sobre o projecto e em
que consiste a participação no mesmo, bem como salvaguardar o direito dos participantes
em se retirar em qualquer momento do desenvolvimento do projecto, sem qualquer
penalização e sem o dever de justificação, o que foi respeitado.
Tendo em conta que a intervenção comunitária exige um acompanhamento dos
participantes, aos questionários preenchidos foi atribuído um código por participante,
apenas
conhecido
pela
enfermeira
mestranda,
garantindo
o
anonimato
e
confidencialidade dos dados colhidos, tal como salvaguardado pela supracitada autora.
Neste contexto é ainda de referir que a aplicação do QCAA foi precedida pela
autorização dos autores, na pessoa da Professora Doutora Teresa Barroso (Anexo III).
2.1.5. Apresentação e análise dos dados
Os dados recolhidos foram introduzidos no programa informático Microsoft Excel ®
2010, e tratados de acordo com a estatística descritiva, o que inclui a distribuição de
28
frequências, nas variáveis discretas, e as medidas de tendência central e de dispersão,
nas variáveis contínuas (Fortin, 1999).
Nesta apresentação e análise dos dados serão apenas destacados os dados
considerados mais relevantes, tanto para a caracterização da população, como para a
identificação de problemas. A totalidade dos dados analisados é apresentada em
apêndice, sendo os relativos à caracterização da população apresentados no Apêndice
III, e os dados relativos aos resultados do QCAA no Apêndice IV.
No
seguimento,
e
relativamente
à
caracterização
sociodemográfica,
os
participantes da intervenção são maioritariamente do género masculino (62,50%), com
idades compreendidas entre os 16 e os 24 anos, sendo a faixa etária dos 19 aos 21 anos
que apresenta maior frequência, com 43,75%. Ainda relativamente à idade, de referir que
a média de idade dos participantes é de 20,88 (±2,88) anos, com uma mediana de 21
anos. Relativamente à escolaridade, o ensino secundário é a habilitação literária mais
frequente, com 43,75%, sendo de referir que 3 participantes se encontram ainda a
frequentar o ensino secundário, tendo concluído apenas o ensino básico, 3º ciclo. Dos 13
participantes que já abandonaram o ensino, a nível laboral 84,62% encontram-se no
activo e 15,38% desempregados.
No que se refere à caracterização do consumo de álcool, mais especificamente à
primeira experiência de consumo, todos os participantes revelam já ter consumido álcool,
verificando-se que a faixa etária de iniciação de consumos mais frequentes é dos 15 aos
18 anos (62,50%), apresentando contudo uma média de 14,63 (±3,46) anos, ainda assim
acima das médias nacionais apresentadas anteriormente nos dados epidemiológicos. No
entanto é de salientar um dado preocupante e merecedor de reflexão, uma frequência de
18,75% de primeiro consumo de álcool entre os 7 e os 10 anos. No que se refere à
companhia nos primeiros consumos, os amigos/colegas destacam-se com 62,50%, sendo
de denotar uma elevada percentagem na companhia de familiares, nomeadamente ao
nível das idades mais precoces, o que deve agravar a preocupação dos profissionais de
saúde.
Centrando os consumos actuais, maioritariamente os participantes revelam
consumir raramente (56,25%) e preferencialmente na companhia exclusiva de
amigos/colegas (81,25%), sendo que os outros 12,50% fazem referência aos
amigos/colegas e familiares e 6,25% aos amigos/colegas e sozinho. Estes dados vêm
destacar a importância do grupo de pares na problemática do consumo de álcool nos
adolescentes, reforçando a pertinência do actual projecto de intervenção comunitária.
29
Relativamente à frequência dos episódios de embriaguez, 68,75% dos participantes
referem embriagar-se raramente, sendo contudo de ressalvar que 31,25% dos
participantes referem um consumo de 5 ou mais bebidas alcoólicas numa mesma
ocasião, preenchendo os critérios de binge drinking, e reforçando a elevada prevalência
deste padrão de consumo entre os adolescentes e jovens portugueses, tal como referidos
noutros estudos apresentados aquando da análise epidemiológica à problemática do
consumo de álcool na adolescência.
Tendo em conta a finalidade da intervenção comunitária, numa primeira análise foi
centrado o conhecimento relativo a estratégias de promoção da saúde junto de
adolescentes no âmbito do consumo de álcool, sendo estes dados provenientes do
questionário de caracterização dos participantes. Neste contexto é de recordar a
constituição do grupo de promotores da saúde, com alguns elementos que já foram alvo
de formação no âmbito da educação pelos pares, aquando a sua constituição como
“jovens mediadores” (31,25%), e de elementos que desempenharem um papel
semelhante na intervenção comunitária que desenvolvem (68,75%), como já foi refiado
aquando da caracterização da população. No entanto, e apesar destas características, a
totalidade do grupo (100,00%) considera não ter conhecimentos relativos a estratégias de
intervenção na educação pelos pares no âmbito do consumo de álcool nos adolescentes.
No que se refere ao QCAA, tal como verificado num estudo realizado pelos autores
da escala (Barroso, Mendes, & Barbosa, 2009), optou-se por proceder a uma análise por
item, contabilizando as respostas correctas (1 ponto) e as respostas incorrectas (0
pontos), sendo assim 16 (dezasseis) o valor máximo, e 0 (zero) o mínimo. Assim, em
comparação com o citado estudo, que apresenta 4 itens com uma percentagem de
respostas incorrectas superior a 60%, a população da presente intervenção apresenta 9
itens com a mesma percentagem de respostas incorrectas, nas quais se repetem os 4
itens identificados no citado estudo (itens 1, 16,34 e 37), destacando-se em ambos os
casos o item 1 com a maior percentagem de respostas incorrectas.
Tendo em conta que foi necessário proceder à criação de dimensões de análise, de
acordo com a finalidade do diagnóstico de situação, seguidamente serão apresentados os
dados por dimensão. De forma a facilitar a comparação dos dados nas diferentes
dimensões, para além das medidas de tendência central e de dispersão será apresentada
a pontuação por dimensão, traduzida em percentagem de respostas correctas.
Relativamente à dimensão álcool e bebidas alcoólicas, verifica-se uma média de
9,34 (±5,68) respostas correctas, com uma mediana de 10,50, sendo possível verificar
30
pelo valor do desvio padrão uma elevada dispersão da pontuação por item. Neste sentido,
é de referir que nesta dimensão se encontram pontuações desde de 1 (item 1) a 16
respostas correctas (item 29). A pontuação nesta dimensão é assim de 58,38% respostas
correctas.
A dimensão álcool no organismo apresenta uma média de 9,90 (±3,30) respostas
correctas, traduzindo uma pontuação de 61,89% de respostas correctas. Decorrentes da
ingestão de álcool evidenciam-se os aspectos clínicos do consumo de álcool, dimensão
que apresenta uma pontuação de 66,81%, resultante de uma média de respostas
correctas de 10,69 (±3,54). Associados aos aspectos clínicos do consumo de álcool
surgem os falsos conceitos, verificando-se nesta dimensão uma pontuação de 62,50%,
com uma média de respostas correctas de 10,00 (±3,52).
Destacada das outras dimensões de análise surge a dimensão repercussões
sociais dos PLA ao apresentar uma maior pontuação de respostas correctas no QCAA,
com o valor 93,75%. Esta pontuação resulta de uma média de respostas correctas de
15,00 (±2,00), muito próximo de 16 respostas correctas, o valor máximo de respostas
correctas por item do QCAA.
Uma análise dos dados no sentido de identificar os problemas que emergem do
diagnóstico de situação efectuado ao grupo de promotores da saúde exigiu uma segunda
interpretação dos dados. Por conseguinte, na tentativa de identificar áreas problemáticas
foram analisadas as dimensões álcool no organismo, aspectos clínicos do consumo de
álcool e falsos conceitos, tendo-se verificado que todas as dimensões se reportam a um
conceito comum: as consequências individuais do consumo de álcool. Assim, visto
tratarem-se de três aspectos indissociáveis na educação para o consumo de álcool ao
nível das consequências individuais do consumo, optou-se por criar uma nova dimensão
de análise, repercussões individuais dos PLA, respeitando a terminologia de Mello et al.
(2001). A opção de englobar as dimensões álcool no organismo, aspectos clínicos do
consumo de álcool e falsos conceitos, em uma única dimensão de análise revela-se
facilitadora tanto na identificação de problemas ao nível do conhecimento acerca do álcool
no grupo de promotores da saúde, como na orientação para as estratégias de
intervenção.
No seguimento, analisando a dimensão repercussões individuais dos PLA verificase uma média de 10,27 (±3,35), que corresponde a uma pontuação de 64,19% de
respostas correctas, valores que não diferem em grande margem, tanto em termos de
31
medidas de tendência central como de dispersão, dos apresentados em cada uma das
três dimensões que engloba.
Tendo em conta que o diagnóstico de situação deve terminar sempre com uma lista
de problemas sobre os quais se pretende intervir para solucionar ou minimizar (Tavares,
1990), da análise dos dados anteriormente explicitada é possível identificar três
problemas:
ausência de conhecimento de estratégias de intervenção na educação pelos pares
no âmbito do consumo de álcool nos adolescentes;
défice de conhecimentos relativos à substância álcool e bebidas alcoólicas;
défice de conhecimentos relativos às repercussões individuais dos PLA.
2.2. Determinação de Prioridades
Na segunda etapa do Planeamento em Saúde, a essência reside num processo de
tomada de decisão. Assim, esta etapa traduz-se na hierarquização dos problemas
identificados no diagnóstico de situação, permitindo uma utilização eficiente dos recursos
e a optimização dos resultados. Na determinação de prioridades, é essencial que se
recorra ao uso de critérios através dos quais se ordenam os problemas, sendo a escolha
dos critérios e a sua valorização crucial nesta etapa (Imperatori & Giraldes, 1993;
Tavares, 1990).
Tendo em conta as características do grupo de promotores da saúde, bem como a
natureza dos problemas identificados, as técnicas gerais de ordenação, nomeadamente a
Comparação por Pares, referida por Tavares (1990), apresenta-se como uma opção
elegível. A Comparação por Pares permite a comparação entre 2 problemas, sendo que
cada problema será comparado com todos os outros identificados. Para cada par de
problemas será indicado o considerado mais importante, sendo a definição de prioridades
estabelecida a partir da contagem do número de vezes que cada problema foi
seleccionado como o mais importante (idem).
Para efeitos de determinação de prioridades foi considerado importante procederse à aplicação da técnica seleccionada junto da população alvo da intervenção, o grupo
de promotores da saúde. O tamanho do grupo, 16 elementos, tornou possível esta opção,
na medida em que foi considerada como exequível. Assim, foi marcada uma reunião onde
estiveram presentes todos os participantes do projecto de intervenção comunitária, grupo
de promotores da saúde e enfermeira, com a duração de 45 minutos.
32
Os resultados da análise dos dados recolhidos com a identificação dos problemas
considerados foram devolvidos aos participantes, tendo estes obtido a concordância do
grupo. De seguida foram comparados os problemas entre si, em grupos de 2, e atribuída
uma pontuação final por problema, correspondente ao número de vez que o problema em
análise é escolhido em relação ao problema com que é comparado. A técnica de
priorização foi facilmente compreendida pelos elementos do grupo que muito facilmente, e
de forma unânime, procederam à escolha dos problemas de acordo com as regras
definidas e com as necessidades sentidas.
Assim, na aplicação da técnica de Comparação por Pares, tal como sugerido por
Tavares (1990), foi construído um quadro de priorização (Apêndice V) que permitiu
sistematizar a seguinte ordenação dos problemas:
1º. ausência de conhecimento de estratégias de intervenção na educação pelos pares
no âmbito do consumo de álcool nos adolescentes (com o valor final de 2);
2º. défice de conhecimentos relativos às repercussões individuais dos PLA (com o
valor final de 1).
3º. défice de conhecimentos relativos à substância álcool e bebidas alcoólicas (com o
valor final de 0);
2.2.1. Diagnósticos de Enfermagem
A elaboração de diagnósticos de enfermagem é fundamental para a prática de
cuidados na medida em que proporciona a base para seleccionar as intervenções de
enfermagem a implementar e os resultados a atingir. Para a elaboração dos diagnósticos
de enfermagem foi adoptada a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem
(CIPE®), na sua versão 2, na medida em que é considerada pela OE como um
instrumento basilar para a prática de enfermagem, sendo fundamental para o
desenvolvimento contínuo da profissão (OE, 2011)
Analisando os problemas à luz do referencial teórico do Modelo de Promoção da
Saúde, de Nola Pender, verifica-se que todos se enquadram ao nível das cognições do
comportamento, podendo assim ser alterados através das acções de enfermagem
(Pender et al., 2011). As mesmas autoras salientam que os prestadores de cuidados de
saúde e o grupo de pares podem influenciar positiva ou negativamente a adopção de
comportamentos de promoção da saúde. Assim, é justificada a intervenção de
enfermagem junto de um grupo de promotores da saúde com a finalidade de os capacitar
33
e alterar comportamentos, e paralelamente potenciar a sua intervenção como pares dos
adolescentes da sua comunidade, influenciando a adopção de comportamentos
promotores da saúde, neste caso no âmbito do consumo de álcool.
Neste contexto surge a Educação pelos Pares, já definida neste trabalho como
metodologia de “duplo empowerment”. A este nível é fundamental explicitar, que para se
ser considerado um educador de pares no âmbito de consumo de álcool é necessário
receber formação que aborde tanto os conhecimentos sobre o consumo de álcool e as
questões relacionadas com mesmo, como as competências para educar, transmitir
informação, facilitar a discussão e influenciar as normas sociais (McDonald et al., 2003)
Face ao exposto, foi considerado que os problemas identificados se enquadram
num aspecto comum, a capacitação do grupo de promotores da saúde, sendo estes
entendidos como informação relevante das necessidades de formação específicas deste
grupo. Assim, foi formulado o seguinte diagnóstico de enfermagem, de acordo com a
CIPE® 2:
Capacidade para desempenhar o papel (Foco) de educar (Acção) sobre o abuso de álcool
(Foco) comprometida (Juízo), no grupo (Cliente) de promotores da saúde.
2.3. Fixação de Objectivos
Face ao diagnóstico de enfermagem procede-se à fixação de objectivos a atingir
num período de tempo definido. Este é um aspecto fundamental do Planeamento em
Saúde na medida em que da correcta quantificação dos objectivos se poderão avaliar os
resultados da intervenção (Imperatori & Giraldes, 1993). De acordo com os citados
autores e Tavares (1990) a fixação de objectivos compreende a selecção de indicadores,
determinação da tendência do problema, fixação dos objectivos a atingir, e a tradução dos
objectivos em objectivos operacionais ou metas.
Assim, foram determinados indicadores de resultado ou impacto e de actividade ou
execução (Tavares, 1990). A determinação da tendência do problema não foi realizada
pela inexistência de dados anteriores sobre os problemas identificados. No que se refere
à formulação de objectivos, estes devem identificar cinco elementos: a natureza da
situação desejada, os critérios de sucesso ou fracasso, a população-alvo, a zona de
aplicação do projecto e o tempo em que deverá ser atingido (idem).
No Modelo de Promoção da Saúde, Pender et al. (2011) defendem que a
promoção de mudanças de comportamentos relacionados com a saúde são o grande
34
desafio do enfermeiro, devendo este intervir ao nível dos sentimentos e cognições que
podem afectar o comportamento, capacitando para a tomada de decisões congruentes
com comportamentos promotores da saúde. Assim, com base nos pressupostos
enunciados, a intervenção comunitária teve como objectivo geral: Promover a capacidade
de um grupo de promotores da saúde desenvolver actividades de educação pelos pares
no âmbito do consumo de álcool nos adolescentes, no território da Alta de Lisboa, de
Outubro de 2011 a Fevereiro de 2012.
Decorrentes do objectivo geral surgem os objectivos operacionais, que enunciam
um resultado desejável e tecnicamente exequível, de forma mensurável (idem). Para esta
intervenção comunitária foram então definidos para território da Alta de Lisboa, de
Outubro de 2011 a Fevereiro de 2012:
aumentar os conhecimentos, em 70% dos elementos do grupo de promotores da
saúde, relativamente às consequências individuais do consumo de álcool;
aumentar os conhecimentos dos elementos do grupo de promotores da saúde, em
10%, na dimensão repercussões individuais dos PLA do QCAA;
aumentar os conhecimentos, em 70% dos elementos do grupo de promotores da
saúde, relativamente à substância psicoactiva álcool e bebidas alcoólicas;
aumentar os conhecimentos dos elementos do grupo de promotores da saúde, em
10%, na dimensão álcool e bebidas alcoólicas do QCAA;
implementar pelo menos uma actividade de educação pelos pares no âmbito do
consumo de álcool nos adolescentes, desenvolvida pelo grupo de promotores da
saúde.
Como forma de medir as alterações verificadas e a consecução dos objectivos
foram definidos como indicadores de resultado: taxa de participantes que aumentem a
média dos resultados globais na dimensão repercussões individuais do consumo de
álcool do QCAA; taxa de respostas correctas na dimensão repercussões individuais do
consumo de álcool do QCAA; taxa de participantes que aumentem a média dos
resultados globais na dimensão álcool e bebidas alcoólicas do QCAA; taxa de respostas
correctas na dimensão álcool e bebidas alcoólicas do QCAA; número de actividades de
educação pelos pares no âmbito do consumo de álcool nos adolescentes, desenvolvidas
pelo grupo de promotores da saúde.
Para além dos indicadores de resultado foram definidos como indicadores de
actividade: taxa de actividades realizadas; taxa de Guias de Recursos Comunitários
35
distribuídos; taxa de participação nas actividades; taxa de participantes que avaliem de
forma positiva (concordo totalmente/concordo parcialmente) as sessões educativas.
2.4. Selecção de Estratégias
Uma reflexão sobre todos os aspectos abordados, salienta a importância de
adoptar medidas de promoção da saúde na intervenção dirigida à problemática do
consumo excessivo de álcool nos adolescentes. Assim, é na etapa de selecção de
estratégias que se concebe o processo mais adequado para reduzir os problemas
prioritários, através de um conjunto coerente de técnicas especificas, organizadas com o
fim de serem atingidos os objectivos fixados (Imperatori & Giraldes, 1993;Tavares, 1990).
Na intervenção comunitária, a definição de estratégias teve em consideração as
características da intervenção, principalmente o nível de intervenção e os referenciais
teóricos adoptados, bem como as especificidades da população-alvo.
Tendo em conta as características da intervenção o estabelecimento de parcerias
comunitárias foi uma estratégia preferencial, pois o estabelecimento de parcerias entre os
membros da comunidade e os profissionais de saúde revelam-se cruciais devendo ambos
ser considerados participantes activos no processo de tomada de decisão e assim
aumentar o sucesso de acções para a melhoria do estado de saúde da comunidade. É
assim fundamental que o enfermeiro comunitário tenha presente que a saúde não é
distribuída, mas sim gerada através da cooperação e parceria entre a comunidade e
profissionais (Shuster, & Goeppinger, 2011). Também a OE preconiza que, no sentido de
assegurar o sucesso e a continuidade dos cuidados, o enfermeiro deve estabelecer
parcerias, trabalhando em complementaridade com outros profissionais e parceiros
comunitários (OE, 2010).
O Modelo de Promoção da Saúde, de Nola Pender, reconhece as influências
interpessoais nos sentimentos e conhecimento associados ao comportamento de saúde
(Pender et al., 2011). Por seu lado integrou na sua construção bases teóricas da Teoria
Social Cognitiva que se centra no estudo do comportamento humano quando inserido no
contexto social, dando valor aos processos cognitivos dos indivíduos (Bandura, 2008).
Neste contexto, é de recordar que os problemas no âmbito da capacitação do grupo de
promotores da saúde se centram na ausência ou défice de conhecimentos.
Assim, partindo dos pressupostos teóricos explicitados, a educação para a saúde
surge como uma estratégia a ser adoptada, visto promover mudanças de estilos de vida
36
na adopção de comportamentos promotores da saúde, através de um processo
interactivo, reconhecido e aceite por todos os intervenientes,
“a educação para a saúde não se pode limitar a adoptar uma abordagem específica das
doenças, nem pode privilegiar o cariz informativo ou instrumental ou mesmo visar apenas
o desenvolvimento de crenças e atitudes. Como se vem argumentando, as acções
educativas têm de ser integradas num contexto mais vasto de promoção da saúde, não
só para que sejam os próprios indivíduos a tomar decisões e a responsabilizar-se pela
sua saúde, mas também para que estes mesmos indivíduos se sintam competentes para
adoptar estilos de vida saudáveis” (Matos et al., 2003, p. 37).
Também Mello et al. (2001) defendem que, no âmbito da problemática do consumo
excessivo de álcool nos adolescentes, a educação e informação revelam-se a pedra
angular de toda a intervenção.
Ao nível da intervenção na mudança de comportamentos, Pender et al. (2011)
salientam que o enfermeiro deve ser conhecedor de teorias e modelos baseados no
comportamento de saúde, para assim seleccionar o mais apropriado às características da
intervenção de promoção da saúde a implementar. No contexto da promoção da saúde e
prevenção de comportamentos de risco, a Educação pelos Pares foi considerada neste
projecto de intervenção comunitária como uma estratégia preferencial de intervenção na
problemática do consumo de álcool em adolescentes.
No que respeita à formação de promotores da saúde, a Educação pelos Pares
permite a construção de conhecimento e a capacitação dos adolescentes, oferecendolhes a oportunidade de participar em actividades que os afectam a si próprios e,
simultaneamente, a adopção de comportamento promotores da saúde (McDonald et al.,
2003). Numa perspectiva mais ampla da Educação pelos Pares, existe evidência do seu
impacto ao possibilitar que indivíduos pertencentes a um grupo social educam elementos
do mesmo grupo, com o objectivo de educar e influenciar intencional e positivamente,
assumindo-se como uma forma de educação social (Brito, 2009).
Torna-se então relevante que a prevenção do consumo de álcool seja
implementada com foco na promoção de factores de protecção, e cujas intervenções
sejam realizadas centrando-se na responsabilização, participação social do adolescente e
na promoção da autonomia, bem-estar, percepção de qualidade de vida e expectativas
positivas (Matos, 2008).
Sintetizando as premissas de base na selecção de estratégias para a intervenção
comunitária, e recorrendo à CIPE ® 2, é possível identificar como estratégias adequadas à
37
finalidade da intervenção, ao diagnóstico de enfermagem e aos objectivos estabelecidos:
Educar, Promover e Supervisionar.
Nesta etapa, foi ainda avaliada a disponibilidade dos recursos humanos e outros
necessários para a intervenção, tendo a opção pela Educação pelos Pares tornado
exequível a intervenção visto potenciar a intervenção de enfermagem na problemática do
consumo de álcool nos adolescentes, reduzindo o cariz interventivo junto desta
população. A continuidade da intervenção, aspecto considerado fundamental, foi
igualmente garantida no âmbito da equipa de Saúde Escolar da UCSP.
2.5. Preparação Operacional - Programação
A preparação operacional é uma etapa do Planeamento em Saúde que especifica e
inter-relaciona as actividades a ser desenvolvidas, evitando sobreposições, identificando
entraves à execução e possibilitando a previsão dos recursos (Imperatori & Giraldes,
1993; Tavares 1990).
Neste sentido, na selecção das actividades foi realizada uma inter-relação
actividade/objectivos da intervenção (Apêndice VI), visto que, e de acordo com Tavares
(1990), planear actividades que não satisfaçam os objectivos operacionais conduz ao
desperdício de recursos. Foi igualmente elaborado um Cronograma de Gantt (idem), visto
permitir um controlo do desempenho das actividades programadas (Apêndice VII).
Na validação das actividades recorreu-se ao apoio de peritos na área dos
comportamentos aditivos, especificamente enfermeiros que exercem funções numa
instituição especializada na intervenção nos consumos de álcool e PLA, no âmbito da
prevenção e da redução de ricos e minimização de danos, considerados como
informadores privilegiados. No mesmo sentido, foi solicitado o apoio da Enfermeira
responsável pelo ensino clinico na UCSP, Enfermeira responsável pela Saúde Escolar e
da Professora Orientadora.
De seguida serão especificadas as actividades seguindo a ordem cronológica com
que foram realizadas, e tendo em conta os parâmetros definidos por Tavares (1990): o
que deve ser feito; quem deve fazer; quando deve fazer, onde deve ser feito, como deve
ser feito, objectivos a atingir, e avaliação. O plano operacional com estas informações
detalhadas encontra-se em apêndice (Apêndice VIII), sendo que seguidamente será
apenas apresentada uma justificação e narrativa da execução.
38
De referir que todas a actividades implementadas junto do grupo de promotores da
saúde foram realizadas em local angariado pelos próprios: todas as actividades de
planeamento, e as actividades 1, 2 e 3 em uma associação comunitárias da Alta de
Lisboa; e a actividade 4 no espaço de outra associação comunitária que desenvolve a sua
actividade junto da população adolescente.
Actividade 1: Criação do grupo de Promotores da Saúde
A criação do grupo de promotores da saúde teve por base o estabelecimento de
parcerias comunitárias. De forma a favorecer a coesão e responsabilização do grupo foi
realizada uma reunião com todos os elementos do grupo, procurando-se igualmente
sensibilizar para a problemática do consumo de álcool em adolescentes e promover a
adesão ao projecto. Foram ainda apresentadas as actividades a desenvolver e o período
temporal da intervenção, tendo ficado nesta reunião acordado a subdivisão do grupo nas
sessões educativas (actividade 2), tendo em conta quer as disponibilidades horarias dos
participantes, quer o favorecimento da aplicação de estratégias dinâmicas aquando das
sessões. O facto de a maioria dos elementos do grupo estar em situação laboral activa
fez com que a possibilidade de não estar presente em todas as sessões fosse colocada à
partida, o que foi respeitado, tendo sido criada uma via de comunicação, através de email, entre todos os intervenientes da intervenção comunitária, com o objectivo de partilha
de informação e esclarecimento de dúvidas. De salientar que o estabelecimento das
finalidades e a clarificação das expectativas e obrigações são questões fundamentais
para o sucesso da intervenção, e a desenvolver numa primeira sessão de educação de
pares (McDonald et al., 2003).
Actividade 2: Sessões Educativas (planos de sessão em Apêndice)
De acordo com Correia (2004), etimologicamente educar deriva: do grego educare
que significa treinar; e do latim educere que significa conduzir. Neste sentido, é importante
ressalvar que para a intervenção nos comportamentos aditivos, mais do que a
transmissão de informação é necessário progredir para uma perspectiva de promoção da
saúde, assumindo-se a educação como um conjunto de actividades concretas que
fornece
aos
participantes
uma
experiencia
susceptível
de
favorecer
o
seu
desenvolvimento intelectual, emocional e psicológico (Morel et al., 2001). Também
McDonald et al. (2003) defendem que o treino de educadores de pares tem por base a
construção de conhecimento e capacidades de educação de pares. Assim, partindo dos
39
objectivos definidos de acordo com as necessidades do grupo de promotores da saúde,
foram realizadas 3 sessões:
▪
Sessão educativa A: “O que precisas de saber sobre álcool e bebidas alcoólicas!”
(Apêndice IX)
▪
Sessão educativa B: “Beber pode parecer divertido, mas para decidires é preciso
conheceres os riscos!” (Apêndice X)
▪
Sessão educativa C: “O educador sou eu, e agora?” (Apêndice XI)
Tendo em conta a subdivisão do grupo nesta actividade, as sessões foram
realizadas em duplicado, nos dias previsto, respeitando sempre os dias da semana,
terças e quartas-feiras, e o horário das 20 horas. Tal como sugerido por McDonald et al.
(2003), foram utilizadas técnicas didácticas (exposição de informação), e técnicas
interactivas (dinâmicas de grupo), atribuindo maior relevância à interacção visto favorecer
a motivação e envolvimento do grupo e demonstrar interesse pelas questões levantadas
pelos elementos do grupo. Toda a informação disponibilizada durante as sessões foi
enviada por e-mail a todos os participantes. Tendo em conta os indicadores de actividade,
no final de cada sessão foi distribuído um questionário de avaliação (Apêndice XII)
Actividade 3: Elaboração de um Guia de Recursos Comunitário.
Após a componente formativa, os educadores de pares necessitam de suporte,
particularmente na fase inicial em que pode estar presente falta de confiança (idem).
Neste sentido, com o objectivo de capacitar os participantes para a implementação de
estratégias de intervenção adequadas à educação para o consumo de álcool em
adolescentes foi opção elaborar um Guia de Recursos Comunitários, permitindo
estabelecer um meio de suporte do grupo no seio da sua comunidade numa perspectiva
de médio e longo prazo. Este guia foi construído durante todo o processo de intervenção
junto do grupo de promotores da saúde, tendo estes identificado associações
comunitárias que consideram úteis no encaminhamento de situações problemática que
identifiquem em adolescentes da sua comunidade. Este foi completado com outros
recursos não identificados pelo grupo, como sendo a UCSP, ao nível da equipa de saúde
escolar e da consulta do adolescente, e o IDT, identificando figuras de referência nestas
instituições. A elaboração do guia foi optimizada através da troca de informação entre
todos os elementos do grupo utilizando a via de comunicação estabelecida, e-mail.
40
Actividade 4: Supervisão da intervenção de educação para o consumo de álcool em
adolescentes, implementada pelo grupo de Promotores da Saúde.
A supervisão dos educadores de pares assume parte integrante do processo de
educação, devendo ser realizada antes, durante e após a implementação de actividades
por parte dos educadores de pares (McDonald et al., 2003). Os mesmos autores referem
que os educadores de pares se sentem mais seguros na presença de um adulto,
preferencialmente o seu formador, na medida em que este pode responder quando o
grupo não consegue encontrar argumentos, ou ainda ajudar na gestão de alguns
elementos difíceis no seio do grupo alvo da intervenção pelos pares, no entanto é
necessário ter presente que esta opção pode: colocar em causa a credibilidade dos
educadores de pares; existir o risco de o adulto assumir a liderança, visto o grupo de
educadores remeter as questões para este; e impedir a espontaneidade e capacidade de
resposta dos participantes (idem). Estes foram aspectos considerados na supervisão das
actividades implementadas, na intitulada “Semana do Álcool”. A supervisão da
responsabilidade da enfermeira mestranda foi efectuada: antes, no planeamento das
actividades; durante, a pedido do próprio grupo; e depois, como forma de estimular a
reflexão e consolidação das aprendizagens e competências. Na fase de implementação
da “Semana do Álcool” foi introduzido um elemento da equipa de saúde escolar da UCSP
que assumiu o compromisso de dar continuidade à intervenção de educação pelos pares.
Actividade 5: Sensibilização dos profissionais da UCSP e ACES.
Como forma a possibilitar a continuidade do projecto de intervenção comunitária
implementado durante o estágio surgiu a necessidade de sensibilizar os profissionais da
UCSP. Assim, durante o período de planeamento e implementação do projecto foram
desenvolvidos contactos informais com alguns profissionais, nomeadamente da equipa de
Saúde Escolar. De forma a alargar o número de profissionais sensibilizados para a
problemática do consumo de álcool na adolescência e do projecto de intervenção
comunitária desenvolvido foi solicitado à Enfermeira Coordenadora da UCSP a realização
de uma sessão formal aberta a todos os profissionais da UCSP, tendo esta aceite e
alargado a presença a profissionais do ACES. Os conteúdos apresentados na sessão
foram validados pela Enfermeira responsável pela Saúde Escolar e Enfermeira
Coordenadora da UCSP (Apêndice XIII). A sessão decorreu na sala de formação da
UCSP, tendo sido partilhada com a apresentação de 3 projectos desenvolvidos na UCSP,
e contado com a presença de profissionais da UCSP, do ACES, professores orientadores
41
da ESEL e um parceiro comunitário responsável por uma das associações envolvidas na
intervenção comunitária. Foram igualmente disponibilizados os materiais referentes ao
planeamento, implementação e avaliação da intervenção.
2.6. Avaliação
A etapa final da metodologia do Planeamento em Saúde é a avaliação. Nesta etapa
os resultados alcançados por meio das actividades executadas, serão assim comparados
com a situação inicial do diagnóstico de situação e os objectivos fixados, determinando o
grau de sucesso do projecto (Imperatori & Giraldes, 1993; Tavares, 1990). Os mesmos
autores salientam que a avaliação estabelece um mecanismo retroactivo sobre as etapas
anteriores, com a finalidade de melhorar o projecto e orientar a distribuição de recursos.
Antes de iniciar o processo de avaliação da intervenção comunitária, é necessário
clarificar que ao longo da intervenção comunitária houve um decréscimo no número de
participantes. Apesar de ter ficado claro que qualquer elemento do grupo poderia
abandonar a intervenção sem qualquer prejuízo ou necessidade de justificação,
respeitando os princípios éticos, todos os participantes que tiveram necessidade de o
fazer, justificaram previamente. Assim, antes de se dar inicio às sessões educativas, 1
elemento emigrou e 2 ficaram impossibilitados de comparecer nas sessões nos horários
previstos por questões laborais, não sendo possível proceder a reorganização, em
prejuízo dos outros participantes. Antes da 2ª sessão formativa, 1 elemento informou que
tinha iniciado um estágio profissional foram da zona de Lisboa e 1 elemento iniciou
actividade laboral que não lhe permitia a comparência. No seguimento, o grupo de
promotores da saúde a considerar para a avaliação do projecto é de 11 elementos, sendo
contudo de ressalvar que os 5 elementos que não conseguiram estar presentes por
questões laborais solicitaram o envio de material relativo às sessões educativas e
assumiram o compromisso de partilha de informação com os participantes e enfermeira,
bem como de participação em sessões de educação pelos pares na sua comunidade
No que se refere aos indicadores de resultado, a sua avaliação tem por base os
dados resultantes da aplicação do QCAA num segundo momento, no final do processo
educativo dos elementos do grupo de promotores da saúde, permitindo a comparação de
dados objectivos. Visto o QCAA tratar-se de um questionário de conhecimentos, foi
considerado possível a sua aplicação num segundo momento, apesar do curto espaço
42
temporal da intervenção que limita a avaliação de ganhos efectivos ao nível da adopção
de comportamentos promotores da saúde, tal como preconizado no referencial teórico.
Centrando a taxa de participantes que aumentem a média dos resultados globais
na dimensão repercussões individuais do consumo de álcool do QCAA, verificou-se que
81,82% dos participantes aumentaram a média dos resultados globais nesta dimensão do
QCAA. Os restantes 18,18% (2 elementos) não estiverem presentes aquando a avaliação
pelo que todos os participantes que responderam ao QCAA no segundo momento
aumentaram as suas médias de conhecimentos na dimensão em análise. No mesmo
sentido, no que se refere à taxa de participantes que aumentaram a média dos resultados
globais na dimensão álcool e bebidas alcoólicas do QCAA, verifica-se uma taxa de
81,82%, pelos motivos anteriormente descritos.
Relativamente à taxa de respostas correctas na dimensão repercussões individuais
do consumo de álcool do QCAA, nos participantes que responderam ao QCAA no
segundo momento verificou-se um aumento da taxa de respostas correctas na ordem dos
29,56%, aumentando de 61,56% aquando do diagnóstico de situação, para os 91,12% de
respostas correctas aquando da avaliação. A dimensão álcool e bebidas alcoólicas do
QCAA apresentou um aumento da taxa de respostas correctas de 37,44%, resultando de
um aumento de 61,12% para 98,56% entre os dois momentos de aplicação do QCAA.
Assumindo o objectivo de implementar pelo menos uma actividade de educação
pelos pares no âmbito do consumo de álcool nos adolescentes, desenvolvida pelo grupo
de promotores da saúde, foi contabilizado o número de actividades desenvolvidas por
estes. Assim, o grupo de promotores da saúde, em resposta ao desafio que lhes foi
lançado organizou uma semana temática, intitulada de “Semana do Álcool” que decorreu
no espaço de uma associação comunitária que desenvolve a sua acção junto de
adolescentes.
Esta
semana
resultou
na
implementação
de
várias
actividades
desenvolvidas pelo grupo de promotores da saúde, como: exposição, entrevistas, debate,
jogos interactivos – peddy-paper, festa com cocktails sem álcool (Anexo IV e V), tendo o
grupo sido responsável pela elaboração de diversos materiais (Anexo VI).
Estas actividades foram alvo de supervisão antes, durante e após a sua realização,
tendo tido uma boa adesão por parte da população adolescente. No final das actividades
foi sempre realizada uma avaliação com os elementos do grupo de promotores da saúde
e enfermeira possibilitando um aumento da confiança ao longo das actividades. De referir
que por sua iniciativa, o grupo, no final da semana temática, procedeu a uma avaliação
informal da actividade junto dos adolescentes intervenientes, tendo obtido resultados
43
positivos, tendo-se verificado igualmente a publicação de comentários positivos sobre a
actividade no blog da associação comunitária envolvida. A par com a consecução da
“Semana do Álcool” com sucesso, ficou por concretizar em tempo útil do estágio a
apresentação de um sketch de teatro sobre o consumo de álcool na adolescência, de
acordo com a metodologia teatro fórum, e que irá ser apresentado previsivelmente no
mês de Maio do presente ano, ficando a supervisão ao cargo da equipa de Saúde Escolar
da UCSP com o apoio da enfermeira mestranda.
Face ao exposto, a análise dos indicadores de resultados revela o sucesso na
concretização dos objectivos delineados para intervenção comunitária, que foram
totalmente atingidos e mesmo superados.
Para além dos indicadores de resultado foram definidos indicadores de actividade.
Assim, foi possível verificar: uma taxa de 100% no que se refere às actividades realizadas
em comparação com as previstas; uma taxa de 100% na distribuição dos Guias de
Recursos Comunitários; uma taxa de participação nas sessões educativas na média dos
85,78% (sessão A – 84,62%; sessão B – 90,90%; sessão C – 81,82%); e uma taxa de
participantes que avaliem de forma positiva (concordo totalmente/concordo parcialmente)
as sessões de formação realizadas, na ordem dos 100%. Face a exposto é de considerar
que estes indicadores revelam uma avaliação positiva no que se refere à execução do
presente projecto de intervenção comunitária.
Uma avaliação de carácter subjectivo, é igualmente defendida por Tavares (1990),
sendo de referir que, apesar de não ser utilizada como critério de avaliação da
intervenção, são também de considerar os cometários recebidos. Assim, para além do
apoio da equipa do UCSP, que sempre valorizou esta intervenção comunitária e a sua
metodologia de intervenção, o grupo de promotores da saúde verbalizou várias vezes a
importância atribuída a esta intervenção ao preencher uma lacuna de sentida por todos, e
numa área bastante problemática na sua comunidade. É também de referir a
receptividade das associações comunitárias envolvidas, particularmente a associação em
que foi desenvolvida a “Semana do Álcool” implementada pelo grupo de promotores da
saúde que, na avaliação informal da semana, valorizou as estratégias de intervenção
implementadas e os resultados obtidos junto dos adolescentes que apoiam, resultando no
estabelecimento de uma parceria com a UCSP, equipa de Saúde Escolar, para a
implementação de projectos com a mesma metodologia junto dos adolescentes.
44
3. CONCLUSÕES
Para melhor organização das conclusões do projecto de intervenção comunitária
optou-se por abordar uma reflexão sobre as competências adquiridas e considerações
finais, que incluem as limitações e implicações para a prática.
3.1. Reflexão sobre as Competências Adquiridas
A consecução do presente projecto de intervenção comunitária, ao permitir
mobilizar os conhecimentos adquiridos/desenvolvidos na fase curricular, teve por
finalidade a aquisição e desenvolvimento de competências específicas no âmbito da
especialização em enfermagem comunitária e de saúde pública.
Ao reflectir as competências adquiridas é de ressalvar que por competência se
entende o “saber mobilizar recursos cognitivos disponíveis para decidir a melhor
estratégia de acção perante uma situação concreta” (OE, 2009b, p.11). No percurso de
formação especializada o EEECSP adquire competências lhe permitem participar na
avaliação multicausal e no desenvolvimento de programas e projectos de intervenção com
vista à capacitação e “empowerment” das comunidades (OE, 2010).
A utilização da Metodologia do Planeamento em Saúde contribuiu em grande
medida para a aquisição de competências específicas do EEECSP. De facto, com esta
metodologia foi possível estabelecer a avaliação do estado de saúde de uma
comunidade, no presente contexto de um grupo (idem), articulando a análise a situação
de saúde de acordo com modelos de intervenção de enfermagem comunitária (ESEL,
2010), neste contexto Modelo de Promoção da Saúde, de Nola Pender.
Esta metodologia potenciou igualmente o favorecimento da autonomia no
planeamento e implementação de intervenções ao nível da enfermagem comunitária
(idem), ao possibilitar uma base que permitiu a realização e participação em projectos de
investigação na área da enfermagem comunitária e em saúde (idem), mais evidente na
fase do diagnóstico de situação; e o planeamento de intervenções com vista à
capacitação de grupos e comunidades (OE, 2010). De referir que neste processo a
problematização de fenómenos de saúde e doença no âmbito da enfermagem (ESEL,
2010), neste caso do consumo de álcool nos adolescentes, se revelou um aspecto
fundamental, na medida em que permitiu justificar a pertinência e relevância do
45
desenvolvimento de um projecto de intervenção comunitária dirigido a este grave
problema de Saúde Publica no nosso país.
Tendo em conta a contribuição para o processo de capacitação de grupos,
finalidade do presente projecto, é de referir que a integração de conhecimentos de
diferentes disciplinas (OE, 2010) se revelou uma mais-valia. De facto, partindo do
referencial teórico pelo qual se orientou a intervenção, o Modelo de Promoção da Saúde,
foi possível numa perspectiva de enfermagem conceptualizar o processo de adopção de
comportamentos de promoção da saúde, integrando conceitos da Teoria Social Cognitiva.
Estes pressupostos teóricos permitiram por sua vez a identificação do grupo de pares
como um contexto que pode influenciar a adopção de comportamentos, de grande
relevância na fase da adolescência, o que orientou o desenvolvimento de um projecto de
intervenção comunitária com base nos princípios da Educação pelos Pares.
A opção por esta estratégia de intervenção revelou-se muito positiva na medida em
que para além de permitir o desenvolvimento de um processo de capacitação do grupo de
promotores da saúde, possibilita a partilha de conhecimentos e a replicação de
informação potenciando a promoção da saúde da comunidade em que estão inseridos. O
sucesso desta intervenção teve por base o estabelecimento de parcerias comunitárias
que para além de possibilitarem a implementação do mesmo garantem um
acompanhamento para além do tempo definido para o estágio. Assim, é possível
considerar que através de uma abordagem concertada, e adaptada ao contexto, foi
possível aplicar conhecimentos multidisciplinares e multiprofissionais na resolução de um
problema da comunidade em que se desenvolveu a intervenção (ESEL, 2010).
É ainda de considerar que todo o processo de planeamento e de capacitação do
grupo de promotores da saúde foi acompanhado de uma prática reflexiva baseada nos
valores ético-sociais do grupo (idem), o que contribuiu para adaptação a novas situações,
e para o sucesso da intervenção. De referir que a prática reflexiva se assumiu como a
base do desenvolvimento de competências pessoais e profissionais neste processo.
Ter em conta a consecução dos objectivos do Plano Nacional de Saúde é uma
competência a desenvolver (OE, 2010), sendo de considerar que no presente projecto
foram tidos em conta quer avaliação dos indicadores do PNS 2004/2010 e
recomendações, como o Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao
Álcool 2010/2012, referido PNS 2011/2016 como resposta para a redução do consumo de
álcool. Assim, foi realizada uma intervenção dirigida a uma das áreas prioritárias referidas
no plano, os jovens e adolescentes.
46
A redacção do presente relatório é considera por si só como o desenvolvimento da
competência de comunicação e divulgação da prática clinica e de investigação (ESEL,
2010) ao permitir a transmissão de todo um processo e as suas implicações para a prática
através da prática baseada na evidência. Também a sensibilização dos profissionais da
UCSP e ACES, é considerado um momento de desenvolvimento desta competência. Na
aquisição desta competência a mobilização da CIPE® 2 revelou-se enriquecedora, ao
possibilitar o recurso a uma terminologia internacionalmente reconhecida e considerada
como um instrumento basilar para a prática de enfermagem.
3.2. Considerações Finais
A realização de um projecto de intervenção comunitária reveste-se de grande
interesse curricular para a enfermeira mestranda, permitindo responder às suas
necessidades formativas individuais. Desta forma, considera-se de grande relevância a
realização deste percurso, devido à possibilidade de planear a aquisição de competências
como EEECSP.
A relevância do consumo de álcool como grave problema de Saúde Pública, e a
elevada prevalência de consumo entre os adolescentes, com padrões de consumo cada
vez mais preocupantes como binge drinking, evidencia que é urgente encontrar
estratégias de intervenção, com atenção especial na promoção da saúde. Neste contexto
o EEECSP, tendo em conta as competências que adquire, deverá ter consciência da
importância desta problemática e da sua responsabilidade enquanto promotor da saúde,
contribuindo assim para a melhoria do estado de saúde das populações.
Na concretização do presente projecto, o recurso à metodologia do Planeamento
em Saúde revelou-se muito vantajoso, contribuindo amplamente para o sucesso do
projecto de intervenção comunitária. O Modelo de Promoção da Saúde, de Nola Pender,
revelou-se muito organizador de todo o processo de planeamento e implementação da
intervenção na medida em que através dos seus pressupostos teóricos possibilitou
orientar a intervenção junto dos adolescentes com base na cognição e percepção, e no
reconhecimento do impacto do grupo de pares na adopção de comportamentos de
promoção da saúde nos adolescentes. A articulação deste modelo com outras teorias e
modelos de intervenção constituiu-se igualmente como uma mais-valia a ressalvar.
Uma análise ao resultado esperado de acordo com o Modelo de Promoção da
Saúde, de Nola Pender, o comportamento de promoção da saúde, salienta uma das
47
limitações da intervenção, na medida em que esta se centra na intervenção ao nível dos
sentimentos e conhecimentos do comportamento, mas não avalia se foi verificada a
efectiva adopção do comportamento. Contudo, é de ressalvar que este aspecto foi
condicionado pela duração do estágio, com implicação em todas as opções metodológica
que daí resultaram, visto não ser possível intervir na mudança de comportamento a curtoprazo, como ressalvado nos pressupostos do próprio modelo. Subjacente a esta limitação
é de salientar que o tempo de supervisão da intervenção do grupo de promotores da
saúde, de acordo com os princípios da Educação pelos Pares, é considerado escasso,
podendo ter implicações na confiança e autonomia dos educadores de pares. Esta
limitação foi compensada pelo estabelecimento de parcerias comunitárias e sensibilização
dos profissionais da UCSP, que despertos para a problemática e estratégia seleccionada
assumiram a continuidade do projecto. Também o facto de se terem criado as dimensões
do QCAA, por ausência destas, merece reflexão por poder aumentar o caracter subjectivo
da identificação de problemas no diagnóstico de situação, embora se tenha tido o cuidado
de proceder a uma fundamentação teórica e ao estabelecimento de parcerias com peritos
na área do consumo de álcool na validação das mesmas.
Em termos de implicação para a prática, a consciencialização para a problemática
do consumo de álcool na adolescência foi muito positiva, sendo vários os profissionais de
saúde que referiram o pouco investimento nesta área associado à falta de formação,
tendo ficado este um aspecto a considerar após o estágio, através do estabelecimento de
parceria com o IDT. É ainda de ressalvar que a intervenção com promotores da saúde se
apresenta como inovadora na medida em que é pouco utilizada apesar das reconhecidas
vantagens que apresenta. Neste contexto, é de destacar a receptividade da equipa da
UCSP e das associações comunitárias envolvidas para esta estratégia de intervenção
junto desta população específica.
Em suma, o cumprimento dos objectivos propostos para este projecto de
intervenção comunitária, revelam que este atingiu com sucesso a finalidade proposta, ao
capacitar um grupo de promotores da saúde e, através destes, o grupo de adolescentes
alvo da sua intervenção na semana temática que implementaram. No mesmo sentido,
através do planeamento, execução e avaliação do presente projecto de intervenção
comunitária, foi possível adquirir e desenvolver competências como EEECSP, sendo
considerada atingida a finalidade de desenvolver competências para uma prática de
cuidados em enfermagem comunitária de forma a optimizar as relações com grupos e
comunidades, no sentido de maximizar ganhos em saúde (ESEL, 2010).
48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alto Comissariado da Saúde (2011). Plano Nacional de Saúde 2011 – 2016.
Estratégias para a Saúde. IV. Objectivos para o Sistema de Saúde. 2) Promover um
contexto favorável à saúde, ao longo da vida (versão discussão). Lisboa: Autor.
American Psychological Association (2001). Publication Manual of the American
Psychological Association (5th ed.). Washington: Author.
Balsa, C. (2008). Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoactivas na
População Geral: Portugal 2007. Lisboa: Instituto da Droga e da Toxicodependência.
Bandura, A. (2004). Health Promotion by Social Cognitive means. Health Education &
Behavior, vol.31, nº2, pp.143-164.
Bandura, A. (2008). A evolução da teoria social cognitiva. In A. Bandura; R. Azzi; & S.
Polydoro. Teoria Social Cognitiva. Conceitos básicos (pp. 15-114). São Paulo:
Artmed.
Barroso, T. (2009). Prevenção do uso/abuso de álcool nos adolescentes: construção e
avaliação de um programa de intervenção em contexto escolar. Lisboa: Universidade
Nova de Lisboa. Tese de Doutoramento.
Barroso, T., Barbosa, A., & Mendes, A. (2006). Programas de prevenção do consumo
de álcool em jovens estudantes – revisão sistemática. Revista Referência, II* série,
nº3, pp. 33-44.
Barroso, T., Mendes, A., & Barbosa, A. (2009). Analysis of the alcohol consumption
phenomenon amog adolescentes: study carried out with adolescentes in intermediate
public education. Revista Latino Americana de Enfermagem, vol. 17, nº 3, pp. 347353.
Braconnier, A., & Marcelli, D. (2000). As mil faces da adolescência. Lisboa: Climepsi.
Brito, I. (2009). Promoção da saúde nos jovens utilizando a Educação por Pares.
Enfermagem e o Cidadão, nº 19, pp. 6-7
Carvalho, A. & Leal, I. (2006). Construção e validação de uma escala de
representações sociais do consumo de álcool e drogas em adolescentes. Psicologia,
saúde e doenças, vol.7, nº2, pp. 287-297.
Correia, M. (2004). A construção do currículo no ensino de enfermagem – um estudo
de caso. Loures: Lusociência.
Dias, S. (2006). Educação pelos pares: uma estratégia na promoção da saúde.
Lisboa: Universidade Nova de Lisboa.
49
Direcção Geral de Saúde (2002). Ganhos de Saúde em Portugal: Ponto de situação.
Lisboa: Autor.
Direcção Geral de Saúde (2003). Programa Nacional de Intervenção Integrada sobre
Determinantes da Saúde Relacionados com os Estilos de Vida. Lisboa: Autor.
Direcção Geral de Saúde (2004). Plano Nacional de Saúde 2004-2010. Lisboa: Autor.
Durán, H. (1989). Planeamento da Saúde, aspectos conceptuais e operativos. Lisboa:
Ministério da Saúde
Edwards, G.; Marshall, E., & Cook, C. (1999). O tratamento do alcoolismo: Um guia
para profissionais de saúde (3ª ed.). Porto Alegre: Artes Médicas.
Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (2010). Guia Orientador. Curso de PósLicenciatura e Mestrado em Enfermagem na área de Especialização em Enfermagem
Comunitária.
Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (2011). Guia orientador para a elaboração
de trabalhos escritos, bibliografias e citações.
Farate, C. (2000). O acto de consumo e o gesto que consumo. Coimbra: Quarteto.
Feijão, F. (2010). Epidemiologia do consumo de álcool entre os adolescentes
escolarizados a nível nacional e nas diferentes regiões geográficas. Revista
Toxicodependências, vol. 16, nº 1, pp. 29-46.
Ferreira-Borges, C., & Filho, H. (2004). Alcoolismo e toxicodependências: Vol.2. Uso,
abuso e dependências. Lisboa: Climepsi Editores.
Fortin, MF. (1999). O Processo de Investigação. Da concepção à realidade. Loures:
Lusociência.
Fry, S. (1999). Ética na Prática de Enfermagem Comunitária. In M., Stanhope, & J.
Lancaster. Enfermagem Comunitária (4ªed.) (pp. 101-126). Lisboa: Lusociência.
Glick, D., & Stanhope, M. (2011). Gestão de Programas. In M., Stanhope, & J.
Lancaster. Enfermagem de Saúde Pública. Cuidados de Saúde na Comunidade
Centrados na População (7ªed.) (pp. 516-546). Loures: Lusodidacta.
Hoffman, A., & Heineman, M. (1987). Substance abuse education in school of nursing:
A national survey. Journal Nursing Education. nº 26, pp.282–287.
Imperatori, E. & Giraldes, M.. (1993). Metodologia do Planeamento em Saúde (3ªed.).
Lisboa: Escola Nacional de Saúde Pública.
Instituto da Droga e da Toxicodependência (2010). Plano Nacional para a Redução
dos Problemas Ligados ao Álcool 2010-2012. Lisboa: Autor.
50
Instituto da Droga e da Toxicodependência (2011). Estudo sobre o consumo de
álcool, tabaco e drogas; European Shcool Survey on Aacohol and other drugs,
Portugal 2011. Obtido a 07/2011 em: www.idt.pt/PT/ComunicacaoSocial/Comunicados
Imprensa/Documents/ECATD_ESPAD_Portugal_2011_ComImp.pdf.
Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (2000). Inquérito Nacional de Saúde
1998/1999. Lisboa: Autor
Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (2009). Inquérito Nacional de Saúde
2005/2006. Lisboa: Autor.
K'CIDADE. (2009). Alta de Lisboa, inquérito em painel aos agregados familiares.
Apresenta à UCSP em Outubro, 2009.
K'CIDADE. (2010). Diagnóstico Famílias na Comunidade. Lisboa: Autor.
Loureiro, I. & Miranda, N. (2010). Promover a Saúde: dos fundamentos à acção.
Coimbra: Almedina.
Mathre, M. (2011). Problemas com Álcool, Tabaco e outras Drogas. In M., Stanhope,
& J. Lancaster. Enfermagem de Saúde Pública. Cuidados de Saúde na Comunidade
Centrados na População (7ªed.) (pp. 851-877). Loures: Lusodidacta.
Matos, M. (Coord.). (2008). Consumo de Substâncias: Estilo De Vida? À Procura de
um Estilo?. Lisboa: Instituto da Droga e da Toxicodependência.
Matos, M. (Coord.). (2011). Health Behaviour in School-aged Children, dados
nacionais 2010. Obtido em 07/2011, de : http://aventurasocial.com/arquivo/
1302897373_2b-HBSC%20Adolescentes%202010-11.pdf.
Matos, M., et al. (2003). A saúde dos adolescentes portugueses (quatro anos depois).
Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana.
McCarthy, D.; Aarons, G., & Brown, S. (2002). Educational and occupational
attainment and drinking behavior: an expectancy model in young adulthood. Addiction,
nº 97, pp. 717-726.
McDonald, J., Roche, A., Durbridge, M., & Skinner, N. (2003). Peer education: from
evidence to practice. An alcohol and other drugs primier. Adelaide: National Centre for
Education and Training on Addiction.
Mello, M.; Barrias, J., & Breda, J. (2001). Álcool e problemas ligados ao álcool em
Portugal. Lisboa: Direcção Geral da Saúde.
Morais, M., & Viana, M. (2004). O consumo de álcool nos adolescentes, dinâmicas de
intervenção em saúde. Nursing, n.º 186, pp. 29-32.
51
Moreira, P. (2001). Para uma prevenção que previna. Coimbra: Quarteto.
Morel, A., Boulanger, M., Hervé, F., & Tonnelet, G. (2001). Prevenção das
toxicomanias. Lisboa: Climepsi.
Naegle, M. (1994). The need for alcohol abuse for alcohol abuse – Related Education
in Nursing Curricula. Alcohol Health & Res World, Vol. 18, nº 2, pp. 52–55.
Oliveira, S. (2008). Álcool: a situação portuguesa. Dependências, Set. 2008, pp.1417.
Ordem dos Enfermeiros (2009a). Código Deontológico do Enfermeiro. Obtido em
07/2011, de
http://www.ordemenfermeiros.pt/legislacao/Documents/LegislacaoOE/
CodigoDeontologico.pdf
Ordem dos Enfermeiros (2009b). Modelo de Desenvolvimento Profissional: Sistema
de Individualização das Especialidades Clínicas em Enfermagem (SIECE). Lisboa:
Autor.
Ordem dos Enfermeiros (2010). Regulamento das Competências específica do
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária e de saúde Pública. Obtido em
07/2011, de OE: http://www.ordemenfermeiros.pt/legislacao/Documents/
LegislacaoOE/RegulamentoCompetenciasComunitariaSaude%20Publica_aprovadoAG
_20Nov2010.pdf
Ordem dos Enfermeiros (2011). Classificação Internacional para a Prática de
Enfermagem. Versão 2. Lisboa: Autor.
Pajares, F., & Olaz. F. (2008). Teoria social cognitiva e auto-eficácia: uma visão geral.
In A. Bandura; R. Azzi; & S. Polydoro. Teoria Social Cognitiva. Conceitos básicos (pp.
97-114). São Paulo: Artmed.
Palacios, J. (1995). Que es la adolescencia?. In J. Palacios, J., A. Marchesi, & C. Coll.
Desarrollo psicológico y educación (pp. 299-309). Madrid: Alianza Editorial
Pender, N., Murdaugh, C., & Parsons, M. (2011). Health Promotion in Nursing Pratice
(6ª ed.). New Jersey: Pearson.
Quivy, R.,& Campenhoudt., L. (2005). Manual de Investigação em Ciências Sociais
(4.ª ed.). Lisboa: Gradiva.
Shuster, G. & Goeppinger, J. (2011). A Comunidade como Cliente: Apreciação e
Análise. In M., Stanhope, & J. Lancaster. Enfermagem de Saúde Pública. Cuidados
de Saúde na Comunidade Centrados na População (7ªed.) (pp. 356-389). Loures:
Lusodidacta.
52
Silva, M., Fletcher, J., & Sorrell, J. (2011). Aplicação da Ética na Comunidade. In M.,
Stanhope, & J. Lancaster. Enfermagem de Saúde Pública. Cuidados de Saúde na
Comunidade Centrados na População (7ªed.) (pp. 131-147). Loures: Lusodidacta.
Sommer, M. (2004). Carreiras de saída da toxicodependência. Lisboa: Climepsi.
Sprinthall, N., & Collins, W. (2003). Psicologia do adolescente: Uma abordagem
Desenvolvimentista (3ª ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Tavares, A. (1990). Métodos e técnicas de Planeamento em Saúde. Lisboa: Ministério
da Saúde.
Trindade, I., & Correia, R. (1999). Adolescentes e álcool: estudo do comportamento
de consumo de álcool na adolescência. Análise Psicológica, nº 3, p. 20-32.
Turner, G., & Sheperd, J. (1999). A method in search of a theory: peer education and
health promotion. Health Education Research, vol. 14, nº2, pp.235-247.
United Nations Children Found (2011). Elos da Saúde: RAP da saúde recebe prémio
pró-equidade em saúde. Disponível em: http://elosdasaude.wordpress.com/tag/unicef/
consultado em 07/2011.
World Health Organization (1977). Health needs of adolescents: Repport of a WHO
expert committee. Technical Report Series 609. Geneva: Author.
World Health Organization (1986). Ottawa Charter for Health Promotion – An
International Conference on Health Promotion. Copenhagen: Author.
World Health Organization (2001). Global Status Report: Alcohol and Young People.
Geneva: Author.
World Health Organization (2010a). Evaluation of the National Health Plan of Portugal
(2004–2010). Copenhagen: WHO-EURO.
World Health Organization (2011). Global status report on alcohol and health. Geneva:
Author.
53
ANEXOS
54
ANEXO I
Factores de Risco e Factores de Protecção do consumo de álcool
FACTORES DE RISCO
FACTORES DE PROTECÇÃO
Individual e grupo de pares:
Individual e grupo de pares:
- Comportamento caracterizado por rebeldia ou
- Características pessoais positivas incluindo
presença de sentimentos de alienação e revolta
habilidades
face às normas sociais estabelecidas;
flexibilidade, sentido positivo de si;
-
Associar-se
a
indivíduos
que
sociais,
estabilidade
emocional,
apresentam
- Orientação social positiva, incluindo ligação à
comportamentos problemáticos como o abuso de
família, crença nos valores sociais e familiares
substâncias ou comportamento anti-sociais como,
positivos;
actividades ilegais delinquência;
- Competências emocionais e socais, incluindo
- Forte locus de controlo externo;
habilidades de comunicação, empatia, autonomia,
- Apresentar atitudes favoráveis para com factores
capacidade de estabelecer objectivos, disciplina.
de risco;
-
Iniciação
problemático,
precoce
como
por
do
comportamento
exemplo
insucesso
escolar, desistir de estudar, usar substâncias;
- Factores constitucionais como a vulnerabilidade
genética, características da personalidade ou
aspectos psicológicos;
- Factores comummente relatados como: baixa
auto-estima e baixa auto-eficácia, procura de
sensações fortes, habilidades sociais inexistentes
ou inadequadas, rejeição de valores morais.
Familiar
Familiar:
- História familiar de comportamentos de risco,
- Laços afectivos positivos e fortes entre os
com antecedentes de abuso ou dependência de
membros da família, com expectativas claras e
substâncias ou actividades criminais;
consistentes,
- Ausência ou inadequação de competências
responsabilidades e decisão familiar;
parentais
- Apoio emocional consistente, com envolvimento
-
Desorganização
familiar
ou
dificuldades
incluindo
a
participação
nas
por exemplo nas actividades escolares e extra-
familiares na gestão dos problemas, com atitudes
curriculares;
parentais
- Crenças, comportamentos e atitudes parentais
que
vão
desde
uma
excessiva
severidade ou inconsistência de castigos até à
ausência de monitorização do comportamento dos
filhos e de disciplina;
- Presença de conflito familiar, como violência
doméstica ou mesmo situações de divórcio litigioso
ou situações de vida geradoras de muito stress
para os envolvidos;
bem definidas, saudáveis e efectivas.
- Atitudes favoráveis dos pais em relação ao uso
de
substâncias
ou
mesmo
incentivo
na
participação ou continuidade de comportamentos
de risco, como por exemplo em famílias em que os
pais envolvem os filhos no seu uso de substâncias
ou em que desculpam os filhos quando estes não
cumprem regras.
Escolar
Escolar:
- Atitudes favoráveis dos alunos e dos funcionários
- Oportunidades de envolvimento/ participação e
da escola face ao uso de substâncias;
responsabilidade nas tarefas e decisões;
- Insucesso escolar;
- Regras e padrões definidos em relação a
- Baixo empenho e apreço para com a escola e o
comportamentos apropriados;
processo de aprendizagem;
- Apoio e preocupação da escola;
- Disponibilidade de substâncias nas imediações
-
da escola;
desempenho/envolvimento pró-social;
- Ausência de apoio, valores e envolvimento na
- Desenvolvimento do conceito de “comunidade”
própria escola;
na escola e na turma;
- Regras e sanções inconsistentes em relação à
- Crenças saudáveis e expectativas elevadas por
conduta e ao uso de substâncias na escola.
parte dos funcionários.
Comunitária/Social
Recompensas/
reconhecimento
pelo
Comunitária/Social:
- Disponibilidade e fácil acesso a substâncias;
- Oportunidades de envolvimento pró-social;
- Normas, valores e atitudes da comunidade
-
favoráveis ou ambivalentes em relação ao uso de
envolvimento pró-social;
substâncias;
- Reforço das leis e normas existentes face ao uso
- Laços de vizinhança fracos e desorganização da
de substâncias;
comunidade, permitindo por exemplo um tráfico de
- Crenças saudáveis e padrões sociais de
substâncias, acções de vandalismo e desrespeito
comportamentos claros;
do espaço público;
- Literacia face aos media (resistência face a
- Elevadas taxas de criminalidade e violência;
mensagens que estimulam o uso de substância)
Recompensas/
reconhecimento
- Elevado índice de mobilidade da população que
integra a comunidade;
- Privação económica e social extrema tal como
pobreza, falta de condições de habitabilidade e
índices de desemprego elevados.
FONTE: FERREIRA-BORGES, C. e FILHO, H. (2004). Alcoolismo e toxicodependências: Vol.
2. Uso, abuso e dependências. Lisboa: Climepsi Editores. p. 248-249.
pelo
ANEXO II
Questionário de Conhecimentos Acerca do Álcool
GRUPO II – Questionário de Conhecimentos acerca do Álcool
Barroso, Mendes e Barbosa (2009)
As questões relacionadas com o álcool são do conhecimento público, para podermos ajudar-te no
sentido de melhorar os teus conhecimentos queríamos saber o que hoje já sabes acerca do
álcool.
Por favor lê as frases que se seguem acerca do álcool assinalando com uma cruz (X) no
VERDADEIRO “V” se consideras que a frase é verdadeira ou colocando uma cruz (X) no FALSO
“F” se consideras que a frase é falsa.
V
1
O álcool das bebidas alcoólicas é “álcool etílico” como o álcool que usamos
para desinfectar a pele e que se vende nas farmácias.
2
O consumo de álcool pode causar dependência.
3
O teor alcoólico de uma bebida é a quantidade de álcool que a bebida tem.
4
O consumo de álcool só é prejudicial se as pessoas beberem todos os dias.
5
Nem todas as bebidas alcoólicas contêm álcool.
6
O álcool faz com que as pessoas fiquem com mais força para trabalhar.
7
Beber com moderação, significa um adulto saudável beber um ou dois copos
de bebidas sem ser bebidas destiladas, repartidas pelas principais refeições.
8
As pessoas que bebem muito durante toda a vida acabam por ficar doentes.
9
As bebidas alcoólicas quando bebidas às refeições não fazem mal porque o
álcool ajuda a fazer a digestão.
10
O consumo de álcool nas crianças e nos jovens provoca problemas de
aprendizagem e de memória.
11
O álcool das bebidas alcoólicas é digerido no estômago junto com os
alimentos.
12
O álcool quando passa para o sangue tem preferência pelas partes do nosso
organismo que têm mais água.
13
Beber grandes quantidades de álcool pode ser mortal.
14
Duas pessoas com o mesmo peso e a mesma altura reagem da mesma
maneira à mesma quantidade de álcool.
15
Quando se mistura água ou refrigerantes com bebidas alcoólicas diminui-se a
quantidade de álcool.
16
O efeito que o álcool provoca na pessoa depende apenas da quantidade de
álcool que é ingerido.
17
O alcoolismo provoca muitos problemas à pessoa e à sua família.
F
V
18
A idade não tem influência na capacidade do fígado “queimar” o álcool.
19
É perigoso conduzir depois de beber bebidas alcoólicas em grandes
quantidades.
20
Dois ou três copos, de uma bebida alcoólica qualquer, não provocam
alterações.
21
As mulheres grávidas não podem beber bebidas alcoólicas porque o álcool faz
mal ao bebé.
22
O álcool não é uma substância que cause dependência como as drogas.
23
Beber com moderação, significa um adulto saudável beber de maneira a não
se sentir tonto ou mal disposto.
24
A cerveja é boa para “matar” a sede.
25
O álcool das bebidas alcoólicas é “queimado” no fígado.
26
Os efeitos que o álcool provoca dependem da idade da pessoa.
27
O álcool quando passa para o sangue vai rapidamente para o nosso cérebro.
28
O álcool estimula as pessoas e faz com que estas se sintam sempre bem
dispostas.
29
Qualquer criança ou jovem pode comprar e beber bebidas alcoólicas.
30
O alcoolismo é uma doença porque as pessoas estão dependentes do álcool.
31
As mulheres que estão a amamentar podem beber álcool desde que bebam
com moderação.
32
No nosso país há poucas pessoas que bebam muito.
33
Quanto mais cedo se começa a beber, maior é a probabilidade de se vir a ter
problemas relacionados com o álcool ao longo da vida.
34
As pessoas quando bebem álcool ficam mais quentes porque o álcool aquece.
35
O álcool mesmo em pequenas quantidades pode provocar alterações nos reflexos.
36
O fígado está preparado para “queimar” qualquer quantidade de álcool.
37
Os efeitos do álcool variam consoante se é do sexo masculino ou feminino.
38
O álcool das bebidas alcoólicas depois de ingerido passa rapidamente do
estômago para o sangue.
39
Pode-se beber a mesma quantidade de álcool bebendo bebidas alcoólicas
diferentes.
40
O álcool é a causa de 4 em cada 10 mortes de acidentes de viação,
afogamentos, queimaduras, quedas e outros acidentes.
F
ANEXO III
Autorização para utilização do Questionário de Conhecimentos Acerca do
Álcool
Ana M anamurteiro@gmail.com
Mestrado ESEL - solicitação de autorização de uso de
questionário QCAA
Ana M <anamurteiro@gmail.com>
Para: tbarroso@esenfc.pt
19 de Julho de 2011 19:16
Boa tarde, Professora Doutora Teresa Barroso
O meu nome é Ana Margarida Mostardinha Alves Murteiro, e estou a frequentar o
Mestrado em Enfermagem - Área de Especialização de Enfermagem Comunitária, na
Escola Superior de Enfermagem de Lisboa.
Neste momento estou a delinear um Projecto de Intervenção Comunitária no âmbito
da problemática do consumo de álcool, com a finalidade de capacitar um grupo de
promotores da saúde para a prevenção do consumo de álcool nos adolescentes. A
Professora orientadora do Projecto é a Professora Cláudia Bacatum.
Nesse sentido, contacto V. Ex.ª a fim de lhe solicitar a sua colaboração através da
autorização para a utilização do Questionário de Conhecimentos acerca do Álcool
(QCAA), na fase de colheita de dados do referido projecto.
Sem outro assunto, aguardo atenciosamente resposta.
Com os mais sinceros e respeitosos cumprimentos,
Ana Murteiro
tbarroso@esenfc.pt <tbarroso@esenfc.pt>
Para: Ana M <anamurteiro@gmail.com>
19 de Julho de 2011 19:57
Cara Enfermeira Ana Murteiro,
Em resposta à sua solicitação, declaro que autorizo a utilização do Questionário de
Conhecimentos Acerca do Álcool (QCAA) no âmbito da investigação para a tese de
dissertação: Projecto de Intervenção Comunitária no âmbito da problemática do
consumo de álcool, a apresentar no Mestrado em Enfermagem - Área de
Especialização de Enfermagem Comunitária.
Mais informo, que sempre que apresentar o referido questionário deverá fazer
referência a todos os seus autores Barroso, Mendes e Barbosa (2009) utilizando como
referência a tese de doutoramento Barroso (2009).
Gostaria que terminado a investigação me informasse dos resultados do seu trabalho.
Envio em anexo o instrumento em formato word para lhe facilitar o acesso.
Ao seu dispor
Com os meus melhores cumprimentos pessoais,
jkkkkj kj
kll klll
lk
fff
Teresa Barroso
----------------------------------------------------------------
ANEXO IV
Cartaz de divulgação da “Semana do Álcool”
Festa com
Cocktails sem
álcool
ANEXO V
Plano de orientação do Peddy-Paper
PEDDY – PAPER
Percurso dentro da (…), nos vários espaços, com 4 Bancas/4 Tascas. Vão ser
abertas inscrições no inicio da Semana do Álcool.
Vai ser criado um “cartão de consumo”, com diferentes valores de
alcoolémia de acordo com as bebidas que vão ser oferecidas em cada
Tasca.
Em cada Tasca é oferecida 1 “bebida álcoolica”.
Se quiserem beber é marcado no “cartão de consumo” e aumenta a
alcoolémia, para perceberem o aumento da alcoolémia vai ser colocada
uma limitação fisica: mãos atadas, pernas atadas, um olho vendado,
venda nos olhos.
No final do percurso têm de cumprir um desafio, encestar num cesto
com uma bola de basquete, sem ser retirada nenhuma das limitações
fisicas que foram colocadas ao longo do percurso, para verem a
dificuldade de cumprir uma simples actividade.
Ao longo do percurso vai estar um grupo de 2 promotores da saúde em cada
Tasca, e para além de oferecer álcool, coloca duas questões sobre o consumo de
álcool. Vão estar também 2 promotores da saúde a acompanhar cada grupo de
2 adolescentes que faz o percurso, sendo que um vai incentivar o consumo de
álcool e o outro vai alertar para os perigos do consumo.
No final do percurso e depois de todos os adolescentes que se increvem no
peddy-paper ter finalizado vai ser realizado um debate sobre o que aprenderam
com o peddy-paper, e vão ser transmitidas algumas informações pelos
promotores da saúde que partciparam na formação: o lado menos divertido dos
copos e algumas dicas sobre o que os adolescente precisam saber sobre o
álcool.
ANEXO VI
Materais de exposição na “Semana do Álcool”
APÊNDICES
73
APÊNDICE I
Questionário de Caracterização da população
N.º Questionário |___|___| (Não preencher)
QUESTIONÁRIO
Preenche todos os itens do questionário, assinalando com uma cruz (X) a opção que se
adequa a ti. Não escrevas o teu nome em nenhuma folha: o questionário é anónimo.
Obrigada pela tua participação!
GRUPO I – Caracterização
1. Qual a tua idade? _____ anos.
2. És do sexo…
Feminino ................
Masculino ...............
3. Ainda estudas?
Sim .............................
Não .............................
3.1. Qual o último ano de escolaridade que frequentaste? _______
4. Estás a trabalhar?
Sim .............................
Não .............................
5. Já alguma vez bebeste uma bebida alcoólica?
(por bebida alcoólica deves entender qualquer bebida que contenha álcool como a
cerveja, o vinho ou bebidas destiladas como o Whisky, licores e shots, ou outro
tipo de bebidas como o champanhe)
Sim .............................
Não ............................. (passa para o ponto 8)
5.1. Se já, que idade tinhas quando foi a tua 1ª experiência? ______ anos.
5.2 Com quem estavas quando bebeste bebidas alcoólicas pela primeira vez?
Familiares…….………………
Amigos/colegas…………….
Sozinho….…………………...
6. Com que frequência bebes bebidas alcoólicas
Todos os dias…………….…
Todas as semanas………….
Todos os meses….…………
De vez em quando.…………
Raramente………..………….
Nunca………………………...
6.1. Com quem costumas beber bebidas alcoólicas?
Familiares…….………………
Amigos/colegas…………….
Sozinho….…………………...
6.2. Quando bebes bebidas alcoólicas quantas bebidas (copos de qualquer bebida alcoólica)
bebes na mesma ocasião?
Uma..…………………………
Duas.……………………..….
Três……………………..……
Quatro…….…………………
Cinco ou mais………….….
7. Já alguma vez ficaste embriagado?
Sim .............................
Não…………………...
(passa para o ponto 8)
7.1. Se já, com que frequência ficas embriagado?
Todos os dias…………….…
Todas as semanas………….
Todos os meses….…………
De vez em quando.…………
Raramente………..………….
Nunca………………………...
8. Já recebeste formação no âmbito da educação pelos pares/mediadores de saúde?
Sim .............................
Não .............................
8.1. Conheces estratégias de intervenção na educação para o consumo de álcool nos
adolescentes?
Sim .........................
Não ........................
APÊNDICE II
Consentimento livre e esclarecido
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O meu nome e Ana Margarida Murteiro, sou Enfermeira e encontro-me a desenvolver uma
Intervenção Comunitáia no Centro de Saúde (…), no âmbito do 2º Curso de Mestrado em
Enfermagem – Área de Especialização de Enfermagem Comunitária, ministrada na Escola
Superior de Enfermagem de Lisboa.
A intervenção tem por finalidade capacitar um grupo de promotores da saúde para a prevenção do
consumo e dos problemas ligados ao álcool na adolescência.
Venho solicitar a tua colaboração através de resposta a questionários e da participação nas
actividades desenvolvidas ao longo da intervenção. A tua colaboração é voluntária e as
respostas aos questionários serão tratadas de forma anónima e confidencial.
Peço-te que respondas às questões de forma sincera e pessoal, de acordo com as instruções
apresentadas.
Agradeço desde já a tua colaboração.
Declaro ter lido e compreendido este documento, bem como as informações verbais que me foram
fornaceidas. Assim, aceito partcipar nesta Intervenção Comunitária e permito a utilização dos
dados que de forma voluntaria forneço, confiando na garantia de confidencialidade e anonimato
que me são dadas.
Assinatura: _____________________________________________________________________
Data:___ / ___ / ______
APÊNDICE III
Caracterização da população
Género
n
%
Feminino
6
37.50%
Masculino
10
62,50%
Idade
n
%
16-18 anos
3
18,75%
19-21 anos
7
43,75%
22-24 anos
6
37,50%
Total 16 100,00%
Media
20,88
Moda
21,00
Mediana
21,00
Desvio Padrão
2,80
Total 16 100,00%
Tabela 1: Caracterização de acordo
com o género
Tabela 2: Caracterização de acordo
com a idade
Escolaridade
n
%
Ensino Básico - 3.º ciclo
6
Ensino Secundário
Ensino Superior
Situação Laboral
n
%
37,50%
Activo
11
84,62%
7
43,75%
Desempregado
2
15,38%
3
18,75%
Total 16
100,00%
Total 13 100,00%
Tabela 4: Caracterização de acordo
Tabela 3: Caracterização de acordo com
a escolaridade
com a situação laboral
Frequência dos
Idade
n
%
7-10 anos
3
18,75%
11-14 anos
3
18,75%
15-18 anos
10
62,50%
Total 16
100,00%
Media
14,63
Moda
16,00
Mediana
16,00
Desvio Padrão
3,46
consumos
%
Todas as semanas
2
12,50%
Todos os meses
3
18,75%
De vez em quando
2
12,50%
Raramente
9
56,25%
Total 16
100,00%
Companhia
n
%
Amigos/colegas
13
81,25%
2
12,50%
1
6,25%
16
100,00%
Amigos/colegas e
Companhia
n
%
Amigos/colegas
10
62,50%
Familiares
6
37,50%
16
100,00%
Total
n
familiares
Amigos/colegas e
sozinho
Tabela 5: Caracterização da primeira
Total
Tabela 6: Caracterização dos consumos de
experiência de consumo de
álcool, de acordo com a frequência
álcool, de acordo com a
dos consumo e a companhia.
idade e companhia.
Episódios de embriaguez
n
%
Nº de bebidas consumidas
n
%
Todos os meses
1
6,25%
Uma
1
6,25%
De vez em quando
1
6,25%
Duas
5
31,25%
Raramente
11
68,75%
Três
5
31,25%
Nunca
3
18,75%
Cinco ou mais
5
31,25%
16
100,00%
16
100,00%
Total
Tabela 7: Caracterização de acordo com
Total
Tabela 8: Caracterização de acordo com o
a frequência dos episódios de
número de bebidas consumidas numa
embriaguez.
mesma ocasião.
Conhecimento de estratégias de
n
%
Sim
0
00,00%
Não
16
100,00%
16
100,00%
educação para o consumo de álcool nos adolescentes
Total
Tabela 9: Conhecimento de estratégias de intervenção na educação para o
consumo de álcool nos adolescentes.
APÊNDICE IV
Resultados do Questionário de Conhecimentos Acerca do Álcool
Nº de respostas correctas, por item
n
%
1
1 (item: 1)
2
-
3
1 (item: 23)
4
-
5
4 (itens: 7,34,37,39)
10,00%
6
2 (itens: 16,26)
5,00%
7
2 (itens: 12,20)
5,00%
8
1 (item: 15)
2,50%
9
3 (itens: 9,22,28)
7,50%
10
1 (item: 27)
2,50%
11
5 (itens: 8,11,21,31,33)
12,50%
12
4 (itens: 30,36,38,40)
10,00%
13
7 (itens: 2,3,5,10,14,24,25)
17,50%
14
4 (itens: 4,13,18,35)
10,00%
15
1 (item: 6)
2,50%
16
4 (itens:17,19,29,32)
10,00%
40
100,00%
Total
2,50%
2,50%
-
Média
10,60
Moda
13,00
Mediana
11,50
Desvio Padrão
3,89
Tabela 10: Número de respostas correctas por item do QCAA.
Respostas correctas por dimensão
Respostas correctas por dimensão
Média
9,34
Média
9,90
Moda
13,00
Moda
13,00
Mediana
10,50
Mediana
11,00
Desvio padrão
5,68
Desvio padrão
3,30
Tabela 11: Respostas correctas na dimensão
Tabela 12: Respostas correctas na dimensão
álcool e bebidas alcoólicas.
Respostas correctas por dimensão
álcool no organismo.
Respostas correctas por dimensão
Média
10,69
Média
10,00
Moda
11,00
Moda
9,00
Mediana
11,00
Mediana
9,00
Desvio padrão
3,54
Desvio padrão
3,52
Tabela 13: Respostas correctas na dimensão
Tabela 14: Respostas correctas na dimensão
aspectos clínicos do consumo de
falsos conceitos.
álcool.
Respostas correctas por dimensão
Respostas correctas por dimensão
Média
10,27
Média
15,00
Moda
13,00
Moda
16,00
Mediana
11,00
Mediana
16,00
Desvio padrão
3,35
Desvio padrão
2,00
Tabela 15: Respostas correctas na dimensão
repercussões individuais dos PLA:
álcool no organismo, aspectos clínicos
do consumo de álcool, falsos conceitos.
Tabela 16: Respostas correctas na dimensão
repercussões sociais dos PLA.
APÊNDICE V
Aplicação de técnica de determinação de prioridades
TÉCNICA DE COMPARAÇÃO POR PARES
P1
-
Ausência
de
conhecimento
de
estratégias de intervenção na educação
pelos pares no âmbito do consumo de
P1
P1
P2
P3
P2
P2
P1
P3
P3
P3
P1
P2
2
álcool nos adolescentes
P2 - Défice de conhecimentos relativos à
substância álcool e bebidas alcoólicas.
P3 - Défice de conhecimentos relativos às
repercussões individuais dos PLA
0
1
APÊNDICE VI
Inter-relação actividades/objectivos
Actividades
Objectivos Operacionais
Aumentar os conhecimentos,
em 70% dos elementos do
grupo de promotores da saúde,
relativamente
às
Actividade 1
Actividade 2B
consequências individuais do
consumo de álcool.
Aumentar
os
conhecimentos
dos elementos do grupo de
promotores da saúde, em 10%,
Objectivo Geral
na
um
grupo
da
desenvolver
actividades
saúde
relativamente
álcool nos adolescentes,
à
substância
Actividade 2A
psicoactiva álcool e bebidas
no território da Alta de
alcoólicas.
Lisboa, de Outubro de
Fevereiro
Actividade 1
grupo de promotores da saúde,
no âmbito do consumo de
2012.
Actividade 2B
Aumentar os conhecimentos,
em 70% dos elementos do
de educação pelos pares
a
repercussões
de
promotores
2011
dimensão
individuais dos PLA do QCAA.
Promover a capacidade
de
Actividade 1
de
Aumentar
os
conhecimentos
dos elementos do grupo de
Actividade 1
promotores da saúde, em 10%,
na dimensão álcool e bebidas
Actividade 2A
alcoólicas do QCAA.
Actividade 1
Implementar pelo menos uma
actividade de educação pelos
pares no âmbito do consumo
de álcool nos adolescentes,
desenvolvida pelo grupo de
promotores da saúde.
Actividade 2 A, B, C
Actividade 3
Actividade 4
Actividade 5
APÊNDICE VII
Cronograma de Gantt
Novembro
1. Criação do grupo de Promotores da Saúde
2. Sessões Educativas
-“O que precisas de saber sobre álcool e bebidas
alcoólicas!”
-“Beber pode parecer divertido, mas para decidires é
preciso conheceres os riscos!”
-“O educador sou eu, e agora?”
3. Elaboração de um Guia de Recursos Comunitários
4. Supervisão da intervenção de educação para o consumo
de álcool em adolescentes, implementada pelo grupo de
Promotores da Saúde.
5. Sensibilização dos profissionais da UCSP e ACES
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
APÊNDICE VIII
Plano Operacional
ONDE
RECURSOS
QUANDO
ACTIVIDADE
- Participantes;
- Enf.ª Mestranda.
Promotores da
Saúde
- Papel;
- Canetas.
Sala de uma associação comunitária da Alta de Lisboa
grupo de
AVALIAÇÃO
associações
• Promover a adesão dos elementos
• Realização efectiva da
comunitárias e apresentação do
do grupo de promotores da saúde ao
projecto
projecto de intervenção comunitária;
com
de
intervenção
• Sensibilizar os elementos do grupo
comunitária;
30 de Novembro de 2011
1. Criação do
- Mesa e cadeiras;
OBJECTIVOS
• Contacto
Humanos:
Materiais:
COMO
• Reunião com os participantes
que aceitem constituir o grupo de
promotores da saúde, onde se
desenvolve:
-
apresentação
do
projecto,
estratégias a desenvolver;
- dinâmica de coesão de grupo;
- evidência da problemática do
consumo de álcool em Portugal,
com
destaque
para
os
papel
de
adolescentes;
-
clarificação
do
Promotor da Saúde/Educador de
Pares;
• Criação de via de comunicação
entre
todos
os
participantes,
entre si e com a Enf.ª Mestranda,
através da troca de contacto, via
e-mail.
de promotores da saúde para a
problemática do consumo de álcool.
reunião;
• Compromisso
de
adesão à intervenção
comunitária.
ONDE
6 e7 de Dezembro de 2011
Sala de uma associação comunitária da Alta de Lisboa
RECURSOS
QUANDO
ACTIVIDADE
COMO
OBJECTIVOS
AVALIAÇÃO
• Exposição oral de conteúdos,
• Informar os elementos do grupo de
• Realização efectiva da
2. Sessões
Educativas
A - “O que
precisas de
saber sobre
Humanos:
- Participantes;
- Enf.ª Mestranda.
álcool e bebidas
alcoólicas!”
Materiais:
- Mesa e cadeiras;
- Papel;
- Canetas;
- Material informativo
impresso.
com
apoio
de
material
promotores da saúde relativamente
informativo impresso fornecido
à substância álcool e bebidas
a todos os participantes;
alcoólicas;
• Dinâmica de grupo;
• Criação
de
espaço
• Aumentar
de
esclarecimento de dúvidas e
promoção da discussão dos
conteúdos apresentados.
Sessão Educativa;
• Taxa de participantes
na actividade;
o
nível
de
conhecimentos dos elementos do
grupo de promotores da saúde
relativamente à substância álcool e
bebidas alcoólicas.
• Taxa de participantes
que avaliem de forma
positiva os conteúdos
transmitidos;
• Taxa de participantes
que aumentem a média
dos resultados globais
na dimensão álcool e
bebidas alcoólicas do
QCAA;
• Taxa
de
respostas
correctas na dimensão
álcool
e
bebidas
alcoólicas do QCAA.
• Exposição oral de conteúdos,
Humanos:
com
- Enf.ª Mestranda.
- Canetas;
- Material informativo
impresso.
13 e14 de Dezembro de 2011
B - “Beber pode
parecer divertido,
mas para
decidires é
Materiais:
preciso
- Mesa e cadeiras;
conheceres os
riscos!”
- Papel;
Sala de uma associação comunitária da Alta de Lisboa
- Participantes;
apoio
de
material
• Informar os elementos do GPS
relativamente
às
consequências
informativo impresso fornecido
individuais do consumo de álcool e
a todos os participantes;
PLA;
• Dinâmica de grupo;
• Criação
de
espaço
esclarecimento de dúvidas e
promoção da discussão dos
conteúdos apresentados.
Sessão Educativa;
• Taxa de participantes
na actividade;
• Taxa de participantes
de
que avaliem de forma
conhecimentos dos elementos do
positiva os conteúdos
grupo de promotores da saúde
transmitidos;
• Aumentar
de
• Realização efectiva da
relativamente
o
às
individuais dos PLA.
nível
repercussões
• Taxa de participantes
que aumentem a média
dos resultados globais
na
dimensão
repercussões
individuais do consumo
de álcool do QCAA;
• Taxa
de
respostas
correctas na dimensão
repercussões
individuais do consumo
de álcool do QCAA.
• Exposição oral de conteúdos,
Humanos:
- Enf.ª Mestranda.
Materiais:
- Mesa e cadeiras;
- Papel;
- Canetas;
- Material informativo
impresso.
17 e18 de Janeiro de 2012
C - “O educador
sou eu, e
agora?”
Sala de uma associação comunitária da Alta de Lisboa
- Participantes;
com
apoio
de
• Capacitar os elementos do grupo • Realização efectiva da
material
de promotores da saúde para a
informativo impresso fornecido
implementação de estratégias de
a todos os participantes;
educação pelos pares no âmbito
do
• Dinâmica de grupo;
• Criação
de
espaço
adolescentes.
de
esclarecimento de dúvidas e
promoção da discussão dos
conteúdos apresentados.
consumo
de
álcool
nos
Sessão Educativa;
• Taxa de participantes
na actividade;
• Taxa de participantes
que avaliem de forma
positiva os conteúdos
transmitidos;
• Nº de actividades de
educação pelos pares
no âmbito do consumo
de
álcool
nos
adolescentes,
desenvolvidas
pelo
grupo de promotores da
saúde.
- Participantes;
- Enf.ª Mestranda;
3. Elaboração
- Enf.ª da UCSP.
de um Guia de
Recursos
Comunitários
Materiais:
- Computador.
01 de Dezembro de 2011 a 23 de Janeiro de 2012
Humanos:
ONDE
RECURSOS
QUANDO
ACTIVIDADE
COMO
OBJECTIVOS
AVALIAÇÃO
• Pesquisa junto das associações
• Identificar recursos de suporte do
• Realização efectiva do
comunitárias
inseridas
no
território da Alta de Lisboa;
• Pesquisa de instituições que
grupo de promotores da saúde no
Guia
seio
Comunitários;
da
sua
comunidade,
numa
perspectiva de médio e longo prazo.
• Taxa
de
de
Recursos
Guias
de
desenvolvam a sua actividade
Recursos Comunitários
no âmbito da problemática do
distribuídos.
consumo de álcool e PLA, e da
promoção da saúde.
• Elaboração
do
Guia
que
compile a lista de associações
e serviços identificados.
• Distribuição
do
Guia
de
Recursos Comunitários, via email.
RECURSOS
ONDE
QUANDO
ACTIVIDADE
• Fornecer
Humanos:
- Participantes
- Enf.ª Mestranda
4. Supervisão
da intervenção
para o consumo
da intervenção do
grupo
de
promotores
da
saúde;
de álcool em
adolescentes,
Materiais:
implementada
- Mesas e cadeiras;
pelo grupo de
- Materiais
Promotores da
didácticos
Saúde
impressos;
- Outros
considerados
necessários pelo
grupo de
promotores da
saúde.
material
didáctico
OBJECTIVOS
AVALIAÇÃO
• Capacitar os elementos do grupo de
• Nº de actividades de
diverso, bem como links de
promotores
sites de internet úteis para a
implementação
planificação da intervenção;
educação pelos pares no âmbito do
de
consumo de álcool nos adolescentes.
adolescentes,
• Reunir
com
promotores
discutir
Associação comunitária
de educação
População-alvo
23 de Janeiro de 2012 a 17 de Fevereiro de 2012
-
COMO
o
da
as
grupo
saúde
de
para
estratégias
e
actividades a implementar;
• Seleccionar as actividades a
implementar, planificando-as;
• Supervisionar
as
actividades
implementadas;
• Estimular
consolidação
a
reflexão
e
das
aprendizagens e competências
após a realização das mesmas.
da
saúde
de
para
a
educação pelos pares
estratégias
de
no âmbito do consumo
álcool
desenvolvidas
nos
pelo
grupo de promotores da
saúde.
ONDE
RECURSOS
QUANDO
ACTIVIDADE
COMO
• Contactos
Humanos:
profissionais
- Enf.ª Mestranda;
5.
dos
- Professora
orientadora.
profissionais da
UCSP e ACES
Materiais:
- Mesas e cadeiras;
- Computador;
- Projector.
da
UCSP
com
ao
longo do desenvolvimento da
intervenção comunitária;
Centro de Saúde
Sensibilização
UCSP;
Novembro de 2011 a Fevereiro de 2012
- Profissionais da
informais
OBJECTIVOS
AVALIAÇÃO
• Divulgar o projecto de intervenção
• Realização efectiva da
sessão
comunitária desenvolvido;
• Promover
a
continuidade
da
intervenção comunitária;
• Sessão Formal de divulgação
• Incentivar a discussão relativa à
da intervenção desenvolvida, a
intervenção comunitária e de novas
16 de Fevereiro de 2012;
propostas e sugestões.
•
Fornecer
relativos
documentos
ao
planeamento,
implementação e avaliação da
intervenção comunitária.
formal
sensibilização.
de
APÊNDICE IX
Plano de Sessão Educatica: O que precisas de saber sobre bebidas
alcoolicas
PLANO DE SESSÃO EDUCATIVA A
Data: 6 e 7 de Dezembro de 2011.
Hora: 20h.
Duração: 60 minutos.
População-alvo: Grupo de promotores da saúde.
Conteúdos
Introdução
Métodos
• Expositivo
• Apresentação dos objectivos.
• Exposição
e
discussão
Tempo
5 min.
dos
seguintes conteúdos:
- bebidas alcoólicas;
- tipo de bebidas alcoólicas;
- graduação das bebidas alcoólicas
- taxa de alcoolemia;
Desenvolvimento
- factores que influenciam a taxa de
alcoolemia;
• Expositivo
• Interrogativo
• Dinâmicas
40 min.
de grupo
- curva de alcoolémia;
- quem não pode beber bebidas
alcoólicas;
- incentivos ao consumo de álcool
nos adolescentes.
• Resumo da sessão;
• Espaço
Conclusão
para
esclarecimento
de
dúvidas e promoção da discussão
• Expositivo
dos conteúdos apresentados;
• Interrogativo
• Aplicação
do
questionário
avaliação das sessões educativas.
de
15 min.
APÊNDICE X
Plano de Sessão Educativa: Beber pode parecer divertido, mas para
decidires é preciso conhecer os riscos
PLANO DE SESSÃO EDUCATIVA B
Data: 13 e 14 de Dezembro de 2011.
Hora: 20h.
Duração: 60 minutos.
População-alvo: Grupo de promotores da saúde.
Conteúdos
• Validação
Introdução
dos
Métodos
conhecimentos
transmitidos na sessão anterior;
• Interrogativo
• Apresentação dos objectivos.
• Exposição
e
discussão
• Expositivo
Tempo
8 min.
dos
seguintes conteúdos:
- metabolismo do álcool;
- vulnerabilidades especificas do
consumo de álcool;
- percurso do álcool no organismo;
- efeitos e curto, médio e longo
Desenvolvimento
prazo do consumo de álcool no
• Expositivo
organismo;
• Interrogativo
- a intoxicação alcoólica;
• Dinâmicas
-
actuação
face
à
intoxicação
40 min.
de grupo
alcoólica;
- falsos conceitos relativos aos
efeitos do álcool no organismo;
- indicações para evitar os principais
danos provocados pelo consumo de
álcool (perspectiva de redução de
riscos e minimização de danos).
• Resumo da sessão;
• Espaço
Conclusão
para
esclarecimento
de
dúvidas e promoção da discussão
• Expositivo
dos conteúdos apresentados;
• Interrogativo
• Aplicação
do
questionário
avaliação das sessões educativas.
de
12 min.
APÊNDICE XI
Plano de Sessão Educativa: O educador sou eu, e agora?
PLANO DE SESSÃO EDUCATIVA C
Data: 17 e 18 de Janeiro de 2012.
Hora: 20h.
Duração: 70 minutos.
População-alvo: Grupo de promotores da saúde.
Conteúdos
• Validação
Introdução
dos
Métodos
conhecimentos
transmitidos na sessão anterior;
• Interrogativo
• Apresentação dos objectivos
• Exposição
e
discussão
• Expositivo
Tempo
8 min.
dos
seguintes conteúdos:
- elementos básicos do consumo de
álcool;
- factores de risco e factores de
protecção associados ao consumo
Desenvolvimento
de álcool, a nível individual, familiar,
• Expositivo
escolar e comunitário;
• Interrogativo
- comportamentos de risco dos
• Dinâmicas
adolescentes;
-
a
42 min.
de grupo
intervenção
preventiva:
definição, o que fazer, como fazer;
- obstáculos à comunicação;
- atitudes facilitadoras;
- a capacitação;
- planeamento de intervenções.
• Resumo da sessão;
• Espaço
para
esclarecimento
de
dúvidas e promoção da discussão
Conclusão
dos conteúdos apresentados;
• Aplicação
do
questionário
avaliação das sessões educativas;
• Aplicação do QCAA.
de
• Expositivo
• Interrogativo
20 min.
APÊNDICE XII
Questionário de avaliação das Sessões Educativas
Avaliação da Sessão Educativa
Para uma evolução continua a nível formativo peço-te que preenchas este
questionário, considerando a seguinte escala:
1 – Discordo totalmente; 2 – Discordo parcialmente;
3 – Indiferente;
4 – Concordo parcialmente; 5 – Concordo totalmente
Obrigado pela tua colaboração,
Ana Murteiro
APÊNDICE XIII
Plano de Sessão Informativa dirigida aos profissionais da UCSP e ACES
PLANO DE SESSÃO INFORMATIVA
Data: 16 de Fevereiro de 2012.
Hora: 12h30.
Duração: 20 minutos.
População-alvo: Profissionais da UCSP e ACES
Conteúdos
Introdução
Métodos
• Expositivo
• Apresentação dos objectivos
• Exposição
do
projecto
Tempo
2 min.
de
intervenção comunitária:
- objectivos
- população-alvo
- percurso efectuado nas diferentes
etapas do Planeamento em Saúde;
Desenvolvimento
- actividades desenvolvidas;
• Expositivo
• Interrogativo
- avaliação da intervenção;
12 min.
- competências desenvolvidas na
área
de
enfermagem
especialização
de
comunitária
e
de
continuidade
da
saúde pública;
-
incentivo
à
intervenção comunitária;
• Resumo da sessão;
Conclusão
• Espaço
para
esclarecimento
de
dúvidas e promoção da discussão de
novas propostas e sugestões.
• Expositivo
• Interrogativo
6 min.