Papers by Jackson Raymundo
Nos estudos literarios, sao complexas e as vezes mistificadoras as relacoes estabelecidas a parti... more Nos estudos literarios, sao complexas e as vezes mistificadoras as relacoes estabelecidas a partir de oposicoes como local e universal, periferia e centro, regional e nacional. Em geral, tais diferencas sao demarcadas a partir das correlacoes politicas e economicas. Neste artigo, estao em contraste duas obras bastante distintas em notoriedade literaria: Dona Guidinha do Poco, do brasileiro Manuel de Oliveira Paiva, e Madame Bovary, do frances Gustave Flaubert. Numa perspectiva formativa, recorreu-se a trabalhos que questionam a centralidade do desenvolvimento do Brasil no litoral, valorizando o lugar do sertao na Historia e na Literatura. As semelhancas e diferencas entre os romances tiveram em seu escopo teorico a concepcao de limiares criticos.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Nau Literária
O índio tematizado por negros (e brancos da periferia) numa manifestação artística que é símbolo ... more O índio tematizado por negros (e brancos da periferia) numa manifestação artística que é símbolo de “brasilidade”: estas são as tribos carnavalescas, motivo deste artigo. Com trajetória semelhante às escolas de samba, as tribos são uma peculiaridade do carnaval de Porto Alegre. Surgiram entre os anos 1940 e 1950, num contexto de afirmação do negro dentro da “identidade nacional” e de sua busca pela aceitação social. A pesquisa registrou relatos orais de componentes das tribos e recorreu a documentos e publicações que abordam a temática indígena na cultura brasileira, assim como o negro e o carnaval na capital gaúcha. Por fim, a apresentação fala sobre o hino, a canção própria das tribos carnavalescas de Porto Alegre.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Resumo: Forma cultural original do Brasil, o samba-enredo se transformou em instrumento de formaç... more Resumo: Forma cultural original do Brasil, o samba-enredo se transformou em instrumento de formação da consciência nacionalista junto às comunidades periféricas. A mitificação de fatos e a criação de heróis nacionais desde o início estiveram presentes na canção das escolas de samba. Neste artigo, estudare-mos as representações do nacionalismo e da etnicidade nas escolas de samba, particularmente em sua canção. O corpus se centrará nas duas escolas que estão há mais tempo em atividade, Portela e Estação Primeira de Mangueira, dos seus primórdios, nos anos 1930, aos anos 1980. Palavras-chave: Samba-enredo. Canção popular. Escolas de samba.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Artigo publicado nas páginas 4 e 5 do Caderno PrOA, do jornal Zero Hora (edição impressa de 15 de... more Artigo publicado nas páginas 4 e 5 do Caderno PrOA, do jornal Zero Hora (edição impressa de 15 de fevereiro de 2015; virtual - 14 de fevereiro).
Fala sobre o que as escolas de samba de Porto Alegre cantaram nas letras de seus sambas-enredo ao longo das décadas.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
The samba schools are one of the most popular cultural manifestations in Brazil, in country and a... more The samba schools are one of the most popular cultural manifestations in Brazil, in country and abroad. With them, the black people organized themselves and went in search of social acceptance and legitimacy with political authorities to ensure
the expression of their singing, their dancing, their art. This article aims: to relate the history of samba schools in the communities' struggle of the urban periphery (black, mostly) for spaces of cultural expression and social interaction in a context of exclusion of basic rights; analyze how the black is represented in the parade of samba schools and particularly in its song, the samba plot. The theoretical basis begins with the formative perspective of Antonio Candido and his concept of
"artistic nationalism" in order to, then, conjecture about the position of black in the construction of nationality as from studies in the Sociology and History of Education. The samba and the carnival exercise an essential role: through them, the black element would consolidate in the ideal of "Brazilianness". The methodology defined the corpus to Rio de Janeiro, where the samba schools have emerged and where the rhythm spread. The time frame considered the first four decades of
existence of the samba schools, data analysis (song lyrics) collected in internet portals, record collections and publications on gender was held. As a partial result, which is in the 1960s that "black plots" are consolidated, going to be a theme addressed naturally at the carnival.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Vinícius de Moraes é tema recorrente dos desfiles de escolas de samba. Manifestação artística gen... more Vinícius de Moraes é tema recorrente dos desfiles de escolas de samba. Manifestação artística genuinamente brasileira, as escolas de samba são uma das mais conhecidas expressões da nossa cultura, tendo criado um sub-gênero lítero-musical próprio - o samba-enredo.
O “Poetinha” e sua obra foram homenageados pelas escolas de samba do Rio de Janeiro diversas vezes. A Paraíso do Tuiuti em duas oportunidades apresentou enredos biográficos falando do poeta: “Exaltação a Vinícius de Moraes" (1981) e "Olha que coisa mais linda, o poeta está no paraíso” (2004). Em 2011, o Império Serrano veio com o enredo "A benção, Vinícius". Em 2013, ano do centenário de seu nascimento, a União da Ilha desfilou "Vinícius, no plural. Paixão, poesia e carnaval".
Apresentando sambas-enredo que se tornariam antológicos, a Vila Isabel cantou "Pra tudo se acabar na quarta-feira" (1984), que se utiliza da metalinguagem para falar do mundo do samba, e a Viradouro tematizou a peça Orfeu da Conceição em "Orpheu, o negro no carnaval" (1998).
Este trabalho tem por objetivo analisar as diferentes abordagens feitas pelas escolas de samba a Vinícius de Moraes e sua obra. Para isso, foram utilizadas letras de canções,informações de sites especializados e relatos de pesquisadores do carnaval.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Para citar: RAYMUNDO, J. Da censura e do ufanismo à liberdade criativa: o samba-enredo nos Anos d... more Para citar: RAYMUNDO, J. Da censura e do ufanismo à liberdade criativa: o samba-enredo nos Anos de Chumbo e no antológico 1985. In: ORLANDINI, G. (et. al.). Anais [recurso eletrônico] / Seminário Literatura e Ditadura: os cinquenta anos do golpe civil-militar e suas implicações na literatura. 1ª ed. Dados eletrônicos. Porto Alegre: Instituto de Letras/UFRGS, 2014. P. 79-94
----------- Uma das manifestações culturais mais arraigadas pelo país, os desfiles de escolas de samba não ficaram imunes à apetência propagandística dos governos ditatoriais, assim como à censura por eles estabelecida. Durante o regime militar, se, por um lado, algumas escolas de samba fariam sambas-enredo ufanistas, desconsiderando contradições sociais, enaltecendo as “glórias” e reiterando slogans governamentais, por outro lado canções defenderiam a “liberdade”, destacariam o protagonismo de negros e mulheres na história do
Brasil, fariam a denúncia da escravidão e, burlando a censura, deixariam mensagens subliminares de crítica ao presente e esperança no futuro.
A contenção temática - e também linguística - a que as escolas de samba se submeteram nos anos de ditadura geraria um momento de “libertação” geral (ou “a hora da gozada”, segundo o pesquisador Fábio Fabato): no carnaval de 1985, o ano que marca o fim do regime, as letras das escolas de samba vieram, em sua maioria, carregadas de crítica política e de versos plenos de hedonismo e afrouxamento moral (com
esses elementos se misturando, às vezes).
O objetivo da pesquisa, então, é analisar o samba-enredo, a canção dos desfiles de escolas de samba, no contexto dos Anos de Chumbo e no ano que marca o fim da ditadura e a abertura política. Por delimitação metodológica (acesso às letras e representatividade),
o corpus da pesquisa se restringe aos sambas-enredo das escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro, nos carnavais de 1969 a 1974 e de 1985, totalizando 78 canções.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
O índio tematizado por negros (e brancos da periferia) numa manifestação artística
que é símbolo... more O índio tematizado por negros (e brancos da periferia) numa manifestação artística
que é símbolo de “brasilidade”: estas são as tribos carnavalescas, motivo deste artigo. Com
trajetória semelhante às escolas de samba, as tribos são uma peculiaridade do carnaval de
Porto Alegre. Surgiram entre os anos 1940 e 1950, num contexto de afirmação do negro
dentro da “identidade nacional” e de sua busca pela aceitação social. A pesquisa registrou
relatos orais de componentes das tribos e recorreu a documentos e publicações que abordam a
temática indígena na cultura brasileira, assim como o negro e o carnaval na capital gaúcha.
Por fim, a apresentação fala sobre o hino, a canção própria das tribos carnavalescas de Porto
Alegre.
Emerged between the 1940s and 1950s, in the context of affirmation of Black within the
"national identity" and their quest for social acceptance. The survey recorded oral reports of
components of the tribes and resorted to documents and publications that address indigenous
issues in Brazilian culture, as well as the Black and carnival in Porto Alegre. Finally, the
presentation addresses the hino (anthem), the song of the tribes own carnival.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Uploads
Papers by Jackson Raymundo
Fala sobre o que as escolas de samba de Porto Alegre cantaram nas letras de seus sambas-enredo ao longo das décadas.
the expression of their singing, their dancing, their art. This article aims: to relate the history of samba schools in the communities' struggle of the urban periphery (black, mostly) for spaces of cultural expression and social interaction in a context of exclusion of basic rights; analyze how the black is represented in the parade of samba schools and particularly in its song, the samba plot. The theoretical basis begins with the formative perspective of Antonio Candido and his concept of
"artistic nationalism" in order to, then, conjecture about the position of black in the construction of nationality as from studies in the Sociology and History of Education. The samba and the carnival exercise an essential role: through them, the black element would consolidate in the ideal of "Brazilianness". The methodology defined the corpus to Rio de Janeiro, where the samba schools have emerged and where the rhythm spread. The time frame considered the first four decades of
existence of the samba schools, data analysis (song lyrics) collected in internet portals, record collections and publications on gender was held. As a partial result, which is in the 1960s that "black plots" are consolidated, going to be a theme addressed naturally at the carnival.
O “Poetinha” e sua obra foram homenageados pelas escolas de samba do Rio de Janeiro diversas vezes. A Paraíso do Tuiuti em duas oportunidades apresentou enredos biográficos falando do poeta: “Exaltação a Vinícius de Moraes" (1981) e "Olha que coisa mais linda, o poeta está no paraíso” (2004). Em 2011, o Império Serrano veio com o enredo "A benção, Vinícius". Em 2013, ano do centenário de seu nascimento, a União da Ilha desfilou "Vinícius, no plural. Paixão, poesia e carnaval".
Apresentando sambas-enredo que se tornariam antológicos, a Vila Isabel cantou "Pra tudo se acabar na quarta-feira" (1984), que se utiliza da metalinguagem para falar do mundo do samba, e a Viradouro tematizou a peça Orfeu da Conceição em "Orpheu, o negro no carnaval" (1998).
Este trabalho tem por objetivo analisar as diferentes abordagens feitas pelas escolas de samba a Vinícius de Moraes e sua obra. Para isso, foram utilizadas letras de canções,informações de sites especializados e relatos de pesquisadores do carnaval.
----------- Uma das manifestações culturais mais arraigadas pelo país, os desfiles de escolas de samba não ficaram imunes à apetência propagandística dos governos ditatoriais, assim como à censura por eles estabelecida. Durante o regime militar, se, por um lado, algumas escolas de samba fariam sambas-enredo ufanistas, desconsiderando contradições sociais, enaltecendo as “glórias” e reiterando slogans governamentais, por outro lado canções defenderiam a “liberdade”, destacariam o protagonismo de negros e mulheres na história do
Brasil, fariam a denúncia da escravidão e, burlando a censura, deixariam mensagens subliminares de crítica ao presente e esperança no futuro.
A contenção temática - e também linguística - a que as escolas de samba se submeteram nos anos de ditadura geraria um momento de “libertação” geral (ou “a hora da gozada”, segundo o pesquisador Fábio Fabato): no carnaval de 1985, o ano que marca o fim do regime, as letras das escolas de samba vieram, em sua maioria, carregadas de crítica política e de versos plenos de hedonismo e afrouxamento moral (com
esses elementos se misturando, às vezes).
O objetivo da pesquisa, então, é analisar o samba-enredo, a canção dos desfiles de escolas de samba, no contexto dos Anos de Chumbo e no ano que marca o fim da ditadura e a abertura política. Por delimitação metodológica (acesso às letras e representatividade),
o corpus da pesquisa se restringe aos sambas-enredo das escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro, nos carnavais de 1969 a 1974 e de 1985, totalizando 78 canções.
que é símbolo de “brasilidade”: estas são as tribos carnavalescas, motivo deste artigo. Com
trajetória semelhante às escolas de samba, as tribos são uma peculiaridade do carnaval de
Porto Alegre. Surgiram entre os anos 1940 e 1950, num contexto de afirmação do negro
dentro da “identidade nacional” e de sua busca pela aceitação social. A pesquisa registrou
relatos orais de componentes das tribos e recorreu a documentos e publicações que abordam a
temática indígena na cultura brasileira, assim como o negro e o carnaval na capital gaúcha.
Por fim, a apresentação fala sobre o hino, a canção própria das tribos carnavalescas de Porto
Alegre.
Emerged between the 1940s and 1950s, in the context of affirmation of Black within the
"national identity" and their quest for social acceptance. The survey recorded oral reports of
components of the tribes and resorted to documents and publications that address indigenous
issues in Brazilian culture, as well as the Black and carnival in Porto Alegre. Finally, the
presentation addresses the hino (anthem), the song of the tribes own carnival.
Fala sobre o que as escolas de samba de Porto Alegre cantaram nas letras de seus sambas-enredo ao longo das décadas.
the expression of their singing, their dancing, their art. This article aims: to relate the history of samba schools in the communities' struggle of the urban periphery (black, mostly) for spaces of cultural expression and social interaction in a context of exclusion of basic rights; analyze how the black is represented in the parade of samba schools and particularly in its song, the samba plot. The theoretical basis begins with the formative perspective of Antonio Candido and his concept of
"artistic nationalism" in order to, then, conjecture about the position of black in the construction of nationality as from studies in the Sociology and History of Education. The samba and the carnival exercise an essential role: through them, the black element would consolidate in the ideal of "Brazilianness". The methodology defined the corpus to Rio de Janeiro, where the samba schools have emerged and where the rhythm spread. The time frame considered the first four decades of
existence of the samba schools, data analysis (song lyrics) collected in internet portals, record collections and publications on gender was held. As a partial result, which is in the 1960s that "black plots" are consolidated, going to be a theme addressed naturally at the carnival.
O “Poetinha” e sua obra foram homenageados pelas escolas de samba do Rio de Janeiro diversas vezes. A Paraíso do Tuiuti em duas oportunidades apresentou enredos biográficos falando do poeta: “Exaltação a Vinícius de Moraes" (1981) e "Olha que coisa mais linda, o poeta está no paraíso” (2004). Em 2011, o Império Serrano veio com o enredo "A benção, Vinícius". Em 2013, ano do centenário de seu nascimento, a União da Ilha desfilou "Vinícius, no plural. Paixão, poesia e carnaval".
Apresentando sambas-enredo que se tornariam antológicos, a Vila Isabel cantou "Pra tudo se acabar na quarta-feira" (1984), que se utiliza da metalinguagem para falar do mundo do samba, e a Viradouro tematizou a peça Orfeu da Conceição em "Orpheu, o negro no carnaval" (1998).
Este trabalho tem por objetivo analisar as diferentes abordagens feitas pelas escolas de samba a Vinícius de Moraes e sua obra. Para isso, foram utilizadas letras de canções,informações de sites especializados e relatos de pesquisadores do carnaval.
----------- Uma das manifestações culturais mais arraigadas pelo país, os desfiles de escolas de samba não ficaram imunes à apetência propagandística dos governos ditatoriais, assim como à censura por eles estabelecida. Durante o regime militar, se, por um lado, algumas escolas de samba fariam sambas-enredo ufanistas, desconsiderando contradições sociais, enaltecendo as “glórias” e reiterando slogans governamentais, por outro lado canções defenderiam a “liberdade”, destacariam o protagonismo de negros e mulheres na história do
Brasil, fariam a denúncia da escravidão e, burlando a censura, deixariam mensagens subliminares de crítica ao presente e esperança no futuro.
A contenção temática - e também linguística - a que as escolas de samba se submeteram nos anos de ditadura geraria um momento de “libertação” geral (ou “a hora da gozada”, segundo o pesquisador Fábio Fabato): no carnaval de 1985, o ano que marca o fim do regime, as letras das escolas de samba vieram, em sua maioria, carregadas de crítica política e de versos plenos de hedonismo e afrouxamento moral (com
esses elementos se misturando, às vezes).
O objetivo da pesquisa, então, é analisar o samba-enredo, a canção dos desfiles de escolas de samba, no contexto dos Anos de Chumbo e no ano que marca o fim da ditadura e a abertura política. Por delimitação metodológica (acesso às letras e representatividade),
o corpus da pesquisa se restringe aos sambas-enredo das escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro, nos carnavais de 1969 a 1974 e de 1985, totalizando 78 canções.
que é símbolo de “brasilidade”: estas são as tribos carnavalescas, motivo deste artigo. Com
trajetória semelhante às escolas de samba, as tribos são uma peculiaridade do carnaval de
Porto Alegre. Surgiram entre os anos 1940 e 1950, num contexto de afirmação do negro
dentro da “identidade nacional” e de sua busca pela aceitação social. A pesquisa registrou
relatos orais de componentes das tribos e recorreu a documentos e publicações que abordam a
temática indígena na cultura brasileira, assim como o negro e o carnaval na capital gaúcha.
Por fim, a apresentação fala sobre o hino, a canção própria das tribos carnavalescas de Porto
Alegre.
Emerged between the 1940s and 1950s, in the context of affirmation of Black within the
"national identity" and their quest for social acceptance. The survey recorded oral reports of
components of the tribes and resorted to documents and publications that address indigenous
issues in Brazilian culture, as well as the Black and carnival in Porto Alegre. Finally, the
presentation addresses the hino (anthem), the song of the tribes own carnival.