Publicar artigos científicos em revistas conceituadas, de alto impacto, é o principal indicador de produtividade na academia atualmente. A pontuação somada pelas publicações é critério preponderante para aceitação em programas de pós-graduação e também para classificação em concorridos concursos públicos para a carreira docente em universidades públicas ou privadas conceituadas. Por isso, é o objetivo dos pesquisadores e pesquisadoras que pretendem se manter no topo da escala da carreira científica.
A importância da publicação científica e seu reconhecimento, seja artigo, livro ou arte, não se dá de forma subjetiva ou autoafirmativa. Existe um processo complexo, definido pela própria comunidade acadêmica, por meio de muito debate e de parâmetros aceitos por todos que são chancelados por diversos órgãos governamentais e independentes.
No Brasil, dado que a pesquisa científica é majoritariamente realizada em universidades públicas, ligada à pós-graduação (mestrado e doutorado) e financiada principalmente por órgãos governamentais, são essas instituições que aglutinam as comunidades das diversas áreas científicas para construir os parâmetros e indicadores de qualidade.
No caso da editoração científica é a Coordenadoria de Aperfeiçoamento do Pessoal da Educação Superior (CAPES) que mobiliza e aglutina a comunidade acadêmica para a definição de parâmetros de qualidade dos periódicos científicos através do Qualis Capes.
O que é o Qualis Capes?
Surgido em 1998, ele tinha uma periodização incialmente de 3 anos, coincidente com o período de avaliação dos programas de pós-graduação. Atualmente, assim como a avaliação dos mestrados e doutorados, o Qualis tem uma periodização quadrienal, ou seja, de 4 em 4 anos.
O Qualis Capes é ao mesmo tempo um sistema de avaliação e uma métrica que sintetiza uma parte da avaliação da pós-graduação no Brasil, voltada para a produção cientifica. Ele abrange os periódicos científicos (Qualis Periódicos), produções artísticas (Qualis Artístico), ambos classificados em A1, A2, B1, B2, B3, B4 e B5 e Livros (Qualis Livros), classificados em L4, L3, L2 e L1.
Como funciona a avaliação?
Cada área de conhecimento da Capes tem uma coordenação que dirige o processo avaliativo a partir de critérios definidos pela área e aprovadas pelo Conselho Técnico-Científico da Educação superior (CTS), considerando a opinião de consultores, especialistas e de coordenadores dos programas de pós-graduação da área.
Alertamos para esse fato, que as avaliações são feitas por áreas. O que significa que pode haver, e há, diferenças entre a avaliação em Engenharia e em Filosofia, por exemplo, dado as especificidades óbvias de cada área de conhecimento.
As informações que servem de insumo para a avaliação são aquelas que os programas fornecem na plataforma Sucupira e também informações complementares dos periódicos, livros e produções artísticas, fornecidas pelos editores e produtores.
Embora quadrienal seja um processo quadrienal, há previsão de uma reclassificação/atualização, uma vez que o cadastramento de informações é anual pelo “coleta Capes”.
Significado genérico dos níveis de classificação dos periódicos:
- A1 e A2: contempla periódicos de excelência internacional;
- B1 e B2: abrange os periódicos de excelência nacional;
- B3, B4, e B5: considera os periódicos de média relevância;
- C: contempla periódicos de baixa relevância, ou seja, considerados não científicos e inacessíveis para avaliação.
Significado genérico dos níveis de classificação dos Livros:
- L4 e L3 – obras de maior relevância no desenvolvimento científico da área e na formação de mestres e doutores
- L1 e L2 – estratos básicos da avaliação, cujas obras são consideradas de menor relevância no desenvolvimento científico da área e na formação de mestres e doutores em relação às obras dos estratos superiores L3 e L4.
- LNC – Obras não classificáveis
Saiba mais:
https://www.capes.gov.br/avaliacao/instrumentos-de-apoio/classificacao-da-producao-intelectual